segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amazonas 2 chega à Kourou

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A companhia europeia Arianespace informou hoje (31) a chegada do satélite geoestacionário Amazonas 2, da espanhola Hispasat, ao centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa.

O Amazonas 2 deverá ser colocado em órbita ainda este ano, provavelmente em setembro, na quinta missão do lançador Ariane 5. Baseado na plataforma Eurostar E3000 da EADS Astrium, o satélite tem massa total de 5.400 kg, conta com 64 transpônderes nas bandas Ku e C, e deverá ocupar uma posição orbital que lhe proporcionará total cobertura do continente americano, do Alasca até a Terra do Fogo.

A provedora de serviços de comunicações via satélite Hispasat foi criada em 1989 com o objetivo de se tornar líder em seu ramo de atuação nos mercados de língua espanhola e portuguesa. A companhia espanhola é sócia, junto com o grupo brasileiro Oi (antiga Telemar), da brasileira Hispamar, que opera o satélite Amazonas 1, lançado ao espaço em agosto de 2004. O Amazonas 1 ocupa a posição orbital brasileira 61º Oeste.
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sábado, 29 de agosto de 2009

Ensaios da rede pirotécnica do VLS-1

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Ensaios de interface da rede pirotécnica do VLS-1

28/08/2009

Foram realizados com sucesso os ensaios de interface da rede pirotécnica do VLS-1, em parceria com a empresa PyroAlliance, entre os dias 20 e 27 de agosto. Foram avaliados os sistemas de ignição dos Propulsores de Indução de Rolamento (PIR), sistema de ignição dos propulsores principais e sistemas de corte de separação do 1º estágio e sistema de destruição do veículo.

Estiveram envolvidos nestes ensaios as equipes da APE-X, AIE [Divisão de Integração e Ensaios] e três representantes da empresa PyroAlliance.

Fonte: IAE/CTA

Comentários: o IAE/CTA tem periodicamente realizado ensaios e testes relacionados ao VLS-1, etapas necessárias para o lançamento do VLS-1 XVT 01 em 2010 ou 2011.

A PyroAlliance é uma empresa do grupo francês SNPE especializada no desenvolvimento e fabricação de sistemas pirotécnicos para os setores aeronáutico, de defesa, industrial e espacial. Como a empresa informa em seu web-site, nenhum de seus produtos está sujeito às restrições do ITAR (International Traffic Arms Regulations), dos EUA, certamente uma das razões por ter sido escolhida pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) para participar do programa de lançadores brasileiros.

Ainda em se tratando de pirotecnia espacial, a empresa francesa Dassault Aviation, fabricante do caça Rafale ofereceu em seu pacote de transferência de tecnologia para a concorrência F-X2, da Força Aerea Brasileira, aplicativos específicos desse tipo de tecnologia (leia mais sobre a oferta da Dassault clicando aqui). A Dassault fornece os dispositivos pirotécnicos (ignição dos propulsores, separação de estágios e de cargas úteis, e eventual destruição do lançador) usados no lançador europeu Ariane 5.
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

INPE: Centro Regional da Amazônia

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INPE inaugura em Belém o Centro Regional da Amazônia (CRA)

27/08/2009

Nesta sexta-feira (28/8), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE) inaugura em Belém o Centro Regional da Amazônia (CRA) e já apresenta resultados de seu primeiro projeto: o mapeamento da vegetação secundária.

Na nova unidade do INPE estão em andamento os trabalhos para o mapeamento completo da cobertura e do uso da terra na Amazônia, verificando, inclusive, a ocorrência de regeneração florestal. Quando concluído, este mapa irá indicar se existem hoje florestas secundárias ou atividade agropecuária, por exemplo, em áreas apontadas no passado como desmatamento pelo INPE, que monitora a região há 21 anos por meio de imagens de satélites.

Para os estados do Pará, Mato Grosso e Amapá, o CRA já concluiu o mapeamento da vegetação secundária, que estará completo para toda a Amazônia Legal até o final do ano.

O CRA/INPE deverá se tornar um centro internacional de difusão de tecnologia de monitoramento por satélite de florestas tropicais. Também é seu objetivo aprimorar o conhecimento em geotecnologias na Amazônia, ao mesmo tempo em que apoia atividades de campo e de mapeamento realizadas pelo INPE na região.

A partir da geração de sistemas de monitoramento de florestas, o CRA tem ainda papel importante nos planos de cooperação internacional do INPE, em especial com a África. Em comum acordo com a China, o Brasil ofereceu as imagens do satélite sino-brasileiro CBERS para todo o continente africano, enquanto o sistema para o monitoramento de florestas desenvolvido pelo INPE, denominado TerraAmazon, também está à disposição de todos os países interessados na tecnologia.

Cerimônia de posse

O chefe do CRA, Cláudio Almeida, será empossado durante a solenidade presidida pelo diretor-geral do INPE, Gilberto Câmara, nesta sexta-feira (28) às 10 horas. Também estarão presentes em Belém o coordenador de Centros Regionais e vice-diretor, João Braga, entre outros dirigentes e cientistas do INPE e de instituições da Amazônia, além de autoridades regionais.

Cláudio Almeida é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e mestre em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento pelo INPE. Um dos projetos em curso no CRA é derivado de sua dissertação de mestrado, intitulada “Estimativa da área e do tempo de permanência da vegetação secundária na Amazônia Legal Brasileira por meio de imagens LANDSAT/TM”. Desde 1992, atua nas áreas de Mapeamento, Banco de Dados Geográficos, Sistemas de Informações Geográficas, Ecologia e Sensoriamento Remoto na Região Amazônica.

A solenidade será realizada no prédio da administração da Embrapa Amazônia Oriental, na Travessa Dr. Enéas Pinheiro, S/N, Belém. Até estar pronto o prédio próprio, o que deve ocorrer no próximo ano, o CRA/INPE ocupa um imóvel nas dependências da Embrapa.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

EUA: mudança de paradigma

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Várias reportagens publicadas na imprensa sobre o lançamento sul-coreano trazem uma interessante afirmação de Ian Kelly, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, sobre o programa do país asiático. "Os sul-coreanos desenvolveram o seu programa de modo muito aberto e transparente, de acordo com os compromissos internacionais que eles assinaram", disse Kelly.

Seria esta afirmação do governo norte-americano simplesmente palavras simpáticas a um grande aliado na Ásia, ou uma mudança de paradigma dos EUA em relação a programas locais de lançadores?

Os Estados Unidos sempre foram muito críticos sobre programas locais de lançadores desenvolvidos por nações emergentes (ou terceiro-mundistas, usando o conceito do período da Guerra Fria), como o Brasil (Programa VLS), a Argentina (Condor), a África do Sul, e o Egito (Badr-2000), entre outros, por receio do eventual uso da tecnologia dual para propósitos militares. Vários países acabaram desistindo de seus projetos, mas alguns continuam a tocá-los, como o Brasil.

Em meados da década de noventa, com o objetivo de esclarecer e formalizar as intenções brasileiras na área de lançadores, o governo Fernando Henrique Cardoso assinou e ratificou alguns compromissos internacionais na área, como o Missile Technology Transfer Regime (MTCR). Isto por si só já seria elemento para caracterizar o Programa VLS como “aberto e transparente”.

Independente de qual seja a real motivação do posicionamento americano sobre o lançamento sul-coreano, o fato é que a cada dia que se passa notam-se pequenas mudanças na política dos EUA sobre questões sensíveis em áreas entendidas como duais, como a de lançadores espaciais, no comércio e transferência de tecnologia aeroespacial e militar. O interesse crescente por mudanças na legislação ITAR, algumas vezes abordadas aqui no blog, é exemplo dessa aparente mudança de paradigma. Quando Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA envia carta ao governo brasileiro dizendo que seu país propõe "transferência de tecnologia sem precedentes" no fornecimento de caças para a Força Aérea Brasileira, vê-se outro exemplo de aparente mudança.
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Seleção para diretor do INPE

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Inpe tem seleção para diretor

26/8/2009

Agência FAPESP – O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) está iniciando processo para seleção de candidatos ao cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a ser realizado por um comitê de especialistas nomeado recentemente pelo ministro Sergio Rezende.

Segundo o MCT, esse sistema de escolha de dirigentes vem sendo praticado para os cargos de direção de todas as suas unidades de pesquisa. A seleção, que dá origem a uma lista tríplice encaminhada ao ministro, é sempre realizada por comitês de especialistas, que buscam identificar, nas comunidades científica, tecnológica e empresarial, nomes que se identifiquem com as diretrizes técnicas e político-administrativas estabelecidas para cada instituição.

O comitê para o Inpe, presidido por Marco Antônio Raupp (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), tem como membros Alberto Passos Guimarães (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), Carlos Henrique de Brito Cruz (FAPESP), Hadil Fontes da Rocha Vianna (ministro das Relações Exteriores) e Michal Gartenkraut (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron).

Poderão se candidatar ao cargo quaisquer pesquisadores ou tecnologistas brasileiros ou naturalizados. O candidato selecionado deverá ser capaz de demonstrar:

- competência profissional reconhecida;
- visibilidade junto à comunidade científica e tecnológica;
- experiência administrativa e capacidade de promover a agregação dos funcionários em torno dos objetivos institucionais do Inpe, levando-se em consideração a diversidade de áreas de atuação do instituto;
- visão de futuro para a instituição e empenho no desenvolvimento integrado científico e tecnológico do país;
- capacidade para tratar de forma bem-sucedida problemas e desafios políticos relacionados com o Inpe;
- capacidade demonstrada de gestão, envolvendo atividades internas e externas de relacionamento com órgãos de financiamento e de governo;
- comprometimento com a execução do plano diretor do Inpe 2007-2011 e com o plano de ações 2007-2010 do MCT e com os que vierem a substituí-los;
- comprometimento com a elevação contínua da qualidade das atividades em tecnologia, ciência e educação realizadas no Inpe;
- motivação para enfrentar novos desafios.

