sexta-feira, 31 de julho de 2009

Simulador solar nacional

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INPE e Orbital desenvolvem simulador solar nacional

31/07/2009

O Instituto de Química da Unicamp recebeu neste mês o primeiro simulador solar de baixo custo feito com tecnologia brasileira. O SOLSIM, modelo AM15x100, foi desenvolvido em São José dos Campos (SP) por meio da parceria entre a empresa Orbital Engenharia e o Laboratório Associado de Sensores e Materiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LAS/INPE).

O simulador produz radiação solar simulada de forma contínua por meio de um conjunto de dois tipos diferentes de lâmpadas/refletores posicionados no interior de um gabinete. Oferece uma área de iluminação de 14 cm x 14 cm, enquanto simuladores solares importados normalmente iluminam áreas de 10 cm x 10 cm. Além disso, as lâmpadas usadas são do tipo “ozone free”, dispensando sistema de exaustão para o exterior.

Um simulador com estas características serve a várias finalidades. No INPE, por exemplo, é usado nos testes elétricos das células dos painéis solares dos satélites. “Também são usados para calibrar radiômetros e por indústrias para verificar a degradação pela luz solar de materiais diversos”, diz Nelson Veissid, pesquisador do LAS/INPE.

O SOLSIM segue as especificações da norma ABNT NBR11879, gerando o espectro da radiação luminosa AM1,5G com intensidade de 1000 W/m2, com uniformidade no plano alvo melhor do que 10% e estabilidade temporal melhor do que 5%.

Além do aperfeiçoamento da tecnologia, desenvolver um equipamento nacional tem vantagens financeiras, pois o custo do SOLSIM é equivalente a menos da metade que o cobrado por equipamentos estrangeiros similares, cujos preços começam em US$ 50 mil. O projeto do simulador solar contou com o apoio da FINEP-Fundo Setorial de Energia durante os anos de 2005 e 2006.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uniespaço: Anúncio de Oportunidades 2009

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No início da semana, a Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou o "Anúncio de Oportunidades 2009" do Programa Uniespaço, iniciativa que tem como objetivo integrar o setor acadêmico universitário no desenvolvimento de produtos e processos, análises e estudos de interesse para a área espacial. Para acessar o documento, clique aqui.

Nesta edição, serão disponibilizados R$ 3 milhões para serem usados ao longo de dois anos. Segundo divulgou a AEB em nota. A Agência espera receber propostas de projetos de pesquisa e/ou desenvolvimento tecnológico na áre espacial dentro dos seguintes temas: atuadores e sensores para controle de atitude de satélites artificiais; ciclo de vida em órbita de satélites artificiais; controle embarcado de satélites artificiais; materiais; radar de abertura sintética para aplicações espaciais; sensoriamento remoto; software livre para análise de missões de satélites (desktop e/ou web); e veículos espaciais. Os interessados têm até o dia 10 de setembro para o envio de propostas.

Várias instituições já desenvolveram projetos dentro do Programa Uniespaço, como a PUC/RS, o ITA, a UnB, a UFRJ, a UFPR, a USP, a UFRN, UFMG, entre outras. De acordo com informações da AEB, desde 2004, quando o programa foi reestruturado, 32 projetos foram contemplados com recursos do programa.

O Uniespaço não é o único programa de fomento voltado à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para o setor espacial brasileiro. A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia também tem exercido esta função através de um programa de concessão de subvenção econômica de (recursos não-reembolsáveis). Outro fomentador é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que eventualmente apoia projetos aeroespaciais através do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE).
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Mais sobre o centro espacial no Ceará

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Brasil terá outra base para lançar foguetes

Raymundo Costa, de Brasília

Antes concentrado em Alcântara, no Maranhão, um local privilegiado para o lançamento de foguetes devido a sua posição privilegiada em relação à linha do Equador, parte do programa espacial brasileiro será transferido para o litoral do Ceará, em região nas proximidades do porto de Pecém. O assunto será discutido na quarta-feira em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministérios, empresas e agências responsáveis pelo programa espacial.

A divisão tornou-se inevitável depois que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) baixou uma portaria decretando como área quilombola 78 mil hectares dos 114 mil hectares que constituem a península de Alcântara. O município deveria abrigar o Complexo Espacial Brasileiro (CEB) - seriam quatro centros de lançamento de foguetes, três em convênios com outros países e um inteiramente nacional, o Veículo Lançador de Satélites (VLS), que é desenvolvido pela Aeronáutica. Também seriam construídos hotéis e clubes a fim de atrair para Alcântara extensões universitárias inteiramente voltadas para a tecnologia espacial.

Devido à crise financeira mundial, o governo botou o pé no freio do complexo espacial (antes chamado de centro), mas seguiu adiante com o VLS e com o acordo firmado com a Ucrânia para o lançamento da quarta geração do foguete Cyclone a partir de Alcântara. Devido ao conflito com os quilombolas, a Alcântara Cyclone Space (ACS) teve de se transferir para dentro da área onde a Aeronáutica desenvolve o VLS. O programa não será afetado e o gestor brasileiro da empresa binacional, Roberto Amaral, diz que o lançamento teste ocorrerá entre outubro e novembro de 2010 - no início, a previsão era julho.

Sem área para ampliação, as autoridades brasileiras decidiram construir o CEB no litoral do Nordeste. Embora digam que ainda estudam sítios na região, o local escolhido fica no entorno do porto de Pecém, no Ceará.

Em relação a Alcântara, o local tem a vantagem de permitir uma redução nos investimentos necessários à implantação do complexo. Em Alcântara, por exemplo, será necessário construir um porto e uma estrada de 51 quilômetros, infraestrutura que já existe em Pecém. Além disso, a região é próxima de Fortaleza, tem um centro universitário em Sobral, ou seja, boa parte da infraestrutura que teria de ser feita no Maranhão.

Além disso, Pecém também dispõe de uma localização privilegiada para o lançamento de veículos com satélites: está a 3,2 graus em relação à linha do Equador, enquanto a base francesa de Kourou, na Guiana, o centro mais bem localizado do mundo para esses lançamentos, está a 5,2 graus da linha do Equador. Mas imbatível mesmo é Alcântara - está a 2,2 graus, o que significa enorme vantagem competitiva: cada lançamento feito a partir da ilha maranhense pode custar até 30% menos que de outras bases instaladas por todo o mundo, principalmente devido à economia de combustível.

A região de Pecém conta também com a vantagem de ser próxima ao mar, assim como Alcântara. Isso é importante porque permite a liberação de estágios - ou até destroços - do foguete com a segurança de que eles não cairão em áreas habitadas na terra. "Ainda mantemos a vantagem comparativa com relação a Kourou", disse ao Valor um dos dirigentes do programa espacial brasileiro.

Não é raro um país ter mais de um centro de lançamento de foguetes localizados em regiões diferentes. O programa com a Ucrânia, em Alcântara, deve custar US 400 milhões, até o lançamento do foguete de qualificação (o primeiro). Mas o CEB, no litoral nordestino, vai requerer um investimento muito maior, ainda guardado em segredo pelas autoridades, mesmo que boa parte das obras de infraestrutura previstas para Alcântara não sejam mais necessárias.

O conflito com os quilombolas deve entrar na pauta da reunião de quarta-feira. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve pedir uma extensão do sítio de 9,2 mil hectares no qual estão agora abrigados a ACS e o programa do VLS da Aeronáutica. Quem decretou a área quilombola foi o Incra, que conta com o apoio da Secretaria da Igualdade Racial para a decisão. Defesa e o Ministério da Ciência e Tecnologia foram contrários à extensão decretada.

Além da questão dos quilombolas, Lula ouvirá um relato das conversas que o presidente da ACS, Roberto Amaral, manteve em viagem recente à Ucrânia. A principal novidade a ser contada por Amaral é que a indústria brasileira, pelos entendimentos feitos com os ucranianos, também vai participar da fabricação do foguete Cyclone 4 - uma evolução do Cyclone 3, já em uso para colocar satélites em órbita. A industria brasileira deve participar da fabricação de equipamentos, inclusive componentes do motor do foguete.

Pecém, no entanto, deve ser obra para o próximo governo. No momento, a prioridade é lançar o foguete ucraniano Cyclone 4, nas proximidades da eleição de outubro do próximo ano.

Fonte: jornal Valor Econômico, 30/07/2009, via NOTIMP

Comentários: a reportagem do Valor Econômico detalha a notícia dada pelo jornal O Globo de ontem (leiam a postagem “Novo centro espacial no Ceará?”). Traz ainda informações sobre a última visita de Roberto Amaral, diretor-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS) à Ucrânia, como discussões para a participação da indústria nacional na construção do Cyclone 4. Muito em breve, o blog trará mais informações sobre a ACS.

Seria lógico imaginar que a construção de uma terceira base espacial deveria ser decidida apenas após a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Para um programa espacial com orçamento de cerca de R$ 300 milhões, três centros de lançamento parece beirar ao absurdo. Uma vez criada uma nova família de lançadores (que, aliás, como já dissemos, é algo ainda muito distante da realidade), o VLS e suas variações (versão híbrida) continuarão operacionais? Afinal, quandos foguetes o Brasil quer operar? Haverá recursos para tudo?
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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Novo centro espacial no Ceará?

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Na edição de hoje do jornal carioca O Globo, há uma pequena notícia sobre uma suposta decisão do governo federal de abrir um novo centro espacial no estado do Ceará, por causa do imbróglio com os quilombolas no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). De acordo com a notícia, o VLS continuaria no CLA. Há algumas semanas, Roberto Amaral, diretor da Alcântara Cyclone Space afirmou que a binacional ucraniano-brasileira permanecerá em Alcântara.

Por lógica, se o VLS (e provavelmente os foguetes de sondagem) e o Cyclone 4 ficam em Alcântara, é possível que a Agência Espacial Brasileira (AEB) trabalhe com a hipótese de construir um novo centro espacial para futuros projetos de lançadores, algo, diga-se de passagem, ainda muito preliminar e distante.

Vale a pergunta: realmente existe a necessidade de três centros espaciais para o Programa Espacial Brasileiro? Dizem que quem quer ter tudo, acaba não tendo nada...
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Testes no CLA

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CLA prepara-se para lançamento de foguete

28/07/2009 - 16h42

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) iniciou, neste dia 27 de julho, mais uma Operação de Lançamento de Foguete, denominada – Operação FogTrein I.

O objetivo principal da Operação é lançar e rastrear dois Foguetes de Treinamento Básico (FTB), com telemetria na banda S, tendo como finalidade principal o treinamento de recursos humanos do CLA e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Natal-RN, além de manter a capacidade operacional dos meios técnicos e logísticos do CLA e, ainda, a obtenção de dados para qualificação e certificação dos referidos foguetes.

