terça-feira, 30 de junho de 2009

Rumores sobre a desativação do CLA

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Jobim fala na CRE sobre estratégia nacional de defesa e desativação da Base de Alcântara

29/06/2009 - 12h42

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, participará de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), na próxima quarta-feira (01), a partir das 10h, para discutir a Estratégia Nacional de Defesa. Ele deverá esclarecer ainda notícias sobre a desativação da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão, em razão de impasse com comunidades quilombolas da região.

A Estratégia Nacional de Defesa, segundo observa o presidente da CRE e autor do requerimento para debater o assunto, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), foi criada em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 18 de dezembro de 2008.

O documento determina aos órgãos da administração federal que considerem, em seus planejamentos, ações destinadas ao fortalecimento da Defesa Nacional. O objetivo é modernizar a estrutura nacional de defesa, com ênfase na reorganização das Forças Armadas, com a reestruturação da indústria brasileira de material de defesa e com uma política de composição de seus efetivos.

O requerimento para debater a situação da Base de Alcântara é dos senadores Augusto Botelho (PT-RR) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Fonte: Agência Senado, editado pelo blog.

Comentário: segundo pode apurar o blog, aparentemente as informações sobre uma possível desativação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) não possuem fundamento. Convém mencionar que a desativação do CLA implicaria a renúncia do programa de lançadores espaciais, do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Os rumores referentes à desativação provavelmente fazem parte da disputa interna do governo federal em relação à questão dos quilombolas.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Resultados do 4º SIPP&D

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4º SIPP&D foi um sucesso

29/06/2009

O 4º SIPP&D - Seminário Institucional de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Associadas a Veículos Espaciais –, realizado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), com o apoio gerencial do Conselho de Assessoramento em Pesquisa e Desenvolvimento Espacial (CAPDE) e financeiro da Agência Espacial Brasileira (AEB), contribuiu de maneira significativa para a aproximação dos pesquisadores com o setor produtivo.

O evento, que se configura num fórum para divulgação das tecnologias desenvolvidas, por meio dos projetos de P&D concluídos nos últimos 12 meses, foi realizado no dia 22 de junho no Auditório B do ITA e contou com a presença do coronel Ozires Silva para a palestra de abertura.

O engenheiro, atualmente reitor da Unimonte (Universidade Monte Serrat, em Santos-SP), relatou a sua experiência no setor aeronáutico por meio da palestra “Criação, inovação e pesquisa: realidade de um mundo a construir”, mostrando que os desafios encontrados, no final da década de 60, para a criação da Embraer foram superados, em grande parte, pelo projeto educacional promovido pela Força Aérea Brasileira, ou seja, a capacitação dos engenheiros aeronáuticos formados pelo ITA.

Ozires enfatiza, em seu relato, o papel da educação e, principalmente, o estudo da matemática e das ciências, para a formação dos futuros líderes neste mundo global altamente competitivo. E exemplifica, com o projeto Bandeirante, a necessidade de se dominar marca e tecnologia para que os países encontrem caminhos de progresso e prosperidade.

O seminário, que incluiu o trabalho de cerca de 30 pesquisadores das mais diversas áreas de pesquisa espacial, contou com a presença de 160 participantes. Representantes de outros institutos do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e de organizações externas estiveram ali representados: do CTA, o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), o Grupo Especial de Ensaios em Vôo (GEEV) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA); de universidades, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Faculdade de Engenharia e Administração (FEA-USP); de outras forças, o Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) e o Centro de Tecnologia da Marinha (CTMPSP); e de empresas, a Embraer, a AEB, a Avibras, a Equatorial Sistemas e a Orbital.

Para o diretor do IAE, coronel Pantoja, os benefícios do evento foram significativos. Além de servir de prestação de contas para a sociedade ali representada, obteve-se altíssimo rendimento em vista do curto prazo de realização. Também, a sinergia entre os profissionais envolvidos e os resultados demonstrados pelas produções cientificas e tecnológicas revelaram uma elevada competência para a continuidade dos trabalhos.

Para o subdiretor de funções do CTA, brigadeiro Pazini, que esteve presente no evento também como um “cientista curioso”, a constatação de que está havendo maior interação entre o IAE e os outros institutos do CTA demonstram que o seminário deve ser expandido, estimulando ainda mais a integração entre os setores aeronáutico, espaço e de defesa. “Pudemos perceber, no evento, inovação tecnológica, conhecimento e informação, além de décadas de cultura e eficiência dos projetos”, ressalta.

Segundo o diretor do IAE, há grandes possibilidades de se incluir novas carteiras de projetos para o próximo seminário. “Acreditamos na metodologia empregada na preparação deste trabalho e, em vista do sucesso deste empreendimento, devemos expandi-lo no próximo ano. Este é um desafio, porque há projetos ainda maiores que os apresentados aqui”, enfatiza.

Fonte: IAE/CTA
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Harpia monitorada por satélites do INPE

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Satélites do INPE vão monitorar mais uma harpia na Mata Atlântica

26/06/2009

Depois de um ano monitorando por satélite os vôos de um gavião-real nas matas de Porto Seguro (BA), os técnicos preparam a soltura de mais uma ave na região. Maior águia das Américas, também é conhecida como harpia, o monitoramento da espécie ameaçada de extinção na Mata Atlântica é feito por meio dos satélites SCD e CBERS, operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A primeira a receber o transmissor de dados em área de Mata Atlântica é uma fêmea resgatada pelo Ibama-Eunápolis e solta no Parque Nacional do Pau-Brasil, em maio de 2008, como parte das ações do Projeto Harpia Mata Atlântica, inserido no Programa de Conservação Gavião-Real. Está prevista para o dia 18 de agosto a soltura de mais uma harpia com transmissor de dados na mesma região.

