segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Texus 47 lançado com sucesso

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Os dois lançamentos previstos da Missão Texus (46 e 47), em novembro, foram concluídos com sucesso ontem, 29. O último foguete VSB-30, de fabricação brasileira, foi lançado às 10h00, horário local do centro espacial de Esrange, da Swedish Space Corporation (SSC), situado no norte da Suécia.

"Ambos os lançamentos foram muito tranquilos e todos os sistemas funcionaram conforme o planejado", disse Otfried Joop, o gerente de projeto da DLR para o programa Texus. "As cargas úteis estavam de volta em Esrange muito rapidamente após os voos e o trabalho de desmontagem dos experimentos demonstrou as excelentes condições dos módulos dos experimentos. De acordo com análise preliminar, os resultados científicos foram muito bons."

O programa Texus é executado juntamente pela Agência Espacial Alemã (DLR), Agência Espacial Europeia (ESA), EADS Astrium e SSC. Os experimentos do voo 46 e 47 foram financiados pela ESA e DLR.

Para saber mais sobre as duas últimas missões europeias do VSB-30, vejam as postagens "Mais sobre as missões do VSB-30 na Europa".
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sábado, 28 de novembro de 2009

CBERS, China e EUA

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O governo norte-americano continua a apontar o Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) como um projeto com aplicações militares. Já há alguns anos, este entendimento tem sido explicitado em relatórios do Pentágono, Forças Armadas e "think tanks" ligados ao governo. O relatório anual ao Congresso de 2009 sobre a força militar da República Popular da China ("Annual Report to Congress - Military Power of the People's Republic of China - 2009"), preparado pelo Departamento de Defesa, menciona explicitamente (página 26) o CBERS como satélite com aplicações militares:

"Reconhecimento: a China está operando sistemas avançados de imageamento, reconhecimento e recursos terrestres com aplicações militares. Examplos incluem os satélites Yagogan-1, -2, -3, -4, e -5, o Haiyang-1B, o CBERS-2 e -2B, e a constelação de satélites de monitoramento ambiental e de desastres Huanjing." ("Reconnaissance: China is deploying advanced imagery, reconnaissance, and Earth resource systems with military applications. Examples include the Yaogan-1, -2, -3, -4, and -5, the Haiyang-1B, the CBERS-2 and -2B satellites, and the Huanjing disaster/environmental monitoring satellite constellation.")

Um dos argumentos que sustentam a legislação ITAR (International Traffic in Arms Regulations), dos EUA, e suas restrições à compra de componentes espaciais e duais por institutos e indústrias brasileiras envolvidas no CBERS é justamente essa suposta aplicação militar pelo lado chinês. É interessante observar que o ITAR passou a ser bem mais rígido em razão de episódio em meados da década de noventa que envolveu a China: transferência de conhecimento técnico por indústrias espaciais norte-americanas sobre tecnologia de guiagem de foguetes por ocasião de sucessivas falhas nos lançamentos de foguetes chineses da família Longa Marcha.

Apesar do posicionamento americano sobre o viés militar de vários projetos espaciais chineses, há algumas semanas, durante visita de Barack Obama ao país asiático, foi divulgado comunicado conjunto sobre a intenção dos dois países em expandir a cooperação em matéria de ciência espacial, além de dar início a um "diálogo" sobre missões espaciais tripuladas. Alguns dias após a divulgação do comunicado, tornou-se público um relatório do Pentágono apontando uma escalada da China em casos de espionagem contra os EUA, com uso de métodos cada vez mais sofisticados, como guerra cibernética e técnicas mais elaboradas de recrutamento de espiões.
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Satélite meteorológico GOES-12 servirá o Brasil

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Satélite meteorológico GOES-10 será substituído por GOES-12 em dezembro

27/11/2009

Controlado pela Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, o satélite meteorológico GOES-10 é utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para a previsão do tempo. O satélite será desativado no dia 1º de dezembro, quando não terá mais combustível para se manter em correta posição orbital.

Geoestacionário, o GOES-10 está localizado em 60W para cobrir toda a América do Sul e fornecer imagens a cada 15 minutos. O satélite GOES-12, que substituirá o GOES-10, está localizado a 75W e poderá cobrir a América do Sul a cada 30 minutos. Porém, a NOAA pode optar por imagear somente os Estados Unidos em casos de tornados, furacões ou tempestades severas naquele país. Mesmo nestas circunstâncias, imagens da América do Sul a cada 3 horas estão garantidas por acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (WMO). As imagens são gratuitas.

O INPE informa que o recebimento de imagens a cada 3 horas é suficiente para gerar dados a seus modelos numéricos computacionais, assegurando a mesma qualidade nas previsões de médio e longo prazo. Com imagens a cada 3 horas, o impacto seria no monitoramento da atmosfera para previsão de curto prazo (24 horas). Segundo os especialistas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE, a previsão de curto prazo é mais subjetiva e se utiliza de parâmetros do satélite que permitem acompanhar o desenvolvimento das tempestades, por exemplo, exigindo informações em intervalos menores de tempo.

Caso esteja recebendo as imagens do GOES-12 a cada 30 minutos, como deverá ser a rotina, a previsão de curto prazo do INPE terá a mesma qualidade que se tem hoje, pois imagens a cada meia hora são suficientes para um monitoramento preciso de chuvas, entre outros parâmetros avaliados pelos meteorologistas.

Embora a troca de GOES-10 para GOES-12 tenha exigido mudança de antena de recepção e na forma de processamento e geração de produtos, o CPTEC/INPE está preparado e não haverá interrupção nos serviços. A expectativa é boa pelo novo satélite, uma vez que o GOES-10 vinha apresentando problemas de navegação e com o GOES-12 as imagens deverão ser mais precisas.