Os documentos para candidatura ao cargo devem ser enviados até o dia 30 de setembro de 2009, em papel e via eletrônica, para o endereço abaixo, abrangendo carta solicitando inscrição da candidatura, curriculum vitae, incluindo produção científica e/ou tecnológica, e texto de até cinco páginas, descrevendo sua visão de futuro para o Inpe e aderência do seu projeto de gestão com o plano diretor do instituto.

Dr. Marco Antônio Raupp
Parque Tecnológico de São José dos Campos
Via Presidente Dutra, km 138 – Bairro Eugênio de Melo
12247-044 – São José dos Campos

endereço eletrônico: mraupp@lncc.br

O processo seletivo, além da avaliação dos documentos solicitados, incluirá apresentação pública de seu plano de gestão para o Inpe e entrevista privada dos candidatos com o comitê de busca, em local, data e hora a serem previamente anunciados pelo comitê.

Fonte: Agência FAPESP
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Coréia do Sul entra para o clube

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A Coréia do Sul realizou na manhã de hoje (25), o lançamento de seu primeiro veículo lançador de satélites, o KSLV-1 (Korean Space Launch Vehicle - 1), também chamado Naro. Aparentemente, a carga-útil transportada, o satélite científico STSAT 2, de 100 kg, foi colocada em órbita errada, a cerca de 360 km de altitude (a correta seria 300 km).

A Coréia do Sul deu início ao projeto do KSLV-1 em 2002, logo após a missão tripulada chinesa. Foram investidos cerca de US$ 420 milhões no projeto, que contou com forte suporte da empresa russa Khrunichev, que fabrica, dentre outros sistemas espaciais, o foguete Proton. O motor (RD-191) do primeiro estágio do lançador é fabricado pela Khrunichev.

Caso o lançamento sul-coreano seja considerado bem sucedido, o país asiático será a décima-primeira nação a entrar no clube de países capazes de colocar suas cargas úteis no espaço. Em 1957, a União Soviética (hoje, Rússia e Ucrânia) deu início à era espacial com o lançamento do Sputnik. No ano seguinte, os Estados Unidos lançaram o satélite Explorer, tendo sido acompanhado em seguida pela França, Japão, China, Reino Unido, Índia e Israel. Em fevereiro deste ano, o Irã se juntou ao clube com a inserção em órbita de um pequeno satélite experimental de comunicações, lançado pelo foguete Safir 2.

A vizinha Coréia do Norte também teria tentado lançar um satélite por meios próprios em abril deste ano, não alcançando sucesso. Há fontes que afirmam que na realidade o lançamento coreano seria na realidade um teste disfarçado de míssil intercontinental.

Outros países também têm ambições de entrar para o clube, como o Brasil. Desde a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), de 1979, o País conta com o projeto do VLS-1, que já teve três lançamentos, todos mal-sucedidos.

As razões para o insucesso brasileiro são diversas, como embargos internacionais, falta de recursos e indefinições políticas, dentre outras. Em sete anos, a Coréia do Sul atingiu os seus objetivos, graças a grandes investimentos e também por ter adotado um “atalho”: a parceria com a russa Khrunichev.

O sucesso, ainda que parcial, do lançador sul-coreano mostra também a evolução industrial nos setores Aeroespacial e de Defesa do país asiático. Os coreanos hoje desenvolvem, fabricam e exportam sistemas sofisticados, como aviões de combate, satélites, helicópteros, mísseis e foguetes. Em 2008, por exemplo, o setor industrial aeroespacial e de defesa sul-coreano superou a cifra de US$ 1 bilhão em exportações (veja aqui).
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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

21º aniversário do Programa CBERS

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Programa CBERS completa 21 anos

24/08/2009

Em 22 de agosto de 1988, foi assinado entre a Academia de Tecnologia Espacial da China e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o acordo de cooperação para o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS).

Desde então já foram lançados três satélites: CBERS 1, 2 e 2B, este atualmente em operação. Os CBERS 3 e 4 devem ser colocados em órbita em 2011 e 2014.

Nesta semana, o modelo térmico do CBERS-3 passa por ensaio vácuo-térmico na nova câmara de simulação espacial instalada no Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE), em São José dos Campos.

Os satélites do programa CBERS servem ao Brasil para monitorar desmatamentos, a expansão urbana e da agropecuária, entre outras aplicações.

O Programa CBERS é um dos exemplos mais bem-sucedidos de cooperação tecnológica entre países em desenvolvimento. Até o lançamento do CBERS, o Brasil dependia exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros.

O domínio da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto também permitiu a implantação de uma pioneira política de livre acesso a estes dados. Como resultado, já foram distribuídas gratuitamente pela internet mais de meio milhão de imagens para aproximadamente 20 mil usuários, em cerca de duas mil instituições públicas e privadas. Em média, têm sido registrados diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.

Além da livre distribuição das imagens, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o crescimento do País.

É importante destacar que as imagens CBERS são fornecidas gratuitamente para todo e qualquer usuário. Os países da América do Sul que estão na abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá (MT) são os mais beneficiados por esta política. Em breve os países da África também poderão contar com imagens gratuitas de seus territórios, pois já foram assinados memorandos para a recepção do satélite sino-brasileiro CBERS em estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito.

Mais informações no site www.cbers.inpe.br
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sábado, 22 de agosto de 2009

Cooperação Brasil - EUA

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Nasa renova convênio com a AEB


21-08-2009

A Nasa acaba de renovar por mais cinco anos o convênio para o programa de geodésia espacial mantido entre os Estados Unidos e o Brasil. Conforme o professor e coordenador do Centro de Radioastronomia e Astrofísica da Universidade Mackenzie (CRAAM), Pierre Kaufmann, a renovação é uma consequência da qualidade dos resultados obtidos no Rádio Observatório, situado na unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na cidade de Eusébio, no Ceará.

O observatório de Eusébio – que funciona desde 1993 -, juntamente com uma rede mundial de radiotelescópios, é responsável por detectar irregularidades na rotação da Terra. Esta atividade serve para realizar pequenos ajustes nas órbitas dos satélites.

Pierre Kaufmann explica que sem esses ajustes de órbitas os satélites da constelação GPS poderiam fornecer informações incorretas. “Ao redor do mundo essas mudanças geodésicas são processadas e os modelos que descrevem as órbitas dos satélites são refeitos”, diz o coordenador do CRAAM/Inpe.

Essas anomalias geofísicas da Terra são decorrentes de atividades vulcânicas e sísmicas, tsunamis, e até o fenômeno climático El Niño. Kaufmann adianta que existe um esforço mundial para que essas medidas de irregularidades da rotação da Terra também possam ser usadas para a previsão de catástrofes naturais como terremotos.

Fonte: AEB

Atualização (24/08/2009, às 19h30): mais informações sobre o Rádio Observatório, localizado em Eusébio, no Ceará, podem ser encontradas no press release divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE): "Renovado convênio com a NASA na área de Geodésia Espacial".
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"Lançadores espaciais: Os planos do IAE/CTA"

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Com o objetivo de transmitir aos seus leitores uma "fotografia" atual sobre o que se planeja no Brasil na área de lançadores espaciais, a reportagem de Tecnologia & Defesa, publicação a qual o blog é ligado, entrou em contato com Paulo Moraes Jr. (a quem agradecemos mais uma vez!), coordenador do Programa de Veículos Lançadores Cruzeiro do Sul, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), para uma entrevista sobre os projetos atuais e planos futuros na área. Foram abordados temas relacionados entre si, como o VLS-1, o Programa Cruzeiro do Sul e uma possível parceria com empresas estrangeiras para o desenvolvimento de um foguete lançador comercial de microssatélites.

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ACS: visita ucraniana

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Vice-ministra da Economia da Ucrânia visita a ACS

19/08/2009

A vice-ministra da Economia da Ucrânia, Nataliya Boitsun, em viagem oficial ao Brasil, visitou, na tarde desta quarta-feira (19), a sede da Alcântara Cyclone Space, em Brasília. Na oportunidade, ela se reuniu com os dois diretores-gerais, Oleksandr Serdyuk (Ucrânia) e Roberto Amaral (Brasil).

Durante aproximadamente uma hora, Nataliya assistiu a apresentações do diretor-geral ucraniano e do vice-diretor financeiro da ACS, Viacheslav Alexeyenko, a respeito do cronograma de atividades da empresa binacional e da situação financeira da ACS, cujo capital de US$ 487 milhões tem de ser integralizado em iguais parcelas pelos países.

Nataliya chegou ao Brasil no domingo (16) e, já na segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, participou de reuniões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Em Brasília, além de visitar a ACS, Nataliya Boitsun se reuniu com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Itamaraty.

O objetivo principal da viagem é estreitar os laços comerciais entre a Ucrânia e o Brasil, sendo a ACS a principal locomotiva que une as duas nações.

Fonte: ACS
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ACS: início das obras está próximo

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ACS mais próxima de iniciar as obras do sítio de lançamento

20/08/2009

A Alcântara Cyclone Space (ACS) deu mais um passo rumo ao início das obras de seu sítio de lançamento. Nos dias 13 e 14 de agosto, técnicos da empresa, acompanhados de representantes da Fundação Palmares e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), realizaram uma inspeção in loco e uma consulta pública na região.

Além de visitarem o local exato onde será construído o sítio da ACS, eles também foram até o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), onde participaram de uma palestra ministrada pelo vice-diretor do CLA, Coronel Silva Tavares. No futuro sítio da ACS, onde somente é possível chegar de caminhonete com tração nas quatro rodas, eles foram fotografados no local exato de onde será lançado, no segundo semestre do ano que vem, o foguete Cyclone-4 (foto).