A tecnologia implantada combina o esforço de quatro instituições públicas – INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Projeto Harpia na Mata Atlântica também conta com a estrutura logística e financiamento da empresa Veracel Celulose, através da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, e com a parceria das organizações S.O.S. Falconiformes e ABFPAR.

A ave possui um anel metálico (anilha) numerado e um implante subcutâneo (microchip) com um código de identificação específico para leitura à distância, permitindo a identificação do animal sem que seja necessário o seu manejo direto. Um radiotransmissor permite acompanhar sua movimentação através da captação de seus sinais no campo. Um segundo radiotransmissor com GPS acumula as informações de posicionamento e está programado para transmiti-las através do sistema de coleta de dados dos satélites do INPE.

Assim, os satélites permitem que os pesquisadores acompanhem dia a dia por onde a harpia voa e caça nas matas baianas. O monitoramento via satélite da harpia deve continuar por mais dois anos, gerando informações sobre sua movimentação na floresta atlântica e nos mosaicos formados pelas matas e áreas cultivadas, bem como a distância de dispersão desta espécie nesta região. Os resultados do primeiro ano de monitoramento mostram que ela voou muito além do Parque, usando uma área equivalente a duas vezes o tamanho da reserva.

Este projeto pretende dar subsídios a programas de manejo e conservação da espécie no bioma da Mata Atlântica. Para os pesquisadores, já foi possível comprovar a necessidade da ampliação do Parque Nacional do Pau-Brasil, incluindo as matas da região leste de seu entorno, onde a harpia passou a maior parte do tempo.

O aniversário de um ano de monitoramento da harpia motivou a realização de um concurso para escolha de um nome para a ave, do qual participaram alunos das escolas indígenas da região. O nome escolhido foi Katũbayá, que significa “mãe da mata” em pataxó, sugerido pelo aluno Mateus Lira, da E.I. Pataxó Aldeia Velha.

A harpia Katũbayá foi a segunda no Brasil a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento de sua movimentação - antes foi rastreada por satélite uma na Amazônia -, mas a primeira a ser marcada e monitorada na Mata Atlântica.

Fonte: INPE

Comentário: para saber mais sobre o Sistema de Coleta de Dados, acessem "O Futuro do Sistema de Coleta de Dados", "SCD-2", e "Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II".
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domingo, 28 de junho de 2009

Santos Dumont 2: o foguete da UnB

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Foguete brasileiro

Aparelho feito por universitários da UNB deve colaborar com a agência espacial do país

Rodolfo Borges

Brasília - Está em fase final de testes um foguete produzido por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que deve ajudar a Agência Espacial Brasileira (AEB) a treinar pessoal e fazer exercícios de logística nos centros de lançamento do país. Fruto da parceria entre a AEB e o Departamento de Engenharia Mecânica da universidade, o foguete Santos Dumont 2 (SD-2) é impulsionado por um motor híbrido (com combustível sólido e líquido), tecnologia pioneira no Brasil e que aumenta a segurança do aparelho. Tudo por apenas R$ 3 mil, um preço irrisório comparado aos milhões de reais necessários para produzir e testar um veículo lançador de satélites no Brasil.

"Não teríamos tempo para desenvolver essa tecnologia", diz José Bezerra Pessoa Filho, chefe da Divisão de Propulsão Espacial do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que veio de São José dos Campos (SP) a Brasília para acompanhar os testes finais do foguete. Ocupados com projetos do Programa Espacial Brasileiro, os engenheiros da AEB delegaram aos universitários a descoberta de novas tecnologias, através do Programa Uniespaço. "Vamos levantar o programa espacial brasileiro e teremos novidades nos próximos anos", diz o estudante Danilo Sakay, 25, envolvido no projeto desde 2006.

Em teste realizado no mês passado, os alunos da UnB avaliaram pela primeira vez o desempenho do foguete em posição de lançamento. Por volta de 18h do último dia 20, um raio de 20m ao redor do aparelho (preso a uma torre de metal para não decolar) foi esvaziado, para evitar acidentes. Atrás do muro que sustentava a torre, os alunos ligaram o motor, que funcionou por apenas 3s, porque a tampa do reservatório do oxidante (que reage com o combustível) não suportou a pressão e se rompeu.

O professor Carlos Alberto Gurgel Vieira, responsável pelo projeto, explica: "A tampa de vedação explodiu por causa da variação entre a temperatura da parte inferior do foguete (2.500 °C) e do óxido nitroso (-80°C), composto de nitrogênio e oxigênio.Imaginamos que o alumínio ia aguentar, mas teremos que revesti-lo com camada de polímero (material mais resistente a alterações de temperatura) e soldar a tampa. Mas é assim, o ensaio serve para identificar os pepinos. Faz parte do processo", consolava, depois do ensaio, o engenheiro e observador José Bezerra, que disse enxergar muito potencial nos alunos da UnB. Outro contratempo já tinha adiado o teste no dia anterior. Um problema na ignição do aparelho impediu que o motor ligasse.

Projeto - O foguete SD-2 é desenvolvido desde 2005 na UnB. A terceira geração do projeto, chamada "Desenvolvimento de um motor híbrido, com empuxo variável para foguetes de sondagem", recebeu patrocínio de R$ 150 mil da AEB. "A medida em que o projeto for mostrando resultado, eles podem reivindicar mais dinheiro", diz Bezerra.

Caso a eficiência do SD-2 seja comprovada, o foguete será lançado nos próximos meses no Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em Parnamirim (RN). "Se o foguete alcançar os planejados 6km de altura na base de Parnamirim, podemos pensar em fazer modelos maiores", planeja Bezerra. Segundo ele, a tecnologia do SD-2 pode ser aproveitada, inclusive, para desenvolver um motor de indução de reentrada, necessário para trazer satélites em órbita de volta ao solo. Depois de finalizado esse modelo do motor híbrido, o projeto continua. A expectativa do professor Gurgel é de que o aparelho alcance 100km de altura em quatro anos.