Da mesma forma que em 2007 o GOES-10 foi deslocado para cobrir preferencialmente a América do Sul, tendo o INPE como responsável pela geração e disseminação dos dados, o GOES-12 estará reposicionado a partir de maio de 2010.

Para saber mais sobre como é feita a previsão do tempo, acesse http://www7.cptec.inpe.br/glossario/, onde está descrita a rotina de operação meteorológica do CPTEC/INPE.

Satélite próprio

Para deixar de depender de instrumentos estrangeiros, o Brasil precisa desenvolver seu próprio satélite geoestacionário dedicado à meteorologia. Atualmente o Brasil, por meio do CPTEC/INPE, realiza a geração, gravação e disseminação dos produtos gerados pelos satélites GOES, porém o controle destes é dos Estados Unidos.

O INPE, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, já desenvolve satélites de sensoriamento remoto para observação da Terra. Embora o custo de um satélite geoestacionário seja da ordem de 400 milhões de dólares, os especialistas do INPE consideram que o retorno em produtos e serviços essenciais à sociedade justifica o desenvolvimento de um satélite próprio.

Fonte: INPE
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Câmara: diretor do INPE até 2013

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Gilberto Câmara é reconduzido ao cargo de diretor do Inpe

O engenheiro eletrônico Gilberto Câmara Neto foi reconduzido nesta quinta-feira (26) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, ao cargo de diretor geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), em São José dos Campos (SP).

Câmara, que tem o novo mandato até 2013, era o primeiro nome da lista tríplice encaminhada ao ministro pelo comitê de busca nomeado para a seleção do novo diretor.

Esse sistema de escolha de dirigentes é o adotado pelo MCT para os cargos de direção de todas as suas unidades de pesquisa. A seleção, que dá origem a uma lista tríplice encaminhada ao ministro, é sempre realizada por comitês de especialistas, que buscam identificar, nas comunidades científica, tecnológica e empresarial, nomes que se identifiquem com as diretrizes técnicas e político-administrativas estabelecidas para cada instituição.

O comitê de busca foi presidido por Marco Antônio Raupp, presidente da SBPC, com a participação de Alberto Passos Guimarães, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), Carlos Henrique de Brito Cruz, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Hadil Fontes da Rocha Vianna, do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e Michal Gartenkraut, da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLus).

Câmara disse que dará continuidade aos projetos de pesquisa em desenvolvimento, mas direcionará esforços para duas questões que lhe foram solicitadas com prioridade pelo ministro Rezende.

"Uma é para que ampliemos a participação interministerial no Programa Espacial Brasileiro", ou seja, para que haja um envolvimento maior de outros atores como os ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, e da Defesa, por exemplo. "Entre outras coisas, esse aumento no número de envolvidos permite que o Programa Espacial tenha maior visibilidade e seja mais bem entendido pela sociedade", afirmou.

A outra questão é para que seja ampliada a coleta de informações meteorológicas hoje já sob a responsabilidade do Inpe. "O ministro pediu que se aumente a recepção de informações via satélite, no sentido de prover com mais dados e qualidade os estudos realizados com vista às mudanças climáticas", informou Câmara.

O novo mandato de Câmara à frente do Inpe começa no próximo dia 5 de dezembro.

Fonte: MCT
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Cooperação Brasil - EUA

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AEB e Nasa discutem novas parcerias na área espacial

26-11-2009

Um novo Acordo-Quadro, que estabelece as grandes linhas de ação e iniciativas sobre o uso pacífico do espaço está na pauta das negociações entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). Esse foi um dos assuntos debatidos entre o presidente da AEB, Carlos Ganem, e o administrador da Nasa, Charles Bolden Jr, em Washington (EUA), no último dia 20. Conforme Ganem, a cooperação entre Brasil e Estados Unidos existe desde o início dos anos 60, quando o país começou a desenvolver a sua atividade espacial.

“É portanto natural que as agências desenvolvam atividades de cooperação paralela sob a ótica pacífica e em benefício de nossas sociedades. A AEB considera que as imposições e restrições com barreiras técnicas são inadequadas e injustificadas quando impostas ao Brasil pelos EUA, visto que o nosso país sempre esteve ao lado das grandes questões americanas em defesa da democracia e do uso pacífico do espaço”, comenta Ganem.

No encontro, Ganem enfatizou a importância do Brasil participar do Programa de Cooperação sobre Medições de Precipitação Global (GPM), um programa bilateral entre a Nasa e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), aberto a outros países. O Programa de Cooperação sobre Pesquisa por meio de balões atmosféricos também esteve em discussão, juntamente com o incremento a pesquisas em conjunto na área de nanotecnologia. O presidente da AEB convidou Bolden – ex-astronauta da Nasa - para vir ao Brasil e conhecer o Programa Espacial Brasileiro.

O dirigente da AEB viajou aos Estados Unidos integrando a comitiva do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em Washington, para participar da 2ª Reunião da Comissão Mista de Cooperação Científica e Tecnológica Brasil-Estados Unidos. Na ocasião, ele fez palestra sobre as aplicações espaciais para o desenvolvimento das nações.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mais sobre as missões do VSB-30 na Europa

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Foguete brasileiro com experimentos científicos é lançado da Europa com sucesso

25/11/2009

No dia 22 de novembro, às 09h15 (horário de Brasília) aconteceu o lançamento do VSB-30 com a carga útil Texus 46, no campo de Esrange, em Kiruna, na Suécia. O dia amanheceu sem nuvens com céu claro e temperatura de -14 graus, possibilitando o lançamento do nono veículo modelo VSB-30.