A operação deu início com aulas teóricas e práticas a respeito do Foguete de Treinamento Básico que está sendo desenvolvido pela empresa brasileira Avibras. Com tecnologia 90% nacional, o FTB consiste em um foguete mono-estágio, não guiado, com 3,05m de comprimento, pesando 67,8Kgf incluindo 20,7Kgf de carga útil, seu motor propulsor é carregado com propelente sólido (combustível sólido), com uma fase de decolagem de 4 segundos, alcançando mais de 30km de altura e caindo em alto mar a mais de 16km da costa.

Além do efetivo do CLA, este evento conta com a participação de engenheiros da Avibras, apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e envolvimento do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), Centro de Lançamento da Barreira do Inferno e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).

Uma cronologia simulada do lançamento do FTB está prevista para o dia 7 de agosto, entre 9h e 14h, dependendo exclusivamente das condições climáticas. Esse simulado faz parte de uma séria de testes antes dos lançamentos em si, previstos para os dias 10 e 11 de agosto. O sucesso desses lançamentos é o resultado do desenvolvimento de tecnologia aeroespacial brasileira, trazendo para o Brasil a oportunidade de capacitar os recursos humanos com objetivo de alcançar sua independência tecnológica.

Nesse voo, o Foguete Básico de Treinamento já está preparado para disponibilizar cinco quilos de carga útil para experimentos tecnológicos, além de instrumentos para acompanhamento das Estações de Telemedidas, preparando assim as equipagens para os próximos lançamentos.

Fonte: CLA
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terça-feira, 28 de julho de 2009

Sea Launch: uma análise

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Uma das mais importantes notícias do mundo dos negócios no setor espacial nas últimas semanas foi o pedido de proteção contra falência (Chapter 11 do Código sobre Falências dos EUA) da Sea Launch, provedora de lançamentos espaciais com sede nos EUA, apresentado em junho perante a justiça daquele país. De fato, a medida adotada pela Sea Launch não era inesperada pelo mercado. Desde o seu início, o projeto de lançar cargas úteis ao espaço a partir de uma plataforma de petróleo convertida para aproveitar os benefícios que a proximidade com a linha do equador oferecem se mostrou complexo, tanto do ponto de vista técnico como logístico, com implicações nos custos de operação. Uma falha do lançador de grande porte usado pela companhia, o Zenit 3SL, ocorrida em 2007, agravou a situação, resultando em atrasos nos cronogramas de lançamento de vários satélites, e cancelamentos de várias missões.

A Sea Launch é controlada pela companhia norte-americana Boeing (40%), e tem ainda como sócios a russa Korolev Energia RSC (25%), o estaleiro noruguês Aker (20%), e as indústrias espaciais ucranianas Yuzhnye e Yuzhnoye (15%), estas duas últimas, aliás, sócias da companhia ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS). Desde o início de sua operação, em março de 1999, foram 30 lançamentos, 27 bem-sucedidos (índice de sucesso de 90%).

Da difícil situação desta companhia multinacional, podem se tirar algumas conclusões, de certo modo, aplicáveis ao Brasil, que, em parceria com a Ucrânia, almeja se tornar um player no mercado de lançamentos espaciais com a ACS.

Sendo um lançador ucraniano com o último estágio ("upper stage") russo, o poderoso Zenit 3SL teve vários problemas relacionados à entrega de componentes do foguete e consequente disponibilização de lançadores para a realização de missões, algo não raro em se tratando de sistemas espaciais fabricados em países da ex-URSS. Vários componentes do Zenit 3SL e de outros lançadores ucranianos são importados da Rússia, cuja comercialização está sujeita ao temperamento das relações comerciais e políticas entre os dois países. Estes problemas resultaram em diversos cancelamentos de clientes, que não viram na Sea Launch condições de terem seus cronogramas de lançamento atendidos, acelerando o processo de insolvência da companhia.

A solicitação de proteção judicial da Sea Launch não significa necessariamente que a companhia será encerrada, embora respeitados analistas entendam que este seja o caminho lógico, uma vez que o seu plano de negócios não se mostrou economicamente viável. Caso a Sea Launch deixe de fato de operar, o mercado comercial de lançamentos de cargas úteis de grande porte para órbita geoestacionária terá apenas dois players, a Arianespace e a International Launch Services (ILS), o que deve preocupar em muito as companhias de comunicações, operadoras e proprietárias dos satélites lançados. A preocupação não é apenas baseada em preço (sendo menor a concorrência, a tendência é que os fretes sejam mais altos), mas também na falta de opções de lançadores alternativos em caso de falhas ou problemas de adequação dos cronogramas de cada lançamento. Haverá, portanto, espaço para um novo player no mercado de lançamentos geoestacionários de grande porte.

Iniciativas no mercado comercial de lançamentos espaciais exigem forte apoio político dos países-sede e parceiros das empresas lançadoras. São entendimentos e acordos de salvaguardas tecnológicas, esforços comerciais, uma gama de ações nas quais as participações de governos são de fato essenciais. Sem entrar em detalhes, há quem afirme que a Sea Launch, por ter vários países envolvidos (EUA, Rússia, Ucrânia e Noruega), acabou ficando sem o devido suporte governamental (algo, com alguma imaginação em mente, equivalente ao ditado popular "cachorro que tem dois donos morre de fome"). O próprio diretor-financeiro (chief financial officer) da Sea Launch, Brett Carman, mencionou o apoio governamental recebido pelos competidores Arianespace (Europa) e ILS (Rússia) como um dos fatores que levaram a companhia ao seu estado atual.
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Certificação do VSB-30

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Foguete brasileiro recebe certificação

Virgínia Silveira

Após sete lançamentos bem sucedidos, sendo dois em território brasileiro e cinco na Suécia, o Brasil apresenta, no dia 6 de agosto, a primeira certificação de um produto espacial fabricado no país. O foguete de sondagem VSB-30 foi incluído no site da Agência Espacial Sueca como um dos produtos de referência no mercado internacional de lançadores de pequeno porte, utilizado em missões suborbitais de exploração do espaço.

A certificação pode ser considerada um marco para o programa espacial brasileiro, levando-se em conta os problemas enfrentados há mais de duas décadas pelo desenvolvimento do veículo lançador de satélites VLS. Em sua última tentativa de lançamento, em agosto de 2003, explodiu causando a morte de 21 técnicos.

O VSB-30 é considerado a alternativa mais interessante para substituir o inglês Skylark, que deixou de ser produzido em 1979, depois de 266 lançamentos. Os últimos lançamentos com o modelo inglês foram em 2005.

"A certificação consolida o VSB-30 como o melhor produto em sua categoria e um dos poucos no mundo com a garantia formal de qualidade, emitida por um órgão de competência reconhecida internacionalmente", afirma o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o coronel Francisco Carlos Melo Pantoja.

Pantoja disse que o VSB-30 é o único com capacidade para transportar cargas úteis ou experimentos científicos de até 400 quilos, permanecendo por cerca de seis minutos em ambiente de microgravidade, a uma altitude de 110 quilômetros. Mais dois foguetes serão exportados para a Europa e lançados até o fim do ano.

A entrega do certificado de homologação, pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), do CTA, de acordo com Pantoja, também acelera o processo de transferência da tecnologia de produção do veículo para a indústria brasileira. Atualmente, várias empresas trabalham no seu desenvolvimento e produção: Villares, Cenic, Fibraforte, Mectron, Compsis, Avibrás, Orbital, entre outras.

"Hoje a indústria nacional participa do VLS e dos foguetes de sondagem, com o fornecimento de alguns subsistemas. Agora estão em andamento tratativas visando à transferência para a indústria nacional, por intermédio de um contratante principal, do sistema completo dos veículos lançadores", diz o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB (DTEL), brigadeiro Antônio Hugo Pereira Chaves.

Iniciado em 1965, o programa de desenvolvimento de veículos de sondagem do CTA já produziu seis modelos de lançadores diferentes (Sonda I, II e III, VS-40 e VS-30), tendo realizado mais de 300 lançamentos, a maioria com sucesso.

"Com a saída do Skylark, o Brasil está se posicionando como o único fornecedor nessa categoria de lançador", disse o diretor da AEB. Os alemães, segundo ele, por restrições políticas, não desejam produzir foguetes, mas precisam deles para a realizar experimentos e desejam comprá-los do Brasil.

O VSB-30 é resultado de uma parceria entre o Instituto IAE, órgão de pesquisa do CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que financiou parte do seu desenvolvimento. O processo de qualificação do foguete, que realizou seu primeiro voo internacional em 2005, contou com a avaliação da Agência Espacial Europeia (ESA), do DLR e da Agência Espacial Sueca (SSC), além das empresas Kayser-Threde e EADS.

Principais meios utilizados em missões suborbitais de exploração do espaço, os foguetes de sondagem, segundo Pantoja, apresentam algumas vantagens em relação a outros meios lançadores, como os ônibus espaciais. "Os foguetes de sondagem são muito mais baratos, o tempo de desenvolvimento de suas cargas é menor e as oportunidades de lançamento são mais frequentes, podendo ser feitas através de vários locais."

Por outro lado, as missões suborbitais a bordo da Estação Espacial ISS oferecem a possibilidade de pesquisas de longo prazo, podendo durar meses, mas seu custo global é considerado alto.

Segundo estimativas pesquisadas pelo diretor do IAE, o mercado global de foguetes de sondagem suborbitais, considerando apenas as aplicações civis, é de mais de 100 lançamentos anuais, para cargas úteis (experimentos científicos e tecnológicos). Em média são cobrados cerca de US$ 1 milhão por lançamento, mas existe uma expectativa de um crescimento para 1500 voos anuais se o preço do quilo de carga útil for reduzido para US$ 250.

O desenvolvimento do VSB-30 teve início em 2001 e investimentos da ordem de R$ 5 milhões, sendo que 40% desse valor foi assumido pelo DLR da Alemanha. O último lançamento do VSB-30 em solo brasileiro aconteceu em julho de 2007, mas parte dos experimentos científicos que levava a bordo não puderam ser recuperados.

Até o fim do ano haverá um novo lançamento do foguete na Base de Alcântara, no Maranhão, e estão previstos mais 11 experimentos científicos e tecnológicos.

Fonte: Valor Econômico, 27/07/2009, via NOTIMP

Comentário: já há anos que se fala sobre a transferência da fabricação dos foguetes de sondagem do IAE/CTA para a indústria nacional. Em meados de 2006, um consórcio de empresas (Brasil Espaço) demonstrou interesse no projeto (leia a matéria "Consórcio brasileiro disputa negócios na área espacial", de minha autoria, publicada em julho de 2006).
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sábado, 25 de julho de 2009

Programa Espacial e a Amazônia

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Programa espacial brasileiro em benefício da Amazônia

Por Ana Paula Morales
24/07/2009

Em 2008, foram detectados aproximadamente doze mil kilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia e, de acordo com o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, o Brasil deverá reduzir em 30% as taxas de emissão de carbono por desmatamento nos próximos seis anos. Tanto as coletas desses dados quanto as estratégias de redução de desmatamento dependem do monitoramento da Amazônia via satélites. “Por mais que o Brasil tenha um sistema de monitoramento eficiente, ele não é bom para a necessidade que temos”, afirmou Gilberto Câmara Neto, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na conferência “Os benefícios do Programa Espacial Brasileiro para a Amazônia”, realizada na sexta-feira (17) na 61ª Reunião Anual da SBPC.

O sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), utilizado no monitoramento, oferece imagens anuais e detecta somente o corte raso, ou seja, quando houve a retirada total da cobertura florestal de uma área. “O desafio agora é detectar aquilo que antecede a remoção total da floresta, que é o necessário para que se evite a destruição”, diz Câmara. Um segundo sistema de monitoramento desenvolvido pelo Inpe, chamado Deter (Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real), oferece imagens em tempo real, mas com menor resolução. “Está sendo muito útil observar como é que a coisa está evoluindo, sem ter que contar o que já aconteceu”, alega o pesquisador.“O desafio que a gente tem é ver o que está acontecendo na Amazônia com cada vez mais qualidade”, diz Câmara. O satélite usado até a pouco pelo Brasil tinha uma resolução de solo de 20m – ou seja, o ‘pixel’ do satélite corresponde a 20m2. Já o satélite lançado em 2007 em parceria com a China, o CEBRS-2B (China Brazil Earth Research Satellite), apresenta uma resolução bem superior, de 2,5m2. Segundo o pesquisador, o uso combinado dos dois tipos de imagens pode dar muito mais informações.

Planos

“Em 2012 o Brasil espera ter capacidade de obter imagens do planeta com 40 metros de resolução a cada dois dias”, afirma Câmara. Essas condições, que são bem superiores ao que se tem hoje com o sistema Deter, segundo o pesquisador, serão alcançadas com o lançamento do satélite Amazônia 1, previsto para 2011, que servirá para a observação da região. Estão também nos planos brasileiros os lançamentos de outros satélites já em construção: o Amazônia-2, e os CBERS-3 e 4, previstos para 2010 e 2013, respectivamente. Além destes, os CBERS-5 e 6 já estão em fase de negociação com os chineses. O satélite Lattes-1, que terá fins científicos, deverá ficar pronto até 2013.

Com o problema da resolução de imagem resolvido até 2012, faltará somente resolver o problema das nuvens, que impossibilitam a captura de imagens. Segundo Câmara, discute-se, para isso, a construção de um satélite SAR (Sintetic Adventure Radar), por meio do Fundo Amazônia, até 2015. Essa tecnologia, baseada nos radares de avião, oferece a vantagem de obter imagens em quaisquer condições climáticas, inclusive com tempo encoberto. O satélite manda pulsos e, através da respostas recebidas por uma antena, compõem a imagem.

Desmatamento

Os estados onde ocorre mais desmatamento, segundo Câmara, são Mato Grosso, Pará e Rondônia, enquanto o estado do Amazonas tem tido uma contribuição pequena. O Mato Grosso liderou por muito tempo os índices de desmatamento, mas foi superado pelo Pará, que em 2008 apresentou as maiores taxas. “Isso tem a ver com a expansão da consolidação agrícola no Mato Grosso, enquanto que no Pará, a maior parte do desmatamento está associada ao binômio madeira e pecuária”, comenta.

Segundo declarado na reunião da SBPC pelo ministro do meio ambiente, Sérgio Minc, o Brasil terá a menor taxa de desmatamento neste ano em relação aos anos anteriores. No entanto, Câmara revela que o Inpe ainda não pode confirmar essa estimativa, já que “o sistema Deter só conseguiu ver o Mato Grosso, que apresenta uma tendência de queda no desmatamento”. No entanto, ainda não existe informação sobre o Pará, que para Câmara é o estado mais crítico.

Planeta em foco

Os quarenta anos do pouso do homem na Lua, comemorados esta semana, significaram um grande marco para a ciência. No entanto, Câmara afirma que “vôos tripulados não são os aspectos mais importantes do trabalho científico no espaço”. O pesquisador alega que o trabalho relevante feito no espaço pode ser feito com satélites, de forma que o enorme esforço gasto para levar o homem até lá não compensa. “Por mais interessante que possa parecer, o vôo de astronauta não traz ciência. Nós temos um programa espacial cujo objetivo é observar o planeta”, afirma.

O Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS), formado pelos Estados Unidos, China, Europa e países do Pacífico, do qual o Brasil faz parte, representado pelo Inpe, definiu alguns problemas científicos que precisam de satélites e que não podem ser atendidos por um único país. Dessa forma, dados obtidos por satélites independentes podem ser comparados com uma finalidade em comum. “Um satélite só não resolve o problema, mas vários satélites operando em conjunto, com a política de dados abertos, são mais úteis que esforços separados”, diz Câmara.

Nesse sentido, Câmara afirma que existem tentativas de fazer do CBERS um satélite realmente global. Para cobrir toda a área tropical, seriam utilizadas três estações na África e outras que ainda estão sendo negociadas no Japão, Quênia e Ásia. “A idéia é fazer do CBRES o satélite do sul para o sul”, conclui.

Fonte: revista eletrônica Com Ciência
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cooperação Brasil - México

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Os governos do Brasil e do México estão considerando um acordo de cooperação na área espacial, segundo notícia divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) (leia aqui). Este foi um dos itens da pauta de reunião do último dia 22 em Brasília (DF), que contou com a presença de autoridades dos setores científicos dos dois países.

A cooperação em discussão, cujo escopo não foi divulgado, envolveria um acordo entre as agências espaciais brasileira (AEB) e mexicana (AEXA), esta última, recentemente criada.

Segundo a nota do MCT, na visita oficial do presidente do México, Felipe Calderón, em 17 de agosto, deverão ser assinados alguns acordos de cooperação nas áreas de Ciência e Tecnologia.
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Cooperação Brasil - Rússia

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Acordo de cooperação espacial entre Brasil e Rússia é publicado no Diário Oficial

23-07-2009

Em 20 de julho de 2009 foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) o “Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Federação da Rússia sobre proteção mútua de tecnologia associada à cooperação na exploração e uso do espaço exterior para fins pacíficos”.

O acordo tem a finalidade de estabelecer relações de cooperação para a proteção de tecnologia relacionada à implementação de programas e projetos conjuntos no campo da exploração e uso do espaço exterior para fins pacíficos. Segundo o chefe de assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira, embaixador Carlos José Campelo, o acordo é reciproco, abrangente e essencial para avançar na cooperação entre os dois países.

A relação Brasil-Rússia na área espacial é antiga e sempre foi amigável. Em 1988 foi assinado o primeiro acordo entre os países. O protocolo previa a cooperação no campo da pesquisa espacial e da utilização do espaço para fins pacíficos. Desde então, outros seis documentos foram assinados fortalecendo, assim, a relação entre os dois países.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cooperação Brasil - Israel: seminário na Câmara

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Câmara promoverá seminário sobre tecnologia espacial

Saulo Cruz - Agência Câmara
22/07/2009

A Câmara deve promover, provavelmente em outubro, um seminário internacional sobre tecnologia espacial. O evento é o primeiro resultado do intercâmbio entre os parlamentos de Israel e do Brasil. Nesta quarta-feira, deputados israelenses estiveram no Congresso.

A visita faz parte das ações de intercâmbio entre os dois países. A 1ª vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), que já esteve em Israel para discutir o acordo de cooperação, acredita que o Brasil vai se beneficiar muito com essa parceria.

"É uma cooperação que pode ser extremamente produtiva na área científica e tecnológica. Já neste ano, vamos fazer um seminário internacional na área espacial com a participação de pesquisadores, parlamentares, membros da iniciativa privada e empresas com interesses na área espacial", informou.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil-Israel, deputado Dr. Talmir (PV-SP), avalia que o intercâmbio poderá ser estendido a outras áreas, como irrigação e alimentação: "Essa visita não é só de relação diplomática, mas pode render negócios, acordos a serem trabalhados para o futuro."

Consulados

O ministro de Relações Exteriores de Israel também está no Brasil e deve anunciar a reabertura do consulado israelense em São Paulo, fechado em 2002, e a criação do consulado do Rio de Janeiro. A deputada Raquel Teixeira lembra que se trata da primeira visita de um chanceler israelense em 22 anos, o que demonstra a intenção daquele país de fortalecer a cooperação com o Brasil.

Também está programada uma visita ao Brasil do presidente de Israel, Shimon Peres, em novembro, que deverá ser retribuída por uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel em 2010.

Fonte: Agência Câmara

Comentário 1: hoje, praticamente inexiste cooperação na área de espaço entre o Brasil e Israel. Mesmo companhias israelenses, tradicionais fornecedoras de sistemas militares para as forças armadas brasileiras (aviônicos, mísseis, etc.) têm tímida presença no setor espacial brasileiro. A Aeroeletrônica, de Porto Alegre (RS), controlada pela israelense Elbit Systems já forneceu subsistemas e componentes para satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Comentário 2: Os israelenses são considerados bastante agressivos nos mercados aeroespacial e de defesa, sendo esta uma das razões para o constante crescimento das exportações de companhias israelenses atuantes nesses setores, em especial a IAI (Israeli Aerospace Industries) e a Elbit Systems. A IAI, por exemplo, já exportou sua tecnologia em satélites SAR (Synthetic Aperture Radar) em banda X (TECSAR) para a Índia, e em parceria com a norte-americana Northrop Grumman, tem atuado fortemente para vender a mesma tecnologia para o Pentágono. No Brasil, a IAI mantém uma joint-venture com o grupo Synergy (leia mais aqui).
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

COSMO-SkyMed no Brasil

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Telespazio Brasil é representante do COSMO-SkyMed no país

Programa de Observação da Terra por Radar é composto por uma constelação de 4 satélites

A Telespazio Brasil, subsidiária nacional da Telespazio S.p.A., empresa dos grupos Finmeccanica e Thales, anunciou a comercialização no país dos produtos COSMO-SkyMed, um dos mais inovadores programas no campo da Observação da Terra.

O COSMO-SkyMed é um programa financiado pela ASI (Agenzia Spaziale Italiana) e pelo Ministério da Defesa Italiano, realizado pela Thales Alenia Space (parte industrial - satélite), enquanto a responsabilidade pelo segmento terrestre e pela gestão operacional são da Telespazio. A aquisição e o processamento das imagens são feitos no Centro Espacial de Matera.

A e-Geos, uma joint venture entre a Telespazio S.p.A (acionista majoritária) e a ASI, é a empresa responsável pela comercialização dos dados e produtos de Observação da Terra do grupo Telespazio. A e-Geos nomeou a Telespazio Brasil como representante comercial dos produtos COSMO-SkyMed no Brasil.

O programa COSMO-SkyMed é composto por uma constelação de quatro satélites equipados com sensores radar (SAR – Synthetic Aperture Radar) em banda X com alta resolução.

