quarta-feira, 7 de maio de 2008

Alcântara Cyclone Space

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Centro Espacial de Alcântara tem apoio de parlamentares

07/05/2008 10:44:00

Discutir e garantir recursos orçamentários para a ampliação do programa espacial brasileiro e elaborar legislação específica nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação. Esses são os principais pontos a serem debatidos pela Frente Parlamentar para a elaboração do Estatuto em Defesa do Centro Espacial de Alcântara (CEA), lançada nesta terça-feira (6) na Câmara dos Deputados.

A cerimônia contou com a presença de várias autoridades, entre elas, a dos ministros da Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende, Minas e Energia, Edison Lobão e da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Social, Edson Santos e ainda do presidente da AEB, Carlos Ganem; do presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi; dos diretores da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk e do embaixador da Ucrânia Volodymyr Lakamov.

De iniciativa do deputado Ribamar Alves (PSB-MA), a medida visa buscar solução para os problemas da população que vive nas proximidades da base. Quando da instalação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em São Luís (MA), nos anos 80, centenas de famílias tiveram de ser remanejadas da área. "Hoje, elas pedem uma compensação", disse o deputado.

Ribamar Alves espera que, ao solucionar tais problemas, o projeto do CEA, considerado importante para o País, não sofra mais oposição. Já o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, presente no evento, disse que visitou quilombolas em Alcântara e que o governo está comprometido em reparar os transtornos ocasionados pelo deslocamento dessas famílias da área.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, defende a consolidação do projeto do CEA, pois o considera fundamental para os interesses do País. Ele disse dispor de um projeto e uma licitação feita para a reconstrução da torre do CLA. "Essa licitação foi contestada na justiça pela empresa que perdeu, mas isso finalmente foi resolvido pelo Tribunal de Contas da União", informou o ministro.

Rezende lembra que a instalação do CEA se trata de um projeto já existente no MCT. Com a construção do Centro Espacial, explicou, será garantida a operacionalização dos lançamentos de medio e grande porte na região. Ele citou o lançamento do foguete Ciclone IV, que será realizado pela empresa binacional Alcantara Cyclone Space. "Estou confiante de que até 2010 teremos um foguete lançado de Alcântara, conforme previsto", disse o ministro se referindo a previsão do lançamento do Ciclone IV.

Para o presidente da AEB, Carlos Ganem, o Brasil não pode “fechar os olhos” para a crescente importância da indústria espacial que movimenta mundialmente mais de 20 bilhões de dólares. Ele ressaltou a significativa vantagem geográfica de Alcântara como um dos fatores de destaque no cenário mundial. “A colocação de um satélite em órbita a partir de uma base próxima do equador, como a de Alcântara, custa até 30% menos do que a de bases a latitudes mais altas, devido à economia de combustível”, explicou.

Ganem acredita que o lançamento da frente irá ajudar a garantir recursos na execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). “A iniciativa da Frente nos enche de orgulho, diante das dificuldades que temos enfrentado. O Programa Espacial, mais do que um programa de governo, é um projeto de Estado que demonstra nossa extaordinária vocação para investir nesse setor”, enfatizou o presidente da AEB.

(Com informações do Ministério da Ciência e Tecnologia)

Fonte: AEB

Comentário: a questão dos quilombolas não é o único problema que o acordo espacial com a Ucrânia para a exploração de Alcântara enfrenta ou enfrentará. Até o momento não foi assinado um acordo de salvaguardar tecnológicas com os EUA, algo imprescindível para que a joint-venture ucraniano-brasileira tenha chances de sucesso no mercado de lançamentos espaciais. E até onde se sabe, não existem negociações em curso. A Alcantara Cyclone Space, joint-venture constituída para operacionalizar o acordo espacial também não mostrou qual será o filão a ser explorado pela dupla Alcântara / Cyclone 4. O lançador ucraniano (desenho no canto superior esquerdo) é de porte médio e tem capacidade de satelitização em órbita de transferência geoestacionária (posição em que o satélite permanece sobre um mesmo ponto em relação à Terra, muito utilizada por satélites de telecomunicações) de apenas 1,8 tonelada, sendo incapaz, portanto, de lançar a grande maioria dos satélites geoestacionários atualmente produzidos, justamente o maior filão do mercado de lançamentos espaciais. Outro obstáculo mora ao lado. Trata-se da parceria entre a Rússia e a Agência Espacial Européia (ESA) para lançar os foguetes Soyuz a partir de Kourou, na Guiana Francesa, um competidor do nível do Cyclone 4. Ao contrário do que ocorre em Alcântara, as obras estão a todo vapor em Kourou, e a previsão é de que o primeiro Soyuz seja lançado em 2009.
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Um comentário:

Duda Falcão disse...

Sinceramente espero que com o apoio dos parlamentares do Congresso Nacional os homens que dirigem o Projeto Espacial Brasileiro possam melhorar o desempenho deles na condução de seus cargos e atingir assim os objetivos já traçados e aqueles que vierem (a partir desse momento) a ser traçados em pró do Programa Espacial Brasileiro.