O lançamento foi bem sucedido, com apogeu da carga útil de 254 km (previsto = 257 kn), os experimentos foram realizados, o ambiente de microgravidade foi eficiente e a carga útil foi recuperada.

A missão do VSB-30 é a de impulsionar um conjunto de experimentos (carga útil) com massa de 400 quilos, permanecendo no ambiente de microgravidade por seis minutos acima de 110 km. A microgravidade proporciona aos experimentos um ambiente em que a única ação externa é o campo gravitacional terrestre. Durante este período, a carga útil aciona um sistema que elimina quaisquer movimentos angulares e a formação de cristais torna-se uniforme, conferindo propriedades melhores aos produtos químicos, orgânicos e inorgânicos, e a ligas metálicas.

No primeiro lançamento, a carga útil continha experimentos científicos como a determinação de alta precisão de propriedades termofísicas de ligas metálicas em estado de fusão, para fins de modelamento de solidificação das ligas em ambiente industrial; o resfriamento sob baixa temperatura de levitador eletromagnético, dentro da cadeia de produção contínua de aço; e a medição da tensão superficial e viscosidade em amostra de PdSi (paládio-silício).

Já no próximo lançamento, o VSB-30 leva ao espaço a carga útil TEXUS 47 com outra série de experimentos europeus. São vários os objetivos desta missão: medir os resultados da solidificação de uma “liga transparente”; obter respostas moleculares de células vegetais sob o efeito de mudanças no campo gravitacional; investigar reações gravitrópicas primárias rápidas do fungo Phycoomyces blakesleeanus, sob o efeito de micro e hipergravidade; e, por fim, verificar a convecção vibratória em zonas de flutuação de silício.

O IAE enviou três especialistas ao campo de lançamento de Esrange para os trabalhos de integração mecânica e pirotécnica, além dos testes elétricos necessários para cobrir as atividades de lançamento. Já foram realizados com o VSB-30 um voo de qualificação e outro operacional, ocorrido do Campo de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Alem disso, outros cinco lançamentos operacionais foram promovidos no campo sueco de Esrange.

Fonte: IAE/DCTA
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Necessidade de satélite meteorológico próprio

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Brasil tem dez dias para apresentar proposta de uso de satélite americano

Quarta-feira, 25 de novembro de 2009 - 09h45
Da Redação, com BandNews FM

Os Estados Unidos pedem ao governo brasileiro que apresente em dez dias uma proposta para o uso de um novo satélite americano destinado à previsão do tempo. Reportagem de Marcelo Freitas, BandNews FM, revelou na segunda-feira com exclusividade que o GOES-10, principal satélite de monitoramento climático da América do Sul, vai ser desativado em dezembro.

As imagens meteorológicas, atualmente atualizadas a cada 15 minutos, passariam a ser recebidas em até três horas, e haveria prejuízo à agricultura, previsão de tempestades, enchentes e queimadas. Mas ao contrário do que ocorreu há dois anos, quando o equipamento foi liberado de graça, os americanos querem cobrar para reposicionar o satélite substituto, chamado de GOES-12.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, mantém contato com o governo americano desde a semana passada, embora tenha sido informado da desativação do satélite há cinco meses.

Resende nega que as previsões do tempo serão prejudicadas: “Isso não vai acontecer. Eu infelizmente não posso adiantar mais detalhes agora, mas isso não vai acontecer e o Inpe tem segurança de que vai ter as informações para as suas previsões meteorológicas”.

Satélite próprio

O pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Carlos Nobre, classifica que é errado um país com as dimensões do Brasil não tenha um satélite próprio. “É uma grande perda na nossa capacidade de previsão de tempo. Isso precisa ser dito. É caro um satélite? É caríssimo, mas nós não podemos abrir mão de ter autonomia nisso”.

O professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Alvez Barbosa, alerta que a desativação do satélite ocorre num período de chuvas e que isso preocupa muito.

Existem, atualmente, dois projetos de construção de satélites meteorológicos brasileiros: o Cyber 3 tem a previsão mais otimista de lançamento para o espaço em 2011 e o Amazônia 1 está há dois anos em fase de estudos.


Comentário: esta notícia em si não é uma surpresa e já há meses circulava a informação de que o GOES-10 seria desativado. A desativação e a opinião de Carlos Nobre, do INPE, reforçam o comentário feito pelo blog na postagem "15 anos do CPTEC/INPE": "dada a importância estratégica da meteorologia para o País, não estaria na hora do Brasil lançar um projeto de satélite meteorológico, de modo a diminuir a dependência de sensores estrangeiros? A meteorologia é tão estratégica, e em algumas circunstâncias até mais, do que as comunicações e sensoriamento remoto." Vale mencionar que a informação dada no último parágrafo da reportagem está errada: o CBERS 3 e o Amazônia 1 não são satélites meteorológicos, mas sim de sensoriamento remoto.
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SAC-C completa 9 anos

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O satélite argentino de imageamento SAC-C, da Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), completou no último dia 21 nove anos em órbita, ainda operacional, superando em dobro a sua expectativa inicial de vida útil. O satélite foi desenvolvido por engenheiros da CONAE e da indústria estatal INVAP e lançado do centro espacial de Vandenberg, na Califórnia, EUA, por um foguete Delta II, da agência espacial americana (NASA).

