quinta-feira, 30 de abril de 2009

PAC e Alcântara Cyclone Space

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Empresa quer base de Alcântara no PAC

Paulo de Tarso Lyra

O diretor-geral brasileiro da Cyclone Alcântara Space (CAS), Roberto Amaral, pediu ontem à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a inclusão do projeto de lançamento do satélite binacional no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto está atrasado desde o seu princípio, em dezembro de 2007. Amaral espera que, com a inclusão no PAC, as coisas funcionem em um novo ritmo. "Incluir no PAC mostra que o projeto é prioritário para o país e a burocracia diminui", disse ele.

Amaral afirma que algumas barreiras já foram transpostas. Ontem ele esteve com a ministra Dilma para apresentar o diretor-geral ucraniano, Alexander Ardyuk. Há dois dias, ficou acertado um aumento de capital de US$ 105 milhões para US$ 475 milhões, divididos equitativamente entre ambos os países. No entanto, Amaral precisa, ainda, convencer o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a desembolsar a contrapartida brasileira. "Além de uma quantidade maior de recursos, o aporte de capital nos coloca em um novo patamar no cenário internacional", disse ele.

Presidente em exercício do PSB e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral acredita que o "carimbo de prioritário" da inclusão no PAC servirá, por exemplo, para acelerar o processo de licença ambiental da área onde o lançamento será feito. Ele afirma que a intenção da empresa é iniciar as obras de terraplanagem em agosto deste ano para lançar o primeiro satélite, ainda que sem fins comerciais, no segundo semestre de 2010. O lançamento comercial está previsto para 2011.

Ele admite que o mesmo pedido já havia sido feito em outras oportunidades à ministra Dilma. Mas, desta vez, acha que será atendido. "Ela prometeu advogar pessoalmente junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva", acrescentou. No fim de maio está prevista uma reunião do presidente Lula com todos os ministérios diretamente ligados ao projeto, como Defesa e Ciência e Tecnologia. "Esperamos, antes disso, êxito no nosso pleito."

Amaral disse ser coisa do passado a disputa judicial com os quilombolas, que reivindicavam como sua uma área de 78 mil hectares, de um total de 114 mil hectares que constituem a península de Alcântara, no Maranhão. A antiga base de Alcântara, controlada pela aeronáutica, explodiu em agosto de 2003, matando mais de 20 engenheiros, na maior tragédia sofrida pelo setor na história brasileira. "Vamos construir uma nova base de lançamento de foguetes, que será controlada pela binacional Brasil-Ucrânia", reforçou.

Amaral também anunciou o recapeamento de 51 quilômetros da MA 106, que liga o Porto Marítimo ao Centro de Lançamentos (CLA), facilitando o deslocamento de veículos na região. O diretor brasileiro acrescentou ainda que, no início de agosto, o presidente da Ucrânia, Victor Yuschenko, virá ao Brasil para encontrar-se com o presidente Lula. A intenção de Roberto Amaral é agendar com os diplomatas do Itamaraty uma visita dos dois presidentes à base de lançamento de foguetes em Alcântara.

Fonte: jornal Valor Econômico, 30/04/2009

Comentários: todas as notícias que têm sido publicadas sobre a empresa binacional Alcântara Cyclone Space indicam um esforço da direção da empresa, liderada pelo ex-ministro Roberto Amaral, em cumprir com o cronograma de primeiro lançamento no final de 2010, objetivo bastante arrojado, como já foi dito em algumas ocasiões aqui no blog. Apenas a título de informação, as obras de infraestrutura do lançador russo Soyuz, em Kourou, na Guiana Francesa, foram iniciadas em abril de 2005 e ainda não foram concluídas. Espera-se que o primeiro lançamento do Soyuz a partir de Kourou ocorra no final desse ano ou começo de 2010.
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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cooperação Brasil - Ucrânia

Presidente da AEB recebe presidente da Agência Ucraniana (NSAU)

28/04/2009 17:50:37

Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), acompanhado da diretoria da Agência, reuniu-se hoje, terá-feira, 28 de abril, com o presidente da Agência Espacial Ucraniana (NSAU), Dr. Oleksandr Zinchenko. Eles discutiram sobre o fortalecimento da cooperação estratégica entre Brasil e Ucrânia na área espacial.

O apoio ao plano de marketing e de negócios da empresa binacional Alcantara Cyclone Space (ACS) está entre as prioridades das duas Agências, que, também, inclui o desenvolvimento conjunto de lançadores, a utilização de micro-satélites, avanços em novas tecnologias espaciais, em vista de uma maior autonomia e menor vulnerabilidade dos dois países na área espacial e o intercâmbio de especialistas e estudantes de pós graduação. O setor de energia, especialmente a solar, que guarda relação com a tecnologia espacial, também será tema de trabalho conjunto entre AEB e NSAU.

Fonte: AEB

Comentário: a visita dos ucranianos não se restringe à AEB. Estava prevista na agenda do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na tarde de hoje (29), uma visita de Sérgio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia, e Oleksandr Zinchenko, da NSAU.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Satélites equatoriais para observação terrestre

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A Equatorial Sistemas, indústria espacial brasileira com sede em São José dos Campos (SP), fará durante o XIV SBSR – Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que começou ontem (28), em Natal (RN), apresentação sobre um conceito de monitoramento de regiões tropicais com satélites de órbita equatorial. O conceito em si é inédito, uma vez que satélites de observação terrestre tradicionalmente são posicionados em órbita polar. E por essa razão, os países situados em regiões tropicais (caso do Brasil), não são servidos eficientemente pelos satélites imageadores em órbita.

Segundo pode apurar o blog, a ideia, já estudada há algum tempo pela Equatorial Sistemas e seus parceiros, teve sua viabilidade técnica demonstrada. Na apresentação do conceito, a Equatorial propõe ainda a "criação de um sistema de monitoramento dedicado para a Amazônia com tecnologia e recursos nacionais." O sistema seria baseado em alguns microssatélites, na faixa de 100 kg, que formariam uma constelação otimizada para o imageamentoda região amazônica.

A apresentação detalhada sobre o conceito proposto pela empresa, inclusive com comparações das órbitas polar e equatorial, está disponível em seu web-site. Para acessá-la, clique aqui.
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segunda-feira, 27 de abril de 2009

INPE e INVAP

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Opinião: INPE e INVAP escrevem história

por Mario Eugenio Saturno

Quem como eu tem quase meio século de vida, lembra-se perfeitamente da corrida armamentista que o Brasil e Argentina viviam até o final da década de 1970. Porém, neste mês de abril, os dois países iniciaram uma nova fase histórica, a cooperação em tecnologias críticas.

Eu era criança mas me lembro bem, o Brasil adquirira doze aviões de caça Mirage que chegaram ao país em 1973. Era uma resposta a uma compra Argentina. Lembro, ainda incrédulo do primeiro Mirage que foi “abatido” por um urubu. Além das aquisições de armas modernas, Brasil e Argentina desenvolviam uma indústria de armas e munições, programas nucleares e espaciais, entenda-se como foguete balístico.

Na área nuclear, a Argentina optou pela solução caseira, criou-se INVAP, San Carlos de Bariloche, conhecida cidade turística. A empresa é um caso de sucesso, foram capazes de avançar tornando-se exportadores de reatores nucleares. Também alcançou sucesso na área espacial.