“Por se tratar de uma constelação, o COSMO-SkyMed apresenta uma maior freqüência de revisitas e é capaz de prover imagens com um menor tempo de resposta, característica que o torna único no caso de aplicações para Resposta a Emergências e Gerenciamento de Desastres”, citou Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brasil.

Com diversas modalidades de aquisição e resolução de imagens de até 1 metro, possui também uma alta capacidade de aquisição, podendo coletar até 1.800 imagens diárias.

Com o programa COSMO-SkyMed se abre toda uma gama de aplicações operacionais no campo dos serviços de monitoramento near real-time, graças à sua alta capacidade de aquisição garantida, independente de condições climáticas ou de luz, com elevada freqüência e à continuidade do serviço assegurada pela constelação de quatro satélites.

Os serviços e aplicações disponibilizados pelo COSMO-SkyMed podem contribuir em modo significativo com Instituições públicas e privadas, Administração Pública e Defesa em termos de aplicações para Defesas e Segurança, Cadastro, Proteção Civil, Proteção Ambiental e Exploração Industrial.

O COSMO SkyMed é ainda o único programa de Observação da Terra dual use, o qual apresenta um componente militar gerido pelo Ministério da Defesa Italiano, enquanto o componente institucional é gerido pelo ASI e o componente comercial, pela e-Geos.

Segundo Giuseppe Veredice, CEO da Telespazio S.p.A., “A Telespazio participa de modo determinante no desenvolvimento do COSMO-SkyMed, sendo responsável pela total realização do segmento terrestre do programa e pela operação do sistema”. Através da e-Geos, a empresa é responsável também pela comercialização dos produtos COSMO SkyMed e pode também desenvolver aplicações diversas.

“Os planos da empresa incluem também uma presença significativa do COSMO SkyMed a nível mundial, o que inclui a América do Sul, onde podemos fornecer informações úteis ao desenvolvimento sustentável”, ressaltou Marcello Maranesi, CEO da e-Geos.

O sistema se encontra hoje com 3 satélites completamente operacionais. O primeiro satélite do programa foi lançado em 7 de junho de 2007, da base de Vandenberg in California. O lançamento do quarto satélite está previsto para o início de 2010.

Sobre a Telespazio Brasil

Fundada em novembro de 1997, a Telespazio Brasil é subsidiária no País da italiana Telespazio, líder mundial em serviços via satélite.

Com sede no Rio de Janeiro, onde funciona seu Centro de Serviços, e escritórios em São Paulo, Porto Alegre e Cuiabá, a Telespazio Brasil oferece soluções de ponta em telecomunicações via satélite e serviços multimídia, particularmente, serviços IP em banda larga e redes de voz e dados para o mercado corporativo, sendo uma das principais empresas no mercado de comunicação via satélite.

A Telespazio Brasil oferece uma completa gama de soluções de transmissão de sinais de dados e multimídia, desde a profissional até redes de comunicação corporativa, utilizando-se da mais nova tecnologia de satélites.

Entre os serviços estão: soluções em banda larga para acesso à Internet; VPN; educação a distância; telemedicina; edgecasting e business TV; soluções corporativas VSAT, soluções multimídia para gerenciamento de áudio e vídeo e soluções para rastreamento e monitoramento.

Fonte: Telespazio Brasil

Comentário 1: observa-se recentemente um maior interesse de fornecedores de imagens de satélite pelo mercado brasileiro. Em abril, a francesa Spot Image inaugurou uma filial no Brasil (leia aqui). Agora, a Telespazio Brasil anuncia a comercialização de imagens geradas pela constelação COSMO-SkyMed. É interessante também observar que por trás da Spot Image e Telespazio estão a EADS Astrium e a Thales Alenia Space, respectivamente, líderes na Europa em tecnologia espacial, e interessadas em fornecer ao governo brasileiro satélites de comunicações e de sensoriamento remoto, entre outras tecnologias. Em sua viagem oficial à França na semana passada, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou às instalações das duas empresas.

Comentário 2: no escopo de uma parceria espacial entre a Itália e a Argentina, a constelação COSMO-SkyMed será integrada com a constelação argentina SAOCOM (2 satélites), dando origem ao chamado Sistema Ítalo-Argentino de Satélites para a Gestão de Emergências (SIASGE). Quando plenamente operacional, o SIASGE gerará informações sobre emergências naturais como incêndios, inundações, erupções vulcânicas ou terremotos. Leia mais em "Cooperação espacial Argentina - Itália".

Comentário 3: ainda sobre a Telespazio, um dos grandes destaques do início desta semana na imprensa especializada foi a oficialização de um amplo acordo entre a companhia italiana e o Ministério da Defesa da Turquia para a construção do Göktürk, um sistema de satélite ótico de alta-resolução. O negócio, avaliado em cerca de 250 milhões de euros envolverá a construção de um satélite, de centros de integração e testes na Turquia e de toda a infraestrutura terrestre para o controle, recepção e processamento de dados.
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CBERS: entrega de câmera MUX

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Ministro prestigia entrega de câmera brasileira dos satélites CBERS-3 e 4

20/07/2009

A câmera multiespectral MUX, que fará parte da carga útil dos satélites CBERS 3 e 4, será entregue pela Opto Eletrônica nesta terça-feira (21/7) em São Carlos (SP), onde fica a sede da empresa. Trata-se da primeira câmera do gênero inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil.

Participam da cerimônia de entrega da câmera o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara.

A Opto Eletrônica foi contratada via licitação pública pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para o desenvolvimento e fabricação da MUX, uma câmera de 20 metros de resolução no solo que produz imagens destinadas ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais.

A câmera será embarcada em satélites da série CBERS e seu desenvolvimento cumpre uma das funções do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional.

CBERS

Com os satélites do programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), o Brasil monitora desmatamentos, a expansão urbana e da agropecuária, entre outras aplicações. Já foram lançados três satélites: CBERS 1, 2 e 2B, este atualmente em operação. Os CBERS 3 e 4 devem ser colocados em órbita em 2011 e 2014.

A política de acesso livre às imagens, uma iniciativa pioneira do INPE, tem levado outros países, como os Estados Unidos, a também disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução. O download das imagens é feito a partir do endereço http://www.dgi.inpe.br/CDSR/

Além do fornecimento gratuito de imagens de satélite, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o País.

O CBERS é hoje um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, ao lado do norte-americano Landsat, do francês Spot e do indiano ResourceSat.
A missão de desenvolver e construir os satélites no Brasil cabe ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na China, o programa está sob a responsabilidade da Chinese Academy of Space Technology (CAST).

Desde junho de 2004, quando ficaram disponíveis na internet, mais de meio milhão de imagens já foram distribuídas para cerca de 20 mil usuários, em cerca de duas mil instituições públicas e privadas, comprovando os benefícios econômicos e sociais da oferta gratuita de dados. Em média, têm sido registrados diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.

Recentemente, Brasil e China decidiram oferecer gratuitamente as imagens do CBERS para todo o continente africano. A distribuição das imagens vai contribuir para que governos e organizações na África monitorem desastres naturais, desmatamento, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública. Mais informações no site www.cbers.inpe.br

Fonte: INPE
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Projeto Celeste: demonstrações práticas em julho

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O mês de julho será marcado por uma série de demonstrações práticas do projeto Celeste - consórcio de cooperação na área de sistemas de navegação por satélites.

O projeto, que conta com a participação da Atech e de empresas de outros países, tem como objetivo prover diretrizes e recomendações para definir atividades futuras e projetos a serem desenvolvidos na América Latina, envolvendo a constelação europeia de satélites de posicionamento global da série Galileo.

Segundo informações divulgadas, as primeiras demonstrações envolveram o monitoramento de cargas perigosas em deslocamento entre as cidades de Cubatão (SP) e Uberaba (MG). Outros testes, com monitoramentos de transportes hidroviário e ferroviário devem ocorrer ao longo deste mês.

Nessa fase do Projeto Celeste, a Atech, fundação brasileira atuante em integração de sistemas aeroespaciais, de defesa, energia e transportes, é responsável por coordenar e conduzir as demonstrações e os estudos sobre quais serviços serão prestados pelo sistema Galileo, que gerencia o Celeste, à América Latina.

Além da Atech, participam do projeto Celeste outras companhias brasileiras (a Hispamar, por exemplo), de outros países latino-americanos, e da Europa (Thales Alenia Space, AENA e GMV). A gerência do projeto cabe ao Galileo Joint Undertaking, ligado à Comissão Europeia, e sua coordenação é de responsabilidade da companhia espanhola AENA.

(Blog Panorama Espacial, com informações divulgadas pela Atech)
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domingo, 19 de julho de 2009

Notícia sobre o SGB na Folha de S. Paulo

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Agência quer verba privada em satélite geoestacionário

AEB teme que falta de recursos emperre desenvolvimento da nave, que custa duas vezes mais que o programa espacial

Fábio Amato

Projeto, estratégico para o setor, terá aplicação em defesa, meteorologia e telecomunicações; Brasil hoje aluga esses satélites

A AEB (Agência Espacial Brasileira) quer a parceria de empresas privadas para financiar a construção do satélite geoestacionário nacional, que deve permitir ao país autonomia, por exemplo, na realização de comunicações militares.

O negócio deverá ser por meio de PPP (parceria público-privada), pois a agência espera evitar que a escassez de recursos e os cortes orçamentários atrapalhem o andamento do projeto, tido como estratégico.

O custo para a construção do satélite é de cerca de R$ 600 milhões, valor que representa mais de duas vezes o orçamento médio anual da AEB (R$ 260 milhões, desde 2005).

O seu desenvolvimento conta com a ajuda das agências espaciais russa (Roskosmos) e francesa (Cnes). Estima-se que, seguido o cronograma, o satélite esteja pronto em cinco anos.

"Nós sabemos que no orçamento do programa espacial [brasileiro] é muito difícil acomodar em curto prazo um projeto como esse [do satélite]. Então a gente precisa de alternativas. Uma delas é justamente a parceria público-privada", disse o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Thyrso Villela.

De acordo com o ele, o governo, por meio do Ministério do Planejamento, já fez uma chamada para empresas interessadas em realizar um estudo que deve apontar a viabilidade da PPP na construção do satélite. Só depois disso é que o governo deve começar a procurar por organizações dispostas a investir no projeto.

"Isso [a PPP] garantiria os recursos para que o projeto vá para a frente. Depois dos estudos prontos, vamos ver se a parceria é viável do ponto de vista tanto do governo quanto das empresas", afirmou Villela.

Órbita alta

O satélite geoestacionário é chamado assim porque gira na mesma velocidade da Terra e fica "estacionado" sobre um mesmo ponto do planeta, numa órbita alta em volta do equador, a cerca de 36 mil quilômetros de altitude.

Como usa uma tecnologia mais complexa que a de satélites de sensoriamento remoto, que ficam em órbitas baixas (a menos de mil quilômetros), seu custo também é mais elevado.

É usado, por exemplo, em telecomunicações e transmissão de TV por assinatura.