A cooperação internacional no projeto foi marcante. A NASA foi responsável pelo lançamento e fornecimento de dois instrumentos científicos, enquanto agências espaciais e centros de pesquisa da Itália (ASI), França (CNES) e Dinamarca (DSRI) forneceram outros instrumentos científicos para estudos do campo magnético terrestre, radiação espacial e determinação de parâmetros em órbita. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Brasil, por meio do Laboratório de Integração e Testes (LIT), de São José dos Campos (SP), foi responsável pelos ensaios ambientais do satélite e de suas cargas úteis.

As imagens e dados produzidos pelo SAC-C são usados para atividades na agricultura, estudos marítimos e costeiros, monitoramento do meio ambiente e de catástrofes naturais e antrópicas. Para tanto, está dotado de três sensores óticos, de responsabilidade argentina, e também de seis instrumentos científicos fornecidos por agências espaciais e centros de pesquisa parceiros.

Dados do satélite

- O SAC-C leva 10 minutos para imagear completamente a Argentina (5.000 kg, ambarcando de norte ao sul do país)
- São realizados de 3 a 4 contatos diários entre o satélite a estação terrena da CONAE, situada na cidade de Córdoba. Pela manhã, são tomadas imagens em tempo real, e de noite são baixadas as imagens produzidas de outras regiões do planeta. Em todos os contatos, são também transmitidos dados dos instrumentos científicos e comandos para o satélite
- As imagens recebidas são disponibilizadas no catálogo da CONAE 60 minutos após o recebimento

SAC-C em números

- 14,5 voltas ao redor da Terra por dia
- Órbita baixa, a 705 km de altitude
- Orbita a 27 mil km por hora
- Massa de 485 kg, 2,2 m de altura e 2 m de diâmetro

Futuro

Atualmente, a Argentina é o país sul-americano com o programa espacial na área de sensoriamento remoto mais completo e desenvolvido. O país está finalizando o SAC-D Aquarius, que a exemplo de seu antecessor também envolve forte cooperação internacional (França, Canadá, Itália e Brasil). Este satélite deverá ser lançado dos EUA em setembro de 2010. Em paralelo, a CONAE também desenvolve o programa SAOCOM, de satélite radar, com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e em parceria com a Itália.

(André M. Mileski, com informações divulgadas pela CONAE)
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

2ª Edição da AAB Revista

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A segunda edição da AAB Revista, editada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) já está disponível em seu portal. A edição nº 2 aborda temas como a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), aplicações do Satélite Sino Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), e os 40 Anos da Embraer. Na seção "Associado em Destaque", há um perfil histórico de Cesar Celeste Ghizoni, personalidade do Programa Espacial Brasileiro, e atualmente presidente da Equatorial Sistemas, indústria espacial localizada em São José dos Campos (SP).

Para acessar a revista, cliquem aqui.
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Encontro Galileo para a Indústria

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INPE sedia Encontro Galileo para a Indústria

23/11/2009

No Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acontece nos dias 24 e 25 de novembro o Encontro Galileo para a Indústria. Com o objetivo de ampliar a cooperação entre instituições e empresas europeias e brasileiras no setor de Sistemas Globais de Navegação por Satélites (GNSS), o evento será realizado no auditório Fernando de Mendonça, no LIT/INPE, em São José dos Campos (SP).

Haverá palestras de representantes de organizações europeias responsáveis pelo projeto Galileo, e também de órgãos públicos e empresas brasileiras envolvidas com GNSS. O Galileo é um sistema de navegação por satélite semelhante ao norte-americano GPS, porém exclusivamente de uso civil.

Para mais informações, acesse
http://www.galileoic.org/la/files/Program_Galileo_%20Meeting_for_Industry_Brazil.doc

Fonte: INPE
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Texus 46 (VSB-30) lançado com sucesso

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Campanha de Lançamento do VSB-30 V09 e V10 - TEXUS 46 e 47

Ontem, dia 22 nov 2009, às 09h15 (horário de Brasília) aconteceu o lançamento do VSB-30 (Texus 46) no campo de Esrange, em Kiruna, na Suécia. O dia (22.11.09) amanheceu sem nuvens com céu claro e temperatura de -14 graus, possibilitando o lançamento do VSB-30 V09 (TEXUS 46).

O lançamento foi um sucesso. O VSB-30 teve trajetória nominal com apogeu da carga útil de 254 km (previsto = 257 kn), os experimentos foram realizados, o ambiente de microgravidade foi excelente e a carga útil foi recuperada. Mais um vôo de sucesso. Em seu discurso sobre o lançamento, o Gerente de Projetos da EADS (Astrium) elogiou os funcionários do IAE pelo trabalho em equipe e pelo excelente foguete.

Fonte: IAE/DCTA
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PDR das redes elétricas do VLS-1

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O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP), promove amanhã (24), evento com enfoque na Revisão Preliminar de Projeto (PDR - Preliminary Design Review) do projeto das redes elétricas embarcadas do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1.

De acordo com informações divulgadas pela assessoria do IAE, "o trabalho [da PDR] inclui a comparação do Projeto com os requisitos dos subsistemas (serviço, segurança, controle e telemetria) e sua avaliação completa e correta em relação aos requisitos gerais do sistema elétrico do VLS-1." "A PDR será realizada por uma equipe especialista de revisores, que teve à disposição, nos dez dias anteriores ao evento, toda a documentação necessária para a análise. Durante os cinco dias anteriores ao dia 24, um “Plantão Técnico” estará disponível aos revisores para a prestação de esclarecimentos e resposta aos possíveis questionamentos."

