terça-feira, 29 de julho de 2008

Embargo dos EUA

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Não é segredo que o projeto do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) tem sofrido com os embargos impostos pelo governo dos Estados Unidos. Estes embargos são respaldados pela ITAR — International Traffic in Arms Regulations, legislação interna norte-americana que restringe e em alguns casos impede a exportação de componentes para determinados países, um deles, a China. Este problema foi, aliás, muito bem abordado em excelente reportagem assinada por Janaína Simões, divulgada no boletim eletrônico Inovação Unicamp desta semana (para ler a reportagem, clique aqui).

Em teoria, o embargo americano deveria afetar apenas o CBERS, mas alguns outros projetos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também têm sofrido conseqüências, ainda que indiretas. Este é o caso, por exemplo, da Plataforma Multimissão (PMM), vítima de atrasos em decorrência do aumento da burocracia para a importação de componentes dos EUA.

O drama brasileiro, ora do INPE, ora das indústrias envolvidas com a PMM, em grande parte se deve aos "end user declarations", documentos que respondem questões feitas pelo governo dos EUA, como se o satélite que usará os componentes importados será lançado por foguete chinês, ou se se trata de projeto em parceria com a China.

Um exemplo que ilustra bem o peso dos trâmites burocráticos no cronograma da Plataforma Multimissão, já bem atrasado, foi o processo de importação dos tanques da propulsão, (componentes duais, que podem ser usados em foguetes ou mísseis) para o primeiro modelo da PMM, comprados da empresa norte-americana PSI, e que chegaram ao Brasil quase cinco meses após o despacho pela fabricante.

Apesar da burocracia, segundo afirmou ao blog Mário Quintino, futuro coordenador geral de Engenharia e Tecnologia Espacial do INPE, nunca se deixou de comprar componentes americanos para a PMM por causa de embargos. Este é, de fato, um problema muito mais crítico para o CBERS. "Com o CBERS nós temos problemas, e isto pode induzir fortes atrasos", diz Quintino.

Algumas estratégias para lidar com o embargo de Washington já são discutidas internamente no INPE, como o chamado "up-screening", que, grosso modo, consiste em utilizar técnicas de seleção de componentes eletrônicos para aproveitar componentes de uma categoria inferior, disponíveis comercialmente, por exemplo, em uma aplicação que demandaria outras de categoria superior. Uma das idéias é justamente montar no INPE uma pequena equipe focada neste tipo de atividade.
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domingo, 27 de julho de 2008

EADS Astrium é selecionada no Chile

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A edição de sexta-feira passada (25) do jornal chileno La Tercera publicou reportagem indicando que o Ministério da Defesa daquele país optou pela proposta da empresa européia EADS Astrium para o fornecimento de um satélite de sensoriamento remoto de pequeno porte.

A reportagem informa que o satélite, de custo estimado em 72 milhões de dólares, será utilizado no monitoramento das fronteiras chilenas e apoio em desastres naturais, e tem lançamento previsto para 2010. Não foram divulgadas informações sobre o sensor de imageamento (se ótico ou radar), assim como suas especificações (resolução). A rara concorrência sul-americana foi bastante disputada (25 empresas receberam o Request for Information - RFI enviado pelo governo de Santiago), e na fase final restavam apenas a EADS Astrium e a canadense MDA.

Mais detalhes sobre a intenção chilena de ter um satélite de sensoriamento remoto podem ser encontradas numa das primeiras postagens do blog, em abril, intitulada "Satélite para o Chile".
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Infra-estrutura para aplicações espaciais

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O web-site da Equatorial Sistemas, uma das principais empresas brasileiras atuantes no setor espacial, disponibilizou uma interessante reportagem sobre uma sala limpa para aplicações aeroespaciais recentemente inaugurada, publicada na edição de março-abril da revista da Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC).

A sala limpa, de 95 metros quadrados, instalada na sede da empresa, em São José dos Campos (SP), tem sido utilizada pela empresa para a realização de testes, criação de modelos de engenharia, montagem, integração e qualificação de sensores e componentes para satélites, como o CBERS e a Plataforma Multimissão (PMM).

Antes da inauguração, em março desde ano, a Equatorial usava as instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mas após a entrada da européia EADS Astrium em seu quadro acionário, com conseqüente ampliação das atividades e aumento da demanda, a empresa decidiu construir uma área limpa exclusiva.