Fonte: Diário de Pernambuco

Comentário: foguetes do tipo SBAT, fabricados pela Avibrás, são utilizados para qualificação, treinamento de equipes, calibração e testes de equipamentos nos Centros de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), e de Alcântara (CLA). Pelo teor da reportagem, o SD-2 pode acabar sendo usado para as mesmas funções que o SBAT.
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sábado, 27 de junho de 2009

"A Fronteira Final"

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A edição de junho da versão brasileira da revista "Rolling Stone" conta com uma extensa e bastante equilibrada reportagem, intitulada "A Fronteira Final", sobre o Programa Espacial em Alcântara, no Maranhão, e a questão dos quilombolas.

O "olho" do artigo resume em poucas palavras o conteúdo do texto, ao afirmar que Alcântara "é um espelho dos paradoxos do Brasil. De um lado, povoados quilombolas lutam por suas terras de um direito; de outro, o Programa Espacial Brasileiro prega o desenvolvimento e a expansão".

Para ler a reportagem em sua íntegra (são 28 parágrafos), acessem o boletim NOTIMP de hoje (27), da Força Aérea Brasileira.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

ESA terá antena na Argentina

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Em 22 de junho, a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) comunicou à sua contraparte na Argentina, a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), sua decisão de instalar na cidade de Malargüe, na província de Mendoza, uma estação de apoio às missões interplanetárias desenvolvidas pela ESA. O processo de escolha levou em consideração vinte possíveis locais de instalação, todos no continente americano. Na última fase da seleção, a escolha ficou entre sítios na Argentina e Chile.

A estação contará com uma antena de 35 metros de diâmetro, além de instalações associadas à operação, estando apta a apoiar a "Deep Space Network", destinada a missões interplanetárias da ESA, como as sondas Rosetta (cometa), Mars Express (Marte), entre outras. Já existem duas estações similares a que será instalada em Mendoza: uma em Cebreros, na Espanha, e outra em New Norcia, na Austrália.

Segundo afirmou a CONAE em nota, "o anúncio da ESA representa um claro reconhecimento das capacidades da República Argentina, tanto em nível técnico como em recursos humanos e infraestrutura, que a tornam adequada para alojar um projeto dessa magnitude."

Em troca da cessão de local para a instalação da estação europeia, a comunidade científica do país sul-americano terá direito a utilizar 10% do tempo da antena em seus projetos e pesquisas domésticos.
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estratégia Nacional de Defesa e Espaço

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Em 18 de dezembro de 2008, foi editado pela Presidência da República o Decreto n° 6.703, aprovando a Estratégia Nacional de Defesa (END), certamente o documento mais importante em matéria de defesa para o País nos últimos tempos.

Não se passaram nem um ano de sua edição, mas a Estratégia já começou a produzir alguns resultados, ao menos do ponto de vista de modernização das Forças Armadas. Em dezembro de 2008, foi anunciada uma parceria estratégica entre os governos do Brasil e da França, que resultou, dentre outras coisas, em contratos para a construção local e transferência de tecnologia de helicópteros de transporte, e de submarinos, incluindo a parte não-nuclear do futuro submersível de propulsão nuclear brasileiro. Recentemente, mais iniciativas começaram a ser concretizadas, tais como o início do desenvolvimento, pela Embraer, do avião de transporte KC-390; a compra de radares de vigilância aérea; a modernização de aviões da Força Aérea e Marinha; análises para a compra de veículos aéreos não-tripulados (VANTs), etc. Outros negócios também estão em discussão, como o Programa F-X2, que pretende dotar à Força Aérea com modernos caças, e futuras fragatas para a Marinha.

Logicamente, a END, que nada mais é do que um conjunto de planos e orientações com o objetivo de modernizar a estrutura nacional de defesa, trata de alguns pontos relacionados às atividades espaciais. E não poderia ser diferente, tendo em vista a importância que essas tecnologias hoje têm para questões estratégicas, inclusive militares. Podemos até mesmo ousar afirmar que nos dias atuais a tecnologia espacial é imprescindível para a guerra moderna, o combate ao terrorismo, à pirataria e ao narcotráfico. Afinal, é difícil de imaginar a atuação das Forças Armadas em suas missões atuais sem satélites de observação terrestre, de meteorologia, navegação e comunicações.

Os objetivos da END que envolvem tecnologias espaciais estão explicitamente relacionados numa de suas ações estratégicas, a de Ciência e Tecnologia. Reproduzimos abaixo:

"3. O Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio da Agência Espacial Brasileira, promoverá a atualização do Programa Espacial Brasileiro, de forma a priorizar o desenvolvimento de sistemas espaciais necessários à ampliação da capacidade de comunicações, meteorologia e monitoramento ambiental, com destaque para o desenvolvimento de:

- um satélite geoestacionário nacional para meteorologia e comunicações seguras, entre outras aplicações; e

- satélites de sensoriamento remoto para monitoramento ambiental, com sensores ópticos e radar de abertura sintética.

4. O Ministério da Defesa e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por intermédio do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Comando da Aeronáutica e da Agência Espacial Brasileira, promoverão medidas com vistas a garantir a autonomia de produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais, por meio:

- do desenvolvimento de veículos lançadores de satélites e sistemas de solo para garantir acesso ao espaço em órbitas baixa e geoestacionária;

- de atividades de fomento e apoio ao desenvolvimento de capacidade industrial no setor espacial, com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de modo a garantir o fornecimento e a reposição tempestiva de componentes, subsistemas e sistemas espaciais; e

- de atividades de capacitação de pessoal nas áreas de concepção, projeto, desenvolvimento e operação de sistemas espaciais."