O evento será encerrado no dia 25, quando ocorrerá uma sessão de debates técnicos e outra de análise de Banca de Revisão, na qual serão elaborados e organizados os Relatórios de Itens Discrepantes (RIDs). Segundo o IAE, tais relatórios são "importantes para o registro dos pontos não suficientemente esclarecidos durante as sessões de apresentação e de debates técnicos."
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15 anos do CPTEC/INPE

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Meteorologia do país se modernizou nos últimos anos com o CPTEC/INPE

20/11/2009

Nesta terça-feira (24/11), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemora os 15 anos do seu Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) em evento que inicia às 14 horas, ocasião em que receberá diversas autoridades e cientistas na Unidade Regional de Cachoeira Paulista (SP), onde está instalado o CPTEC/INPE.

Em 1994, a Meteorologia brasileira deu um salto de qualidade, com a introdução da modelagem numérica do tempo pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), fazendo uso de um potente supercomputador para os padrões da época. O Brasil passaria a fazer parte de um seleto grupo de países que passaria a gerar previsões de tempo a partir de modelos processados em máquinas de alto desempenho computacional.

Da inauguração do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do INPE, até hoje, a confiabilidade das previsões de tempo aumentou, ultrapassando os 90% de acerto para três dias. A qualidade das previsões também melhorou. Atualmente, é possível fazer previsões para a América do Sul com modelos regionais de alta resolução espacial, de 15 quilômetros quadrados, que detalham as condições meteorológicas para localidades próximas. O acesso crescente à homepage das previsões de tempo por cidade, com quase 30 milhões de visitas neste ano, demonstra a força dos desenvolvimentos do CPTEC/INPE.

Apesar desta grande evolução em tão pouco tempo, o CPTEC/INPE bem como todo o sistema nacional de meteorologia, segundo o coordenador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado, enfrenta novos desafios. Os desastres naturais - relacionados ao excesso ou à escassez de chuvas, vendavais, tornados, tempestades, entre outros eventos – estão impondo uma nova demanda de recursos e produtos meteorológicos que deverão atender a uma série de necessidades, uma delas o planejamento de ações de mitigação a possíveis impactos destes eventos às populações em áreas de risco.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a estimativa é de que os prejuízos provocados por desastres naturais no mundo, relacionados ao tempo, clima e água, são da ordem de US$ 100 bilhões por ano, provocando 100 mil mortes. A entidade ligada a ONU afirma que os estragos seriam maiores sem os atuais serviços meteorológicos. A OMM calcula ainda que 30% da economia dos países desenvolvidos e industrializados são suscetíveis aos desastres naturais, índice que se amplia nos países em desenvolvimento, como o Brasil, cuja base econômica está centrada nas atividades agrícolas.

Por outro lado, defende Machado, “os ganhos proporcionados pela boa qualidade dos produtos da meteorologia são expressivos e podem alcançar níveis mais altos com o contínuo investimento na área”. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que completa neste mês 100 anos de fundação, o uso das previsões de tempo representa atualmente um ganho de US$ 2 bilhões para a economia do país. Deste total, estima-se que US$ 650 milhões são obtidos somente na agricultura, que faz um uso intensivo das previsões para o planejamento das diferentes etapas do ciclo dos produtos agrícolas.

Segundo Eduardo Assad, chefe da Embrapa Informática Agropecuária, o acompanhamento das previsões é considerado estratégico à aplicação de defensivos agrícolas e fungicidas, implementada de acordo com condições meteorológicas específicas. De acordo com o pesquisador, as perdas na agricultura devido aos extremos meteorológicos ultrapassam os U$ 20 bilhões por ano no país.

Investimentos

Para o CPTEC/INPE, os investimentos para os próximos anos deverão ocorrer nas seguintes áreas: atualização do supercomputador; desenvolvimentos de assimilação de dados (aos modelos de previsão), com reforço de recursos humanos e desenvolvimentos computacionais; maior uso de satélites meteorológicos; e ampliação e integração de um sistema de radares meteorológicos. O CPTEC/INPE coordenou a elaboração de um projeto para o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que prevê a implementação de um sistema de radares cobrindo boa parte do território brasileiro. Os radares são essenciais para o acompanhamento de sistemas convectivos e, portanto, na prevenção de desastres naturais, por excesso de chuvas.

Segundo o coordenador do CPTEC/INPE, os principais desafios colocados para os próximos anos são: aperfeiçoar a assimilação de dados; melhorar a confiabilidade das previsões climáticas sazonais para até 3 meses; desenvolver a previsão em alta resolução, incluindo a descrição da micro-física das nuvens e acoplar os modelos oceânicos, hidrológicos e químicos ao modelo de previsão de tempo.

Mais informações sobre a comemoração dos 15 anos do CPTEC/INPE na página http://www7.cptec.inpe.br/~rwww/15anos/

Fonte: INPE

Comentário: dada a importância estratégica da meteorologia para o País, não estaria na hora do Brasil lançar um projeto de satélite meteorológico, de modo a diminuir a dependência de sensores estrangeiros? A meteorologia é tão estratégica, e em algumas circunstâncias até mais, do que as comunicações e sensoriamento remoto.
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domingo, 22 de novembro de 2009

México quer agência espacial

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O presidente mexicano, Felipe Calderon disse na última quarta-feira (18) que seu país está considerando criar uma agência espacial para estimular o desenvolvimento de astronomia e ciência espacial, segundo reportagem da agência de notícias chinesa Xinhua News Agency.

"Nesse momento, o Congresso está considerando a criação de uma agência aeroespacial, que já tem um orçamento comprometido de 11 milhões de pesos (9,38 milhões de dólares)", disse Calderon numa cerimônia em homenagem a um astronauta de nacionalidade mexicana. O governante também destacou os crescentes investimentos de seu país no setor científico e também em comércio aeroespacial. Foi durante o seu governo que a indústria aeronáutica canadense Bombardier fez investimentos milionários em dois estados mexicanos para construção de fábricas de componentes aeronáuticos, tornando o país um dos principais exportadores do setor na região.