Consulta pública

A consulta pública, realizada no dia 14, contou com a presença e participação de representantes das comunidades quilombolas de Mamuna, Brito e Baracatatiua, da Prefeitura de Alcântara, da Câmara de Vereadores da cidade, da Fundação Palmares, da Seppir, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alcântara (STTR), da Paróquia de Alcântara e do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (MABE). O encontro começou às 9h30 e terminou pouco antes das 18h.

"Tudo transcorreu em um clima bastante amistoso", avalia o gerente técnico da ACS, responsável pelo licenciamento ambiental, Leonardo Scalabrin. "As dúvidas e questionamentos das comunidades foram respondidos e, agora, resta-nos estarmos preparados para a próxima fase, que é a audiência pública para a validação de nosso Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que está prestes a ser [Leonardo C. Scalabrin] aceito pelo Ibama."

45 dias

A consulta pública realizada no dia 14, exigida pela Fundação Palmares, serve como preparação para a audiência pública, exigida pelo Ibama. A consulta tem caráter informal, servindo, basicamente, para interação mais próxima com as comunidades quilombolas.

Neste momento, a ACS aguarda que o Ibama aceite o seu EIA e dê início ao prazo de 45 dias para a realização da audiência pública, que deve contar com a presença dos mesmos órgãos e entidades presentes à consulta do dia 14 e outros interessados no processo. Após a audiência pública e a análise do EIA, o Ibama poderá emitir a Licença Prévia, permitindo que a ACS inicie os procedimentos para obtenção da Licença de Instalação, necessária para o início da construção do sítio de lançamento.

Fonte: ACS
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CBERS 3: teste vácuo-térmico

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Satélite CBERS realiza teste vácuo-térmico na nova câmara de simulação espacial do INPE

19/08/2009

O satélite CBERS-3 será testado na mais avançada câmara de simulação do ambiente espacial do Hemisfério Sul, instalada no Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/INPE), em São José dos Campos (SP). O modelo térmico do satélite está sendo preparado na câmara, que deve ser fechada para o início do teste na segunda-feira (24/8). Trata-se do primeiro realizado nesta nova câmara.

O teste vácuo-térmico simula as temperaturas extremas que o satélite enfrenta no espaço para averiguar o funcionamento de seus vários subsistemas e uma possível degradação dos materiais.

“Já dentro da câmara primeiro é feita uma limpeza do satélite, quando elevamos sua temperatura até 55ºC por 24 horas, um processo que chamamos de ‘bake-out’. Em seguida iniciamos propriamente o teste de balanço térmico, que se estende por 14 dias seguidos, com temperaturas extremas e alternância de frio e calor”, explica a engenheira Rosângela Leite, da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE) do INPE.

A impossibilidade de conserto em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o fim de sua vida útil no espaço. Se durante os testes é verificado algum problema, é possível resolver antes do lançamento.

“Todos os equipamentos e sistemas de um satélite são testados exaustivamente. Projetos espaciais são caros e um pequeno erro pode comprometer não só o investimento financeiro mas também anos de trabalho”, diz José Sérgio de Almeida, engenheiro do LIT/INPE. “São poucas as câmaras de simulação espacial deste porte no mundo. Quando uma delas fica pronta, reúne todos os últimos avanços tecnológicos e se torna um instrumento estratégico de qualificação espacial”.

Nova câmara

Com cerca de 150 toneladas, a nova câmara tem dimensões externas de 8 metros de largura, 10m de comprimento e 9,5m de altura. Internamente, mede 6m de largura, 7.5m de altura e 8m de profundidade com volume total de 485 m3. Como principais características, permite simular a pressão no nível de 1x10-7 mbar e o controle de temperatura varia entre -196 ºC a 150 ºC. Seu sistema de informação possui 1.500 canais para a gravação e análise dos dados experimentais. Também conta com equipamento para análise completa de contaminação.

Própria para testar satélites de grande porte, como o CBERS, que possui massa maior que 1.500kg, com esta câmara o Brasil está apto a realizar a chamada matriz completa de testes, composta também de ensaios de vibração e choque, medidas de propriedades de massa, testes elétricos, acústicos e de compatibilidade eletromagnética. Para estes, o INPE já tinha instalados equipamentos de grande porte.

“Nossos testes vácuo-térmicos eram realizados nos equipamentos e sistemas separadamente porque nossa câmara não comportava o satélite todo montado. Agora podemos atender não só ao programa espacial brasileiro como oferecer a matriz completa de testes a outros países”, diz José Sérgio.

A nova câmara do LIT/INPE custou US$ 9 milhões, investimento feito através do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).

Satélite CBERS

Resultado da parceria com a China, os satélites do programa CBERS servem ao Brasil para monitorar desmatamentos, a expansão urbana e da agropecuária, entre outras aplicações. Já foram lançados três satélites: CBERS 1, 2 e 2B, este atualmente em operação. Os CBERS 3 e 4 devem ser colocados em órbita em 2011 e 2014.

Com o CBERS, o Brasil passou a dominar a tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto. Até então, o país dependia exclusivamente de imagens fornecidas por equipamentos estrangeiros. Desde a assinatura do acordo de cooperação, em 1988, Brasil e China já investiram cerca de US$ 350 milhões e atualmente o Brasil é um dos maiores distribuidores de imagens orbitais do mundo.

Iniciativa pioneira no mundo, a política de acesso livre aos dados adotada pelo INPE permitiu que fossem distribuídas pela internet mais de meio milhão de imagens para aproximadamente 20 mil usuários, em cerca de duas mil instituições públicas e privadas. Em média, têm sido registrados diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.

Além do fornecimento gratuito de imagens de satélite, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o crescimento do País.

Mais informações no site www.cbers.inpe.br

Fonte: INPE
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Escritório da ACS em Alcântara

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Alcântara já conta com escritório da ACS em pleno funcionamento

18/08/2009

A Alcântara Cyclone Space já está instalada no Centro Histórico da cidade maranhense de Alcântara. Em uma casa na Rua Grande, próximo à Prefeitura e à Câmara de Vereadores, funciona, desde o começo do mês de agosto, a representação oficial da empresa binacional do Estado do Maranhão.

Dois funcionários – uma assistente social e um auxiliar administrativo – já foram contratados e, juntos, estão trabalhando para integrar ainda mais a comunidade alcantarense à Alcântara Cyclone Space. O principal objetivo do escritório é exatamente fortalecer as excelentes relações que a empresa binacional mantém com a população e com o Poder Público locais.

Centro sociocultural

Os funcionários do escritório de Alcântara da ACS também têm como missão dar início às obras de reforma do edifício mais tradicional da cidade de Alcântara, o “Cavalo de Tróia”, onde funcionará o Centro Sociocultural que a Alcântara Cyclone Space instalará na cidade.

Dentre as atividades que ocorrerão no Centro Sociocultural destacam-se: exibição de filmes, palestras, workshops, exposições de Artes Plásticas, peças de Teatro, reuniões comunitárias, concertos, apresentações musicais, oficinas, biblioteca e centro de estudos.

Fonte: ACS
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domingo, 16 de agosto de 2009

Inovação tecnológica na Omnisys

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No final de julho, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) organizou em sua sede em São Paulo (SP), seminário sobre instrumentos de apoio à inovação tecnológica, evento que contou com a participação da Omnisys, importante indústria das cadeias aeroespacial e de defesa brasileiras.

De acordo com os dados apresentados no seminário, desde 2005, o grupo francês Thales, controlador da Omnisys, investiu na empresa R$ 20 milhões para torná-la um de seus centros globais de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Em 2008, a empresa, que tem operações em 9 países, empregava 250 pessoas, sendo 70 técnicos e engenheiros no departamento de P&D. Anualmente, uma média de 15% de sua receita é aplicada em investimentos de P&D.

A Omnisys é provavelmente uma das indústrias nacionais que melhor sabe fazer uso dos programas públicos de financiamento e subvenção econômica, como os da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia. No programa de subvenção da FINEP deste ano, na área de Defesa Nacional e Segurança Pública, foi a única empresa que teve mais de um projeto selecionado - foram três ao todo.

Criada em 1997, a Omnisys hoje é atuante nos setores aeroespacial e de defesa, especialmente em sistemas de trajetografia, guerra eletrônica, controle e radares. Na área espacial, a empresa já forneceu subsistemas e componentes para satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e também foi responsável pela modernização dos sistemas de trajetografia e telemetria que equipam os centros de lançamento de Alcântara (CLA) e Barreira do Inferno (CLBI).

Para acessar a apresentação feita na FIESP, clique aqui.
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sábado, 15 de agosto de 2009

Minc fala sobre o INPE e futuros satélites

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Ontem (14), em entrevista concedida ao Jornal das Dez, do canal Globo News (clique aqui para assistir), o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, falou sobre a importância do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na geração de imagens para fiscalização, e também sobre o futuro satélite de monitoramento, que contará com sensores óticos e radar. Embora o ministro tenha mencionado a palavra satélite no singular, provavelmente estava se referindo a família de satélites de observação baseados na Plataforma Multimissão (PMM), que envolverá a construção de ao menos dois modelos, um dotado com sensores óticos (AWFI e a câmera RALCam 3), o Amazônia-1, e outro com um sensor radar (SAR), ainda em projeto (MAPSAR).

Transcrevemos abaixo o trecho em que Minc fala sobre o INPE.

"O INPE são os nossos olhos que dirigem a ação da fiscalização. [...] Só que a gente vai mais adiante. Vai ter um novo satélite, que é um satélite que vai ter dois tipos de sensores, um sensor ótico e um sensor radar. Então ele vai pegar, não apenas, vai pegar de noite, vai pegar através das nuvens, e ao invés de ter uma base de cinquenta metros, vai pegar 5 metros, quer dizer, vai dar pra ver o focinho do boi pirata. [...] Isso custa caro, nós vamos entrar com recursos do Fundo Amazônia, o BNDES vai entrar com recursos do FUNTEC, que é um fundo de tecnologia também direcionado pra isso. Não é barato, mas a gente vai poder definir as rotas desse satélite, o itinerário dele. Vamos poder pegar não só a Amazônia, como também monitorar, por exemplo, o cerrado, ou a caatinga, e também a Amazônia de outros países que não o Brasil, países limítrofes. Fornecer gratuitamente pra eles, pra pesquisadores, o acesso a essas informações."
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"A volta da Engesa"

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A revista IstoÉ que começou a circular este final de semana traz uma interessante reportagem ("A volta da Engesa") sobre um acordo sigiloso entre o grupo europeu EADS e o coronel reformado Oswaldo Oliva Neto, ex-diretor do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, para a criação de uma empresa holding que se envolverá em projetos nacionais na área de defesa, como a construção de helicópteros de transporte EC-725, adquiridos pelo Ministério da Defesa em dezembro do ano passado.