Alguns dos sistemas listados já estavam compreendidos no Programa Espacial Brasileiro mesmo antes da edição da END, como o satélite geoestacionário (SGB), os de observação, veículos lançadores, etc. Mas é certo que com a nova estratégia, alguns projetos já existentes ganharam ou vão ganhar maiores impulsos. Certamente, essas ações serão consideradas na revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que já está em curso, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).
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quarta-feira, 24 de junho de 2009

AEB e CTA têm novos web-sites

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) lançaram novos web-sites. O da AEB entrou no ar no último dia 15, e seu grande destaque é a possibilidade de se baixar todas as edições da revista institucional "Espaço Brasileiro", editada pela própria Agência. Desde o final de 2007, já foram publicadas cinco edições, todas com matérias específicas sobre o Programa Espacial Brasileiro.

Já o sítio na internet do CTA foi lançado essa semana, aparentemente apenas com um novo lay-out. O conteúdo parece ser o mesmo.

Ainda sobre sites, está mais do que na hora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) atualizar os web-sites de seus projetos de satélites. Apenas o do Programa CBERS é constantemente atualizado. O de satélites científicos não recebe atualizações desde 2006 (no que está no ar, não há qualquer menção ao satélite Lattes, que reunirá numa única plataforma as missões Equars e MIRAX). Não existe nenhuma página sobre o projeto do satélite Amazônia-1, de sensoriamento remoto, do GPM, meteorológico, ou de iniciativas de cooperação internacional, como o SABIA 3, com a Argentina. O link para o site da Plataforma Multimissão (PMM), a base de praticamente todos os satélites nacionais de pequeno porte, está "quebrado".
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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Notícias sobre Alcântara

Notícias sobre a Alcântara Cyclone Space (ACS) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), divulgadas na semana passada:

- Na última sexta-feira (19), o Congresso Nacional aprovou a liberação de R$ 149,29 milhões para a integralização de capital subscrito pelo governo brasileiro na empresa binacional ACS.

- Na quinta-feira (18), um grupo de parlamentares visitou o CLA, no Maranhão, para conhecer as atividades desenvolvidas pelo Centro e também sobre a sua participação no Programa Espacial Brasileiro.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Atualizações do lado ucraniano da ACS

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No último dia 11, os governos da Ucrânia e Rússia firmaram um instrumento de medidas de proteção tecnológica (o equivalente a um acordo de salvaguardas tecnológicas), para a proteção de tecnologia de lançadores dos dois países. O objetivo do acordo é criar condições legais para o cumprimento das medidas de proteção em projetos conjuntos realizados por indústrias e centros de pesquisa das duas nações. Um desses projetos é o do desenvolvimento e construção do foguete Cyclone 4, que será operado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O lançador ucraniano contará com vários componentes produzidos por companhias russas.

Adicionalmente, de acordo com informações da agência espacial ucraniana (NSAU), em 2008, foram realizadas as seguintes atividades relacionadas ao projeto da ACS:

- Início dos trabalhos para o desenvolvimento de um sistema de telemetria móvel (estação remota de rastreio) para a recepção, registro, processamento e visualização de informações produzidas durante as missões do foguete do Cyclone 4, desde o lançamento até a colocação das cargas úteis em órbita;

- Desenvolvimento do veículo-lançador (fabricação de protótipos, testes e alterações na documentação em decorrência dos resultados de alguns testes e ensaios realizados);

-Desenvolvimento dos equipamentos técnicos para a infraestrutura terrestre do lançador e do CLA; e

- Preparação das capacidades de fabricação do veículo-lançador.
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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Problemas com o VENESAT-1?

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Segundo o boletim britânico Space Intelligence News (edição de junho), o satélite venezuelano de comunicações VENESAT-1 (também chamado Simón Bolívar), lançado em outubro de 2008, pode ter sofrido uma séria anomalia. A informação, ressalta o boletim, não foi confirmada e vem de fontes não-oficiais. Desde maio, alguns informativos e mesmo veículos de comunicação da Venezuela já especulavam sobre o mal-funcionamento do satélite venezuelano.

Se a anomalia for de fato confirmada, esta será a terceira falha da plataforma (bus, em inglês) DHF-4, desenvolvida e fabricada na China, de um total de três já colocadas em órbita. A confiabilidade do bus DHF-4, que a China tem tentado exportar para alguns operadores (além da Venezuela, o governo da Nigéria também adquiriu um satélite similar, o NigComSat 1, que falhou 18 meses após o seu lançamento, em novembro de 2008) contrasta com o alto índice de sucessos dos lançadores espaciais da família Longa Marcha, também desenvolvidos e produzidos pelo país asiático.

Se a notícia é ruim para a indústria chinesa de satélites, e péssima para Hugo Chávez, que investiu mais de 240 milhões de dólares no projeto do primeiro satélite de seu país. Para conhecer mais sobre o VENESAT-1 e o incipiente Programa Espacial venezuelano, acessem a postagem "Chávez no Espaço".
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Selo homenageia cooperação Brasil - Rússia

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Cooperação espacial Brasil-Rússia recebe homenagem em selo postal

18-06-2009

Os Correios lançaram no dia 16 de junho, às 19h30, na Embaixada da Rússia, em Brasília, selo da série Relações Diplomáticas em homenagem à cooperação espacial entre Brasil e Rússia. A cerimônia de lançamento contou com a participação do Vice-Presidente da República, José de Alencar; do Embaixador da Rússia no Brasil, Vladimir Tyurdenev; do Presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e de membros do corpo diplomático russo e brasileiro.

O selo, que começou a circular na sexta-feira, 12 de junho, focaliza a nave russa Soyuz (palavra que significa “união”, em português), na qual o cosmonauta Marcos Pontes fez a primeira viagem de um brasileiro ao espaço sideral, em março de 2006. Ao fundo, o Planeta Terra aparece junto à última fronteira a ser conquistada pela humanidade. No canto inferior direito, as bandeiras da Rússia e do Brasil reforçam o laço de 180 anos de amizade entre as duas nações, comemorados em outubro de 2008. O artista Mário Alves de Brito foi o responsável pelo design do selo, elaborado com a técnica de computação gráfica.