Felipe Calderon também citou o caso do Brasil como um modelo de sucesso no campo aeroespacial.
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Atualizações sobre o Projeto Satcol

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A imprensa colombiana publicou nos últimos dias reportagens informando que apenas uma empresa russa, a ISS-Intersputnik entregou a documentação completa visando ao fornecimento do primeiro satélite geoestacionário da Colômbia, o SATCOL, negócio avaliado em cerca de 250 milhões de dólares (leiam mais em "Colômbia terá satélite de comunicações").

Outras empresas apresentaram cartas manifestando que as aspirações do governo colombiano eram demasiadamente altas. Segundo o jornal El Tiempo, duas interessadas, a Telesat e a SES New Skies decidiram não apresentar propostas em razão do risco cambial (a Colômbia exige a proposta em pesos, a moeda local), e também por terem considerado muito exigentes as garantias solicitadas pelo governo.

O jornal El Espectador, citando a Ministra da Comunicações, Mária del Rosario Guerra, afirma, no entanto, que ao menos três ofertantes irão apresentar propostas, contrariando as informações disponíveis em outros veículos.

O processo começou há alguns meses com 13 empresas interessadas, provenientes de 10 países. A proposta da Rússia deverá ser avaliada tecnicamente para se terminar a continuidade ou não da licitação. A adjudicação do contrato está prevista para meados de dezembro.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tecnologia & Defesa nº 119

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A mais recente edição da revista Tecnologia & Defesa, de nº 119, já está nas bancas. Algumas das principais matérias:

- FELIN - O guerreiro francês do século 21: um projeto que vai influenciar o "COBRA" brasileiro

- Ciência, Tecnologia & Inovação na Marinha do Brasil: Conheça a estrutura da Força Naval Brasileira nesta área e o Programa Nuclear

- Entrevista com o deputado federal Raul Jungmann: O pensamento do parlamentar à respeito da Defesa Nacional

- Yuzhnoye - a "casa" dos motores do Cyclone 4: uma pequena reportagem, baseada em artigo-informativo de Vladimir Shnyakin, engenheiro-chefe de motores da Yuzhnoye, sobre a tradicional desenvolvedora e fabricante de motores espaciais

- Coluna Defesa & Negócios, Notícias Sulamericanas, Notícias da ABIMDE, e vários outros assuntos.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VSB-30 na Europa

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FOGUETE DE SONDAGEM BRASILEIRO É LANÇADO NA EUROPA

16/11/2009

O foguete de sondagem VSB-30 pode ser transferido para a indústria aeroespacial brasileira com a sua qualificação como sistema e a sua transformação em um item de produção. Os sete vôos bem sucedidos do veículo demonstraram sua ótima performance, o que constitui importante realização para o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e para o País, que tem seu nicho no rol dos países detentores de bens de alta tecnologia.

Além do voo de qualificação e, outro, operacional, ocorrido do Campo de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e os cinco operacionais em que experimentos científicos europeus foram lançados do campo sueco de Esrange, outros dois lançamentos devem ocorrer ainda neste mês de novembro.

No primeiro deles, com data marcada para o dia 14, a carga útil denominada TEXUS 46 realizará experimentos científicos importantes, como a determinação de alta precisão de propriedades termofísicas de ligas metálicas em estado de fusão, para fins de modelamento de solidificação das ligas em ambiente industrial; o resfriamento sob baixa temperatura de levitador eletromagnético, dentro da cadeia de produção contínua de aço; e a medição da tensão superficial e viscosidade em amostra de PdSi (paládio-silício).

O segundo lançamento está programado para o dia 23, quando o VSB-30 levará ao espaço a carga útil TEXUS 47 com outra série de experimentos europeus, objetivando: medir os resultados da solidificação de uma “liga transparente”; obter respostas moleculares de células vegetais sob o efeito de mudanças no campo gravitacional; investigar reações gravitrópicas primárias rápidas do fungo Phycoomyces blakesleeanus, sob o efeito de micro e hipergravidade; e, por fim, verificar a convecção vibratória em zonas de flutuação de silício.

O IAE presta serviço de apoio para fins de integração do foguete no Campo de Lançamento, enviando três de seus especialistas a Esrange. Isso inclui os trabalhos de integração mecânica e pirotécnica, além dos testes elétricos necessários para cobrir as atividades de lançamento. Um serviço que continua sendo contratado pelo consórcio europeu devido à exigüidade de suas equipes.

Até que a transferência para a indústria ocorra plenamente, o IAE gerencia a produção do foguete e conduz melhoramentos em alguns de seus subsistemas e meios elétricos de solo. E, caso a demanda justifique, o meio industrial poderá aprimorar os processos de fabricação de modo a baratear a produção.

Isso significa que os resultados estão aparecendo com o seu pleno desenvolvimento tecnológico. Um motivo de orgulho para o Brasil e que deverá ser ainda maior quando o VSB-30 se tornar o primeiro foguete de sondagem nacional a ser produzido integralmente no parque industrial brasileiro.

O Foguete de Sondagem VSB-30

A missão do VSB-30 é a de impulsionar um conjunto de experimentos (carga útil) com massa de 400 kilos, em uma trajetória cujo apogeu é de 250 km, permanecendo no ambiente de microgravidade por seis minutos acima de 110 km.