Em abril, durante a feira LAAD, uma fonte da revista Tecnologia & Defesa, a qual o blog é ligado, deu informações muito preliminares sobre esta negociação, que envolve, aliás, importantes industriais dos setores aeroespacial e defesa brasileiros. A partir de julho, outras informações foram surgindo nos bastidores, de diferentes fontes, indicando novas movimentações.

Embora focada no setor militar, a holding, chamada Engesar Planejamento e Engenharia (o nome parece ter sido inspirado na antiga fabricante de blindados e mísseis Engesa), pode também se envolver em projetos da área espacial, como o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). Num dos parágrafos da reportagem, o autor Claudio Dantas Sequeira diz: "Além de helicópteros, a holding também construirá satélites de controle de tráfego aéreo e sistemas para a área de segurança pública."

Este movimento pode ser decisivo para garantir ao grupo EADS importantes negócios na área espacial no Brasil. Como já abordamos aqui anteriormente, o grupo europeu tem interesses em projetos de lançadores, no SGB, na construção de satélites de sensoriamento remoto, entre outros.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Alcântara: reportagens de "O Estado do Maranhão"

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Como tem sido praxe nos últimos tempos, o jornal "O Estado do Maranhão" está dando grande atenção às questões relacionadas ao Programa Espacial Brasileiro e ao Centro de Lançamento de Alcântara. Na edição de hoje (15), foram publicadas três reportagens sobre a operação Fogtrein I, Alcântara Cyclone Space (ACS) e a assinatura de convênio para reforma de estradas que levam ao CLA. Resumimos abaixo algumas das principais informações dadas pelas reportagens:

- Ainda este ano (provavelmente em novembro ou dezembro) devem ser realizados dois lançamentos de foguetes de sondagem, mas a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN), e não de Alcântara;

- As obras de construção da Torre Móvel de Integração (TMI), do VLS-1, já estão sendo executadas e teriam inclusive sido uma das razões para a transferência dos dois lançamentos no final do ano para o CLBI;

- A matéria menciona que o VLS-1 está previsto para ser lançado do CLA no final de 2010. Antes, falava-se em 2011. Como já descrito aqui no blog, o VLS a ser lançado (VT-01), será completo, mas com a ignição apenas dos quatro motores do primeiro estágio, o acionamento do segundo estágio e a separação com o terceiro, que não deverá ser acionado.

- Quarta-feira passada (12), deputados da bancada maranhense se reuniram com o senador Edison Lobão Filho para discutir a possibilidade de retirada do centro espacial de Alcântara, ainda que a ideia tenha sido descartada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Selecionamos alguns dizeres de congressistas citados no texto: "Eu sempre ouvi dizer que não existe melhor localização no Brasil do que Alcântara e agora eles estão com essa chantagem para pressionar as comunidades. Os quilombolas nunca quiseram a saída do CLA e sim uma negociação e o direito de posse", disse ao Domingos Dutra (PT), um dos maiores defensores da causa quilombola. Lobão Filho, por sua vez, falou: "O Ministério da Defesa não quer acabar com Alcântara, mas diante das dificuldades de ampliação, os investimentos serão diminuídos e levados para outros estados, e isso é ruim para nós. Devemos lutar para que os investimentos se concentrem no Maranhão".
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Íntegra da abertura de concorrência da ACS

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Conforme o blog havia adiantado ontem (13) ("Obras da ACS em Alcântara"), hoje foi publicado o ato da 1ª etapa da concorrência lançada pela ACS para as obras de infraestrutura em Alcântara. A íntegra do documento encontra-se abaixo:

ALCÂNTARA CYCLONE SPACE – ACS
CONCORRÊNCIA Nº 1/ACS/2009 – 1a Etapa
PROCESSO No 200900910

1ª Fase - Pré-qualificação

Objeto:
Projeto executivo e execução integrada das obras e dos fornecimentos de instalações prediais do complexo terrestre do sítio de lançamento do veículo Cyclone-4 da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space – ACS no município de Alcântara, Estado do Maranhão.
Tipo: melhor preço, sob o regime de empreitada por preço global e execução indireta.
Fundamento legal: Norma Geral de Licitação da ACS.
Entrega do Edital pela ACS: Somente poderá ser retirado na sede da ACS, localizada no Setor Comercial Norte, Quadra 2, Lote A, no 190, sala 603, Ed. Corporate Financial Center, Brasília, DF, CEP – 70.712-900, entre os dias 14 de agosto de 2009 e 14 de setembro de 2009, entre 9:00 e 12:00h e 14:00 e 17:00h, mediante preenchimento de recibo.
Informações e esclarecimentos: Pelo telefone 61 3410 7777, fax 61 3410 7719 ou e-mail concorrencia01@alcantaracyclonespace.com
Entrega e abertura da documentação: Dia 18 de setembro de 2009, às 10:00h, na sede da ACS, na sala 303.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Treinamento em STK no INPE

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AGI promove mais um treinamento em STK no INPE

13/08/2009

Um treinamento em STK (Satellite Tool Kit), uma ferramenta de análise e de operação de missões espaciais e de defesa, está sendo realizado nesta semana no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). O curso é ministrado por Jens Ramrath, Diogo Rodrigues e Aaron Weiser, da Analytical Graphics Inc (AGI), dos Estados Unidos, que vieram a convite da Divisão de Sistemas Espaciais da Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE) e do Serviço de Gestão de Competências da Coordenação de Gestão Interna do INPE.

O curso está estruturado em dois módulos: STK Avançado e STK Standard. De 10 a 12 de agosto, o curso avançado foi dirigido àqueles que participaram do primeiro treinamento em STK ministrado no Brasil, realizado em novembro de 2008, também nas instalações do INPE. O STK Standard acontece em 13 a 14 de agosto, na sala José Nelson, prédio Beta.

Participam profissionais da DEA (Divisão de Eletrônica Aeroespacial), DMC (Divisão de Mecânica Espacial e Controle), DSS (Divisão de Desenvolvimento de Sistemas de Solo e DSE (Divisão de Sistemas Espaciais) da Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE), do Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC), estes do INPE, e também do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de empresas como Orbital Engenharia, Equatorial Sistemas, Kepler Engenharia e Star One. O mesmo treinamento também está sendo oferecido na Embraer com participação das seguintes empresas: Embraer, Mectron, Avibras, Atech e Plasmatec.

Os instrutores

Jens Ramrath, B.S. e M.S. em Engenharia Aeroespacial pela Universidade do Texas em Austin, com foco em projeto de missões espaciais e controle de satélites. Na AGI, Jens é responsável pelo suporte aos usuários em projeto de trajetória de satélites e determinação de órbita. Trabalha no sentido de melhorar a precisão dos modelos atmosféricos na compensação de atrasos em sinais GPS e outros sinais emitidos por satélites. Jens trabalhou anteriormente no Centro de Pesquisas Espaciais da Universidade do Texas em Austin (Center for Space Research – University of Texas at Austin, http://www.csr.utexas.edu/).

Diogo Rodrigues, mestre pela Universidade Internacional do Espaço (ISU) e engenheiro de Sistemas da AGI, é responsável por avaliação de requisitos, suporte técnico, treinamento e serviços de desenvolvimento de aplicações para os clientes da AGI na Europa e na América do Sul. Possui experiência na indústria aeroespacial em análises de missões para o Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) da Agência Espacial Européia, Jet Propulsion Lab (JPL) da NASA e Dassault Aviation.

Aaron Weiser, bacharel em Geografia Física e Gerenciamento Ambiental pela Universidade de Maryland, é executivo de contas internacionais da AGI e responsável pela expansão da empresa no mercado internacional.

Aaron tem experiência de mais de 10 anos no mercado aeroespacial e de defesa. Trabalhou durante 7 anos na Space Imaging (GeoEye) como afiliado internacional e gerente de operações.

Fonte: INPE
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FogTrein I: segundo FTB lançado com sucesso

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Mais um foguete de treinamento é lançado com sucesso no CLA

13/08/2009

O Foguete de Treinamento Básico - FTB teve a sua contagem regressiva realizada pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, na área técnica de Controle do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA, às 11h 21 min, nesta quinta-feira dia 13, onde foi realizado pela segunda vez o lançamento do FTB.

Também estiveram presentes participando do lançamento o Presidente da Agência Espacial Brasileira, Engenheiro Carlos Ganem, o Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial Major-Brigadeiro-do-Ar Ronaldo Salamone Nunes e ainda o Presidente Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral.

Conforme o Coordenador Geral da Operação FogTrein I, Tenente Coronel Aviador Ricardo Rangel, o foguete alcançou 31.350 metros de altura, atingindo 4.100 km/h de velocidade. O FTB, fabricado pela empresa brasileira Avibras, após a sua trajetória, caiu a 14,5 quilômetros da costa.

Com este acontecimento a Operação FogTrein I encerrou suas atividades práticas alcançando o seu objetivos principais da Operação, lançar e rastrear 02 (dois) Foguetes de Treinamento Básico (FTB), tendo como finalidade principal o treinamento de recursos humanos do CLA e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Natal-RN, além de manter a capacidade operacional dos meios técnicos e logísticos do CLA e, ainda, a obtenção de dados para qualificação e certificação dos referidos foguetes.

