quarta-feira, 6 de maio de 2009

Spin-offs brasileiros

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A mais recente edição da revista institucional "Espaço Brasileiro" (n° 5), editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), conta com um interessante artigo, de autoria de Andréia Araújo (AEB), com colaboração de Marjorie Xavier (INPE), sobre alguns produtos e serviços usados no dia-a-dia das pessoas que vieram da pesquisa espacial, os chamados "spin-offs".

O que de fato torna a reportagem interessante são as menções a spin-offs originados no Programa Espacial Brasileiro, afinal, spin-offs estrangeiros, em particular aqueles oriundos da exploração espacial levada a cabo pelos EUA são muito mais conhecidos e numerosos. Ao longo dos mais de 50 anos da agência espacial norte-americana (NASA), diversas tecnologias, nas mais variadas áreas, passaram a ser usadas no dia-a-dia da população em geral. São vários os exemplos: exames médicos por imagem, TV via satélite, diveros novos materiais, equipamentos de combate a incêndio, detectores de fumaça, aspirador de pó portátil, óculos contra raios UV, e muitos outros.

Abaixo, relacionamos e sucintamente descrevemos alguns dos spin-offs nacionais mencionados na reportagem:

Combustível de foguete para calçados: o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA) desenvolveu uma nova resina para combustível de foguetes, a PBHL (Polibutadieno Líquido Hidroxilado), material esse incorporado por outros setores da indústria nacional, como o de calçados. Nesse setor específico, a resina, fabricada pela Petroflex, é usada para garantir maior resistência às espumas e maior suporte de peso às palmilhas.

Aço de ultra-alta resistência: ao longo do programa de desenvolvimento de foguetes e lançadores brasileiros, o IAE, em parceria com as siderúrgicas Eletrometal, Usiminas e Acesita desenvolveram um novo aço leve de ultra-alta resistência, chamado 300M. O aço especial é hoje usado por várias indústrias aeronáuticas, inclusive a norte-americana Boeing, que o utiliza na fabricação de trens de pouso de aeronaves comerciais.

Fibras de carbono: aproveitando sobras de fibras de carbono usadas para a construção de componentes de satélites, a CENIC, indústria com sede em São José dos Campos (SP), desenvolveu um equipamento (anel ilizarov) usado na cura de fraturas expostas.

Detectores plásticos: o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), adaptou um detector plástico, usados para, entre outras coisas, verificar níveis de radiação, para o telescópio espacial Masco, de estudos de astrofísica. Mais tarde, o IPEN descobriu que o mesmo equipamento, com algumas adaptações, era útil para a identificação de níveis de desnutrição em seres humanos.

Minitubos de calor: talvez o pãozinho de seu café-da-manhã tenha alguma relação com o Programa Espacial Brasileiro. Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) adaptaram um equipamento (uma espécie de mini "cooler") usado para a refrigeração de circuitos de satélites, para uso em fornos de padaria, possibilitando que os pães sejam assados de forma homogênea e com menor custo.
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