De acordo com Villela, o satélite será empregado na áreas de meteorologia -pois permite a observação contínua de uma determinada região-, comunicação de governo (ministérios e Polícia Federal, por exemplo), e comunicações militares.

O Brasil já teve um satélite geoestacionário, mas perdeu o controle sobre ele após a privatização da Embratel, no governo FHC. Hoje, o país aluga satélites, inclusive para as comunicações militares.

Para o engenheiro aeronáutico e presidente da AAB (Associação Aeroespacial Brasileira), Paulo Moraes Junior, a PPP é uma boa saída para garantir a continuidade do projeto.

"[A PPP] me parece a solução ideal, pois a iniciativa privada é mais ágil do que o Estado. Mas desde que o Estado se imponha nessa parceria, ou seja, mantenha o controle sobre o satélite, pois são comunicações militares, de segurança."

Não há uma definição sobre a contrapartida que uma empresa pode obter com essa PPP. De acordo com Moraes Junior, entre as possibilidades está a exploração de canais de transmissão de informações, com a venda do serviço para empresas da área de telefonia, internet e TV.

Fonte: Folha de S. Paulo, via NOTIMP de 19/07/2009
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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cooperação Brasil - EUA em propulsão

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A nova edição (nº 6) da revista Inovação em Pauta, mantida pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia, lançada no início desta semana traz uma interessante reportagem sobre o desenvolvimento pelo Instituto de Estudos Avançados (IAEv/CTA), de nova tecnologia de propulsão baseada em energia de raios laser. Para acessá-la, clique aqui.

Um dos pontos mais interessantes desta iniciativa é a parceria com o Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos EUA (U.S. Air Force Research Laboratory), o que demonstra que em matéria de tecnologia espacial, os Estados Unidos não são simples sinônimos de ITAR (International Traffic in Arms Regulations).
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Discussão sobre satélites equatoriais

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Satélite Equatorial para monitoramento da Amazônia é discutido durante a SBPC

15-07-2009

Uma mesa redonda reuniu ontem, terça-feira, 14 de julho, na SBPC, o coordenador de Gestão Tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marco Chamon, o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela e o secretário de Projetos Especiais da prefeitura de São José dos Campos (SP), Carlos Eduardo Santana.

Eles se reuniram para discutir a viabilidade de o Brasil desenvolver um Satélite de Órbita Equatorial que teria como função o monitoramento de florestas tropicais, em especial, a Amazônia. “Ainda não existe um satélite dessa natureza no mundo”, explicou Shamon.

A idéia, no entanto, não é nova. No início dos anos 90, na última reunião da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae), que precedeu a Agência Espacial Brasileira (AEB), os técnicos do Inpe propuseram – e foi aceita – a mudança da concepção do primeiro Satélite de Sensoriamento Remoto (SSR1) da, então, Missão Espacial Completa Brasileira (MECB).

Esta mudança dizia respeito à órbita do satélite, que passaria a ser equatorial ao invés de polar. A motivação para tal mudança era muito simples: com um Satélite de Sensoriamento Remoto em órbita polar o Brasil poderia duplicar os resultados de outros satélites existentes, incluindo-se o Cbers. Já um satélite em órbita equatorial permitiria uma missão voltada para um problema eminentemente brasileiro – monitoramento da Amazônia – e produziria resultados impossíveis de serem alcançados com os satélites existentes.

“Várias tentativas de iniciar o projeto foram frustradas, ou por liberação tardia de orçamento ou por disputas entre as empresas que participaram das licitações. O início efetivo do desenvolvimento do SSR1 só se deu com a assinatura do contrato de desenvolvimento da Plataforma Multimissão, em 2001, que foi concebida para colocar no espaço o SSR1. Na última revisão do Plano Nacional de Atividades Espaciais (Pnae), no entanto, o SSR1 deixou de ser prioridade”, de acordo com Carlos Eduardo Santana.

Durante a SBPC a discussão recobrou o fôlego. Afinal, fazer ou não o satélite? Os que advogam a favor usam o argumento de que o SSR1 passaria frequentemente pela região a cada hora e meia, uma média de 14 vezes por dia. “Isso possibilitaria monitorar a Amazônia com maior freqüência”, explica Chamon.

Como é feito o monitoramento da Amazônia

O Brasil é o líder mundial no uso de imagens de satélites para monitorar o desmatamento em florestas tropicais. Atualmente, o País possui dois sistemas de monitoramento da Amazônia. O Projeto de Monitoramento da Amazônia (Prodes), um software, implantado em 1988, que usa imagens dos satélites Landsat (americano), e do Cbers (sino-brasileiro), para saber o que está acontecendo na Amazônia. O Prodes recolhe aproximadamente 80 a 90 imagens úteis no período de um ano (entre os meses de agosto e julho).

O segundo sistema é o de Detecção em Tempo Real do Desmatamento (Deter). Diferente do Prodes, o Deter é capaz de alertar, a cada 15 dias, a possibilidade de desmatamentos. Essas informações são usadas pelo IBAMA e pelas comunidades. O Inpe recebe as imagens, faz a análise e distribui os resultados.

“A resolução da imagem do Prodes é melhor do que a do Deter. O Prodes define onde está o desmatamento, uma vez por ano. O Deter possui uma resolução pior e só consegue fazer alertas sobre grandes desmatamentos”. explica Chamon.

“O ideal é que possamos fazer avaliações de desmatamento com características do Prodes num menor espaço de tempo”, diz Thyrso Villela, da AEB.

Caso o SSR1 saia do plano das idéias e vire realidade, o Brasil poderá colher informações importantes em uma semana, processá-las e fornecer os resultados em um mês.

Órbitas polares e equatoriais

Satélites em órbita equatorial são capazes de cobrir uma determinada região mais rápido porque passam mais vezes pelo mesmo local. No entanto, eles captam imagens apenas de uma faixa do planeta. Os de órbita polar são capazes de olhar para todo o País, embora, com menor freqüência.

“Particularmente, prefiro a órbita polar. Poderíamos monitorar todo o País. Monitorar a agricultura, realizar estudos urbanos, a mata atlântica e os desastres naturais. Um satélite equatorial não conseguiria, por exemplo, visualizar o estado de Santa Catarina”, afirma Chamon.

Na verdade, um satélite deve ser útil para aquilo que ele foi projetado. Já que o Brasil precisa ampliar os mecanismos de monitoramento da Amazônia fica a dúvida: aumentar o número de satélites polares ou equatoriais? Qual dos dois seria a melhor solução?

“O ideal é que se faça um estudo técnico/científico para depois tomarmos a decisão política. Satélite é um produto caro. Os projetos devem ser submetidos ao Conselho Superior da AEB, antes de mais nada”, ressalta Thyrso Villela.

Caso o SSR1 volte a ser prioridade para o Programa Nacional de Atividades Espaciais ele levará uma média de cinco a sete anos para ser colocado em órbita.

Fonte: AEB
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Nova regulamentação do Programa UNIESPAÇO

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Foi publicado no Diário Oficial da União de ontem (14), a Portaria nº 119, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), aprovando as bases operacionais do Programa UNIESPAÇO (objetivos, metas, estruturas de gestão, etc.).

O objetivo do programa, como é descrito na própria portaria, é "formar, tornar operacional e aperfeiçoar uma base de pesquisa e desenvolvimento, composto por núcleos especializados, sediados em universidades ou em instituições congêneres, capazes de realizar estudos, pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos de interesse do Programa Espacial Brasileiro - PEB."

Periodicamente, o Programa lança anúncios de oportunidades (editais) definindo temas e condições para que as instituições interessadas possam inscrever seus projetos, e, uma vez selecionadas, receber recursos financeiros não-reembolsáveis.

Dentre os vários projetos já apoiados pela a UNIESPAÇO, estão o foguete híbrido da Universidade de Brasília (UnB), receptores GPS da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), de materiais compósitos, entre outros.
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terça-feira, 14 de julho de 2009

Subvenção econômica da FINEP

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A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) divulgou em 14 de julho a lista preliminar de projetos selecionados para o programa de Subvenção Econômica à Inovação de 2009. De um total de 2.558 propostas recebidas, foram selecionadas 199, nas seis áreas do edital (Tecnologias da Informação e Comunicação, Saúde, Desenvolvimento Social, Defesa Nacional e Segurança Pública, Energia e Biotecnologia). A área de Defesa Nacional e Segurança Pública classificou 31 projetos, alguns deles relacionados à tecnologia espacial. Pelas descrições informadas pela FINEP, o blog identificou duas propostas:

- Estação de telemetria de solo para Veículo Lançador de Satélite, apresentada pela empresa Delsis Engenharia, Comércio e Representação Ltda., de São Paulo, que solicita R$ 1.839.580,00; e

- Sistema de comunicação transportável via satélite para guerra eletrônica e comunicação tática, apresentada pela RF Com Sistemas Ltda., de São Paulo, que solicita R$ 2.271.402,00.

Algumas empresas brasileiras tradicionais do setor espacial, como a Equatorial Sistemas e a Omnisys tiveram alguns projetos não espaciais selecionados. A Equatorial Sistemas solicitou pouco mais de R$ 1,5 milhão para o desenvolvimento de um sistema de detecção de lançamento de míssil (SDLMI). Já a Omnisys teve três propostas aceitas, a de Sistemas de Medidas de Apoio Eletrônico (SMAE), auto diretor (seeker radar), e antena para radar de defesa e controle aéreo em banda L, projetos que variam de R$ 1,590 milhão a R$ 4,9 milhões.

Este ano, serão destinados R$ 450 milhões em recursos não reembolsaveis, divididos nas seis áreas estratégicas, para serem usados em iniciativas que envolvam iniciativas inovadoras em Ciência e Tecnologia. À área de Defesa Nacional e Segurança Pública, serão disponibilizados R$ 80 milhões.
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SGB em pauta

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O jornal "O Estado de S. Paulo", em sua edição de 14 de julho, traz uma reportagem ("País quer monitorar "faixa cega" de radar") sobre o interesse do governo brasileiro em contar com satélites geoestacionários para o sistema CNS/ATM (Communication Navigation Surveillance / Air Traffic Management) para controle do tráfego aéreo nacional. Grosso modo, a função destes satélites seria a de amplificar os sinais emitidos por satélites de constelações de posicionamento global como o norte-americano GPS, o russo Glonass e o futuro sistema europeu Galileo.

A reportagem do Estadão foi motivada pela viagem do Ministro da Defesa (MD), Nelson Jobim, à França durante esta semana, que deve, inclusive, envolver uma visita às instalações da companhia espacial EADS Astrium, em Toulouse, no sul da França.

Embora seu nome não tenha sido divulgado, a notícia trata do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que se aproxima a cada dia de algo mais concreto. Aos poucos, os comentários e ações tomadas nos bastidores sobre o SGB, que o blog tem acompanhado desde o ano passado, quando foi criado, vão se tornando públicos.