A íntegra da reportagem pode ser acessada clicando-se aqui.
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sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Futuro do Sistema de Coleta de Dados

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O Sistema de Coleta de Dados, um dos mais bem sucedidos projetos do Programa Espacial Brasileiro, consiste de uma rede de satélites em órbita baixa que captam e retransmitem a um centro de missão os dados ambientais recebidos de cerca de 790 plataformas de coleta de dados (PCDs) distribuídas por todo o território nacional. Atualmente, o sistema é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2, CBERS-2 e CBERS-2B, sendo que os dados por ele coletados são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras.

Desde o lançamento do SCD-2, há quase dez anos, nenhum satélite integralmente dedicado ao sistema foi lançado ao espaço. Até hoje, sua manutenção se deve à incrível longevidade dos SCDs, e à estratégia de incluir transpônderes retransmissores como cargas secundárias nos satélites de imageamento da série CBERS, mas que em razão de sua órbita heliossíncrona têm um número de passagens menor do que os SCDs, de órbita equatorial.

Ciente da relevância do Sistema de Coleta de Dados para o País, cujos dados, aliás, têm sido a cada dia mais demandados, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem considerado o assunto em seu planejamento estratégico. Há uma proposta que prevê o desenvolvimento e a construção de dois microssatélites (até 100 kg) totalmente dedicados, com lançamento a partir de 2012, e custo unitário em torno de dois milhões de dólares.

Embora não esteja completamente equacionado dentro do INPE, o projeto já é mencionado e descrito em seus relatórios de atividades e de gestão de 2007, sendo sua concretização considerada como bastante provável. A iniciativa precisa ainda ser aprovada pela Agência Espacial Brasileira, que terá que garantir recursos orçamentários para a sua execução.

Se concretizada, a iniciativa não garantirá apenas a continuidade de um importante e reconhecido projeto do Programa Espacial Brasileiro, mas também possibilitará o amadurecimento da “expertise” brasileira em pequenos satélites.
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terça-feira, 22 de julho de 2008

Teste com motor do VLS-1B

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Quase cinco anos após a tragédia do VLS-1 V03 em Alcântara (MA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA) retomará os ensaios de ignição de motores do lançador brasileiro. Para o próximo dia 6, está prevista a realização de um teste do propulsor S-43, que equipa os dois primeiros estágios do VLS-1B (versão atualizada do VLS-1, concebida com auxílio de instituições russas), numa operação de custo estimado em US$ 1 milhão.

“Será um teste de bancada, que não faz nenhuma movimentação, a não ser uma simulação do tiro desse motor. Permitirá que nós verifiquemos a quantas andam os aperfeiçoamentos com vistas ao futuro lançamento desse foguete em bases reais, que deve se dar em 2012. Vários requisitos de segurança foram trabalhados, com o fim de atingir melhor performance e uma atualização do escopo técnico do projeto”, disse em entrevista concedida à Agência Brasil o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem.

O ensaio do dia 6 testará várias alterações implementadas no motor. "A parte de proteção térmica estrá sendo testada. Outra alteração foi o aumento do espaço vazio para a expansão dos gases e a mudança mais significativa no sistema de ignição, dispositivo mecânico de segurança, que evita que a energia transite por circuitos de forma indesejada”, explicou à Agência Brasil Ulisses Côrtes Oliveira, coordenador de Veículos Lançadores da AEB.

Segundo o cronograma da AEB, apenas a partir de 2012 será possível a execução de um vôo completo do VLS-1B, capaz de inserir uma carga útil em órbita. Até lá, vários testes deverão ser realizados. O governo tem ainda o desafio de avançar com a construção da Torre Móvel de Integração (TMI), licitada há alguns anos, mas que até o momento não teve seu contrato assinado.

Para ler a matéria da Agência Brasil, clique aqui.
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segunda-feira, 21 de julho de 2008

PMM: mais informações sobre o ACDH

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No início de junho, foi postada uma nota no blog com informações a respeito da proximidade da publicação de um edital para a aquisição do subsistema de controle de atitude e supervisão de bordo (Attitude Control and Data Handling - ACDH), da Plataforma Multimissão (PMM). Este é um dos últimos subsistemas ainda não contratados pelo INPE, e também um dos mais desafiadores para o Brasil, uma vez que existe no País pouco conhecimento prático deste tipo de tecnologia. Segundo Mário Quintino, atual coordenador de satélites baseados na PMM, o ACDH é "o único subsistema que nós não sabemos fazer no Brasil".

De acordo com Quintino, que em breve deve assumir a Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial do INPE, o edital de licitação tem que sair em no máximo um mês, até pelos prazos habituais de contratação adotados pelo Instituto. Na fase precedente à publicação do edital, cinco potenciais fornecedores responderam o Request for Information (RFI), mas entende-se que ao menos seis interessados, todos estrangeiros, farão suas propostas quando da publicação do edital.