A microgravidade proporciona aos experimentos um ambiente em que a única ação externa é o campo gravitacional terrestre. Durante este período, a carga útil aciona um sistema que elimina quaisquer movimentos angulares e a formação de cristais torna-se uniforme, conferindo propriedades melhores aos produtos químicos, orgânicos e inorgânicos, e a ligas metálicas.

No futuro, fábricas instaladas no espaço produzirão os produtos obtidos da experiência adquirida em vôos de foguete de sondagem e outros recursos existentes para o mesmo fim.

Fonte: IAE/DCTA
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Seria uma indústria também "espacial"?

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Rafael pode comprar empresa brasileira

Qui, 12 de Novembro de 2009 19:15

O jornal israelense Haaretz publicou matéria em sua edição de ontem (11) informando que a companhia Rafael Advanced Defense Systems, especializada em mísseis, está negociando a compra de empresa brasileira, sem citar nomes. A operação estaria estimada em US$ 50 milhões e seria a primeira aquisição da Rafael na América Latina.

As negociações, que estariam em estágio bem avançado, estão sendo conduzidas por uma delegação sênior de representantes israelenses que, inclusive, estiveram na comitiva do presidente Shimon Peres, em visita ao Brasil esta semana. O jornal ainda cita que o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, apoiaria a operação desde que a empresa israelense estabelecesse linhas de produção de seus produtos no País.

Outra companhia israelense, a Elbit Systems, da área de eletrônica e aviônicos, já detém posição industrial no País. No início da década, a Elbit adquiriu a Aeroeletrônica, de Porto Alegre (RS), como contrapartida a sua contratação pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a modernização dos caças F-5.

Fonte: Revista Tecnologia & Defesa

Comentários: seria o "alvo" da Rafael alguma empresa com negócios também no setor espacial? É provável que sim. O blog tem conhecimento de ao menos cinco empresas brasileiras com negócios nos setores Aeroespacial e de Defesa que estão em busca de novos sócios. Destas, ao menos três tem algum envolvimento no campo espacial. Dado o teor da notícia, o perfil da empresa interessada na compra, e os movimentos dos últimos dias, o blog mentalmente chegou a um "shortlist" de duas empresas. A se confirmar. E uma vez confirmado, será interessante analisar as consequências para outra operação desenhada noutro continente (divagações...).

Curiosamente, segunda passada (09), no seminário sobre Política Espacial Brasileira promovida na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF) (mais, aqui), um oficial do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) presente na plateia endereçou questão aos presentes da mesa sobre suas opiniões acerca de compra de indústrias nacionais por parte de players estrangeiros.
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Repasse de recursos da AEB para CEA

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AEB autoriza repasse de R$ 1,5 milhão para implementação do Centro Espacial de Alcântara

A Agência Espacial Brasileira (AEB) publicou portaria, na edição de 11 de novembro do Diário Oficial, que autoriza o repasse de R$ 1,5 milhão para implementação do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão

A norma também aponta a Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento e a Diretoria de Planejamento, Orçamento e Gestão da agência como responsáveis pelo acompanhamento do processo de implementação do centro.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os russos estão chegando (no Brasil)

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A Roscomos, agência espacial da Rússia, terá a partir de 2010 dois representantes permanentes no Brasil, segundo informação recebida pelo blog de fonte bastante confiável. Os dois representantes ficarão alocados na embaixada do país, em Brasília (DF).

A decisão de alocar representantes no Brasil demonstra o interesse russo em ampliar o escopo da cooperação espacial com o País. Já há muitos anos, a Rússia coopera com o Programa VLS. O sistema inercial utilizado pelos três foguetes já construídos são de origem russa, e após o acidente do VLS-1 V03, em agosto de 2003, empresas daquele país foram contratadas para uma revisão técnica do lançador brasileiro.

A Rússia também tem colaborado fortemente para o desenvolvimento de tecnologia em propulsão líquida pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Ao menos outras duas áreas atraem a atenção russa: sistemas de posicionamento global (Glonass), e comunicações. As negociações visando a um possível envolvimento do Brasil com o programa Glonass estão relativamente avançadas, discutindo-se, inclusive, a possibilidade de fabricação, no País, de receptores terrestres (vejam a postagem "Glonass, Rússia e Brasil").

Indiretamente, a Rússia também tem envolvimento espacial com o Brasil por meio da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS): grande parte dos componentes e tecnologia adotadas pelo lançador ucraniano Cyclone 4 são oriundos do país vizinho.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os russos estão chegando (em Kourou!)

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A companhia europeia Arianespace divulgou uma nota no sábado passado (07) informando que os dois primeiros lançadores russos Soyuz destinados ao centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, já deixaram a cidade de São Petersburgo rumo ao seu destino. A previsão é que os dois foguetes, transportados pelo navio MN Colibri, também usado para transportar os lançadores Ariane 5, cheguem à Kourou dentro de duas semanas. O primeiro Soyuz deve ser lançado ao espaço em 2010.

“Com o Soyuz, ao qual brevemente se juntará o Vega, a Arianespace terá uma família completa de veículos lançadores, capacitando-nos a lançar qualquer carga útil, para qualquer órbita e em qualquer tempo”, destacou o presidente da empresa europeia, Jean-Yves Le Gall.

A versão mais atual do Soyuz, que será operada pelo centro sul-americano, é capaz de inserir em órbitas geoestacionárias satélites de pouco mais de 3 toneladas. Em órbita baixa e média, o lançador deverá atender adequadamente os mercados de satélites e constelações de observações terrestres, científicos e de navegação. A Arianespace já encomendou aos fabricantes russos 14 foguetes Soyuz, quase todos com lançamentos já contratados.