Já o Brasil caiu no conto do programa nuclear da Alemanha. Deveria receber tecnologia, inclusive de enriquecimento de Urânio. Doce ilusão do período militar. Esse acordo desviou os recursos dos programas nacionais. O único que permaneceu foi o da Marinha, porém, como o programa do foguete, os oficiais vêm e vão a cada dois anos, não gerando continuidade no programa. As iniciativas civis morreram assistindo inertes o sucesso argentino.

O Brasil construiu Itaipu. A Argentina enfrentou a Inglaterra pelas Malvinas. As ditaduras dos dois países caíram. A democracia voltou.

Presidentes foram eleitos, iniciando uma nova fase para o cone sul da América do Sul. Surgiu o Merco-Sul. A Argentina aceitou o acordo com os Estados Unidos, desativou o desenvolvimento e ganhou a NASA como parceira e consultora. O Brasil insistiu no programa do lançador, alcançando sucesso em vôos sub-orbitais mas um temeroso fracasso para lançar satélites.

O Brasil começou bem com os satélites de coleta de dados, mas esbarrou em problemas jurídicos com os de sensoriamento remoto, a Lei de Licitações, mais as interpretações rígidas dos juízes que aparentemente beneficiavam algum concorrente mas na prática prejudicaram todo o parque nacional por mais de dez anos. Acrescente ainda o acordo entre China e Brasil que causou o fechamento da tecnologia de ponta dos Estados Unidos.

Agora, o Brasil finalmente terá seu primeiro Satélite de Sensoriamento Remoto, denominado Amazônia-1, com tecnologia argentina de controle de apontamento e órbita, apoveitando um acordo entre os dois países. Essa é uma oportunidade histórica, pois pela primeira vez, desde o fim da corrida armamentista, os dois países colaboram em uma tecnologia crítica. E esse importante primeiro passo para a sedimentação da irmandade iniciou em 13 de abril último, quando dez pesquisadores do INPE foram até a INVAP esclarecer as necessidades de controle do satélite brasileiro. Um importante marco para a história dos dois maiores países da América do Sul.

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)

Fonte: jornal O Girassol
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domingo, 26 de abril de 2009

Tecnologia espacial russa na LAAD 2009

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Um dos maiores destaques, senão o maior, da área espacial na LAAD 2009 foi a presença das indústrias e centros de pesquisas espaciais da Rússia, que compareceram à feira sob a liderança da International Association of Space Activities Participants (IASP), e da agência espacial russa, a Roscosmos.

Num estande de 180 m2, nove empresas e centros de pesquisas do país pioneiro na exploração espacial expuseram praticamente toda a gama russa de produtos e serviços relacionados ao espaço, como satélites científicos, de telecomunicações e observações terrestres, subsistemas e materiais, sondas interplanetárias, estações terrenas, veículos lançadores e propulsores dos mais variados portes.

Em depoimento dado a uma edição da revista russa “Air Fleet”, traduzida precariamente para o português especialmente para a LAAD, Vladimir Turdenev, embaixador da Rússia no Brasil, destacou os principais planos de cooperação: projetos conjuntos de desenvolvimento e construção de veículos lançadores com propulsão líquida; projetos de satélites de telecomunicações; e aproveitamento, desenvolvimento e evolução do sistema de posicionamento global GLONASS.

Das três áreas, as cooperações em veículos lançadores e o uso do sistema GLONASS são as mais avançadas, inclusive com atividades concretas em desenvolvimento, conforme apontou no primeiro dia da feira (14), em conferência, Vladimir Kolnoochenko, da Roscosmos. Na edição da revista “Air Fleet”, quase que inteiramente dedicada às tecnologias espaciais da ex-república soviética, foram mencionados os projetos no Brasil que envolvem empresas e centros de pesquisa russos, como atividades relacionadas à segurança e modernização do VLS-1, inclusive com uso de um estágio de propulsão líquida no lançador brasileiro, auxílio em infraestrutura para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) (plataforma do VLS-1), e formação e treinamento de especialistas brasileiros.

Em relação ao GLONASS, em novembro de 2008, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Roscosmos assinaram um instrumento de cooperação acerca do sistema (para mais informações, clique aqui). Na LAAD 2009, representantes russos fizeram questão de frisar as possibilidades, tanto de natureza tecnológica (mais resistentes a quaisquer interferências), como políticas, que o GLONASS permite aos seus usuários. Em entrevista concedida a uma publicação russa, Yuri Urlichich, projetista-chefe do GLONASS, afirmou ser patente o interesse de muitos países pelo sistema, em particular países do mundo árabe e América Latina. A razão, de acordo com Urlichich, seria o fato de que “a qualidade de dois sistemas é sempre mais alta de que a qualidade de um só sistema.”

Quanto ao satélite de telecomunicações, o interesse é no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que também atrai as atenções de indústrias da França, Alemanha e Itália, consideradas favoritas. Outros interessados, segundo informações que chegaram ao conhecimento do blog, embora não tenham sido confirmadas, seriam indústrias do Canadá e Ucrânia, que apresentariam proposta conjunta de cooperação/construção do SGB.

Em breve, serão postadas mais informações sobre o que aconteceu em termos de tecnologia espacial na LAAD 2009. Para ler o que já foi publicado no blog sobre a feira, clique sobre os títulos a seguir: De olho no SGB, Brasil é um das prioridades da EADS Astrium em 2009, e Espaço na LAAD 2009.
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SBSR no "Ano da França no Brasil"

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Como parte da programação oficial do "Ano da França no Brasil", as principais características e aplicações dos satélites franceses serão apresentadas nesta terça-feira (28), às 9 horas, no XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que está sendo realizado no Centro de Convenções de Natal (RN).

A sessão especial "Sensoriamento Remoto na França: História e Perspectivas" irá mostrar os grandes passos da história do Programa Espacial Francês e como os avanços da tecnologia espacial naquele país podem ser úteis para a sociedade e para o desenvolvimento sustentável. A sessão será coordenada por Joël Barre, do Centre Nationale D'Etudes Spatiales (CNES), e Frédéric Huynh, do Institut de Recherche por le Développement (IRD). Também participam Dominique Lasselin (IGN), Aurélie Sand (CNES) e Daniel Vidal-Majdar (GMES).

Brasil e França colaboram em estudos na área espacial há vários anos e no final de 2008, durante a vista do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) firmaram Memorando de Entendimento para ampliar e aprimorar a cooperação mútua em áreas específicas da ciência, tecnologia e inovação espaciais. Saiba mais em http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1709

Monitoramento da Amazônia

Outro destaque da programação desta terça-feira no SBSR é a mesa-redonda "Monitorando o Desflorestamento da Amazônia com Sensoriamento Remoto", da qual participam Dalton Valeriano, coordenador do Programa Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Carlos Souza Jr, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON); e Solange Costa, do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).

Desde 1988, o Brasil produz estimativas anuais das taxas de desflorestamento da Amazônia usando dados de satélite, especialmente os da série Landsat. A partir de 2004, dados de alta resolução temporal do sensor Modis passaram a ser usados em sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Também imagens de radar vêm sendo testadas para complementar os sistemas que operam na faixa do visível e infravermelho, como alternativa nas áreas cobertas por nuvens na Amazônia. A discussão sobre as técnicas de monitoramento começa às 9 horas.