Quintino revelou ainda que o seu plano estratégico apresentado no processo de seleção para a Coordenação de Engenharia de Satélites do INPE traça caminhos para o desenvolvimento de sistemas de controle no Brasil. Sua estratégia, que muito provavelmente deverá ser adotada, já que ele se qualificou em primeiro lugar no processo de seleção e aguarda apenas indicação, é adquirir o primeiro ACDH no exterior, exigindo-se no edital participação da indústria nacional e transferência de tecnologia. Em paralelo à compra, seria estruturado no INPE, com participação da indústria, centros de pesquisa e universidades, um programa de desenvolvimento nacional, que aproveitaria os conhecimentos e tecnologia obtidos do fornecedor estrangeiro.
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sábado, 19 de julho de 2008

Entrevista frustrada com Gilberto Câmara

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Ontem (18), estive na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para entrevistar o atual diretor do Instituto, Gilberto Câmara, conforme horário previamente agendado. Lamentavelmente, a entrevista, que tem sido tentada pela reportagem da Tecnologia & Defesa desde agosto do ano passado, foi cancelada algumas horas antes, sob o argumento de conflitos em sua agenda e de uma viagem ao exterior marcada para o dia seguinte.

Desde agosto de 2007, apenas para citar alguns nomes, a reportagem de T&D entrevistou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministro de Assuntos Estratégicos de Longo Prazo, Mangabeira Unger, e o presidente da FIESP, Paulo Skaf. Na entrevista frustrada de ontem, faríamos poucas perguntas, abordando temas relevantes, como a real colaboração do INPE para o desenvolvimento da indústria espacial nacional, o embargo dos EUA ao CBERS, e a posição do INPE frente às ações de alguns estados do Brasil, que estão criando e gerando seus próprios dados sobre desmatamento.

Apesar da frustração de não ter tido a oportunidade de entrevistar Gilberto Câmara, tive uma agradável conversa de quase duas horas com o Eng. Mário Quintino, coordenador do Programa de Satélites Baseados na Plataforma Multimissão (PMM), e que em breve assumirá a Coordenação-Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial. Dentro dos próximos dias, serão postadas no blog várias notas com informações sobre os projetos de satélites desenvolvidos pelo Instituto, colhidas nesta conversa. São informações sobre a PMM, continuidade do Sistema de Coleta de Dados (SCD), embargo dos EUA ao CBERS, entre outras.

Ao atual diretor do INPE, de competência e empenho inquestionáveis, só me resta desejar uma boa viagem à Barcelona, e pedir mais consideração não só à T&D, mas também aos nossos poucos leitores, numa futura oportunidade.
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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Alcântara Cyclone Space

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Cyclone 4 parte do Centro de Lançamentos de Alcântara em julho de 2010, diz presidente da AEB

Agência Espacial Brasileira trabalha com cronograma de um vôo de confirmação com carga brasileira, japonesa e argentina

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, afirmou que o Brasil fará o lançamento, a partir da base de lançamentos de Alcântara, no Maranhão, do foguete Cyclone 4.

Segundo ele, o vôo inicial é parte do acordo entre o Brasil e a Ucrânia, representados pela empresa binacional Cyclone Space. Pela parte ucraniana, será levado ao espaço uma carga japonesa. Já pelo lado brasileiro, “a idéia é lançar um satélite nacional e convidar nossos parceiros argentinos para levar um satélite deles”.

Após a tragédia com o lançamento do VLS, o presidente da AEB ressalta que o Brasil precisa de segurança para lançamentos. “O lançamento será chancela um novo tempo do programa espacial brasileiro, numa nova dimensão e os foguetes Cyclone são muito confiáveis. Na série imediatamente anterior, o Cyclone 3, foram realizados mais de 100 lançamentos com 100% de sucesso. O Brasil precisa desta certeza, precisa de convicção e precisa de um foguete capaz de lançar os foguetes que nós faremos”. (Luís Amorim)

Fonte: JC E-mail (17/07/2008)
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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Novo supercomputador para o INPE

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O anúncio da câmera britânica para o satélite brasileiro Amazônia-1 (ver nota anterior) não foi a única novidade na área de espaço do segundo dia da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi ainda anunciado um investimento de R$ 48 milhões para a aquisição de um poderoso sistema de supercomputação de alta performance para previsão de tempo e o estudo das mudanças climáticas globais. Os recursos virão do Ministério da Ciência e Tecnologia (R$ 35 milhões) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (R$ 13 milhões).