Curiosamente, o foco do SGB em CNS/ATM abordado na reportagem de hoje contraria (sabe-se se lá por que razão...) as informações que chegaram ao blog no início de maio, oriundas de duas fontes distintas. Segundo estas pessoas, ambas envolvidas com a iniciativa, o SGB seria formado por ao menos dois satélites de médio porte (até 2 toneladas), com finalidades exclusivas em comunicações militares e governamentais. O sistema CNS/ATM, razão inicial do SGB quando concebido no início da atual década, ficaria de lado.

As recentes ações e declarações de Jobim mostram que o ministro tem crescentemente conquistado mais importância em questões do Programa Espacial Brasileiro, ao ponto de, talvez por desilusões passadas, ter se tornado a referência dos interessados na concretização dos projetos do MD. Hoje, orbitam ao redor da pasta de Jobim iniciativas espaciais extremamente relevantes, como o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), novos lançadores do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e satélites (SGB e de sensoriamento remoto). Em relação ao CLA e lançadores, nenhuma surpresa, afinal, são projetos de responsabilidade do Comando da Aeronáutica, subordinado ao Ministério da Defesa. A novidade mesmo são os satélites, que, ressalte-se, estão previstos na Estratégia Nacional de Defesa (END), anunciada no final do ano passado. Imagina-se que as pretensões espaciais do MD sejam consideradas na revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB).
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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Chasqui I: o CubeSat peruano

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A Universidade Nacional de Ingeniería (UNI), do Peru, com o objetivo de aprimorar suas capacidades em tecnologia espacial, está construindo um nanossatélite baseado na tecnologia CubeSat, denominado Chasqui I. O nanossatélite, considerado o primeiro engenho espacial do Peru, terá massa aproximada de 1 kg, vida útil estimada em dois meses, e será dotado de uma microcâmera (sensor CMOS). Espera-se que seja lançado ao espaço em novembro de 2010, em órbita baixa, a 650 km de altitude. O veículo lançador ainda não foi definido.

Além da UNI, participam da iniciativa a Comisión Nacional de Desarrollo Aeroespacial (CONIDA), a Universidade Aeroespacial da Coréia do Sul, a Agência Espacial Alemã, e a Universidade de Stanford, dos Estados Unidos.

A tecnologia CubeSat é muito utilizada para a construção de satélites universitários, dada a sua simplicidade e baixo custo. Desde o final da década de noventa, dezenas de CubeSats com experimentos científicos, sensores óticos, e de comunicações foram lançados ao espaço.
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domingo, 12 de julho de 2009

Imagens SAR para o SIPAM

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Sipam adquire mais 1300 imagens do satélite ALOS

10-Jul-2009

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), vinculado à Casa Civil da Presidência da República, está adquirindo aproximadamente 1.300 novas imagens da Região Amazônica, capturadas pelo satélite ALOS (Advanced Land Observing Satellite), em 2008 e 2009. A soma das cenas compradas deve chegar a 3,5 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a quase 70% da área total Região. O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que será assinado com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê o repasse de R$ 337 mil para aquisição das imagens junto à instituição que comercializa as informações do satélite japonês.

As imagens serão utilizadas para aperfeiçoar o monitoramento das áreas especiais de preservação, prioritariamente nas regiões centro-norte do Amazonas e Pará e a totalidade de Roraima e do Amapá. O coordenador-geral de Operações do Sipam, Fernando Campagnoli, explica que as imagens do satélite ALOS são capturadas independente das condições do tempo. “Considerando que o norte da Região Amazônica está coberto de nuvens em quase todo o ano, as novas imagens permitirão confrontar com as informações ópticas e de radar que já possuímos, construindo um novo padrão de análise das condições da floresta, especialmente nas terras indígenas e nas áreas especiais de preservação”, explica Campagnoli. O Sipam está negociando também uma autorização especial para compartilhar as informações com outros órgãos governamentais dedicados à fiscalização e proteção da floresta. Com isso, a expectativa é aprimorar a qualidade das informações sobre as áreas de preservação e construir uma série histórica que permita medir com maior precisão o avanço ou diminuição do desflorestamento.

Sensores

Segundo informações da página eletrônica do IBGE, o satélite ALOS carrega a bordo três sensores: AVNIR-2, PRISM e PALSAR. Como o Sipam possui tecnologia para capturar imagens óticas semelhantes às produzidas pelo AVNIR-2 e PRISM, a compra será exclusivamente de cenas do PALSAR, que é um radar imageador de abertura sintética, que opera na banda L, com resolução espacial que varia de 10 a 100 metros. O PALSAR possui um modo polarimétrico que é capaz de gerar imagens com polarizações HH, HV, VV e VH. Sendo um sensor de radar, o PALSAR é capaz de gerar imagens mesmo sobre regiões cobertas por nuvens e à noite. O radar do ALOS também possui um modo de observação ScanSAR, que adquire imagens com uma larga faixa de observação (250-350 km), que é especialmente útil para imageamento de grandes áreas de florestas. O AVNIR-2 é um sensor óptico com quatro bandas espectrais (visível e infravermelho próximo) com resolução espacial de 10 metros, projetado para observação de regiões terrestres e costeiras. Já o sensor PRISM opera na faixa da luz visível, com uma banda pancromática e resolução espacial de 2,5 metros.

Fonte: SIPAM

Comentários: a falta de um satélite-radar é uma das grandes carências dos sistemas de observação da Amazônia (DETER e PRODES, do INPE), reconhecida, aliás, pelo próprio diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara (leiam a postagem "Entrevista com Gilberto Câmara – Parte II"). A construção de um satélite com sensor SAR está nos planos do governo brasileiro. O INPE estuda e aguarda manisfestações quanto à possibilidade de desenvolvimento conjunto com a Alemanha (MAPSAR), China (CBERS-SAR), ou Argentina, entre outros potenciais parceiros. Recentemente, surgiram notícias sobre um possível interesse do Ministério da Defesa em também contar com um satélite-radar ("Satélite para o Ministério da Defesa").
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INPE na 61ª Reunião da SBPC

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INPE participa da 61ª Reunião Anual da SBPC em Manaus

10/07/2009

Os sistemas de monitoramento da floresta por satélite e os benefícios do programa espacial brasileiro para a Amazônia são alguns dos temas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Sob o tema central “Amazônia: Ciência e Cultura”, o evento acontece de 12 a 17 de julho na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Manaus (AM).

A abertura oficial acontecerá no dia 12, às 19h, no Teatro Amazonas. No total, o evento contará com 175 atividades, entre conferências, simpósios, mesas-redondas, grupos de trabalho, encontros e sessões especiais, além das cinco sessões de pôsteres, nas quais serão apresentados mais de dois mil trabalhos científicos.

Também acontecem eventos paralelos como SBPC Jovem, cuja programação é voltada para estudantes, e a EXPOT&C, uma mostra de projetos de ciência e tecnologia.

ExpoT&C

O INPE estará no estande Espacial, de 104 metros quadrados, junto com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Alcântara Cyclone Space (ACS). No estande haverá uma maquete do CBERS, satélite de sensoriamento remoto desenvolvido e produzido em parceria pelo Brasil e China. Suas imagens são usadas no monitoramento do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo e em educação, entre outras aplicações. Neste estande, o público poderá caminhar sobre uma grande imagem da região de Manaus, registrada pelo satélite CBERS.

Também estará exposta maquete do SCD (Satélite de Coleta de Dados), o primeiro projetado e construído pelo Brasil. Haverá ainda uma PCD - Plataforma de Coleta de Dados Ambientais, equipamento que permite, juntamente com os satélites SCD, conhecer o nível e a qualidade da água nos rios e represas, a quantidade de chuva, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar e a temperatura do ar.

Serão, também, apresentados os programas de monitoramento da Amazônia (PRODES, DETER - Detecção de Desmatamento em Tempo Real e DEGRAD - Mapeamento da Degradação Floresta) através de imagens de satélite e gráficos que apontam a evolução do desmatamento na região.

Programação

Confira alguns destaques da participação de pesquisadores do INPE durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC):

Dia 13 - Segunda-feira
Hora: 10h30 às 12h
Local: Faculdade de Direito - Sala 1
Conferência: O QUE A HUMANIDADE DESCOBRIU OLHANDO PARA O CÉU
Conferencista: Augusto Damineli (USP)
Apresentador: João Braga (INPE)

Dia 14 - Terça-feira
Hora:15h30 às 18h
Local: Faculdade de Direito - Sala 1
Mesa-redonda: SATÉLITE DE ÓRBITA EQUATORIAL PARA A AMAZÔNIA
Coordenador: Carlos Sant´Anna (Pq Tec/SJC)
Participantes: Marco Antônio Chamon (INPE), Thyrso Villela (AEB)

Dia 16 - Quinta-feira
Hora:15h30 às 18h
Local: Faculdade de Direito - Sala de Especialização 2
Mesa-redonda: AQUECIMENTO GLOBAL E A AMAZÔNIA
Coordenador: Pedro Leite da Silva Dias (LNCC)
Participantes: Luiz Carlos B. Molion (UFAL), Carlos A. Nobre (INPE), Paulo Artaxo (USP)

Dia 16 - Quinta-feira
Hora: 10h30 às 12h
Local: Faculdade de Direito - Sala 1
Conferência: O BRASIL NA ERA DA ASTRONOMIA ESPACIAL
Conferencista: João Braga (INPE)
Apresentador: Marcio Antônio Geimba Maia (ON)

Dia 16 - Quinta-feira
Hora: 10h30 às 12h
Local: Faculdade de Direito - Sala 6
Conferência: SISTEMAS DE MONITORAMENTO REMOTO DA AMAZÔNIA LEGAL
Conferencista: Dalton Valeriano (INPE)
Apresentador: Alberto Setzer (INPE)

Dia 17 - Sexta-feira
Hora: 10h30 às 12h
Local: FACED - Auditório Rio Alalaú
Conferência: OS BENEFÍCIOS DO PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO PARA A AMAZÔNIA
Conferencista: Gilberto Câmara (INPE)
Apresentador: José Raimundo Braga Coelho (SBPC - Pq.Tec.SJC)

Dia 17 - Sexta-feira
Hora:15h30 às 18h
Local: FT - Auditório Rio Jutaí
Mesa-redonda: MODELAGEM AMBIENTAL NA AMAZÔNIA: O CASO DA BACIA DO RIO PURUS
Coordenador: João Batista Miranda Ribeiro (UFPA)
Participantes: Wilson Cabral de Souza Jr. (ITA), Andrea Waichman (UFAM), Carlos Frederico de Angelis (INPE)

Minicurso: Dias 14, 15, 16 e 17
Hora: 8h às 10h
Local: ICHL - Sala 17
METODOLOGIA DOS SISTEMAS DE MONITORAMENTO DA AMAZÔNIA
Professor: Cláudio Almeida (INPE)
Nível: Iniciante

Mais informações sobre a 61ª Reunião Anual da SBPC e sua programação completa no site www.sbpcnet.org.br.