Workshops e Sessões

Estudos Urbanos, Análise Ambiental, Desmatamento, Geoprocessamento, Radar e Hidrologia são os temas das sessões técnicas da terça-feira. Também haverá três workshops: Monitoramento Global da Agricultura; Radar Imageador; e Processamento e Classificação de Imagens Digitais - Novos Desenvolvimentos. Confira o programa completo do evento em http://www.dsr.inpe.br/sbsr2009/pdf/programa.pdf

O SBSR

Cerca de 1.500 pessoas, entre especialistas das mais renomadas instituições brasileiras e internacionais, estudantes e usuários das tecnologias para observação da Terra, participam até quinta-feira (30) do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), no Centro de Convenções de Natal (RN).

Organizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Sociedade de Especialistas Latino-americanos em Sensoriamento Remoto (SELPER), o SBSR é o maior evento latino-americano sobre o uso de imagens de satélites e geoprocessamento.

A ampla programação favorece o debate e a divulgação de pesquisas, novas tecnologias e aplicações do sensoriamento remoto. São workshops, mesas-redondas, palestras, sessões orais e painéis nos mais variados temas, como Floresta, Agricultura, Geologia, Hidrologia, Oceanografia, Monitoramento Ambiental, Planejamento Urbano e Regional, Cartografia, Sistemas, Sensores, Processamento de Imagens, Geoprocessamento, Ensino, entre outros.

Site do evento: www.dsr.inpe.br/sbsr2009

Fonte: INPE
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Spot Image abre filial no Brasil

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A Spot Image inaugurou hoje (22) a sua filial no Brasil, localizada em São Paulo (SP), em evento que contou a presença de executivos do grupo no País, autoridades e parceiros comerciais.

Em março, quando a empresa francesa anunciou que criaria uma filial no País, Hervé Buchwalter, diretor-presidente da Spot Image declarou: "Estamos abrindo a Spot Image Brasil para acompanhar a forte evolução do mercado da informação geográfica no Brasil ligada à crescente importância dos temas ambientais."

A subsidiária brasileira, que desenvolverá suas atividades em colaboração com uma rede de distribuidores já estabelecida no Brasil, formada pelas empresas Engemap, Gaiasat, Hiparc e Tecnomapas, será dirigida por Pierre Duquesne, que desde 2004 é o representante da Spot no País. Esta será a sexta filial do grupo depois da Spot Imaging Services (Austrália), Beijing Spot Image (China), Spot Image Corporation (EUA), Tokyo Spot Image (Japão) e Spot Asia (Cingapura).

"Vamos acompanhar a forte evolução do mercado de informação geográfica no Brasil e atuar em todas as áreas de aplicação das tecnologias espaciais de observação da Terra, oferecendo imagens óticas ou de radar", afirmou Duquesne.

Soluções

A Spot Image já fornece há muitos anos imagens de satélite para apoiar as políticas públicas de preservação ambiental no Brasil, em particular na Amazônia. Segundo divulgou a companhia em nota, a criação da subsidiária no País tem como objetivo "aprofundar essas parcerias oferecendo sua ampla linha de imagens óticas ou de radar com o objetivo de desenvolver serviços adaptados às exigências de seus clientes brasileiros. Para os mercados agrícolas, e em especial as lavouras de cana de açúcar, a Spot Image Brasil prepara atualmente, em colaboração com a Infoterra, filial da Astrium, uma oferta de serviços profissionais específicos usando as aplicações das tecnologias espaciais de observação da Terra."

Para o mercado agrícola, a Spot Image Brasil prepara atualmente, em colaboração com a Infoterra, também filial da EADS Astrium, uma oferta de serviços profissionais específicos usando as aplicações das tecnologias espaciais de observação da Terra. É o caso do recém-lançado SPOTCana (http://spotcana.spotimage.com/), voltado para o setor sucroalcooleiro, que se dedica ao monitoramento das lavouras de cana de açúcar.

Na área ambiental a Spot Image vem fornecendo há muitos anos imagens de satélite para apoiar as políticas públicas de preservação, em particular na Amazônia. O SPOTMaps (http://spotmaps.spotimage.com/), também recém-lançado, é a solução da empresa para projetos de mapeamento do uso do solo, da reserva legal e das áreas de preservação permanente. A empresa disponibiliza desde já um mosaico de imagens de satélite de alta resolução das regiões Sul e Sudeste do país. Eventualmente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) adquire imagens da Spot Image para complemento ao Projeto PRODES, de monitoramento do desmatamento da Amazônia.

Satélites

A companhia francesa é a operadora comercial dos satélites que dão o seu nome, e também fornece imagens geradas por outros satélites com sensores óticos, como o FORMOSAT-2 e KOMPSAT-2, operados pelos governos de Taiwan e Coréia do Sul, respectivamente. A série SPOT (Satellite pour l'Observation de la Terre), iniciada em 1986, está na quinta geração, com o SPOT 5, colocado em órbita por um lançador Ariane 4 em maio de 2002. O satélite foi desenhado pelo Centre National d'Etudes Spatiales (CNES), construído em parceria com a Astrium e a Spot Image, e conta com sensores óticos capazes de produzir imagens com resolução espacial de 5, 10 e 20 metros, e 1 km.

A família SPOT será nos próximos anos complementada pelos satélites PLEIADES, atualmente em desenvolvimento e que terão capacidade de produzir imagens com resolução de até 0,5 metro.

A Astrium Services, subsidiária da EADS Astrium, possui 81% do total de ações da Spot Image. Juntas, a Spot Image e a Infoterra constituem a divisão de Observação da Terra da Astrium Services, filial da EADS Astrium.
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Simpósio sobre Sensoriamento Remoto

SBSR discute monitoramento da Amazônia

Especialistas do INPE, do Imazon e do Sipam participam de mesa-redonda sobre tecnologias para monitorar o desmatamento na Amazônia durante o XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que acontece de 25 a 30 de abril no Centro de Convenções de Natal (RN).

Desde 1988, o Brasil produz estimativas anuais das taxas de desflorestamento da Amazônia usando dados de satélite, especialmente os da série Landsat. A partir de 2004, dados de alta resolução temporal do sensor Modis passaram a ser usados em sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Além disso, imagens de radar vêm sendo testadas para complementar os sistemas que operam na faixa do visível e infravermelho, como alternativa nas áreas cobertas por nuvens na Amazônia.

Participam da mesa-redonda “Monitorando o Desflorestamento da Amazônia com Sensoriamento Remoto” Dalton Valeriano, coordenador do Programa Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Carlos Souza Jr, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); e Solange Costa, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). A discussão começa às 9 horas de terça-feira (28/4).

Sessão especial “Ano da França no Brasil”

As principais características e aplicações dos satélites franceses serão apresentadas no dia 28 de abril (terça-feira) no SBSR. A sessão especial “Sensoriamento Remoto na França: História e Perspectivas” será coordenada por Joël Barre (CNES - Centro Espacial da Guiana Francesa) e Frédéric Huynh (IRD, Unidade “Espace”).

A sessão faz parte dos eventos oficiais do "Ano da França no Brasil" e pretende mostrar os grandes passos da história do Programa Espacial Francês e como os avanços da tecnologia espacial naquele país podem ser úteis para a sociedade e para o desenvolvimento sustentável. Também participam Dominique Lasselin (IGN), Aurélie Sand (CNES) e Daniel Vidal-Majdar (GMES).