A tiragem é de 600 mil selos, a R$ 2,35 cada. As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline)

Fonte: Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), via web-site da Agência Espacial Brasileira, com ajustes do blog.
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Diretor do INPE comenta postagem do blog

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O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, enviou hoje (17) um e-mail ao blog com alguns esclarecimentos sobre a postagem "Ainda sobre o balanço da indústria aeroespacial". Reproduzimos abaixo os comentários de Câmara, e também aproveitamos a oportunidade para, mais uma vez, agradecer publicamente a atenção dada pelo diretor ao blog:

"1. Como você mostrou bem, a contratação da indústria está aumentando sistematicamente, graças ao INPE. A questão agora é como fazer que a tendência de crescimento se mantenha.

2. O INPE quer aumentar o tamanho do programa espacial, com satélites que sejam ao mesmo tempo úteis para a sociedade e que possam ser construídos pela nossa indústria. Combinar relevância social com desenvolvimento industrial não é fácil, mas é necessário.

4. No Brasil de hoje, os satélites de relevância social que deveriam ser financiados pelo governo são basicamente os de observação da terra (imageamento, meteorologia, clima) e científicos (astrofísica e geofísica).

5. Estou convicto que o Brasil pode ter um programa espacial de um tamanho adequado (US$ 300-400 milhões por ano) se optar por produzir os satélites de observação da terra e científicos que precisamos.

6. Considere um programa espacial que contrate US$ 200 milhões por ano na indústria brasileira. Isto manteria um parque industrial de cerca de 2.000 empregos qualificados (média de 100 mil dólares por ano por empregado-empresa).

7. Este cenário é factível, se o programa espacial brasileiro alinhar-se com o resto do Brasil. Nossa vocação é ser uma potência ambiental no século 21, com um crescimento baseado em energias limpas e que preserva nosso meio-ambiente.

8. A vocação natural do nosso programa espacial brasileiro é para desenvolver atividades de caráter civil e científico, que apoiem a projeção internacional de nosso "soft power". O INPE trabalha para que o programa espacial brasileiro suporte nosso projeto de nação para o século 21. Acreditamos em nosso projeto e temos convicção que nossa visão é a melhor para o Brasil."
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segunda-feira, 15 de junho de 2009

AEB: Relatório de Gestão 2008

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu web-site o relatório de gestão referente ao ano de 2008 (clique aqui), que está bem mais simples do que de costume. Na parte de satélites, o documento não apresenta grandes novidades se comparado ao relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (leia a postagem "Atividades do INPE em 2008"), mais completo e detalhado.

Em relação ao segmento de lançadores, o relatório tem informações sobre iniciativas quanto à industrialização do VLS-1, o objetivo de realizar o voo de teste tecnológico do VLS-1 em 2010, e atividades relacionadas à construção da nova Torre Móvel de Integração (TMI) do VLS-1 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), entre outras. Reproduzimos abaixo alguns parágrafos sobre os avanços em lançadores:

"Em busca do domínio do acesso ao espaço destacam-se a realização bem sucedida do teste do motor do primeiro estágio do Veículo Lançador de Satélites, VLS-1, em cumprimento de etapa importante do programa de aumento de confiabilidade do foguete. Para o desenvolvimento e fabricação desse veículo, já foi dado início a um processo licitatório de Pré-Qualificação de empresas para a industrialização do VLS-1, que se encontra em andamento. A AEB constituiu uma Comissão, composta por pessoal do CTA/IAE que está finalizando os procedimentos técnicos e administrativos necessários para viabilizar a respectiva licitação. A realização do primeiro vôo de teste tecnológico do VLS-1 em 2010 está, ainda, sendo perseguido. Entretanto, os problemas relativos à finalização do contrato de consultoria com empresa da Federação Russa, que está pendente, devido à não promulgação ainda, pelo lado brasileiro, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com a Rússia, poderá prejudicar o atingimento da meta na data almejada.

Os trabalhos relativos à construção da Torre Móvel de Integração – TMI deverão ser iniciados em 2009. Após longas discussões e negociações entre o CTA/IAE e o Consórcio PMM, vencedor da licitação, ambos chegaram a um acordo sobre o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato firmado, que somente foram concluídas no inicio do mês de dezembro, data em que foi assinada a ordem de serviço para dar início às obras. Estima-se concluir a construção no inicio do segundo semestre de 2010.

No tocante aos foguetes de sondagem, destacam-se os 3 lançamentos realizados no Centro Espacial de Esrange, na Suécia, como parte do Programa Europeu de Microgravidade, utilizando-se o propulsor brasileiro VSB-30. O sucesso desses lançamentos confirma a qualidade e confiabilidade desse propulsor."
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Ensaio hidráulico do propulsor S43

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Ensaio Hidráulico do Motor S43 ocorre com sucesso

15/06/2009

O envelope motor S43 é utilizado nos 1o e 2o estágios do VLS. Este Ensaio Hidráulico de Aceitação foi o primeiro de uma série de oito envelopes motores a serem liberados, para as próximas atividades de preparação do Veículo VLS-1, em seus primeiros Vôos Tecnológicos (XVT-01 e XVT-02).

O ensaio foi realizado no Laboratório de Ensaios Hidropneumáticos da AIE no dia 09/06/2009 às 14:00h.

O envelope motor foi preenchido com água (aproximadamente 3000 L) e pressurizado até 9,0 MPa (90 bar) durante o tempo de 1 minuto, após esta solicitação foi verificado se houve vazamento em suas interfaces, tomadas de pressão e local de instalação do ignitor.

Neste ensaio não foi observado vazamento significativo no envelope motor e interfaces, portanto o mesmo está liberado para as próximas atividades.