Fonte: Seção de Comunicação Social do CLA

Atualização (13/08, 18h58): em notícia divulgada pela Agência Espacial Brasileira, foi informado que ainda este ano deverão ocorrer novos lançamentos de um foguete intermediário, chamado FTI (Foguete de Treinamento Intermediário), com massa e alcance superiores em relação ao FTB, que tem aproximadamente 68 quilos e 3 metros de comprimento.

Obras da ACS em Alcântara

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Amanhã (14), deve ser publicado nos jornais "Folha de S. Paulo" e "o Estado do Maranhão" o edital de pré-qualificação das empresas que poderão vir a construir o sítio de lançamento da Alcântara Cyclone Space (ACS), no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Conforme informações obtidas pelo blog, este primeiro edital terá como objetivo fazer uma triagem das empresas interessadas no projeto, que terão que demonstrar suas condições para a execução das obras, de acordo com os requisitos determinados pela ACS.

Uma vez concluída esta fase, um novo edital, com maior nível de detalhamento sobre as obras de infraestrutura (plataforma de lançamento, construções civis, etc.), deverá ser publicado, provavelmente até o final deste ano.

Hoje (13), foi assinado no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, convênio entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Governo do Maranhão prevendo a execução de reparos na infraestrutura de acessos na estrada da cidade de Cujupe até o CLA. Segundo divulgou a AEB em nota, "serão reformados um trecho de 11 quilômetros que liga o Terminal de Cujupe à Rodovia Estadual MA-106 e outro trecho de aproximadamente 47 quilômetros na MA-106 que segue até a cidade de Alcântara." O valor total do convênio é de R$ 33 milhões.

Atualização (13/08, 18h55): agora no final da tarde, a AEB divulgou uma notícia sobre a assinatura do convênio (leiam aqui). Selecionamos dois parágrafos:

"A recuperação das estradas irá permitir o deslocamento de equipamentos e componentes para o novo sítio de lançamento da Alcântara Cyclone Space, empresa binacional Brasil-Ucrânia. O presidente da AEB salientou a importância das obras que vão garantir o lançamento do foguete Cyclone 4 em dezembro de 2010. “A oportunidade de estabelecermos parcerias entre o Governo Federal e os estados vai além da atividade espacial. Uma simples estrada poderia inviabilizar o transporte de material até o Centro”, disse Ganem.

Conforme o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, a reconstrução das vias possibilitará ao CLA e ao Brasil entrarem na disputa do mercado mundial de lançamento de foguetes e satélites. O ministro também fez questão de enfatizar a permanência do Centro no estado do Maranhão."
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ministro da Ciência e Tecnologia em Alcântara

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Ministro visita amanhã (13) Centro de Lançamento de Alcântara

12/08/2009 - 15:22

O ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende, participa amanhã (13), às 10h40, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, do segundo lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB), dentro da operação denominada de FogTrein 1.

Assistem ao evento também o secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, o chefe de gabinete do ministro, Alexandre Navarro Garcia, o presidente da Agencia Espacial Brasileira (AEB/MCT), Carlos Ganem, engenheiros da Avibras, da AEB, do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).

O objetivo da operação FogTrein 1 é lançar e rastrear dois foguetes FTB, além de capacitar profissionais para a operacionalização dos equipamentos do CLA e do CLBI, este localizado no Rio Grande do Norte.

O primeiro lançamento ocorreu na segunda-feira (10). De acordo com o diretor do CLA, Coronel Aviador Nilo Andrade, o foguete alcançou a sua altura máxima de 31.800 metros, atingindo velocidade de 4.100 km/h em quatro segundos. Fabricado pela empresa brasileira Avibras com quase 100% de tecnologia nacional, o FTB caiu em alto-mar a 16 quilômetros da costa.

Após o lançamento de amanhã (13), o ministro segue para a capital São Luiz, onde às 13h, no Palácio dos Leões, assina com a governadora do estado, Roseana Sarney, convênio na área de infraestrutura, para a recuperação da estrada de Cujupe, compreendendo um trecho de 11 quilômetros, entre o CLA e a Rodovia Estadual MA 106, e de 47 quilômetros, da mesma via, ligando à cidade de Alcântara. Esta obra é estratégica porque facilita o transporte de foguetes e peças que chegam ao porto de São Luis. O MCT, por meio da AEB, vai investir R$ 30 milhões.

Programa Espacial

O investimento em atividades espaciais no Brasil trouxe benefícios dos mais diversos: pesquisas de novos medicamentos, materiais e equipamentos eletrônicos, cartografia com a utilização de satélite, imagens em tempo real da localização de queimadas e desmatamento, e informações meteorológicas.

Os foguetes são um pilar do programa espacial brasileiro, desde sua criação em 1961. O primeiro deles, um Nike-Apache, foi lançado em 1965, do Rio Grande do Norte. De lá para cá, centenas de foguetes foram lançados, tanto do CLBI quanto do CLA.

O CLA foi construído na década de 80. Sua instalação deu ao Brasil a possibilidade de lançar, a partir do próprio território, foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites.

A partir da criação da AEB, em 1994, a comunidade científica foi estimulada a participar no desenvolvimento de pesquisas. Neste sentido, a Agência criou os programas Microgravidade e Uniespaço, destinados a fomentar projetos de pesquisas de interesse, tanto de universidades, como do setor espacial.

Em todo o mundo, menos de uma dezena de países lançam foguetes, e pouco mais de 20 nações desenvolvem satélites. O que elas têm de vantagem, e o Brasil se inclui nesta lista, é poder usar essa tecnologia para atender de maneira autônoma as suas prioridades nacionais.

Fonte: MCT
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Fogtrein I e Alcântara

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Foguete de pequeno porte é lançado com sucesso do CLA

Bruna Castelo Branco

Alcântara - O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) lançou, às 15h18 de ontem, o Foguete de Treinamento Básico (FTB) de pequeno porte que integra a Operação FogTrein I. Um novo lançamento está previsto para quinta-feira, às 19h45.

Além de testar os equipamentos do CLA para a realização de operações com veículos de grande porte, a operação visa qualificar o protótipo desenvolvido pela empresa brasileira Avibrás com tecnologia 90% nacional. O segundo lançamento, previsto para acontecer na tarde de hoje, foi alterado para testar novas possibilidades do sistema que ainda está em fase de desenvolvimento.

A operação de lançamento ontem foi considerada perfeita. O foguete atingiu um apogeu de 31.800 m de altura, caindo a uma distância de 15.100 km do local de lançamento em apenas 4 (sic) segundos de vôo. Com dimensões pequenas - com apenas 3,5 m, e peso de 67,8 kg – o foguete serviu para testar o protótipo, ainda em fase de desenvolvimento no país, e tem por objetivo dar visibilidade para a indústria brasileira do setor aeroespacial. Além do protótipo de pequeno porte, o FTB possui ainda os modelos nos níveis intermediário e avançado, cujas experiências de lançamento também devem ser realizadas no CLA.

Ainda este ano, devem ser lançados mais um FTB de nível intermediário, um Orion e um VSB-30 - que é um foguete de médio porte. As campanhas de lançamento devem ser realizadas a partir de novembro, quando forem finalizadas algumas intervenções na estrutura do CLA.

Expansão do CLA - A operação FogTrein I está acontecendo em um momento decisivo para o futuro do Programa Espacial Brasileiro em Alcântara, relacionado à proposta de expansão das atividades de lançamentos que envolvem parcerias comerciais. A área prevista para a construção dos sítios hoje é ocupada por comunidades quilombolas, mas, segundo o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que foi divulgado no fim do ano passado, a área em questão é, de fato, pertencente ao território do Centro de Lançamento de Alcântara.

“Hoje o Centro de Lançamento ocupa cerca de 8.713 hectares dos 62 mil que estão previstos no relatório. O programa necessita da área localizada ao Norte do CLA, que hoje é ocupada por algumas comunidades quilombolas. Temos ainda a capacidade de instalar mais três sítios no CLA, sem a necessidade de remanejamentos”, explicou o coronel Nilo Andrade, diretor do Centro de Lançamento de Alcântara.

Lançamentos - O diretor do CLA disse ainda que a possibilidade da criação de sítios de lançamentos em outros locais no Brasil ainda é incerta e o início dos estudos dos locais só deve acontecer após decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a atual capacidade do CLA é considerada suficiente para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro pelos próximos 15 anos.

“A área atual do Centro tem capacidade para o lançamento do VLS 1, cujas obras da plataforma já foram iniciadas. Uma área será destinada para uma segunda plataforma destinada às atividades com um VLS2, e uma terceira área para o Ciclone 4, que será utilizado pela empresa Alcantara Cyclone Space. Por enquanto, a estrutura do CLA consegue sustentar bem as necessidades do Programa Especial Brasileiro”, afirmou.

Segundo o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira, Antônio Hugo Pereira Chaves, até agora todos os esforços relativos a sítios de lançamentos no Brasil estão focados no Centro de Lançamento de Alcântara e no Centro de Lançamento de Barreira do Inferno, em Natal (RN). “Não existem estudos sobre qualquer área fora desses centros para a construção de sítios de lançamentos. Os nossos investimentos, até o momento, estão ligados a esses dois pontos. No CLA temos o projeto da Cyclone, que já está adiantado e esperamos que a empresa prospere. A possibilidade é que ela faça cerca de seis lançamentos ao ano. Nessa primeira etapa, o foguete também passará por uma fase de qualificação”, afirmou Chaves.

Fonte: jornal O Estado do Maranhão, 11/08/2009.