Workshops; Agricultura, Processamento de Imagens e Radar

“Monitoramento Global da Agricultura” é o tema do workshop coordenado Jansle Vieira Rocha (Unicamp), um dos três que será promovido no SBSR na terça-feira (28/4). O monitoramento da produção agrícola mundial tem sido discutido em diversos fóruns, destacando-se o Grupo de Agricultura do GEOSS (Global Earth Observing System of the Systems). Chris Justice e Curt Reynolds, dos Estados Unidos, e Clement Atzberger, da Itália, apresentarão sistemas e metodologias de monitoramento da agricultura em larga escala, cujos dados são fundamentais para a estabilidade dos preços internacionais de alimentos e para evitar crises de abastecimento.

O workshop “Processamento e Classificação de Imagens Digitais: Novos Desenvolvimentos” tem a coordenação de Carlos Vieira (UFV) e Vitor Haertel (UFRGS).

Serão tratados três tópicos principais: métodos para processamento e classificação de imagens em alta dimensionalidade (imagens hiperespectrais); detecção de alterações em imagens multi-temporais; e avaliação da exatidão temática de mapas de ocupação do solo em função da incerteza na informação de referência. Além dos coordenadores do workshop, apresentam palestras Melba Crawford (Purdue University, Estados Unidos), Lorenzo Bruzzone (University of Trento, Itália) e Mário Caetano (Univ. Nova de Lisboa, Portugal).

“Radar Imageador” completa a série de workshops da terça-feira. Coordenado por Waldir Renato Paradella e Luciano Vieira Dutra, ambos do INPE, o workshop mostrará aplicações gerais no país com dados de radar de abertura sintética (SAR) de diversos programas (ASAR, PALSAR, TerraSAR-X, RADARSAT-2, entre outros). Serão apresentadas as mais recentes pesquisas sobre polarimetria, interferometria e processamento digital de imagens SAR com especialistas reconhecidos nestes assuntos. Participam Adrian Bohane (MDA, Canadá), Alessandro Ferretti (National Level Rilevamento Europa, Itália) e Eric Pottier (University of Rennes, França).

Sobre o SBSR

O Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR) é o maior evento do país sobre geoinformação, imagens de satélites e demais tecnologias para observação da Terra. É promovido a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Sociedade de Especialistas Latino-americanos em Sensoriamento Remoto (SELPER). Em sua décima-quarta edição, são esperadas 1.500 pessoas no Centro de Convenções de Natal (RN) entre os dias 25 e 30 de abril.

Confira a programação completa do SBSR em http://www.dsr.inpe.br/sbsr2009/?content=programacao

Fonte: INPE

domingo, 19 de abril de 2009

Debate sobre o Programa Espacial Brasileiro

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Deputados debatem problemas do Programa Espacial Brasileiro

O ex-ministro da Ciência e Tecnologia e diretor-geral da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral, disse, ontem (15), em Brasília (DF), que investir na atividade espacial no Brasil tornou-se essencial, seja pelas informações que podem ser fornecidas sob a forma de imagens, dados e comunicações, coletados e transmitidos sobre o território nacional, seja pelo efeito indutor de inovação, que resultará em grande proveito para a indústria em geral e para a sociedade. O argumento foi apresentado durante o debate promovido pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados sobre os problemas do Programa Espacial Brasileiro (PEB).

Na ocasião, Amaral falou sobre a empresa, criada em 2003, a partir de um acordo entre o Brasil e a Ucrânia, para desenvolver tecnologia espacial. Entre os objetivos da parceria está o de suprir os dois países de capacidade para lançar os seus satélites, atendendo a requisitos de segurança e garantindo acesso independente ao espaço com fins pacíficos. Na oportunidade, foram levantadas as dificuldades para a execução do acordo e para a consecução dos objetivos do país de transformar o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), situado no Estado do Maranhão (MA), em uma das mais importantes bases de lançamento de satélites do mundo.

Amaral citou, como problemas que impedem a implementação do acordo, as falhas e omissões de órgãos governamentais brasileiros; a longa definição quanto à localização e à concessão formal do sítio de lançamento da ACS; a reação das comunidades locais adversas aos projetos espaciais; a falta de ação do Estado em face do bloqueio pelos quilombolas (desde fevereiro de 2008) dos levantamentos iniciais para as obras no sítio do foguete ucraniano Cyclone-4; os obstáculos interpostos pelo Ministério Público Federal (MPF); e as Organizações Não Governamentais (ONGs) estrangeiras que são contra as atividades espaciais na região.

Ele informou que recente ato do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) extinguiu o síto já destiando à ACS e todas as demais áreas de lançamento planejadas, ao destinar uma região de 781 Km para o território da comunidade quilombola de Alcântara. "Isso restringiu demasiadamente o espaço para o progresso das atividades espaciais no Brasil. Restou somente o CLA, com área insuficiente para o pleno cumprimento do PEB", disse Amaral.

Investimentos

Em entrevista ao Gestão C&T online, Amaral disse que o investimento inicial para a criação da ACS, em 2003, chegou a US$ 105 milhões. Em junho de 2008, em reunião realizada na Ucrânia pelo Conselho de Administração da ACS, decidiu-se por aumentar o capital da empresa para US$ 375 milhões. "Atualmente, o montante de recursos para o desenvolvimento da ACS gira em torno de US$ 475 milhões de dólares", informou.

Em relação a redução orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional para 2009, o Programa Nacional de Atividades Espaciais foi cortado em R$ 66,3 milhões. O Poder Executivo destinou R$ 343, 8 milhões no Projeto da Lei Orçamentária Anual 2009 (PLOA 2009), mas os parlamentares reduziram o montante para R$ 277,5 milhões. Segundo Amaral, o corte de verbas para o setor espacial é um grande problema, já que a área sofre com a descontinuidade crônica de recursos financeiros.

Na avaliação do presidente do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), os poderes Executivo e Legislativo precisam dar apoio ao PEB. Para ele, o acordo espacial firmado entre o Brasil e a Ucrânia é muito importante. Oliveira destacou que o território brasileiro possui uma posição estratégica para o lançamento de satélites e os ucranianos detêm a tecnologia de produção. "O Brasil precisa ampliar a capacitação profissional e investir mais em parcerias para ter acesso à tecnologia espacial que continua restrita a poucas nações", disse.

No debate, estiveram presentes os deputados José Genuíno (PT-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Gastão Vieira (PMDB-MA), Domingos Dutra (PT-MA) e Glauber Braga (PSB-RJ).

Informações sobre as ações do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados podem ser obtidas em: http://www2.camara.gov.br/conheca/altosestudos
(Alessandra Braga para o Gestão C&T online)

Fonte: Gestão C&T, 823.

Comentários: na LAAD 2009, realizada no Rio de Janeiro (RJ) durante a última semana, o blog apurou que a ACS e os quilombolas da região de Alcântara (MA) já alcançaram um acordo, não havendo mais proibições, inclusive judiciais, para a realização dos estudos para a instalação de toda a infraestrutura necessária à operação do Cyclone 4 pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). No momento, estão sendo executados todos os estudos exigidos (Estudos de Impacto Ambiental - EIA/RIMA) para a obtenção de licenciamento ambiental. Uma vez obtidas as licenças, devem ser iniciadas as obras. A ACS afirma que o cronograma aprovado será cumprido, isto é, que o primeiro Cyclone 4 deverá ser lançado até o final de 2010.
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sábado, 18 de abril de 2009

De olho no SGB

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A Latin America Aero & Defence - LAAD 2009 foi encerrada na última sexta-feira (17) com sucesso absoluto (para ler notícias sobre o evento, clique aqui). Apesar de ser um evento focado desde o início em Defesa e Segurança, a edição desse ano contou com alguns expositores e apresentações relacionadas à tecnologia espacial. Dentro dos próximos dias, serão postadas algumas notas com notícias e análises sobre o que aconteceu de mais importante nesse setor durante a feira. O primeiro conteúdo trata da presença de duas companhias europeias de um mesmo grupo, a Thales Alenia Space e Telespazio, oriundas da fusão dos negócios espaciais da Finmeccanica (Itália) e Alcatel (França).