Equipe Envolvida:

Tecnol Geraldo - AIE - Coordenador
Téc Alério - AIE
Téc André Leite – AIE
Téc Eduardo Menotti - AIE
Téc Josué - AIE
Téc Marco – AVD-S

Fonte: IAE/CTA
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domingo, 14 de junho de 2009

Salão de Le Bourget

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Começa amanhã (15), em Le Bourget, nos subúrbios de Paris, o 48º Paris Air Show, considerada uma das maiores e mais importantes feiras aeroespaciais do mundo. O evento, que acontece todos os anos ímpares, comemora nessa edição o seu centenário, e deve contar com mais de 2 mil expositores de mais de 40 países, e número de visitantes superior a 400 mil.

Tradicionalmente, os grandes desenvolvedores e fabricantes de sistemas aeroespaciais promovem seus produtos e prospectam potenciais novos clientes nessas oportunidades. São comuns também os anúncios de novos produtos e projetos, e a assinatura de negócios. Foi na edição de 2003 do salão de Le Bourget, por exemplo, que a Alcatel (hoje, Thales Alenia Space) anunciou a assinatura do contrato para o fornecimento do satélite geoestacionário de telecomunicações Star One C1 para a Star One, subsidiária da telecom brasileira Embratel.

Uma comitiva brasileira, liderada pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, estará na feira. Algumas autoridades governamentais do setor espacial também estarão presentes, como o Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, e ao menos dois dirigentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Na agenda de Jobim, consta uma visita no dia 15, às 15h00 (horário de Paris) ao estande de uma empresa francesa de comunicações por satélite, identificada como Sagem. O blog acredita que houve uma confusão com os nomes das companhias (a Sagem, do grupo SAFRAN, não é muito atuante em comunicações por satélites, mas sim em sensores e optrônicos), sendo que o estande a ser visitado deve ser o da Thales, ou o da EADS Astrium. Acredita-se que as duas empresas sejam fortes candidatas a trabalharem no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).
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"O Fogueteiro do Planalto"

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A edição dessa semana da revista de finanças e negócios IstoÉ Dinheiro traz uma pequena reportagem sobre a Alcântara Cyclone Space (ACS). Como tem sido de costume nos últimos meses, Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e diretor-geral da ACS comenta os problemas que têm atrasado o andamento do projeto, como a questão dos quilombolas, infraestrutura limitada, etc.

Algumas novidades mencionadas na reportagem: Amaral pediu à ministra da Casa-Civil, Dilma Rousseff, a inclusão da ACS no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O ex-ministro também informou uma nova data para o primeiro lançamento do Cyclone 4: 2011. Há tempos, as autoridades da ACS insistiam em 2010, ano que vem, para o primeiro lançamento, intenção extremamente arrojada, como afirmamos algumas vezes no blog.

Outra novidade são os interesses da companhia norte-americana provedora de serviços de comunicações Iridium, e do projeto do Sistema Satelital Geoestacionario Argentino de Telecomunicaciones (SSGAT), de usarem o Cyclone 4 como lançador de seus satélites.

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.
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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ainda sobre o balanço da indústria aeroespacial

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Apesar da crítica do presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) (leiam a postagem "Balanço da indústria aeroespacial em 2008"), o resultado em termos de receita da indústria espacial em 2008 não foi tão ruim se comparado aos anos anteriores.

Em 2005, a receita da indústria aeroespacial no Brasil foi de US$ 4,3 bilhões, com o segmento espacial respondendo por 0,24%, aproximadamente uS$ 10,3 milhões. No ano seguinte, 2006, a receita total se manteve em cerca de US$ 4,3 bilhões, mas a participação da indústria espacial aumentou para 0,41% (US$ 17,63 milhões). Em 2007, de US$ 6,2 bilhões, o segmento espacial respondeu por 0,4%, aproximadamente US$ 24,8 milhões. Já no ano passado, a indústria espacial atingiu o percentual de 0,57%, cerca de US$ 45 milhões. Os resultados de 2008 foram muito influenciados por contratos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), relacionados aos satélites CBERS 3 e 4, e ao Amazônia-1.

Embora seja muito pequena, analisando-se a receita por segmentação em cada ano, percebe-se que um crescimento contínuo da fatia da indústria espacial.

Muitas das críticas feitas pelo setor industrial espacial ao Programa Espacial Brasileiro são justas (contratos do CBERS transferidos para a China, atuação da FUNCATE, ACDH, etc.), mas a Agência Espacial Brasileira, o INPE e os programas de cooperação internacional não devem ser vistos como "vilões" absolutos. Em algumas críticas, a indústria como um todo tem lá a sua culpa (a novela do ACDH, por exemplo).

Gostem(os) ou não, no momento o programa CBERS (cooperação internacional com a China) garante boa parte das atividades (e dos empregos) da maioria das indústrias espaciais brasileiras.
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Aquarius chega à Argentina

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A construção e intergração do satélite científico e de meio-ambiente argentino SAC-D está próxima de sua conclusão. No início desse mês, mais especificamente no dia 3, chegou à cidade de San Carlos de Bariloche, na Argentina, uma aeronave C-17 Globemaster III, da U.S. Air Force, procedente da cidade de Pasadena, nos EUA, trazendo um dos mais importantes instrumentos científicos do novo satélite argentino, o Aquarius (foto acima), construído pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) e pelo Goddard Space Flight Center, ambos da agência espacial norte-americana (NASA).

O Aquarius já se encontra nas instalações da empresa INVAP e deve ser em breve integrado ao satélite. Em seguida, deverá ser submetido a testes, juntamente com os outros sensores a bordo do SAC-D. Está previsto para o final desse ano o envio do satélite para o Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), localizado em São José dos Campos (SP), onde serão realizados os testes finais. Do Brasil, o satélite deve seguir para a base espacial de Vandenberg, na Califórnia, de onde será lançado por um foguete Delta II, em maio de 2010.