Comentários: o FTB, desenvolvido pela Avibras Aeroespacial, de São José dos Campos (SP), parece substituir os foguetes SBAT 70, também da Avibras, na função de testes de sistemas de centros de lançamento. A reportagem de Bruna Castelo Branco traz ainda outros pontos muito interessantes: tanto a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do diretor do CLA, Cel. Nilo Andrade, como a Agência Espacial Brasileira, na pessoa de seu diretor de Transporte Espacial, Brig. Antônio Chaves, estão adotando discursos de que a construção de um novo centro espacial ainda não foi decidida. E mais, dão elementos que sustentam a tese, defendida aqui no blog, de que um novo centro sequer é necessário pelos próximos quinze anos. A Alcântara Cyclone Space também anunciou no início de julho que não iria sair do CLA, logo após sugirem na mídia os rumores sobre a suposta desativação da base de Alcântara e/ou construção de uma nova em outra região do País (Amapá, Ceará, etc.) Se a AEB, a FAB e a ACS entendem que uma nova base de lançamento não é necessária pelos próximos anos, qual seria a origem de todos os rumores dando conta do contrário?
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Voluntários para projeto da ESA e SWF

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Senhores:

Atendendo ao pedido de Daniël Konrad Link, leitor do blog, divulgamos abaixo uma chamada para voluntários de um projeto da Agência Espacial Europeia da Secure World Foundation:

Procura-se Voluntários para o ESA Planetary Database

A Agência Espacial Européia (ESA) e o Secure World Foundation (SWF) estão procurando voluntários para trabalhar através do Space Generation Advisory Council (SGAC) co-escrevendo um wiki site, a ser lançado em breve.

Este wiki site vai servir como guia para visitantes e explicar termos e conceitos tais como mapas gravitacionais, parâmetros orbitais e até cenários de deflecção. Também irá concentrar-se categorizando NEOs (Near-Earth Objects), corpos no Cinturão de Asteróides e no Cinturão de Kuipeer.

Se você pode ser um colaborador voluntário neste projeto, contribuindo para este wiki site e para o ESA Planetary Database (http://pdb.estec.esa.int/) por favor preencha o seguinte formulário até 15 de agosto: http://www.spacegeneration.org/survey/survey.php?id=14CMQ0AK

Mais informações e para acesso ao flyer oficial do projeto visite: http://www.spacegeneration.org/node/2586
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Operação FogTrein I realizada com sucesso

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Foguete parte com sucesso do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão

11/08/2009 - 10h02

Foi realizado com sucesso o lançamento do primeiro Foguete de Treinamento Básico no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A operação, denominada FogTrein I, ocorreu às 15h18min de ontem (10 de agosto). Conforme o Diretor do CLA, Coronel-Aviador Nilo Andrade, o foguete alcançou a sua altura máxima com 31.800 metros, atingindo uma velocidade de 4.100 km/h em quatro segundos. Fabricado pela empresa brasileira Avibras e tecnologia quase 100% nacional, o foguete percorreu sua trajetória e caiu em alto-mar a 16 quilômetros da costa.

O objetivo da operação FogTrein I é lançar e rastrear dois foguetes desse porte, além de treinar os recursos humanos, operacionais e equipamentos do CLA e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Natal (RN).

Um segundo lançamento também do CLA está previsto para as 10h45 dessa quinta-feira (17). A operação Fogtrein I ainda conta com a participação de engenheiros da Avibras, da Agência Espacial Brasileira (AEB), do CLBI e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).

Programa Espacial Brasileiro

O investimento em atividades espaciais no Brasil trouxe benefícios dos mais diversos: pesquisas de novos medicamentos, materiais e equipamentos eletrônicos, cartografia com a utilização de satélite, imagens em tempo real da localização de queimadas e desmatamento, e informações meteorológicas. Os foguetes são um pilar do programa espacial brasileiro, desde sua criação em 1961. O primeiro deles, um Nike-Apache, decolou em 1965, do Rio Grande do Norte. De lá para cá, centenas de foguetes foram lançados, tanto no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal, quanto do CLA.

O CLA surgiu na década de 80, no Maranhão, com o objetivo de dotar o País de um local para envio de engenhos espaciais . Sua instalação trouxe, dessa forma, a possibilidade de o Brasil lançar, a partir do próprio território, foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites.

A partir da criação da Agência Espacial Brasileira (AEB) em 1994, a comunidade científica foi estimulada a participar no desenvolvimento de pesquisas. Neste sentido, a AEB criou os programas Microgravidade e Uniespaço, destinados a fomentar projetos de pesquisas de interesse, tanto de universidades, como do setor espacial.

Em todo o mundo, menos de uma dezena de países lançam foguetes, e pouco mais de 20 nações desenvolvem satélites. O que elas têm de vantagem, e o Brasil se inclui nesta lista, é poder usar essa tecnologia para atender de maneira autônoma as suas prioridades nacionais.

Fonte: CLA, via web-site da Força Aérea Brasileira
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

NANOSATC-BR: o primeiro cubesat brasileiro

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Foi publicado no web-site da revista Tecnologia & Defesa uma pequena reportagem de minha autoria sobre o projeto do primeiro cubesat brasileiro, chamado NANOSATC-BR. O projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Sinceiros e especiais agradecimentos a Otávio Durão e Nelson Schuch, do INPE, que tornaram possível a coleta de informações para o preparo da reportagem.

Para acessar o artigo, cliquem em "INPE e UFSM trabalham no projeto do primeiro cubesat brasileiro".

Ainda sobre cubesats, no mês passado, escrevi aqui no blog uma nota sobre a iniciativa peruana nesta área, o Chasqui 1. Vejam em "Chasqui I: o cubesat peruano".
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domingo, 9 de agosto de 2009

Venesat-1: 100% operacional

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O Ministério da Comunicação e da Informação do governo venezuelano divulgou no final de julho uma reportagem sobre o satélite de comunicações Venesat-1, também chamado de Simón Bolívar. O Venesat-1, construído na China, foi lançado ao espaço no final de outubro de 2008.

A reportagem ("Satélite Simón Bolívar consolida la independencia tecnológica") traz um posicionamento oficial negando a veracidade dos rumores de que o Simón Bolívar estaria com sérias anomalias em seu funcionamento (para saber mais sobre os rumores, leiam a postagem "Problemas com o VENESAT-1?"). "Em relação aos rumores difundidos por alguns meios de comunicação acerca de que o satélite venezuelano havia sofrido falhas, atualmente o satélite Simón Bolívar está 100% operacional e não tem problema com nenhum subsistema, estando, portanto, tudo em completa normalidade", diz o artigo.

A reportagem também detalha a capacidade da Venezuela em controlar o satélite a partir de seu território. 33 operadores venezuelanos foram capacitados na China, permitindo o controle do satélite pela Agencia Bolivariana de Actividades Espaciales (ABAE) e pela Compañia Nacional Teléfonos de Venezuela (CANTV), "durante as 24 horas dos 365 dias do ano (...)", a partir de uma estação terrena em El Sombrero, no estado de Guárico. O país conta ainda com uma estação de contingência, localizada em Uepa, no estado de Bolívar.
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"Alcântara e o interesse nacional"

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Alcântara e o interesse nacional, artigo de Luciano Rezende Moreira

"Não se trata de avançar o programa espacial brasileiro a qualquer custo. (...) Entretanto, o interesse nacional deve prevalecer"

Luciano Rezende Moreira é diretor da Associação de Pós-graduandos da Universidade Federal de Viçosa (APG - UFV) e doutorando por essa mesma instituição. Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

O Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA) continua, e de certa forma sempre será, tema controverso. Afinal, há muitos personagens em nossa sociedade que historicamente sempre se posicionaram contra todo e qualquer projeto nacional soberano.

Setores estes que em um passado recente comemoraram o vergonhoso Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, firmado em Washington entre os Estados Unidos e o Brasil, e são os mesmos que hoje semeiam celeumas e incentivam falsas contradições que devem ser rapidamente resolvidas, conforme as exigências da circunstância histórica atual, em defesa dos interesses e das perspectivas do conjunto da nação.

De fato, há de se comemorar a derrota do projeto levado a cabo pelo governo Fernando Henrique Cardoso, com total anuência dos grandes meios de comunicação, em que a estratégica base de lançamentos de Alcântara seria arrendada total e irrestritamente aos Estados Unidos pelo preço de nossa soberania elementar.

Ademais, sequer a miserável quantia paga poderia ser investida no nosso programa aeroespacial e nenhuma autoridade brasileira teria acesso ao lugar e tampouco às informações sobre as operações ali realizadas. Dessa nos livramos.

Superada essa fase, parecia que o programa espacial brasileiro iria alçar vôos maiores, elevando a um novo patamar uma série de atividades concernentes, tais como a segurança nacional e a do espaço aéreo brasileiro, o monitoramento ambiental, as telecomunicações, além de promover uma série de atividades de interesse da comunidade científica.

Para isso, foi feito um tratado com a Ucrânia, que detém uma das mais testadas linhas de foguete, o Cyclone, além de uma enorme tradição em investimentos aeroespaciais, com tecnologia em fabricação de foguetes e plataforma de lançamento. Desse convênio foi criada a ACS (Alcântara Cyclone Space), uma empresa binacional onde caberia ao Brasil, dentre outras medidas, disponibilizar o Centro de Lançamentos de Alcântara, cobiçado por sua estratégica posição a 2,2 graus do Equador que a faz a mais competitiva entre todas as outras de todo o mundo (a base francesa de Kourou, na Guiana, o centro mais bem localizado do mundo para esses lançamentos, está a 5,2 graus da linha do Equador). E o mais importante: uma parceria com intercâmbio científico e tecnológico, ao contrário da proposta anterior com os EUA.

Contudo, vários entraves levantados contra a ampliação da área do Centro de Lançamentos de Alcântara, imprescindível para abrigar o projeto, vêm fazendo com que a Agência Espacial Brasileira já admita substituir Alcântara por outra base, menos competitiva.

Em recente artigo publicado no Valor Econômico (30/7) por Raymundo Costa é relatado que o governo brasileiro já pensa em transferir parte do programa espacial para região próxima do porto de Pecém, no Ceará. Segundo a reportagem "a divisão tornou-se inevitável depois que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) baixou uma portaria decretando como área quilombola 78 mil hectares dos 114 mil hectares que constituem a península de Alcântara".