A Thales Alenia Space e a Telespazio representam industrialmente dois fortes parceiros comerciais e políticos do governo brasileiro, a França e a Itália, que, inclusive, buscam ampliar o escopo dessas parcerias. No final do ano passado, a França assinou com o Brasil um acordo estratégico na aérea de defesa, que possibilitou negócios em submarinos e helicópteros, e ainda pode gerar outros, como vendas de aviões de combate, redes de vigilância e satélites. Em entrevista concedida à reportagem de Tecnologia & Defesa no primeiro dia da LAAD, o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise destacou a intenção do governo e da indústria italiana em ampliar os projetos de cooperação nas áreas de Defesa e Espaço.

As duas empresas já possuem alguma presença no País, como a Omnisys, fabricante de radares, sistemas de guerra eletrônica e subsistemas de satélites, e a subsidiária Telespazio Brasil, prestadora de serviços de comunicações, inclusive para as forças armadas. Isso, aliado ao desejo dos governos de seus países de origem, as colocam em importante posição para disputar contratos espaciais no Brasil, em particular o maior de todos, o do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Oficialmente, até onde se sabe, não existe uma concorrência lançada para o SGB. O que existe, além da disposição da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Ministério da Defesa, são alguns estudos relacionados à modelagem do projeto, como Parcerias Público-Privadas (PPP), e frequentes contatos com empresas nacionais e estrangeiras interessadas em participar da iniciativa. Aos poucos, vão surgindo também sinais de que o projeto pode estar mais próximo de algo mais concreto. Alguns deles puderam ser vistos na LAAD, nos estandes da Thales e Telespazio, que exibiram suas capacidades em sistemas de comunicações seguras via satélite, credenciando-se ambas, provavelmente em conjunto, como fortes candidatas ao futuro SGB. “São talvez os [candidatos] mais fortes”, confidenciou ao blog uma pessoa que acompanha de perto o tema.

A Telespazio demonstrou, além de suas operações na área de sensoriamento remoto, com foco especial nos produtos e serviços da constelação COSMO-SKyMed, suas soluções em comunicações militares seguras, como a rede militar SICRAL (Sistema Italiano per Comunicazioni Riservate ed Allarmi), do Ministério da Defesa italiano.

Desde o final de março, as operações no País da Telespazio estão sob o comando de um executivo experiente no mercado brasileiro, o que demonstra o interesse da empresa pelo Brasil. Walter Tarantelli, que assumiu novas funções no grupo Finmeccanica, foi substituído por Marzio Laurenti, engenheiro, que já foi presidente da subsidiária brasileira entre 1997 e 2004.

Antes de voltar ao Brasil, Laurenti exercia a função de Diretor de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Thales Alenia Space. Laurenti "terá como missão dar continuidade aos planos de expansão dos negócios, além de trazer para o Brasil novos produtos e serviços fornecidos pelo Grupo na Europa e em outros continentes", divulgou a companhia em nota.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Notícias do CTA

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Modelo de veículo propulsionado a laser é instalado em túnel hipersônico do CTA

Já se encontra instalado no Túnel Hipersônico do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry Nagamatsu, do Instituto de Estudos Avançados, o modelo bi-dimensional de um veículo aspirado propulsado a laser.

Para ler o restante da nota divulgada pelo Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), clique aqui.

Laboratório de Radiação Ionizante do IEAv inicia suas atividades

O Instituto de Estudos Avançados realizou no início deste ano, o primeiro experimento de avaliação dos efeitos da radiação ionizante em fibras ópticas utilizando as instalações do Laboratório de Radiação Ionizante, LRI, da Divisão de Física Aplicada. Esse ensaio foi o primeiro a ser realizado no escopo do projeto Peice – Plataforma de Ensaios de Irradiação de Componentes Eletrônicos e Fotônicos, financiado pelo fundo aeronáutico da Finep, cujo objetivo é avaliar o efeito da radiação ionizante em componentes/circuitos eletrônicos digitais e analógicos e em componentes/circuitos fotônicos. O estudo do efeito da radiação é fundamental para a seleção e para o projeto de materiais e equipamentos de uso espacial e visa dar ao Brasil condições de atuar de forma competitiva no mercado aeroespacial, com produtos inovadores.

Para ler a notícia na íntegra elaborada pelo CTA, clique aqui.
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SpaceX lançará satélites argentinos

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A companhia norte-americana Space Exploration Technologies (SpaceX) anunciou ontem (16) a assinatura de contrato com a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE), órgão executor do programa espacial argentino, para o lançamento dos satélites de sensoriamento remoto SAOCOM 1A e 1B a bordo do foguete Falcon 9, em órbitas heliosíncrona. Não foram divulgadas informações quanto às datas dos lançamentos.

Os satélites da série SAOCOM serão equipados com sensores radares (SAR) que operam em banda L para aplicações civis, como o monitoramento de recursos naturais, gerenciamento de desastres e emergências. Os SAOCOM integrarão o Sistema Ítalo-Argentino para Gestão de Emergências (SIASGE), já formado pelos satélites radares italianos da série COSMO-SkyMed, que operam em banda X.

"A SpaceX está contente em ser a provedora da CONAE de serviços de lançamento das missões SAOCOM 1A e 1B", disse Elon Musk, diretor-presidente da SpaceX. "O foguete Falcon 9 está sendo desenvolvimento para os mais altos requisitos de confiabilidade e performance; nós buscamos ajudar a garantir o sucesso dos satélites SAOCOM."

O voo inicial do Falcon 9, foguete ainda não testado, deve ocorrer ainda esse ano.

A binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space era uma das provedoras de lançamentos espaciais que disputavam o contrato.
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Brasil é uma das prioridades da EADS Astrium em 2009

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Em café-da-manhã realizado com a imprensa ontem (15), durante a LAAD 2009, que acontece no centro de exposições do Riocentro, no Rio de Janeiro (RJ), o diretor-geral da EADS no Brasil, Eduardo Marson informou que a divisão espacial do grupo europeu, a Astrium, definiu o Brasil como uma das três regiões prioritárias para esse ano. As outras duas, segundo o blog pode apurar, são EUA e Oriente Médio. Não foram divulgadas maiores informações sobre quais seriam os efeitos práticos da definição de prioridade, isto é, quais seriam as áreas de interesse e potencial de negócios. Existem especulações quanto ao projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), subsistemas para a Plataforma Multimissão (PMM), e mesmo um satélite de observação terrestre com sensor radar (SAR) baseado na PMM.