Segundo informou o Ministério da Ciência e Tecnologia, o novo equipamento terá capacidade de processamento efetivo de 15 TFlops (15 trilhões de operações matemáticas por segundo), 50 vezes superior que a capacidade de processamento do mais capaz supercomputador hoje disponível no INPE. O novo supercomputador, que será instalado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP), deverá estar operacional já no ano que vem, e será confi$gurado para funcionar em rede com usuários de todo o país.

O investimento em um novo sistema de supercomputação demonstra mais uma vez o grande destaque que as mudanças climáticas globais e as preocupações generalizadas com o meio-ambiente têm tido nos programas espaciais de todo o mundo, o que não é diferente no Brasil.
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Cooperação Brasil - Reino Unido

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Brasil e Reino Unido anunciam projeto de cooperação espacial

14/07/2008 - 14:18

Brasil e Reino Unido vão trabalhar juntos no espaço: o satélite brasileiro de observação da Terra Amazônia-1 incluirá a câmera britânica RALCam-3. A cooperação será concretizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), e pelo Rutherford Appleton Laboratory – Science & Technology Facilities Council (RAL-STFC).

O fato foi anunciado em conjunto pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelo embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Collecott, em entrevista coletiva durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP).

O satélite Amazônia-1, com lançamento previsto para 2010, será o primeiro satélite de recursos terrestres totalmente desenvolvido pelo Brasil e utilizará a Plataforma Multimissão-PMM de médio porte, também desenvolvida pelo INPE e por indústrias brasileiras, no contexto do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB). O Amazônia-1 carregará, igualmente, um instrumento óptico com resolução espacial de 40 m e capacidade de imageamento de uma faixa de 780 km.

A câmara RALCam-3 produzirá imagens com resolução da superfície terrestre de cerca de 12m e com 110 km de campo de visada. A tecnologia que será utilizada é inédita em satélites brasileiros e permitirá a geração de imagens com maior definição, aptas, por exemplo, a monitorar o meio ambiente e prover a gestão de recursos naturais.

Origens da parceria

Essa cooperação espacial, pioneira nas relações entre os dois países, resultou do documento assinado pelo INPE e o RAL-STFC em abril de 2007, para estimular a colaboração entre as duas instituições, como parte das atividades da parceria Brasil-Reino Unido no âmbito mais geral da ciência, tecnologia e inovação.

Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Reino Unido, em 2006, foi criado o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, que identifica metas e prioridades para ambos os países. Esse plano foi consolidado no Ano Brasileiro-Britânico da Ciência e Inovação (março de 2007 a 2008), que, organizado pela representação diplomática britânica no Brasil e pelo governo brasileiro, por meio do MCT e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), identificou áreas de cooperação entre instituições brasileiras e britânicas. Devido ao sucesso do Ano da Ciência, os governos dos dois países firmaram acordo e iniciaram nova etapa de cooperação bilateral. Essa cooperação, que inclui a organização de eventos, missões e outras atividades, vem promovendo a aproximação e o entendimento entre universidades, institutos de pesquisa e empresas dos dois países em diversas áreas da ciência.

Distribuição gratuita dos dados

Associado aos satélites da série CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite / Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), o Amazônia-1 produzirá imagens com maior freqüência e maior definição, adequadas para monitorar o ambiente e gerenciar recursos naturais. Tais imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, pois o Brasil, por intermédio do INPE, adota a política de dados livres, considerados bens públicos e disponibilizados gratuitamente pela internet.

O Amazonas-1 e a Plataforma Multimissão

O satélite Amazônia-1 é baseado na Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo INPE. A PMM é plataforma genérica para satélites na classe de 500 kg. Com massa de 250 kg, ela provê os recursos necessários, em termos de potência, controle, comunicação e outros, para operar, em órbita, uma carga útil de até 280 kg.

A configuração atual do Amazônia-1 prevê a câmera Advanced Wide Field Imager (AWFI), a ser
desenvolvida pela indústria brasileira. Considerando a capacidade da PMM, há margem técnica para incluir outro instrumento que complemente a missão e represente um avanço em termos tecnológicos e de aplicações. A câmera britânica RALCam-3 tem as características ideais para isso.

Sobre o STFC/RAL

O Rutherford Appleton Laboratory (RAL) está diretamente ligado ao Science & Technology Facilities Council (STFC), o conselho de pesquisa britânico responsável pela gestão de tecnologia e infra-estrutura para pesquisas científicas no Reino Unido. Foi criado em abril de 2007, pela fusão do CCLRC – Council for the Central Laboratory of the Research Councils (Conselho Gestor do Laboratório Central dos Conselhos de Pesquisa) e do PPARC – Particle Physics and Astronomy Research Council (Conselho de Pesquisa sobre Física de Partículas e Astronomia). O RAL também é responsável pelas Instalações de Neutron & Síncroton e pela Instalação de Laser Central, e seu programa espacial está associado ao Centro Espacial Nacional Britânico.