Fonte: INPE

Comentário: acerca do painel “Satélite de órbita equatorial para a Amazônia”, que será realizado na próxima terça-feira (14), recomendamos a leitura da postagem “Satélites equatoriais para observação terrestre”, de abril deste ano.
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

História: SACI-1 e NORAD

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No final da década de noventa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolveu o projeto SACI, acrônimo de Satélite de Aplicações Científicas, que previa o lançamento de dois microssatélites para estudos sobre anomalias atmosféricas. O primeiro artefato da série, chamado SACI-1, foi levado ao espaço por um lançador Longa Marcha 4B em 14 de outubro de 1999, em conjunto com o primeiro satélite do programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS).

A previsão era de que oito horas após a sua injeção em órbita, que se deu 25 segundos após a liberação do CBERS-1, a 761 km de altitude, o SACI-1 fizesse contato com a estação do INPE localizada em Natal, no Rio Grande do Norte, por meio de seu transmissor de bordo, ativado pelo computador de bordo em seguida à separação do último estágio.

Ao passar sobre a região de visibilidade da estação de Natal, a antena do INPE foi apontada em direção ao satélite, não recebendo, porém, qualquer sinal. Outras tentativas de contato, tanto pela estação de Natal como pelas estações de Cuiabá (MT) e Alcântara (MA), as duas últimas do Centro de Rastreio e Controle (CRC/INPE) foram realizadas, sem sucesso.

A impossibilidade de contato com o SACI-1 fez com que o governo brasileiro solicitasse ao governo norte-americano ajuda no rastreio do satélite, com o objetivo de se apurar se o artefato havia sido colocado corretamente em órbita, e se os seus quatro painéis solares teriam sido ativados. Os radares do NORAD (North American Aerospace Defense Command), comando das forças armadas norte-americanas e canadenses responsável pelo rastreio de artefatos no espaço, rastrearam o satélite, confirmando a inserção em órbita bastante próxima à nominal.

Na época, vários veículos de imprensa brasileiros chegaram a noticiar que o NORAD disponibilizaria ao INPE imagens para a identificação da posição e estado do SACI-1, fato que, no entanto, jamais ocorreu. “Esta história [imagens do NORAD] é lenda”, disse ao blog um integrante do INPE que acompanhou o caso.

Após três meses de tentativas mal-sucedidas, o SACI-1 foi considerado oficialmente perdido.

Duas causas para a perda foram consideradas como as mais prováveis: a não-ativação do transmissor de bordo logo após a colocação em órbita, ou a ocorrência de algum problema com a chave de energização do transmissor.

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Eventualmente, publicaremos no blog pequenos artigos com histórias sobre programas espaciais na América Latina. Deste gênero, vejam a história "Brasilsat A2 e a titinha do Senhor do Bonfim", postada em dezembro de 2008.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ACS: "iremos permanecer onde estamos"

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Nos últimos dias, surgiram várias notícias sobre uma possível desativação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), e construção de um novo centro espacial (muito provavelmente, no estado do Amapá), motivadas por declarações do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem. Apesar destas declarações, Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e atualmente diretor da empresa binacional Alcântara Cyclone Space afirmou que a ACS ficará dentro da área do CLA.

A afirmação de Amaral consta de reportagem publicada ontem (8) no jornal "O Estado do Maranhão" ("Cyclone Space decide permanecer no CLA", de autoria de Bruna Castelo Branco), : “A Alcântara Cyclone Space vai ficar dentro da área do CLA, pois essa área é suficiente para a realização de nossas atividades. Nós queremos trabalhar em harmonia com os quilombolas e com toda a sociedade de Alcântara e Maranhão”.

Acrescentou ainda: “Da parte da Alcântara Cyclone Space, posso dizer que iremos permanecer onde estamos. Não iremos afetar a área quilombola e o Governo Federal tem que respeitar a decisão judicial. Para nós, é fundamental o entendimento com os quilombolas e com toda a sociedade do Maranhão, processo que está muito adiantado a partir de diálogos, reuniões com líderes comunitários, representantes do governo. Nada irá mudar a nossa decisão”.

Roberto Amaral também disse algumas palavras sobre as perspectivas comerciais da joint-venture ucraniano-brasileira: “A partir de 2011, nossa intenção é fazer seis lançamentos por ano e já estamos negociando com outros países, mas não podemos revelar os nomes, uma vez que mercado espacial é muito concorrido. Seria um tiro no pé”.

De acordo com informações colhidas pelo blog, o cronograma do projeto da ACS não sofreu alterações, e avança conforme o planejado. Em breve, a ACS deverá oficialmente assumir a área cedida pelo Ministério da Defesa dentro do CLA, e aguarda-se para os próximos meses o licenciamento ambiental que permitirá o início das obras de infraestrutura do centro espacial.
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terça-feira, 7 de julho de 2009

Satélite para o Ministério da Defesa

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Vigiando a Amazônia

Antes mesmo que o Ministério da Defesa determine o tipo de satélite de observação que pretende adquirir para o sistema estratégico de defesa nacional, os fornecedores desse equipamento travam uma verdadeira batalha. Há dois tipos de satélites militares: os de observação ótica e os que rastreiam as áreas por radar. A China e a Índia, que têm parte do território coberto por nebulosidade, optaram por satélites de radar. Espera-se que o Brasil, que também tem áreas encobertas na Amazônia, faça a mesma escolha. Nos bastidores, movimentam-se a franco-italiana Thales Alenia Space e a franco-alemã EADS.

Fonte: Revista IstoÉ, edição 2069, 08/07/2009
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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Astronomia Espacial no Brasil

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No dia 3 de setembro, acontecerá na capital paulista, no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, da Universidade de São Paulo (IAG/USP) o 1º Workshop de Astronomia Espacial, evento que organizado e apoiado pela Sociedade Astronômica Brasileira, Instituto Nacional de Tecnologias e Ciências do Espaço (INEspaço), Agência Espacial Brasileira (AEB), e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O objetivo do workshop é aproximar a comunidade interessada para a discussão de experiências de astronomia espacial envolvendo o Brasil, e outras propostas de projetos futuros, como a construção de um telescópio espacial nacional, a e participação em projetos no exterior.

Embora não sejam tão conhecidos como os programas de satélites de observação terrestre e lançadores espaciais, o Programa Espacial Brasileiro também conta com iniciativas relacionadas à Astronomia. É o caso, por exemplo, da Missão MIRAX, acrônimo de Monitor e Imageador de Raios-X, e do projeto francês CoRot (Convection Rotation and planetary Transits).

O MIRAX será uma das missões do satélite científico Lattes-1, baseado na Plataforma Multimissão (PMM), e em desenvolvimento pelo INPE. Em 2008, o Instituto realizou estudos que comprovaram a viabilidade de se realizar as missões MIRAX e EQUARS (Equatorial Atmosphere Research Satellite) num único satélite, que teria dimensão e massa suficiente para justificar o uso da PMM. Quando em órbita, o que deve ocorrer entre 2013 e 2014, o imageador de raios-X irá estudar a região central do plano galáctico e seus objetos, como estrelas de nêutrons e buracos negros.

O projeto CoRot teve o seu grande marco no final de dezembro de 2006, com o lançamento do satélite baseado na plataforma PROTEUS, da agência espacial francesa (CNES). A contribuição brasileira para missão se deu por meio do uso da estação do INPE, em Natal (RN), para a recepção de dados, e participação de pessoal nas equipes de desenvolvimento de software, e seleção, observação e análise das estrelas a serem observadas pelos sensores do satélite. Sua carga útil é composta por um telescópio e uma câmera de grande campo equipada com quatro detectores CCD, que permitem fotometria de grande campo e ultra alta precisão, com longos períodos de observação nas direções do centro e anti-centro galácticos.
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domingo, 5 de julho de 2009

T&D: IAE estuda parcerias em projeto de lançador

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Adianto aos leitores do blog uma das notas de minha coluna Defesa & Negócios, que sai no próximo número da revista Tecnologia & Defesa.

"Lançador de pequeno porte

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), está estudando projetos de parcerias para o desenvolvimento de um novo lançador espacial de pequeno porte, focado no mercado de lançamento de microssatélites, apurou T&D. Existem discussões com empresas da Rússia, Ucrânia e França e uma decisão sobre qual será o parceiro deve ser tomada até o final do ano. A grande surpresa é a participação da européia EADS nessas conversas, grupo que não tem tradição em atuar no Brasil em matéria de lançadores, ao contrário da Rússia (programa VLS e propulsão líquida) e Ucrânia (Alcântara Cyclone Space). Certamente, a possibilidade de cooperação em foguetes é uma das razões que levaram a EADS Astrium, divisão espacial do grupo, a considerar o Brasil como um dos mercados prioritários para 2009, conforme anunciado na LAAD."

Em breve, divulgaremos aqui no blog informações mais detalhadas sobre o estudo do IAE/CTA.
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sábado, 4 de julho de 2009

O papel estratégico do Programa Espacial Brasileiro

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Rodrigo Rollemberg
Líder do PSB na Câmara dos Deputados


Sob o comando do presidente Lula, o Brasil tem fortalecido seu prestígio internacional. Como fatores dessa mudança, destacam-se o multilateralismo e a altivez de nossa política externa; a redução da desigualdade social; a retomada do crescimento econômico; o início da exploração do pré-sal; a redução do ritmo do desmatamento da Amazônia; o sucesso do etanol.

Parte essencial dessa agenda é o nosso programa espacial, iniciado em 1961, com a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais. De lá para cá, houve avanços e recuos, ao mesmo tempo em que há obstáculos importantes a superar.

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, inaugurado em 1965, foi o responsável pelo primeiro lançamento de foguete a partir de solo brasileiro, em parceria com a Nasa. Depois vieram os foguetes nacionais de sondagem meteorológica, também lançados da Barreira do Inferno: o Sonda I, em 1967; o Sonda II, em 1969; o Sonda III, em 1976; e o Sonda IV, em 1984.

Merecem ainda menção a criação, em 1971, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; o estabelecimento, em 1983, do Grupo de Implantação do Centro de Lançamento de Alcântara; a assinatura com a China, em 1988, do Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), que resultaria no lançamento, entre 1999 e 2007, dos satélites CBERS-1 e CBERS-2, além da previsão de lançamento do CBERS-3, em 2010, e do CBERS-4, em 2013; e a criação, em 1994, da Agência Espacial Brasileira.

A marca mais triste dessa trajetória foi o acidente, em agosto de 2003, durante a tentativa de lançamento do Veículo Lançador de Satélites-1, que vitimou 21 técnicos do Centro de Lançamento de Alcântara, destruiu a torre de lançamentos e os satélites Satec e Unosat.

Tanto investimento, obstinação e sacrifício têm um motivo: um programa espacial consolidado é pré-requisito para o Brasil assegurar seu status de nação efetivamente soberana.