No web-site da CONAE, há uma pequena galeria de fotografias da chegada do instrumento norte-americano à Argentina. Para acessá-la, clique aqui.

Para mais informações sobre o projeto do SAC-D, leiam a postagem "SAC-D: o novo satélite argentino", de agosto de 2008.
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Mercado mundial de satélites entre 2009-2018

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A Euroconsult, companhia europeia especializada em pesquisas e análises sobre mercados de tecnologia espaciaç, divulgou ontem (8) o seu mais recente estudo sobre o mercado mundial de satélites para os próximos dez anos. Segundo o estudo “Satellites to be Built & Launched by 2018, World Market Survey”, até 2018 serão construídos e lançados ao espaço 1.185 satélites, um acréscimo de 50% se comparado ao número total da década passada (1999-2008), movimentando cerca de US$ 178 bilhões.

Os operadores governamentais devem responder por grande parte das encomendas. Segundo a Euroconsult, 770 satélites deverão ser encomendados por agências governamentais civis e militares, um aumento de 55% em relação à década anterior, alcançando a cifra de US$ 116 bilhões. O estudo afirma que dois terços dessas unidades deverão ser de uso civil ou dual.

O estudo destaca alguns países em que ocorre crescente uso de satélites de comunicações e de observação terrestre, citando o Brasil, ao lado de Israel, Coréia do Sul e Malásia. Menciona ainda que esses países buscam desenvolver capacidades domésticas em termos de produção e engenharia de tecnologia espacial.

Em relação ao mercado comercial, a Euroconsult destaca que o mesmo permanecerá concentrado em satélites de comunicações de órbita geoestacionária, especialmente na renovação de satélites já em operação, prevendo-se a entrada de apenas alguns poucos novos operadores. Esse segmento específico deverá absorver 235 satélites, num mercado avaliado em US$ 52 bilhões, com o pico do ciclo ocorrendo no início da década (cerca de 30 artefatos lançados por ano), seguido de redução para cerca de 20 unidades por ano até o final do período.

O estudo também prevê um crescimento em satélites comerciais de órbitas não-geoestacionárias, com uma estimativa de 180 novas unidades, frente às 104 construídas na década passada. Esse segmento do mercado é avaliado em US$ 9,5 bilhões, e deverá ser majoritariamente dominado por telecomunicações (renovação das constelações Orbcomm, Globalstar, Iridium e início de novas, como a de órbita média O3b), e sensoriamento remoto (satélites de órbita baixa como os das séries Infoterra, GeoEye, RapidEye, etc).
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Balanço da indústria aeroespacial em 2008

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A edição de hoje (8) do jornal "Valor Econômico" traz uma reportagem ("Setor aeroespacial vai encolher 15%") com uma espécie de balanço da indústria aeroespacial no ano passado. Segundo um levantamento feito pela Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) e citado na reportagem, o faturamento das indústrias aeroespaciais brasileiras em 2008 foi de US$ 7,55 bilhões, um acréscimo de 20% em relação ao faturamento de 2007.

A área espacial teve a menor participação nos resultados de 2008, com vendas de US$ 45 milhões. O presidente da AIAB, Walter Bartels, fez na reportagem críticas à Agência Espacial Brasileira (AEB), que dá prioridade a programas de cooperação internacional, que, no entendimento dele, não dão resultados concretos. Reproduzimos abaixo o parágrafo que trata do desempenho do setor espacial:

"A área espacial, segundo Bartels, teve uma participação bastante pequena nos resultados do setor aeroespacial e fechou 2008 com vendas de US$ 45 milhões ou 0,57%. "O Brasil não tem uma atividade espacial significativa porque o envolvimento da indústria nos projetos ainda é muito baixo. Os institutos de pesquisa e a Agência Espacial Brasileira (AEB) priorizam os programas de cooperação internacional, que nunca dão resultados concretos", afirmou."

Para ler a reportagem na íntegra, acessem o clipping da Força Aérea Brasileira (NOTIMP).
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domingo, 7 de junho de 2009

Programa Espacial Colombiano

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Já tratamos no blog de vários países que mantêm atividades espaciais, como o Brasil, a Argentina, o Chile, a Venezuela e o Peru. Outro país sul-americano, a Colômbia, também tem ambições nessa área, inclusive de construir um satélite próprio.

O órgão responsável por seu programa espacial é a Comisión Colombiana del Espacio (CCE), criada em julho de 2006. A CCE está a frente do “Programa de Investigación en Desarrollo Satelital y Aplicaciones en el Tema de Observación de la Tierra”, que tem como um de seus objetivos o desenvolvimento de um satélite de sensoriamento remoto, dentro de um projeto de criação de capacidade nacional para pesquisas em tecnologias e aplicações de Observação da Terra voltadas a um melhor conhecimento do território, das políticas públicas e gestão sustentável de recursos. Também participam da iniciativa outras instituições de pesquisas colombianas, como o Instituto de Hidrología, Meteorología y Estudios Ambientales (IDEAM), e o Instituto Geográfico Agustín Codazzi (IGAC), que exerce a secretaria-executiva da CCE.

O programa contempla três fases para a sua execução. A primeira consiste na estruturação do projeto e do estudo de viabilidade, aparentemente ainda não concluída; a segunda considera o desenvolvimento, construção e colocação em órbita de um satélite colombiana; e a terceira faz referência ao desenvolvimento de aplicações dos dados produzidos pelo satélite. Para a segunda fase, a CCE deverá avaliar alianças estratégicas, inclusive com atores internacionais, com o objetivo de permitir a otimização dos recursos e a sustentabilidade do projeto em longo prazo.
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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Eleita nova diretoria da AAB

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Na noite de ontem (4), foi eleita em assembleia geral realizada no Hotel Novotel, em São José dos Campos (SP), a nova diretoria da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB). Pelos próximos dois anos, a presidência da AAB ficará a cargo de Paulo Moraes Jr., engenheiro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA). Compõem ainda a nova diretoria Himilcon de Castro Carvalho, da Agência Espacial Brasileira (AEB), como vice-presidente, Jadir Gonçalves, da Fibraforte (diretor tesoureiro), Jânio Kono, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (diretor técnico-científico), e Ediraldo Bernardi Carvalho, da Embraer (diretor secretário).