Fonte: MCT

Comentários: existem no Brasil hoje ao menos duas indústrias capazes de projetarem e construírem câmeras espaciais, inclusive de alta-resolução. Cabem, então, algumas perguntas: adotar esta câmera britânica como um dos sensores do satélite Amazônia-1 não seria uma atitude predatória ao pequeno setor industrial espacial brasileiro? Esta cooperação envolverá algum tipo de transferência de tecnologia? Esperamos ter em breve respostas para estas questões...
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domingo, 13 de julho de 2008

Programa Espacial na Reunião da SBPC

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Começou hoje (13), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a 60a Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A edição deste ano de um dos mais tradicionais eventos do setor de ciência e tecnologia do País dará um grande destaque para o Programa Espacial Brasileiro.

A Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) contarão com um espaço de 140 m² para expor seus principais projetos, como o projeto do Centro de Lançamento de Alcântara (CEA), o Programa Uniespaço, veículos de sondagem, e um protótipo de um giroscópio à fibra ótica, ambos desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA). O evento da SBPC também contará com a participação de entidades não-governamentais, como a Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), que divulgará os seus propósitos e atividades.

De acordo com uma nota divulgada pela AEB, na próxima quinta-feira (17), o Programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) será amplamente discutido. O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, proferirá, às 10h30, uma palestra intitulada a "Contribuição do Programa CBERS para as Relações Brasil-China", considerado por muitos o maior programa de cooperação científica e tecnológica já realizado por países em desenvolvimento. Na parte da tarde, a partir das 14h30, César Celeste Ghizoni, diretor da Equatorial Sistemas, abordará o tema "Capacitação da Indústria: O Programa CBERS como Formador de Recursos Humanos na Iniciativa Privada". Logo em seguida, das 16h30 às 18h15, José Carlos Neves Epiphanio, do INPE, falará sobre a "Política de Dados do CBERS: Distintas Visões".
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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cooperação Brasil - Suécia

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Delegação espacial sueca visita AEB

09/07/2008 13:24:00

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, recebeu, na quarta-feira, 2 de julho, uma delegação composta membros do Conselho Espacial Nacional Sueco (SNSB). A missão sueca, chefiada pelo Secretário de Defesa, Hakan Jevrell, veio conhecer o Programa Espacial Brasileiro e explorar as possíveis áreas de cooperação poderão ser estabelecidas entre os dois países. “Está muito claro que a cooperação internacional é o único caminho viável para o desenvolvimento de grandes projetos na área espacial”, ressaltou o Secretário de Defesa.

Depois de apresentar o Programa Espacial Brasileiro, ressaltou a necessidade de criação de um pólo de Desenvolvimento Tecnológico, formado por um cluster de empresas e instituições na área de ciência, tecnologia e espaço na região de Alcântara.

Martin Krynitz, representante da área espacial sueca elogiou a forma como o Brasil gerencia seus satélites. Os suecos se mostraram particularmente interessados nas campanhas com balões estratosféricos realizadas, com sucesso, pelo Brasil.

Para finalizar, Ganem sugeriu três temas para uma provável cooperação: microsatélites, lançamentos de foguetes de sondagem no Brasil e troca de conhecimento na formação de recursos humanos. O presidente da AEB , em resposta ao senhor Krynitz, disse que estudará a possibilidade de dispor as imagens geradas pelo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), ouvindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast).

Ele sugeriu, ainda, que seja criado um grupo de trabalho conjunto como primeiro passo para efetivar a cooperação entre os dois países na área espacial.“O espaço é a liberdade dos nações, independente dos limites territoriais dos países, por isso é importante que acontecem encontros como esse”, concluiu.

Conselho Espacial Nacional Sueco (SNSB)

O Conselho Espacial Nacional Sueco (SNSB) é uma agência governamental, responsável pelas atividades nacionais e internacionais relativas ao espaço, especialmente nos campos de sensoriamento remoto, pequisas e desenvolvimento. O Programa Espacial sueco é executado por meio de extensiva cooperação internacional e adesão do país à Agência Espacial Européia (ESA). Juntamente com a ESA, a Suécia já desenvolveu satélites de observação da Terra como o ERS-1, ERS-2, ENVISAT e os satélites meteorológicos METEOSAT, MSG e METOP.