Os satélites tornaram possível a comunicação planetária, a segurança no espaço aéreo, a previsão meteorológica — extremamente relevante para salvar vidas numa época em que se multiplicam os fenômenos climáticos extremos — e o monitoramento de ambientes terrestres, indispensável, por exemplo, na luta contra o desmatamento da Amazônia e do cerrado e na defesa das fronteiras nacionais. Além disso, a evolução das pesquisas espaciais contribui para o desenvolvimento de produtos e serviços de grande utilidade, como a ultrassonografia para a detecção de tumores.

Igualmente importante é o aspecto econômico da questão, uma vez que o mercado mundial de lançamento de foguetes movimenta dezenas de bilhões de dólares. Para quem dispõe de Alcântara, a mais bem localizada base para lançamento de foguetes do planeta, a participação nesse mercado é um objetivo plenamente alcançável.

Em 2003, Brasil e Ucrânia assinaram um acordo de enorme relevância, que resultou, em 2007, na criação da empresa binacional Alcântara Cyclone Space. Seu objetivo é a transferência de tecnologia na área de construção e operação de foguetes, dominada por poucos países. Para 2010, está previsto o lançamento do foguete Cyclone-4.

Recentemente, foi ratificado o acordo Proteção Mútua de Tecnologia Associada à Cooperação na Exploração e Uso do Espaço Exterior para Fins Pacíficos, entre Brasil e Rússia. Assim como os acordos anteriores, esse é um acordo promissor e seu objetivo primeiro é o aperfeiçoamento do VLS. As bases simétricas sobre as quais esses acordos estão assentados diferem radicalmente daquelas estabelecidas no Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, assinado entre Brasil e Estados Unidos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que precisa ser rejeitado pelo Congresso Nacional ou retirado de tramitação pelo governo federal, já que, na prática, cede pedaço do território nacional ao completo controle norte-americano.

Os objetivos de qualquer programa espacial são permanentes e estratégicos. Durante sua existência, o programa brasileiro foi submetido a mudanças de orientação, abandono e redefinição de metas e descontinuidades no seu financiamento. Nesse sentido, é indispensável que ele se converta em autêntica política de Estado, inscrita entre as reais prioridades do país.

As próximas décadas poderão materializar o sonho de fazer do Brasil uma nação moderna e justa. O Programa Espacial Brasileiro é peça-chave na construção desse ideal.

Fonte: Correio Braziliense, via NOTIMP, 04/07/2009

Comentários: no início do mês passado, o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), autor do artigo acima, apresentou ao Presidente da Câmara dos Deputados uma proposição de requerimento ao Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, solicitando a retirada do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre o Brasil e os EUA sobre o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) (leia aqui). Este acordo foi assinado pelos governos dos dois países em abril de 2000, mas não chegou a produzir efeitos, em razão de sua não aprovação pelo Congresso Nacional. O assunto, bastante polêmico, deve voltar à tona, à medida que as iniciativas de exploração comercial de Alcântara avançam. É improvável que a Alcântara Cyclone Space (ACS) consiga considerável fatia do mercado mundial de lançamentos de satélites sem um acordo de salvaguardas com os EUA, uma vez que grande parte dos satélites comerciais possui algum tipo de componente de origem norte-americana.
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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Alcântara: Jobim no Senado - 2

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Ministro Jobim defende expansão do Centro de Lançamento de Alcântara

Brasília (2/07/2009) – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu nesta quarta-feira (1/07), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, a expansão da área do Centro de Lançamento de Alcântara (MA). O centro tem hoje uma área de 8.713 hectares e passaria, pela proposta do Ministério da Defesa, a ter 20 mil hectares. Com esse aumento, seria possível ao Brasil construir 15 bases de lançamento de satélites na região. Com área atual, o Brasil poderá ter apenas três bases de lançamento, sendo que uma delas será construída em parceria com a Ucrânia.

“Com isso (com a expansão) incluiríamos o Brasil no fechado círculo de países lançadores de satélites, teríamos um meio de atendimento para os satélites brasileiros,geraríamos produtos de elevado nível tecnológico e alto valor agregado, geraríamos emprego industrial e aumentaríamos a oferta de serviços de lançamento ao mercado internacional”, reforçou o ministro.

Ele ressaltou que o Centro de Lançamento de Alcântara tem “a melhor localização terrestre do mundo para lançamento de satélites”, pela proximidade com a linha do Equador e por outras características da região, como condições climáticas regulares, baixa densidade demográfica e facilidade de acesso por terra, ar e mar. “Não existe nenhum centro de lançamento no mundo com todo o ângulo de abrangência para lançamentos que tem o CLA. Em Alcântara, teremos a capacidade de lançar satélites polares,equatoriais e geoestacionários com baixíssimo custo”, frisou Jobim.

De acordo com Jobim, ter um centro de lançamento qualificado e lançadores operacionalmente disponíveis, construídos pelo Brasil ou parceria com outros países, são elementos básicos para que o Brasil tenha autonomia em seu programa especial. O ministro afirmou que o Programa Espacial Brasileiro induz à inovação e traz capacitação e competitividade à indústria nacional.

Pela proposta do Ministério da Defesa, a área destinada às comunidades quilombolas ficará com 66.713 hectares. Hoje a área quilombolas tem 78 mil hectares. O ministro disse que já defendeu a proposta de expansão do CLA junto ao presidente da República, mas ressaltou que ainda não há uma posição final de governo. Ele admitiu que há divergências e discussões internas, mas que é perfeitamente possível conciliar interesses. O importante, na visão do ministro, é o governo encontrar uma linha permanente de solução para a região e para o CLA.

“Não podemos conduzir a coisa de forma ideológica e sim trabalharmos em termos de interesse do Brasil e conciliarmos os interesses, que são absolutamente conciliáveis. Eu percorri toda a região, sobrevoei tudo, temos como resolver o problema, sem fazermos exclusões nem dos interesses dos habitantes, nem dos interesses nacionais, de termos uma base de lançamento, há possibilidade de caminharmos nisso. O Ministério da Defesa está disposto a caminhar nisso”, manifestou Jobim. O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir sobre as normas de demarcação das terras quilombolas, a exemplo da decisão tomada recentemente em relação a terras indígenas na Raposa Serra do Sol (RO).

Em 1983, o governo decidiu que o Centro de Lançamento de Alcântara teria 62 mil hectares e vários pontos de lançamento. Em 1991, houve um relatório antropológico produzido também pelo governo que atribuiu 78 mil hectares a área quilombola e reduziu a área do CLA para 8.713 hectares.

Estratégia Nacional de Defesa – Durante a exposição, o ministro afirmou que o Centro de Lançamento da Alcântara está “seriamente” vinculado à Estratégia Nacional de Defesa, que prevê a atuação integrada das Forças Armadas e fundamentada no trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. O ministro explicou que a Estratégia delimitou três setores estratégicos para a defesa nacional: o espacial, o nuclear e o cibernético. Nesse contexto, o desenvolvimento e o lançamento de satélites, principalmente os geoestacionários, são fundamentais.

O ministro falou sobre o processo de estruturação da Estratégia de Defesa e contextualizou o pano de fundo que determinou a necessidade de novas diretrizes para a defesa. Ele mostrou que o Brasil tem imensas riquezas naturais, inclusive no fundo do mar. E as riquezas do mar não são apenas o petróleo. Há uma nova fronteira mineral, com recursos naturais e biodiversidade. Toda essa riqueza, segundo o ministro, precisa estar devidamente protegida, não apenas para garantir a soberania do país, mas também para assegurar o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental do país.

Jobim destacou que a Estratégia Nacional de Defesa não é uma política setorial militar, mas uma política de Estado. Ela se integra à política nacional de desenvolvimento. “A estratégia nacional de desenvolvimento é motivadora da Estratégia Nacional de Defesa e esta última é protetora da estratégia de desenvolvimento”, disse.

Fonte: Ministério da Defesa
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Uma terceira base espacial brasileira?

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AEB estuda área fora de Alcântara para nova base de lançamentos

02/07/2009

Roberto Maltchik
Repórter da TV Brasil

Brasília - A Agência Espacial Brasileira (AEB) deve apresentar na próxima semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um estudo de uma nova área, fora de Alcântara (MA), para a instalação de uma nova base de veículos lançadores de satélites.

De acordo com o presidente da AEB, Carlos Ganem, a proposta visa a garantir o cumprimento das metas do Programa Espacial Brasileiro, que enfrenta a resistência das comunidades remanescentes de quilombos para a ampliação da atual base de Alcântara.

“Eu não vejo motivos para ficar batendo nessa tecla de Alcântara. Vamos apresentar em dois meses para o conselho da agência duas áreas, e vamos nos fixar em uma delas”, disse.

No Maranhão, o projeto espacial sofreu um golpe no fim de 2008, quando o governo decidiu conceder a titularidade de 71,8 mil hectares às comunidades quilombolas da região. Trata-se da mesma área que seria destinada para a implantação do Centro Espacial de Alcântara, e que serviria para a instalação de sítios de lançamento comercial, contemplados por um tratado firmado em 2003 entre Brasil e Ucrânia.

Em função da decisão favorável às comunidades locais, a construção dos novos locais de lançamento foi suspensa, e o projeto foi deslocado para o Centro de Lançamento de Alcântara, uma área militar que serve de base para o Veículo Lançador de Satélites (VLS) (foguete brasileiro, que deve ser testado em 2011, e tem o primeiro lançamento previsto para 2012).

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem (1º), no Senado, a ampliação da área de lançamento de Alcântara, apesar do projeto da AEB e da decisão do próprio governo de conceder as terras para os quilombolas.

“Esta é uma questão internacional e não podemos ser ingênuos. Há outros países interessados em não deixar que o Brasil seja incluído no fechado círculo dos países lançadores de foguetes”, disse o ministro.

Segundo a AEB, a área em estudo reúne as características que mantém a competitividade de Alcântara em relação aos centros internacionais de lançamento: fica próxima da Linha do Equador, o que garante a economia de até 30% sobre o consumo de propelentes, e está localizada no litoral, condição de segurança para a atividade espacial.

“São áreas quase despovoadas, sem vícios de origem ou de titularidade e que oferecem condições de infraestrutura como estradas e aeroporto”, explica o presidente da agência.

A AEB não revelou a área escolhida, que será apresentado na próxima semana ao presidente Lula. No entanto, já se sabe que tem cerca de 20 mil hectares, e fica na costa Norte-Nordeste, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.

Fonte: Agência Brasil

Comentários: A ideia de um novo sítio espacial brasileiro, além dos Centros de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), e de Alcântara (CLA) não é nova. No final de novembro do ano passado, já havíamos abordado o tema na postagem "Macapá Cyclone Space?" Estima-se que só no CLA, tenham sido investidos desde a sua construção, no início da década de oitenta, mais de US$ 300 milhões. Como se vê, não é tão barato construir um centro espacial. Com o tamanho e efetividade atual do Programa Espacial Brasileiro, faria sentido ter um terceiro centro espacial?
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