Serão suplentes: Anderson de Oliveira e Silva Junior (ITA/CTA), Célio Vaz (Orbital), Leandro Toss Hoffmann (INPE), Narumi Seito (IAE/CTA), e Ronaldo Bologna Abrão (Embraer).

Em seu discurso de posse, Moraes Jr. destacou alguns dos projetos para a sua gestão, como a continuidade da participação da Associação na organização de eventos técnicos (para esse ano, estão previstos ao menos dois), ampliação do número de associados, desenvolvimento de discussões relacionadas à política espacial, entre outras. A AAB deve participar das discussões para a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que já foi iniciada e está a cargo da AEB.

Também ontem, foram eleitos três novos membros para o conselho deliberativo da Associação: Othon Cabo Winter (UNESP), Ricardo Luís da Rocha Carmona (IAE/CTA) e André M. Mileski (Tecnologia & Defesa), que terão um mandato de quatro anos.

Para mais informações sobre a AAB e seus propósitos, acessem http://www.aeroespacial.org.br/
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Seminário sobre foguetes no IAE/CTA

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O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), localizado em São José dos Campos (SP), organizará no próximo dia 22 o 4º SIPP&D - Seminário Institucional de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Associadas a Veículos Espaciais.

Para mais informações sobre o seminário, apoiado financeiramente pela Agência Espacial Brasileira (AEB), acessem o seu web-site. Nele, é possível encontrar informações resumidas sobre vários projetos concluídos, em andamento ou iniciados em 2009 envolvendo tecnologias associadas à lançadores espaciais.
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terça-feira, 2 de junho de 2009

AEB apóia desenvolvimento de software

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Software desenvolvido com apoio da AEB fornece ao Brasil nova tecnologia para captura de imagens

02/06/2009 16:13:44

O coronel aviador Nilo Sérgio de Oliveira Andrade, 47 anos de vida e 30 de aeronáutica, desenvolveu, em maio de 2009, um software capaz de gerar imagens de alta resolução do sensor radar instalado nas aeronaves R-99B utilizadas no Programa do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). O novo programa é o resultado da tese de doutorado em Geociência pela Universidade de Brasília (UnB) defendida pelo coronel e coloca o Brasil entre os raros países, como os Estados Unidos, Alemanha, Canadá e França, que desenvolveram tal tecnologia.

O sensor gerador de imagens estudado pelo coronel Andrade é um Radar de Abertura Sintética (SAR). Segundo ele, tais sensores simulam uma antena maior do que as instaladas na aeronave e “têm maior relevância para aplicações científicas, o que produzirá maior volume e diversidade de dados”. Este tipo de radar capta informações visuais tanto do solo quanto do ar em qualquer condição climática e são capazes de capturar de uma até quatro imagens simultâneas da mesma cena.

A partir de um dado bruto coletado pelo radar, o software desenvolvido pelo coronel gera imagens complexas, permite realizar correções de amplitudes e “vazamentos” de sinais (cross-talk) de uma determinada polarização (as polarizações podem ser verticais ou horizontais) em outra. Enquanto os critérios de classificação de imagens atuais baseiam-se em fatores estatísticos, o novo programa utiliza características de fase do sinal. O espectro eletromagnético de um radar utiliza letras para representar freqüências (K, X,C, S, e P). Cada letra tem um comprimento de onda diferente. O sensor trabalha nas freqüências X e L.

Diversos estudos, como a análise da umidade do solo, a identificação de alvos e monitoramento do meio ambiente podem ser feitos a partir dos resultados obtidos. “Na área de alagados da Amazônia, por exemplo, o software pode ajudar no controle de vazamentos de óleo”, explica o coronel. O programa está disponível para a UnB e o Comando da Aeronáutica (Comaer) a fim de ser utilizado e testado pelos pesquisadores dessas instituições.

A Agência Espacial Brasileira (EAB) patrocinou o desenvolvimento desse software, o que representa uma integração entre o Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT) e o Comando da Aeronáutica.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ensaios do VLS-1

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Ensaio Funcional dos Atuadores de Separação do 1º e 2º Estágios do VLS – 1ª fase

01/06/2009

Os ensaios para qualificação do Sistema de Separação do 1º e 2º estágios do VLS foram especificados e divididos para ocorrer em 3 Fases distintas. A 1ª Fase de Ensaios foi encerrada nesta data de 27/05/2009 (veja foto), com o Ensaio Funcional dos Atuadores do Sistema.

Nessa 1ª Fase foram realizados outros ensaios não destrutivos (sem corte pirotécnico) dos atuadores, colocando-os em condições de variação de pressão e/ou massa e temperatura, para que pudesse ser observada a influência dessas variáveis no desempenho dos mesmos, por meio dos seguintes ensaios:

- estudo da carga oca (COL) de corte dos atuadores (realizado na pirotecnia);

- ensaio de estanqueidade dos atuadores;

- ensaio de vibração dos atuadores, e

- estudo da variação de pressão dos atuadores mediante variação de temperatura.

Para esse Ensaio Funcional dos Atuadores foram solicitados 160 testes, mas com e realização de extras esse total foi elevado para mais de 300.

Equipe AIE participante:

Coordenador - Tecnol. Fernando Aguiar
- Téc. Dimas Donizete
- Téc. Diego
- Téc. André Leite

Fonte: IAE/CTA
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