Além disso, o país participa do Monitoramento Global para o Meio Ambiente e Segurança (GMES). O sistema foi lançado em 1988, pela Comissão Européia e um grupo de agências espaciais, com intuito de garantir um melhor gerenciamento e segurança do meio ambiente.

As atividades do programa espacial sueco voltadas para a pesquisa básica fazem uso de foguetes e balões de alta altitude, especialmente nos setores de estudos atmosféricos , pesquisa em microgravidade para ciência dos materiais e biomedicina.

Fonte: AEB
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terça-feira, 8 de julho de 2008

"Grandes Missões da NASA"

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Ontem (7), foi exibido o segundo episódio da série "Grandes Missões da NASA", produzida pelo Discovery Channel em comemoração aos 50 anos de existência da National Aeronautics Space Administration (NASA), a agência espacial norte-americana. O primeiro, que infelizmente não assisti, foi transmitido no domingo passado (6).

Apesar da série não ter nada a ver com as atividades espaciais latino-americanas, achei válida esta postagem, já que é um assunto que deve interessar muitos dos leitores.

Tudo que haviam dito antes da estréia da série parece ser verdade, isto é, fizeram intenso uso de imagens dos arquivos da NASA, inclusive várias geradas a bordo das próprias naves no espaço. Algumas são de fato impressionantes. No episódio de ontem, foram exibidos trechos de um vídeo da primeira atividade extra-veicular (EVA, sigla em inglês) norte-americana, realizada pelo astronauta Edward White a bordo da espaçonave Gemini 4, em junho de 1965. Foi uma missão bem-sucedida, mas realizada meio que às pressas, ignorando-se vários riscos e incertezas, numa espécie de resposta à União Soviética (a série tem como pano de fundo a Guerra Fria), que havia realizado algo equivalente algum tempo antes.

"O documentário tem muito valor histórico, fiquei fascinado com as imagens que documentam os primórdios das viagens espaciais. o público vai ver o trabalho envolvido no processo de preparação dos astronautas e conhecer um pouco mais do lado humano da NASA, além da aplicação prática dos estudos realizados durante as missões", diz sobre a série o astronauta brasileiro Marcos César Pontes, que, inclusive, participa da versão brasileira, narrando a história das missões.

Fica aí a sugestão, a título de "cultura espacial". Os próximos quatro episódios serão transmitidos às segundas-feiras, das 21h00 às 22h00, de 14 de julho a 4 de agosto, no Discovery Channel.
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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sistemas inerciais: o calcanhar-de-aquiles do VLS

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O sistema de navegação inercial (inertial navigation system - INS) é um dos componentes mais críticos de um lançador espacial, uma vez que possibilita a guiagem e o controle da trajetória do veículo, essenciais para a correta inserção da carga útil em órbita, de modo autônomo, sem auxílio de qualquer sinal externo. Uma plataforma INS é geralmente constituída de dois sensores principais, o acelerômetro, empregado para se determinar as acelerações do centro de massa do veículo, e o giroscópio, usado para determinar as rotações em torno do centro de massa do veículo e, por conseqüência, sua orientação em relação à sua trajetória.

Justamente por ser um componente crítico em projetos de lançadores, e também essencial para a construção de mísseis de longo alcance, as plataformas INS têm sua comercialização bastante restrita no mercado internacional, sendo um dos itens mais controlados pelo Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (Missile Technology Control Regime – MTCR).

Na primeira metade da década de oitenta, a Avibrás, tradicional indústria brasileira do setor aeroespacial e defesa, contando com uma equipe de pesquisadores oriunda do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), subordinado ao Centro Técnico Aeroespacial (CTA), deu início ao desenvolvimento de uma plataforma inercial destinada ao projeto do VLS-1. Alguns anos mais tarde, a plataforma estava concluída, e na época, em termos técnicos, foi tida como um sucesso. Comercialmente, porém, foi um fracasso, por razões que, segundo alguns envolvidos à época com o projeto, foram eminentemente políticas.

No começo de 1995, o VLS-1 se aproximava de seu primeiro vôo, e com o fracasso comercial do projeto da Avibrás, o governo recorreu à Rússia, que acabou fornecendo cinco plataformas. Na época, a compra dos sistemas foi bastante criticada no exterior, em especial pelo governo dos EUA, que temia a proliferação de tecnologia de mísseis. A preocupação norte-americana foi evidenciada em duas reportagens publicadas na imprensa daquele país. Em 8 de junho, o jornal "The Washington Post" publicava uma matéria intitulada "U.S. waives objection to Russian missile technology sale to Brazil", enquanto que na edição de julho/agosto do boletim especializado "Arms Control Today", saía outra reportagem, mais incisiva, sob o título "U.S. waives Russia-Brazil MTCR violation". Em agosto daquele ano, na cerimônia de apresentação do jato regional EMB-145, da Embraer, Fernando Henrique Cardoso, então Presidente da República, deu em seu discurso resposta às preocupações internacionais, ressaltando o caráter pacífico do Programa VLS. Ainda em 1995, o Brasil aderiu ao MTCR.