O próprio presidente da ACS, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, é enfático ao condenar o que ele chama de "burocratas" do Incra e das chamadas "lideranças" das comunidades quilombolas, os advogados do 'museu antropológico' e aos agentes financiadores internacionais de estarem destruindo todo o esforço de instalação de um programa espacial completo no Brasil e alerta que a destinação de 781 km² da península para o "Território da Comunidade Quilombola de Alcântara" reduziu o espaço para atividades espaciais brasileiras ao atual CLA, impossibilitado de crescer para cumprir novas missões. Acrescenta ainda que somente em fluxo de caixa, o Brasil deixa de ganhar US$ 300 milhões por ano de atraso.

Não se trata de avançar o programa espacial brasileiro a qualquer custo. Óbvio que estudos rigorosos pelo Ibama sobre impactos ambientais e pesquisas diversas sobre a área quilombola devem ser realizados, assim como a adoção de iniciativas para que sejam evitados ou amenizados qualquer tipo de desarmonia local.

Entretanto, o interesse nacional deve prevalecer. Justas posições levantadas pela comunidade local (que inclusive tem muito a ganhar com o desenvolvimento da região) devem ser energicamente atendidas, com a autoridade moral de que quem as fazem são justamente aqueles que foram secularmente excluídos. Por outro lado, não se pode deixar organismos internacionais estranhos e de interesses opostos ao nosso programa espacial agirem livremente, patrocinando autêntico boicote ao CLA.

Não só os militares ou a comunidade científica têm interesse no avanço imediato do programa espacial (inclusive incorporando a ACS no Programa de Aceleração do Crescimento), mas toda a sociedade que percebe no cotidiano, desde a importância de um satélite para melhor prover sua comunicação até o combate ao desmatamento em nossas florestas para amenizar o aquecimento global, a centralidade desta área. Em suma, é esse interesse nacional, que comunga com os interesses dos brasileiros, que precisa figurar em primeiro plano.

Fonte: JC E-mail, 06/08/2009

Comentários: o autor tem uma visão extremista que não necessariamente condiz com a realidade. O relato sobre o acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA possui distorções que não condizem com a realidade e com o histórico das negociações. Além do mais, como já tratado no blog no passado, é essencial para qualquer chance de sucesso comercial da Alcântara Cyclone Space (vejam a postagem "Salvaguardas tecnológicas entre Brasil e EUA"). Do mesmo modo, por mais que não aparente, o relacionamento com os ucranianos também tem seus momentos de tensão.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Aniversário do INPE

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INPE comemora 48 anos

05/08/2009

Reconhecido no mundo todo por seus sistemas de monitoramento, estudos climáticos e previsão do tempo, ciências espaciais, atmosféricas e do ambiente terrestre, engenharia de satélites e pela excelência de seus cursos de pós-graduação, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está completando 48 anos.

Nesta quarta-feira (5/8), às 10 horas, uma solenidade marca os 48 anos do Instituto. O evento acontece no auditório Fernando de Mendonça (LIT/INPE), em São José dos Campos, com a presença de autoridades da região, da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Na ocasião, serão homenageados os servidores que completam 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 anos de atividades no Instituto, os aposentados durante o último ano, bem como os servidores que tiveram destaque nas carreiras de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Gestão. Neste que é o Ano Internacional da Astronomia, serão ainda destacadas na cerimônia as atividades da Divisão de Astrofísica do INPE.

O INPE

O Instituto Nacional de Atividades Espaciais (INPE) atua nas áreas de Meteorologia e Mudanças Climáticas, Observação da Terra, Ciências Espaciais e Atmosféricas e Engenharia Espacial. Possui ainda laboratórios associados em Computação Aplicada, Combustão e Propulsão, Física de Materiais e Física de Plasmas. Presta serviços operacionais e singulares de previsão do tempo e clima, monitoramento do desmatamento da Amazônia Legal, rastreio e controle de satélite, medidas de queimadas, raios e poluição do ar, e realiza testes e ensaios industriais de alta qualidade.

As atividades do INPE tiveram início em 3 de agosto de 1961, com a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), que em 1963 passou a ser chamado CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais). Com a extinção da CNAE em 1971, foi criado o INPE, ainda como órgão vinculado ao CNPq.

O INPE é o principal órgão civil responsável pelo desenvolvimento das atividades espaciais no País. Ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), tem como missão contribuir para que a sociedade brasileira possa usufruir dos benefícios propiciados pelo contínuo desenvolvimento do setor espacial.

O INPE também se dedica à prestação de serviços, como a distribuição de imagens meteorológicas e de sensoriamento remoto, e à realização de testes, ensaios e calibrações. Além disso, o Instituto transfere tecnologia, fomentando a capacitação da indústria espacial brasileira e o desenvolvimento de um setor nacional de prestação de serviços especializados no campo espacial.

Um dos mais importantes programas do INPE é o CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, que teve início com a assinatura do acordo de cooperação espacial com a China em 1988. Como resultado desta parceria, o CBERS-1 foi lançado em outubro de 1999 e o CBERS-2, em outubro de 2003. Atualmente em operação, o CBERS-2B foi lançado em setembro de 2007. Até 2014, estão previstos os lançamentos de mais dois satélites deste programa: CBERS-3 e CBERS-4.

Também se destaca a plataforma orbital PMM - Plataforma Multimissão, cujo primeiro projeto encontra-se em avançada fase de execução. A primeira PMM deverá compor o satélite de sensoriamento remoto Amazônia-1, que permitirá o aumento da freqüência da produção de imagens e assim o acompanhamento mais imediato de fenômenos de grande impacto, tais como queimadas e desflorestamento. Dentro da categoria de Satélites de Sensoriamento Remoto, há ainda uma segunda missão, que prevê a colocação em órbita de um satélite com imageador radar.

O INPE mantém, desde 1993, o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Atualmente, o sistema é operado por dois satélites em órbita equatorial – o SCD-1 e o SCD-2, primeiros satélites nacionais, produzidos inteiramente no país – e um satélite em órbita polar – o CBERS-2B. O sistema conta, hoje, com mais de 750 PCD’s espalhadas pelo território nacional.

Com relação à área de Observação da Terra, destaca-se o PRODES – Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite. Com 20 anos de história, o PRODES é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir os 4 milhões de km2 de áreas florestais e por sua freqüência anual. Seu resultado mostra a taxa média e a estimativa da extensão do desflorestamento bruto da Amazônia brasileira e tem orientado a formulação de políticas públicas para a região.

Desde junho de 2004, o INPE também opera o sistema DETER - Detecção de Desmatamento em Tempo Real, que utiliza sensores com alta freqüência de observação para reduzir as limitações da cobertura de nuvens. A maior freqüência de observação permite que o DETER forneça aos órgãos de controle ambiental informação periódica sobre eventos de desmatamento, para que possam ser tomadas medidas de contenção. Mais recentemente, entrou em operação o DEGRAD - Sistema de Monitoramento de Áreas de Florestas Degradadas na Amazônia. Em breve, serão lançados os primeiros resultados do DETEX, sistema que verifica áreas de exploração seletiva de madeira.

Outro importante instrumento utilizado na preservação da maior reserva natural da Terra é monitoramento orbital de focos de calor, que fornece dados ao Programa de Prevenção e Controle às Queimadas e Incêndios Florestais no Arco de Desflorestamento, conhecido como PROARCO, sob a responsabilidade do Ibama.

Com relação às atividades em Meteorologia, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE, criado em 1994 e sediado em Cachoeira Paulista (SP), deu passos significativos nos últimos anos na manutenção de sua liderança como um dos mais completos núcleos de previsão meteorológica e climática do Hemisfério Sul e do planeta. Essa é uma área da ciência altamente vinculada ao desenvolvimento do país, em especial nos setores agrícola, energético e na conservação do meio ambiente. Graças aos recursos computacionais do INPE, o Brasil está entre países com alta capacidade de processamento dedicado para operação e pesquisa em tempo e clima.

A área de Ciências Espaciais e Atmosféricas realiza pesquisas básicas e aplicadas com a finalidade de entender os fenômenos físicos e químicos que ocorrem na atmosfera e no espaço. E o INPE também mantém atividades associadas à área espacial que desenvolvem pesquisas pura e aplicada, visando o domínio de tecnologias de ponta e de interesse estratégico às atividades espaciais nas áreas de sensores e materiais, física de plasma, computação científica e modelagem matemática.

Na área de infra-estrutura de apoio a satélites, o INPE conta com dois laboratórios e um centro operacional. São eles: o Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC), o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e o Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP). O LIT equipara-se aos melhores laboratórios do gênero no mundo, sendo o único em sua categoria no Hemisfério Sul. Inaugurado em 1987, o Laboratório realiza uma grande gama de testes, integração e montagem de modelos de satélites, subsistemas e componentes espaciais.

Outra atividade importante do Instituto é a recepção, gravação, produção e disseminação de dados de satélites nacionais e estrangeiros. A partir de 2004, numa iniciativa pioneira no mundo, o INPE passou a disponibilizar gratuitamente pela internet as imagens do satélite CBERS.

Fonte: INPE
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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Salvaguardas tecnológicas entre Brasil e EUA

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O blog tem buscado acompanhar e analisar em detalhes tudo que acontece sobre a Alcântara Cyclone Space (ACS). Com certa frequência nos últimos tempos, surgem informações, muitas delas apenas nos bastidores, dando conta de avanços, dificuldades, decepções, entre outras notícias relacionadas à empreitada ucraniano-brasileira.

Como já foi abordado aqui no passado, um dos aspectos mais importantes para inserir a ACS como player do mercado comercial de lançamentos espaciais é a necessidade do país lançador, no caso o Brasil, celebrar um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST) (ou outro instrumento equivalente) com os EUA, país de origem da maioria dos satélites e componentes utilizados com propósitos comerciais. E segundo apurou o blog com uma fonte no governo, isto está na pauta da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do próprio Itamaraty. Inclusive, já teriam ocorrido contatos do governo brasileiro com a sua contraparte norte-americana.