A EADS Astrium possui presença industrial no Brasil por meio da Equatorial Sistemas, companhia com sede em São José dos Campos (SP) na qual detém relevante participação acionária. O ano passado em si não foi bom para a Equatorial em termos de negócios. A companhia, que no momento trabalha nos projetos da PMM e sensor de imageamento WFI (Wide Field Imaging) dos satélites CBERS 3 e 4, participou de três processos - desenvolvimento do subsistema de controle de atitude e órbita (ACDH, sigla em inglês) para o Amazônia-1, de carga-útil para o satélite científico Lattes-1, e construção da câmera AWFI (Advanced Wide Field Imaging) também para o Amazônia-1, não logrando êxito em nenhum deles.

No estande do grupo EADS, que no Brasil tem considerável presença nas áreas de helicópteros civis e militares (Helibras), mísseis (MBDA) e aeronaves comerciais (Airbus), estão expostas algumas maquetes de satélites, como o do geoestacionário de comunicações Amazonas, adquirido pela companhia brasileira Hispamar (joint-venture entre a espanhola Hispasat e a brasileira Oi, ex-Telemar), o de imageamento radar TerraSAR-X, e de imageamento ótico Alsat-2, desenvolvido para a Argélia.
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domingo, 12 de abril de 2009

Um ano de Panorama Espacial

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Há exatamente um ano, em 12 de abril de 2008, eu postava aqui a primeira nota do blog Panorama Espacial (veja aqui a primeira postagem). Desde então, foram 209 postagens, mais de 24 mil acessos de cerca de sessenta países, e dezenas de comentários. Números modestos, mas que superaram em muito as minhas expectativas iniciais.

A ideia de criar o blog surgiu em meados de março do ano passado e foi consolidada numa viagem que fiz ao Chile para a cobertura pela revista Tecnologia & Defesa da FIDAE 2008. Graças a duas desagradáveis experiências daquela viagem, o blog acabou por ter o modelo atual, que, assim entendo, lhe garante mais independência, dinamismo, ética e qualidade. Ética, aliás, é o princípio-chave pelo qual buscamos nos guiar. Buscamos sempre preservar nomes, apurar as informações e ouvir as outras partes, estando o blog sempre aberto à divulgação de opiniões divergentes.

Obrigado a todos os colaboradores, leitores, entrevistados e apoiadores! Foi um grande prazer estar de algum modo com todos vocês ao longo desse um ano.

Talvez, por causa de alguns projetos pessoais e profissionais, o blog sofra esse ano uma “desaceleração” no número de postagens, especialmente aquelas “exclusivas”, que exigem mais tempo para a sua produção. De qualquer jeito, continuarei buscando atualizá-lo na medida dos “melhores esforços”.

Seguindo a linha do “talvez”, talvez eu também amplie um pouco o foco do blog, desde o início voltado às atividades espaciais desenvolvidas na América Latina. Numa visão reconhecidamente “egoísta”, a ideia é eventualmente abordar alguns temas de interesse pessoal, como o mercado de lançamentos espaciais, negócios globais do setor, entre outros, logicamente que sem perder o foco. Enfim, são apenas algumas idéias... Opiniões serão muito bem-vindas.

André M. Mileski
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sábado, 11 de abril de 2009

"Espionagem" em Alcântara

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Arapongagem na base de foguetes

Agentes da Abin sugerem que o Centro de Lançamentos de Alcântara foi espionado por franceses

TIAGO PARIZ, RICARDO BRITO E MIRELLA D´ELIA
Da equipe do Correio

Boias de captação de dados sigilosos instaladas em locais suspeitos e comunidades de quilombolas com conhecimento técnico e específico sobre lançamento de foguetes espaciais. Num mercado que gira US$ 1 bilhão por ano e já foi expressão da corrida tecnológica na Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia, a sombra de espionagem é cada vez maior. Com esse roteiro na cabeça, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) garante ter coletado indícios de que a Base de Alcântara, no Maranhão, foi espionada por franceses.

No Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), há uma base militar e uma área reservada à Alcântara Cyclone Space, uma empresa binacional Brasil-Ucrânia, comandada pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, filiado ao PSB. Próximo da costa, foram encontradas, em outubro do ano passado, as boias que carregavam equipamentos de telemetria capazes de captar e enviar dados à distância. Foi a terceira vez. Como a disputa entre os países é a cada centímetro pela capacidade de possuir tecnologia própria para colocar satélites em órbita, os arapongas concluíram, preliminarmente, que esses equipamentos estavam sendo monitorados “possivelmente por um grupo de franceses”, segundo fontes do setor que leram o documento da Abin.

As boias são de fabricação japonesa e espanhola. Elas transmitem dados via satélite e por ondas VHF e UHF. Uma das pessoas que teve acesso ao informe da Abin foi Roberto Amaral. Ele teve conhecimento dos dados da espionagem durante uma reunião no começo de março. Procurado pelo Correio, Amaral negou o encontro e a informação recebida. Como há toda uma trama internacional, o governo brasileiro trata o assunto com a máxima delicadeza. O documento da Abin não faz qualquer menção a governos, mas a grupos.

Os militares brasileiros vendem a Base de Alcântara como o local mais adequado para se lançar um foguete, por estar mais próxima da Linha do Equador, mais ainda do que a Guiana Francesa, onde está instalada a Agência Especial Europeia. Quanto mais próximo da linha que divide a Terra em duas metades, menos combustível o veículo gasta para chegar ao espaço por percorrer uma distância menor. O governo brasileiro estima que se possa economizar até 30% do valor de colocar um satélite em órbita quando a base estiver funcionando. No papel, então, há uma clara competição entre Alcântara e a Agência Espacial Europeia. Por isso, o cuidado extra do setor de inteligência e dos militares.

A sombra da espionagem ronda o CLA desde a explosão, em agosto de 2003, do terceiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que matou 21 pessoas. Jamais se provou nada e o episódio ficou creditado a uma fatalidade. O fracasso com o VLS foi um baque para o governo, que patina nas tentativas de retomar o programa espacial. A Cyclone espera lançar seu primeiro foguete em julho do ano que vem. O problema é que esse cronograma já foi atrasado diversas vezes por uma disputa de terras com os quilombolas.

No fim do ano passado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu o direito dos quilombolas a 65% do território do município de Alcântara, de 115 mil hectares. A suspeita apurada pelos arapongas é a de que organizações não-governamentais (ONGs) que atuam na defesa dos direitos das comunidades negras venham recebendo nos últimos anos contribuições de entidades estrangeiras para emperrar propositadamente o programa espacial. Os serviços de inteligência do Exército e da aeronáutica também investigam essa suposta sabotagem financeira.

“Sabotagem”

Funcionários do serviço espacial brasileiro relatam que alguns líderes das comunidades demonstram conhecimento sobre técnicas de lançamento de foguetes além do esperado para pessoas humildes. Servidores da Abin infiltrados na região estranharam o incomum conhecimento de algumas lideranças quilombolas sobre detalhes técnicos do programa espacial brasileiro. Os arapongas descobriram ainda que o líder de uma das comunidades da região vive na Praia do Calhau, o famoso ponto turístico de São Luís, distante 50km de Alcântara.

Em fevereiro de 2008, os quilombolas bloquearam as estradas de acesso à Base de Alcântara, expulsaram técnicos e apreenderam as máquinas e isso causou um prejuízo ao cronograma de lançamento do foguete brasileiro ucraniano, segundo o diretor-geral da Cyclone. Houve uma negociação com os quilombolas e Amaral. “Hoje, temos uma excelente relação com os quilombolas. Antes não considerávamos a importância deles. Eu tinha que ter tido competência para saber que o bom relacionamento com a comunidade ia pesar”, afirmou Amaral. A Cyclone espera lançar o primeiro foguete em julho de 2010.