Das cinco plataformas adquiridas, três foram perdidas nas operações de lançamento de 1997, 1999 e 2003, e outra num esforço de pesquisa realizado pelo IAE. Resta apenas uma.

Com o passar dos anos, as restrições comerciais e políticas para aquisição de plataformas INS se tornaram ainda mais rígidas, o que tornou ainda mais essencial a necessidade de se ter o domínio desta tecnologia, vital para se alcançar autonomia no acesso ao espaço. Desde 2005, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB), o IAE e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com recursos de fundos setoriais geridos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), desenvolvem em conjunto uma plataforma inercial para aplicações aeroespaciais, como em foguetes e em satélites artificiais.

A pesquisa já colhe alguns frutos. Na operação Cumã-II, realizada no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em julho do ano passado, um dos experimentos realizados a bordo do foguete de sondagem VSB-30 foi o Sistema Dinâmico de Vôo (SDV), desenvolvido em conjunto pelo IAE e pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv/CTA). O SDV era composto por dois giroscópios à fibra ótica, instalados com alinhamento segundo o eixo longitudinal do foguete. Este foi um dos vários testes previstos ao longo do desenvolvimento, devendo no futuro ocorrer outros vôos suborbitais e também ensaios em aviões. O objetivo é ter uma plataforma operacional até o início da próxima década, para o vôo de um protótipo completo do VLS-1.
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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Cooperação Brasil - Venezuela

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Governos Brasileiro e Venezuelano assinam acordo de cooperação Espacial

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez assinaram recentemente, em Caracas,Venezuela, o acordo Quadro de Cooperação em Ciência e Tecnologia Espacial. O termo tem o objetivo de impulsionar, fortalecer e concretizar oportunidades de cooperação científico-tecnológica no campo da exploração e utilização do espaço externo com fins pacíficos.

Em cada país foi escolhido um órgão para os propósitos de implementação, avanço e cumprimento do acordo. No Brasil os trabalhos serão realizados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Na Venezuela, a responsabilidade será da Agência Bolivariana para Atividades Espaciais (ABAE), órgão subordinado ao Ministério do Poder Popular para a Ciência e Tecnologia.

Estes órgãos devem formar um Comitê Coordenador, composto por três membros, o qual tem a responsabilidade de promover e regulamentar a instrumentação do acordo. O Comitê tem, entre outras atividades, que promover a obtenção de recursos financeiros e de informação necessárias para atender os programas e fomentar a transferência dos resultados dos projetos conjuntos.

O encontro entre Chávez e Lula faz parte das reuniões trimestrais planejadas com a finalidade de fortalecer a integração binacional. A próxima reunião ocorre em setembro próximo.

Fonte: MCT
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Nova diretoria da AEB

AEB tem nova diretoria

03/07/2008 14:17:00

A Agência Espacial Brasileira (AEB) completou, nessa semana, o quadro de direção com a posse do diretor de Planejamento e Administração, Renato Araújo. Nos últimos dias foi empossado, ainda, o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento, Major-Brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves. Thyrso Villela assumiu em abril a diretor de Satélites e Aplicações e Himilcon Carvalho se manteve no cargo de diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos.

Veja o perfil de cada um:

Renato Araújo - Advogado, Engenheiro Civil e Tecnológo Mecânico. Durante sua vida profissional foi diretor de Administração na Companhia Docas do Rio de Janeiro, gerente de projetos na Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde, coordenador-geral de Infra-Estrutura de Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e exerceu o cargo de chefe de gabinete no Tribunal Regional Federal da 1° Região.

Foi, também, conselheiro do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), conselheiro do Conselho das Cidades, gerente-executivo para implementação do Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa) e representante do governo brasileiro no Comitê da Indústria Automotriz – SGT-3/MERCOSUL, entre outras atividades.

Hugo Chaves - Major-Brigadeiro Antonio Hugo Pereira Chaves foi cadete da Academia da Força Aérea (AFA), em 1967. Concluiu todos os cursos acadêmicos da carreira de oficial-aviador, além do curso que o qualifica como Piloto Operacional em Reconhecimento e Ataque. Cursou Engenharia Eletrônica no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e é Doutor Engenheiro em automatismo pela Escola Nacional Superior de Aeronáutica e Espaço (ENSAE), que fica em Toulosse (França).

