domingo, 12 de julho de 2009

Imagens SAR para o SIPAM

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Sipam adquire mais 1300 imagens do satélite ALOS

10-Jul-2009

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), vinculado à Casa Civil da Presidência da República, está adquirindo aproximadamente 1.300 novas imagens da Região Amazônica, capturadas pelo satélite ALOS (Advanced Land Observing Satellite), em 2008 e 2009. A soma das cenas compradas deve chegar a 3,5 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a quase 70% da área total Região. O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que será assinado com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê o repasse de R$ 337 mil para aquisição das imagens junto à instituição que comercializa as informações do satélite japonês.

As imagens serão utilizadas para aperfeiçoar o monitoramento das áreas especiais de preservação, prioritariamente nas regiões centro-norte do Amazonas e Pará e a totalidade de Roraima e do Amapá. O coordenador-geral de Operações do Sipam, Fernando Campagnoli, explica que as imagens do satélite ALOS são capturadas independente das condições do tempo. “Considerando que o norte da Região Amazônica está coberto de nuvens em quase todo o ano, as novas imagens permitirão confrontar com as informações ópticas e de radar que já possuímos, construindo um novo padrão de análise das condições da floresta, especialmente nas terras indígenas e nas áreas especiais de preservação”, explica Campagnoli. O Sipam está negociando também uma autorização especial para compartilhar as informações com outros órgãos governamentais dedicados à fiscalização e proteção da floresta. Com isso, a expectativa é aprimorar a qualidade das informações sobre as áreas de preservação e construir uma série histórica que permita medir com maior precisão o avanço ou diminuição do desflorestamento.

Sensores

Segundo informações da página eletrônica do IBGE, o satélite ALOS carrega a bordo três sensores: AVNIR-2, PRISM e PALSAR. Como o Sipam possui tecnologia para capturar imagens óticas semelhantes às produzidas pelo AVNIR-2 e PRISM, a compra será exclusivamente de cenas do PALSAR, que é um radar imageador de abertura sintética, que opera na banda L, com resolução espacial que varia de 10 a 100 metros. O PALSAR possui um modo polarimétrico que é capaz de gerar imagens com polarizações HH, HV, VV e VH. Sendo um sensor de radar, o PALSAR é capaz de gerar imagens mesmo sobre regiões cobertas por nuvens e à noite. O radar do ALOS também possui um modo de observação ScanSAR, que adquire imagens com uma larga faixa de observação (250-350 km), que é especialmente útil para imageamento de grandes áreas de florestas. O AVNIR-2 é um sensor óptico com quatro bandas espectrais (visível e infravermelho próximo) com resolução espacial de 10 metros, projetado para observação de regiões terrestres e costeiras. Já o sensor PRISM opera na faixa da luz visível, com uma banda pancromática e resolução espacial de 2,5 metros.

Fonte: SIPAM

Comentários: a falta de um satélite-radar é uma das grandes carências dos sistemas de observação da Amazônia (DETER e PRODES, do INPE), reconhecida, aliás, pelo próprio diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara (leiam a postagem "Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II"). A construção de um satélite com sensor SAR está nos planos do governo brasileiro. O INPE estuda e aguarda manisfestações quanto à possibilidade de desenvolvimento conjunto com a Alemanha (MAPSAR), China (CBERS-SAR), ou Argentina, entre outros potenciais parceiros. Recentemente, surgiram notícias sobre um possível interesse do Ministério da Defesa em também contar com um satélite-radar ("Satélite para o Ministério da Defesa").
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