O ministro da bomba

Vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004, no primeiro governo do presidente Lula. Ficou mais conhecido pelas declarações sobre a bomba atômica do que por sua atuação à frente da pasta, apesar de ter permanecido um ano na função. Em entrevista à BBC, em janeiro de 2003, ele causou polêmica ao dizer que concordava com a ideia de que o Brasil deveria buscar o conhecimento necessário para a fabricação da bomba atômica. “Nós somos contra a proliferação nuclear, nós somos signatários do tratado de não-proliferação (de armas nucleares), mas não podemos renunciar ao conhecimento científico”, afirmou o então ministro.

Também foi na gestão dele que aconteceu a maior tragédia do setor espacial brasileiro: em agosto de 2003, o Veículo Lançador de Satélites (VLS) explodiu na Base de Alcântara (MA), matando 21 pessoas. Amaral pediu demissão em janeiro de 2004, antecipando-se à reforma ministerial. Na época, segundo auxiliares diretos, ele disse estar em busca de uma “saída honrosa”. Estaria se sentindo desrespeitado com as reiteradas notícias de que seria demitido.


R$ 1,2 milhão com viagens

Alcântara Cyclone Space, criada pelo Brasil e Ucrânia, banca até deslocamento de deputado e aumenta despesa em 10 vezes entre 2007 e 2008

Mirella D’Elia
Da equipe do Correio

Segunda empresa binacional do país, a Alcântara Cyclone Space (ACS) nasceu há menos de dois anos, mas já tem contas de gente grande — especialmente no que diz respeito a diárias e viagens nacionais e internacionais. Criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia para inserir os dois países no mercado mundial de lançamento de satélites, que movimenta mais de US$ 1 bilhão por ano, ela já gastou R$ 1,2 milhão com deslocamentos de técnicos, diretores e conselheiros, entre 2007 e 2009. No tratado firmado entre os dois países, cabe ao Brasil cuidar da infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e à Ucrânia tratar do desenvolvimento do foguete Cyclone-4.

Os gastos com viagens e diárias da ACS, sediada em Brasília, cresceram 10 vezes somente entre 2007 e 2008, saltando de R$ 87 mil para R$ 800 mil. Só este ano, já foram utilizados R$ 325 mil. Isso inclui uma viagem no fim de março à Ucrânia. Mesmo sem ter qualquer laço formal com a empresa, o deputado Ribamar Alves (PSB-MA) integrou o grupo que foi até a ex-república soviética para participar de reunião do conselho administrativo.

Presidente da Frente Parlamentar em defesa de Alcântara, o parlamentar do PSB viajou a convite da agência aeroespacial ucraniana, com tudo pago pela binacional — que recebe dinheiro dos governos brasileiro e ucraniano. A binacional já recebeu US$ 72 milhões dos US$ 105 milhões previstos para serem repassados pelos dois países. O governo brasileiro repassou US$ 50 milhões e o ucraniano, US$ 22 milhões. O valor gasto com o deputado não foi revelado pelo diretor-geral da ACS no Brasil, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, vice-presidente do PSB. “A passagem foi econômica. Não sei quanto foi. E se soubesse, não diria a você”, declarou Amaral, na última terça-feira. O ex-ministro disse que está preocupado com as despesas. Por causa disso, o estatuto da ACS será modificado para que as reuniões sejam feitas por videoconferência.

Atraso

Segundo Amaral, o deputado Ribamar Alves participou da reunião como “observador” e também foi a encontros com integrantes da agência aeroespacial ucraniana para tratar de questões políticas. “É natural que haja essa parceria. Estamos todos preocupados com o atraso no cronograma (para o lançamento do foguete). O programa espacial está ameaçadíssimo”, disse Amaral. Procurado pelo Correio, o deputado afirmou que a presença dele no país era fundamental para defender o programa espacial brasileiro. “Tínhamos que levar segurança para o governo ucraniano”, afirmou.

Além de ser dirigida, no Brasil, pelo vice-presidente do PSB, a Alcântara Cyclone Space tem em seus quadros pessoas ligadas ao partido. A chefe de gabinete de Amaral é Patrícia Patriota, filha do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). “Aqui, o critério é currículo. Ela é uma expert no setor”, disse o ex-ministro. “Quanto ao deputado, é natural que seja presidente da Frente Parlamentar. O PSB conduz o Ministério de Ciência e Tecnologia desde o primeiro dia do mandato do presidente Lula. Tornou-se uma marca nessa área”, completou.

Fonte: Jornal Correio Braziliense, via NOTIMP de 11/04/2009.

Comentário: a história da "espionagem" do Centro de Lançamento de Alcântara foi noticiada pela Folha de S. Paulo no início de fevereiro. Para ler a reportagem, clique aqui.
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terça-feira, 7 de abril de 2009

Espaço na LAAD 2009

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Entre os dias 14 e 17 de abril, acontece no Rio de Janeiro a Latin America Aero & Defence - LAAD 2009, considerada a mais importante feira dos setores de Defesa e Segurança da América Latina. O evento, que esse ano deve contar com mais de 300 expositores provenientes de mais de 30 países é tradicionalmente focado no setor de Defesa, mas nem por isso deixa de apresentar algo relacionado à tecnologia espacial, seja em seu aspecto civil ou militar.

Vários expositores demonstrarão soluções que envolvem tecnologia espacial. O grupo europeu EADS, por exemplo, anunciou em nota enviada à imprensa que apresentará o satélite de telecomunicações geoestacionário Amazonas, fornecido por sua divisão Astrium à companhia brasileira Hispamar. Muito provavelmente a EADS Astrium também promoverá algumas de suas soluções em sensoriamento remoto, como o satélite de observação terrestre adquirido pelo governo do Chile no ano passado, e muitos outros.

Outra tradicional expositora da LAAD é a Thales Alenia Space, resultado da fusão das divisões espaciais da Thales (antiga Alcatel Space) e da Alenia Spazio e Telespazio, do grupo italiano Finmeccanica. A empresa possui um amplo leque de produtos espaciais, como satélites de comunicações, de observação terrestre (óticos e SAR), científicos, dentre outros.

Embora não exista uma concorrência oficialmente aberta para a construção do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), várias vezes abordado no blog, tanto a EADS Astrium como a Thales Alenia Space (e outros interessados também) trabalham nos bastidores para garantir alguma participação no programa, o que até explica em parte a presença na feira de negócios.

A inglesa Inmarsat, provedora de serviços de telecomunicações via satélite também estará presente, e pela primeira vez. Comparece em parceria com a brasileira Arycom, que no ano passado conquistou um negócio com o Exército Brasileiro para o fornecimento de doze terminais e serviços BGAN (Broadband Global Area Network) para uso no projeto Cartografia da Amazônia.