Orientador Acadêmico nos Cursos de Pós-Graduação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), foi, também, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Gerente do Projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS 1), diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço e presidente da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica. Possui 20 condecorações nacionais.

Thyrso Vilella - É Pesquisador Titular da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional dePesquisas Espaciais (INPE) e bolsista de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É Bacharel em Física pela Universidade de Brasília, Mestre e Doutor em Astronomia pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio doutorado-sanduíche na University of California, Berkeley, EUA, onde trabalhou no Space Sciences Laboratory e no Lawrence Berkeley National Laboratory. É professor do curso de pós-graduação em astrofísica do INPE; formou oito doutores e seis mestres.

Participou da construção de vários experimentos para detecção de microondas, raios X e raios gama de origem cósmica e do desenvolvimento de plataformas capazes de realizar apontamento e estabilização automáticos em vôo de instrumentação científica. Foi co-investigador no experimento HXRS, no satélite SAC-B. É autor de cerca de cinqüenta artigos científicos e técnicos publicados em periódicos internacionais nas áreas deastrofísica, física, pesquisa espacial, instrumentação científica e microondas, e de um livro paradidático de astronomia, publicado pela Editora Unesp, além de artigos de divulgação científica.

É membro da Sociedade Astronômica Brasileira, da qual foi presidente e secretário, da Sociedade Brasileira de Física, da Associação Aeroespacial Brasileira e da International Astronomical Union (IAU). Atualmente, é membro da Comissão Brasileira de Astronomia, que assessora e representa o CNPq junto à IAU.

Himilcon Carvalho - Formado em Engenharia Eletrônica, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Himilcon de Castro Carvalho está, desde julho de 2004, à frente da Diretoria de Política Espacial e Investimentos Estratégicos (DPEI) da AEB.

Além de coordenar o Programa de Satélites Científicos e Experimentos do Inpe de 1999 a 2004, Himilcon trabalhou como engenheiro de sistemas espaciais e de confiabilidade nos projetos dos Satélites de Coleta de Dados (SCD 1 e SCD 2) daquele instituto.

Concluiu, na Ecole Nationale de l' Aéronautique et de l' Espace (SUP'AERO/Ensae), em Toulouse (França) cursos de especialização em Telecomunicações Espaciais e mestrado em Engenharia Eletrônica. O doutorado, na mesma área, foi cursado no Laboratoire d'Automatique et d'Analyse des Systèmes.

Fonte: AEB

terça-feira, 1 de julho de 2008

Campanha de Balões SCOUT

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Campanha de Balões SCOUT lança último experimento científico

30/06/2008

Da base instalada no aeroporto de Timon, no Maranhão, foi realizado na sexta-feira (27/6), às 02h22, o último lançamento da Campanha de Balões SCOUT 2008, uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) da França. Durante o mês de junho foram lançados, em balões de pressão zero, sete experimentos científicos de vários países da União Européia.

O experimento LPMA-DOAS, com peso de 530 kg, foi lançado em um balão de 402 mil m3 e atingiu 37,2 km de altitude. Depois de voar por aproximadamente 16 horas, o experimento foi resgatado nas proximidades de Capinzal do Norte (MA).

Desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisas da França (CNRS), Universidade Pierre e Marie Curie e Universidade de Heidelberg, o experimento LPMA-DOAS (Limb Profile Monitor of the Atmosphere / Differential Optical Absorption Spectroscopy) tem como objetivo principal a obtenção do perfil estratosférico de uma série de constituintes relacionados à química do ozônio de latitudes tropicais, para a aprovação do satélite ENVISAT da Agência Espacial Européia (ESA).

Campanha de Balões SCOUT

A campanha SCOUT é a primeira do Programa Específico de Cooperação assinado em 2007 entre CNES e AEB/INPE que, em cinco anos, lançará balões para pesquisa atmosférica na região equatorial brasileira. O acordo técnico-científico tem a participação dos pesquisadores Plínio Alvalá e Karla Longo, da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA), Saulo Freitas, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), e da equipe do Setor de Lançamento de Balões do INPE.

Os sete experimentos vão gerar dados para pesquisas com foco na relação entre química e clima na troposfera superior e estratosfera inferior e as trocas entre estas duas camadas. Entre os objetivos estão o estudo da camada de ozônio, previsão de mudanças climáticas e a validação de instrumentação dos satélites METOP e ENVISAT da Agência Espacial Européia (ESA).

Fonte: INPE
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