O tema é assunto bastante delicado e que gerou grandes repercussões no início da atual década, sob o argumento dos críticos de que se trataria de violação à soberania brasileira. E ironicamente, muitos do que na época era críticos, por estarem na oposição, hoje na situação entendem a necessidade e relevância do AST para as chances comerciais da ACS. Em 2000, quando o AST com os EUA foi assinado (porém não ratificado pelo Congresso Nacional), as negociações foram bastante difíceis. Talvez uma nova negociação seja mais fácil. "Hoje, a situação política [entre Brasil e EUA] é outra", afirmou a fonte.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que o AST Brasil - EUA promete voltar à mesa de discussões, ganha intensidade a pressão de grandes operadores de satélites comerciais por novas opções de lançadores, particularmente na China e Índia. Recente edição da publicação especializada "Space News" traz reportagem ("SES, Intelsat asking lawmakers to rethink launch ban on China, India") sobre a intenção das operadoras Intelsat e SES, apoiadas pela fabricante norte-americana de satélites Space Systems/Loral, de persuadir políticos norte-americanos para que permitam o lançamento de satélites com componentes fabricados nos EUA por foguetes indianos e/ou chineses.

O receio destas operadoras (e provavelmente de muitas outras) é baseado na possível saída da Sea Launch do mercado (ver a postagem "Sea Launch: uma análise"), hipótese em que restariam no mercado essencialmente apenas dois players, a europeia Arianespace (Ariane 5), e a russa ILS (Proton), resultando em grandes riscos políticos e operacionais. Naturalmente, existem também outros interesses, como o comercial, motivado pelos custos menores dos lançadores asiáticos (vejam a postagem "A face comercial da ITAR").

No campo não-comercial, o governo indiano já se adiantou. Em 20 de julho, Índia e EUA assinaram um AST que permitirá o lançamento pelo país asiático de satélites sem propósitos comerciais que tenham componentes de origem norte-americana. A Índia continua não tendo autorização para o lançamento de satélites com componentes norte-americanos com finalidades comerciais. Para ter esta permissão, é necessária a celebração de instrumento específico, denominado Acordo de Lançamentos Espaciais Comerciais (CSLA, sigla em inglês), mesmo ato que deverá ser assinado pelo Brasil, provavelmente em conjunto ou após o AST.
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

INPE na Assembleia da União Astronômica Internacional

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INPE participa da Assembleia Geral da União Astronômica Internacional

03/08/2009

Astrofísicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participam no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de agosto, da 27ª Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). Esta é a primeira vez que a assembleia, considerada o maior evento da astronomia mundial, é realizada no Brasil.

Cerca de dois mil cientistas de todo o mundo apresentarão trabalhos que abrangem desde o Sistema Solar, passando por nossa galáxia até estudos que decifram os primórdios do Universo.

Durante o evento, os pesquisadores do INPE mostrarão resultados de vanguarda sobre a evolução de galáxias, as estrelas compactas (como estrelas de nêutrons), os sistemas binários, as regiões de formação estelar, além de cosmologia e astropartículas. “Esses trabalhos estão na fronteira do conhecimento científico e visam compreender os processos físicos que regem o nosso Universo e os seus constituintes”, diz Oswaldo Duarte Miranda, chefe da Divisão de Astrofísica do INPE.

Toda a programação científica, com simpósios, plenárias e sessões especiais, acontece no Centro de Convenções Sul América, que fica na Avenida Paulo de Frontin com a Avenida Presidente Vargas, Cidade Nova.

Mas a 27ª Assembleia Geral da IAU também terá atividades voltadas ao público leigo. Uma tenda de 450 metros quadrados na Praça Marechal Floriano (Cinelândia), no centro do Rio, estará montada durante o dia desde esta terça-feira (4/8) até sábado (8/8). Assim como diversas instituições científicas, o INPE estará presente neste espaço.

A Assembleia da IAU no Brasil é ainda mais significativa por 2009 ter sido instituído como o Ano Internacional da Astronomia, em comemoração os 400 anos das primeiras observações telescópicas do céu feitas por Galileu Galilei. Para os astrofísicos brasileiros, a expectativa é que o evento sirva para aprimorar as pesquisas nacionais na área, aumentar a cooperação internacional, além de mostrar à população o reconhecimento internacional que os estudos de astronomia brasileiros vêm recebendo.

Mais informações sobre a 27ª Assembleia Geral da IAU no site www.astronomy2009.com.br

A Astrofísica no INPE

O INPE realiza pesquisas teóricas e observacionais em diversas áreas da Astrofísica, com ênfase em desenvolvimento instrumental. Os projetos instrumentais da sua Divisão de Astrofísica (DAS) cobrem diferentes faixas do espectro eletromagnético, tais como ondas de rádio, radiação óptica e infravermelha e raios X e gama, além de detectores de ondas gravitacionais.

Atualmente, entre seus principais projetos, está sendo desenvolvido um imageador de raios X, o Mirax, e o radiointerferômetro BDA para investigações de fenômenos solares e cósmicos.

O Mirax é um instrumento astronômico de raios X que investigará a região central do plano galáctico e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons. Estará a bordo do Lattes, um satélite científico desenvolvido pelo INPE e com lançamento previsto para 2012, que atenderá não só aos objetivos astronômicos do Mirax como também a missão Equars, esta voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial. No caso da missão Mirax, o objetivo é o estudo de raios X do centro da galáxia, observando continuamente a região central do plano galáctico para realizar estudos espectroscópicos de banda larga.

Já o BDA (Brazilian Decimetric Array) será o primeiro radiointerferômetro em ondas decimétricas desenvolvido e construído no Brasil. Único na América Latina, cobrirá uma lacuna entre os instrumentos situados na Europa e nos Estados Unidos, abrangendo uma cobertura de 24 horas de observações do Sol e da Astronomia no mundo. Capaz de gerar 10 imagens do Sol por segundo, terá aplicações nas áreas de observação dos fenômenos solares, em investigações das emissões de rádio de fontes galácticas e extragalácticas no céu do hemisfério sul. Neste projeto, o INPE conta com a colaboração de diversas instituições nacionais e estrangeiras, como o Indian Institute of Astrophysics, o Tata Institute of Fundamental Research do National Center for Radio Astronomy, ambos da Índia, a Universidade da Califórnia - Berkeley, a Universidade Federal de São Carlos, a Pontifícia Universidade Católica de Poços de Caldas e a Universidade do Vale do Paraíba.

Outro destaque é o projeto Gráviton, voltado para o estudo das chamadas ondas gravitacionais. Um de seus resultados é o detector Mario Schenberg, primeiro experimento de gravitação brasileiro que se encontra em operação no Instituto de Física da USP, em São Paulo. O INPE participa do Projeto Gráviton junto com outras quatro instituições - USP, ITA, Unicamp e Cefet-SP. O detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg permite o estudo de fenômenos astrofísicos que não podem ser observados através de outras ondas ou partículas. E uma das chaves para a compreensão da origem do Universo pode estar na observação das fontes emissoras de radiação no espectro gravitacional. Vários países estão buscando a primeira detecção de ondas gravitacionais por fontes astrofísicas, como buracos negros e estrelas de nêutrons, e o Brasil faz parte desta empreitada.

O INPE mantém em operação o maior radiotelescópio do país, em Atibaia (SP), e ainda contribui com o desenvolvimento de instrumentação para grandes telescópios como o Soar (Southern Astrophysical Research), instalado no Chile, cujo espelho tem mais de 4 metros de diâmetro.

Em colaboração com outras instituições do Brasil e do exterior, o INPE pesquisa e participa do desenvolvimento de instrumentos para o estudo da Radiação Cósmica de Fundo em Microondas (RCFM) para entender os mecanismos responsáveis pela formação das galáxias e outras estruturas do Universo.

Além disso, o INPE mantém cursos de mestrado e doutorado que formam continuamente pesquisadores em Astrofísica. Também, a DAS/INPE contribui para a divulgação da Astronomia ao público leigo e oferece cursos de extensão para professores e estudantes de graduação.

Fonte: INPE
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domingo, 2 de agosto de 2009

Satélites equatoriais para a Amazônia

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O projeto de satélite de sensoriamento remoto com órbita equatorial voltou a ser notícia hoje (02), com a reportagem "Satélite com trajeto especial poderia revolucionar vigilância da Amazônia", de autoria de Iberé Thenório, disponível no portal de notícias G1.

A reportagem explica de matéria didática (inclusive com desenhos) o funcionamento de um satélite de sensoriamento com órbitas equatoriais, destacando que a sua órbita diferenciada poderia ser uma solução para os problemas gerados pela cobertura de nuvens sobre a região amazônica, que acabam impossibilitando o monitoramento do desmatamento em grandes áreas da floresta.

De acordo com Marco Antonio Chamon, coordenador de gestão tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o satélite é factível do ponto de vista técnico, e teria um custo estimado de desenvolvimento e fabricação de cerca de R$ 65 milhões. Porém, ainda não seria a hora de desenvolvê-lo. “Um satélite localizado exclusivamente na Amazônia acaba limitando as funções no resto do país”, disse Chamon. Mesma opinião tem Thyrso Villela, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira.

A matéria do G1, citando Chamon, trata ainda do MAPSAR (satélite dotado de um sensor radar capaz de "penetrar" as nuvens), previsto para ser lançado em 2013. Não trata, porém, das negociações para se encontrar um parceiro para a iniciativa.

Para saber mais sobre a ideia de satélite de observação de órbita equatorial, leiam as postagens "Satélites equatoriais para observação terrestre" (com link para apresentação da Equatorial Sistemas sobre o conceito), e "Discussão sobre satélites equatoriais".
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