Um grupo de expositores que impressiona pela dimensão de seus estandes é o da indústria espacial russa, reunida sob o guarda-chuva da International Association of Space Activities Participants (IASP). Ocupando um estande de mais de 180 metros quadrados, empresas como a Korolev Rocket and Space Corporation Energia, Samara Space Centre, Khrunichev State Research and Production Space Center e Lavochkin apresentarão suas "expertises" em tecnologias espaciais, notadamente na área de lançadores. Vale sempre lembrar que o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) tem estreito programa de cooperação em propulsão líquida para foguetes com instituições e empresas russas. Algumas empresas da ex-república soviética inclusive têm obtido alguns contratos com o IAE/CTA para a prestação de serviços de consultoria, transferência de tecnologia e fornecimento de bancadas de testes. Curiosamente, a Roscosmos (agência espacial russa), que também comparece à LAAD, faria uma coletiva à imprensa no dia 14, aparentemente cancelada, sem razões conhecidas.

Empresas e instituições brasileiras também estarão presentes, como a Mectron, Aeroeletrônica e Atech, que atuam tanto nos setores Espacial como de Defesa. Uma novata na exposição será a Alcântara Cyclone Space, companhia binacional ucraniano-brasileira constituída com o propósito de comercializar e operar os serviços de lançamento do foguete Cyclone 4, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Lamentavelmente, os órgãos do Programa Espacial Brasileiro da esfera civil, nomeadamente a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não participam do evento. Apesar de se tratar de uma feira de Defesa e Segurança, fato é que uma presença, ainda que institucional, seria muito interessante. Vale lembrar que o Ministério da Defesa e os três comandos militares possuem assento no Conselho Superior da AEB, além de várias iniciativas em conjunto com as forças armadas, como o programa de lançadores, desenvolvimento de satélites, sensoriamento remoto, pesquisas aplicadas, entre outras. Por sua vez, o INPE tem o Laboratório de Integração e Testes (LIT), tido como o mais capaz em sua área no hemisfério sul, usado por várias indústrias de defesa para a realização de testes de equipamentos com finalidades militares. O INPE ignora uma boa oportunidade de promover suas capacidades e serviços para um público altamente especializado, formado inclusive por dezenas de delegações estrangeiras.

Em paralelo à LAAD 2009, acontece o II Seminário de Defesa, que contará com painéis sobre os mais variados temas, inclusive um sobre espaço, que acontece na tarde do dia 16, e de temática bem genérica: "Tecnologia Satelital Aplicada". Esse painel contará com a mediação do editor-chefe de Tecnologia & Defesa, Francisco Ferro.

Para os interessados: a revista Tecnologia & Defesa, publicação oficial nacional da LAAD 2009, fará uma cobertura, com atualizações diárias, por meio de um hot-site especialmente criado para esse propósito. Para acompanhá-la, acessem http://www.tecnodefesa.com.br/laad

Na medida do possível, também serão postadas aqui no blog notícias, informações e análises sobre o que acontecer em Espaço no decorrer da feira.
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AEB Escola: capacitação de professores

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Curso promovido pelo AEB Escola capacita 65 professores em São José dos Campos (SP)

07/04/2009

Hoje, 7 de abril, os professores da rede municipal de educação de São José dos Campos (SP) receberão o certificado do curso “Astronáutica e Ciências do Espaço”. A cerimônia de entrega será realizada no Centro de Educação Empreendedora (Cedemp), na cidade paulista, e 65 professores receberão os diplomas referentes ao curso ministrado durante o ano 2008.

O curso realizado pelo programa AEB Escola da Agência Espacial Brasileira (AEB) tem como objetivo formar e capacitar professores que, por meio de palestras e oficinas, disseminam a ciência espacial entre os alunos do ensino fundamental. Em parceria com a Secretaria Municipal de educação o programa AEB Escola conseguiu, nos últimos três anos, capacitar 240 professores de ciências e geografia da rede pública.

Segundo a orientadora de Ciências da Secretaria de Educação, Elisa Saeta Farinha, a Formação Continuada de Professores oferecida pelo Programa AEB Escola tem a cara da cidade. “Muitos institutos de tecnologia estão localizados por lá. Os professores que frequentam as aulas e concluem o curso são verdadeiros disseminadores da ciência espacial”, diz.

A professora de ciências Delaine Wollmann Stefanescu, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Otacília Madureira de Moura, participou do curso de formação e agora é uma das responsáveis pela realização da 1ª Semana de Astronomia e Astronáutica que será realizada na quela instituição de ensino. “Vamos trazer algumas pessoas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) para ministrar palestras e oficinas sobre lançamentos de foguetes, maquetes do VLS e sobre o Ano Internacional da Astronomia.”, explicou.

Fascinado pela área de sensoriamento remoto, o professor de geografia da Escola Dom Pedro de Alcântara, Leandro Pereira de Macedo, é categórico ao afirmar que o curso é uma excelente experiência para o profissional da educação. “Amplia o horizonte e nos motiva a lidar com um tema instigante que desperta o interesse de pessoas em todas as faixas etárias”, concluiu.

O impacto da formação dos professores é visível nas escolas. O professor Leandro usa o material recebido no curso em sala de aula. “O livro e o CD são muito bons, os alunos ficam empolgados com o material de áudio visual. Eles saem daqui dizendo que querem ser astronautas e pesquisadores. Se eu tivesse que fazer o curso de novo, eu faria, o conteúdo faz a diferença”, afirma.

Fonte: AEB
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

BNDES e satélites de monitoramento da Amazônia

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai investir cerca de US$ 100 milhões contra o desmatamento amazônico, segundo reportagem de autoria de Eduardo Nonomura, publicada na edição do último dia 2 do jornal "O Estado de S. Paulo". Os recursos são na realidade provenientes do Fundo da Amazônia, gerido pelo BNDES e que até 2015 pode ter o seu valor aumentado para US$ 1 bilhão, com recursos provenientes de doação da Noruega.
De acordo com a reportagem (ver trecho abaixo), parte dos US$ 100 milhões deverá ser aplicada em projetos de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) voltados para o monitoramento ambiental.

"O BNDES recebeu até agora 25 consultas para projetos de REDD, entendidos no sentido mais amplo. Inclui não só ações para redução de desmatamento, mas também programas que ajudem a conservar a floresta. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, por exemplo, deve ser contemplado com verba do Fundo da Amazônia para antecipar o lançamento de dois satélites de monitoramento ambiental."

Embora não seja mencionado no texto, é bastante provável que os dois satélites sejam o Amazônia 1 (sensor ótico) e o MAPSAR (sensor SAR), ambos baseados na Plataforma Multimissão (PMM). Em entrevista concedida ao blog no final de fevereiro (clique aqui), o diretor do INPE, Gilberto Câmara já havia mencionado a possibilidade de adiantamento no cronograma do Amazônia 1 (especialmente em relação ao seu subsistema de controle de atitude e de órbita), a depender de recursos orçamentários.

A possível destinação de recursos financeiros para os satélites de observação é um dos vários projetos que o BNDES analisa na área espacial. De acordo com fontes ouvidas pelo blog, o banco de desenvolvimento pode também ter algum envolvimento com os projetos da binacional Alcântara Cyclone Space, e do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).
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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Tratamento de ar no VLS-1

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Para quem se interessa por temas técnicos ligados a foguetes, há um interessante artigo sobre o sistema de tratamento de ar para refrigeração do Veículo Lançador de Satélites 1 (VLS-1), lançador brasileiro desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), subordinado ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), da Aeronáutica. O texto foi publicado na revista da Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC) e encontra-se disponível no web-site do IAE, em três partes. Para acessá-lo, cliquem nos seguintes links: parte 1, parte 2 e parte 3.
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