Para conhecerem mais sobre os novos lançadores da Arianespace, acessem a matéria (desatualizada em relação ao ano dos voos de estréia) “Arianespace terá dois novos lançadores em 2009”, disponibilizada no web-site da revista Tecnologia & Defesa em outubro de 2008.
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Novo diretor da AEB quase definido

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Segundo o blog apurou em Brasília (DF), já foi definido o nome do novo Diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira (AEB). O nome está há cerca de trinta dias na Casa Civil aguardando uma aprovação final.

De acordo com informações recebidas de fonte que acompanha o processo desde o seu início, o indicado é oficial da reserva da Aeronáutica, com passagem em institutos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP).

O indicado irá ocupar a diretoria antes comandada pelo Brig. Antonio Hugo Pereira Chaves, exonerado no início de setembro em razão de tensa discussão com o diretor-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral (saibam mais em "Exoneração do Brig. Chaves da AEB").
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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Detalhes sobre o projeto Sentinela

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De tempos em tempos, surgem na imprensa não-especializada notícias sobre o interesse do Ministério da Defesa em contar com uma rede de satélites para vigilância das fronteiras.

A edição nº 5 da revista Espaço Brasileiro, editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), revela mais alguns detalhes sobre a iniciativa, que já teria inclusive nome: Sentinela. As informações estão na resposta de uma das questões feitas na entrevista com Carlos Ganem, presidente da Agência. Ontem (09), o blog também teve a oportunidade de rapidamente conversar com Ganem sobre esse assunto, tendo colhido informações adicionais.

Abaixo, reproduzimos o trecho da entrevista do Ganem publicada na Espaço Brasileiro:

"O monitoramento de áreas terrestres é um ponto importante para que um país consiga soberania. A única forma de observarmos grandes áreas é por meio de satélites. O Brasil, juntamente com a China, já lançou três satélites de imageamento - os CBERS - e lançará outro, em breve. Há algum projeto para a construção de satélites de monitoramente com tecnologia essencialmente brasileira?

Em primeiro lugar, podemos citar a capacidade nacional de desenvolvimento de câmeras ópticas, como as que estão sendo concluídas para os satélites Amazônia e CBERS-3 e 4, pela empresa Opto, de São Carlos (SP). Devemos, ainda, considerar a conclusão da Plataforma Multimissão, que, com as câmeras, comporão satélites de observação inteiramente nacionais.

Em paralelo, a AEB anseia por um satélite de monitoramento e vigilância de suas fronteiras e, sobretudo, das regiões inóspitas onde existem dificuldades de termos bases militares. Esse satélite, o Sentinela, ainda em fase de concepção, seria resultante de tecnologia desenvolvida por empresas da região de São José dos Campos (SP). Ele tem uma característica extremamente funcional, é pequeno, leve e pode dar conta de resolver problemas imediatos no que concerne à segurança e ao monitoramento do nosso território."

Ontem, Ganem informou no seminário que o projeto Sentinela deve ser estruturado por meio de Parceria Público Privada – PPP (mais informações em "Parcerias Público-Privadas para o Setor Espacial"), e também envolverá ao menos duas indústrias brasileiras do polo de São José dos Campos (SP), com transferência de tecnologia, sem revelar os nomes. O presidente da AEB acrescentou que o projeto está no momento em análise no Ministério da Defesa e depois será encaminhado à Agência. Questionado sobre uma data para a sua formalização, informou o ano de 2011.

Com o objetivo de evitar qualquer confusão, Ganem fez questão de frisar que o Sentinela brasileiro não tem relação com o “Sentinel”, da Agência Espacial Europeia, embora ambos os projetos sejam de constelações de observação terrestre.

Participação francesa

A participação francesa no projeto é tida como líquida e certa. Inclusive, em nota divulgada pelo Itamaraty quando da visita de Nicolas Sarkozy ao Brasil em 6 e 7 de setembro desse ano, um dos itens mencionados implicitamente tratava do Sentinela: "O Brasil e a França também concordaram em intensificar o intercâmbio bilateral com vistas a analisar a viabilidade de uma futura cooperação na área de monitoramento das fronteiras terrestres e marítimas do Brasil."

O lance mais curioso do envolvimento francês, no entanto, é que pelo que se tem ouvido nos bastidores, uma das indústrias mais envolvidas com o Sentinela não estava sediada na França, mas sim em outro país europeu.

Opto Eletrônica: imageador de meio metro

No seminário de ontem em Brasília, Jarbas Castro Neto, presidente da Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), em dado momento de sua apresentação destacou que a empresa por ele presidida tem capacidade de construir sensores espaciais de imageamento com resolução de meio metro.

Não se sabe se a Opto está ou estará envolvida no projeto Sentinela, mas a informação dada, não provocada e voluntariamente colocada, chamou a atenção de alguns presentes.

Ainda que exista capacidade no País de desenvolver e construir sensores espaciais óticos de alta resolução, o fato é que a grande barreira para de desenvolver sofisticadas câmeras orbitais está no campo dos CCDs de aplicações espaciais, componente que tem poucos fabricantes mundiais.
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Discussões sobre Política Espacial no CAEAT

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Conselho da Câmara discute o Programa Espacial Brasileiro

André M. Mileski

O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (CAEAT) da Câmara dos Deputados promoveu ontem (09), em Brasília (DF), o seminário "Por uma Nova Política Espacial Brasileira: Realidade ou Ficção?", que contou com a participação de especialistas e autoridades do governo, indústria e academia. Com o objetivo de colher subsídios para a elaboração de estudo aprofundado sobre a política espacial brasileira, os especialistas debateram pontos críticos sobre as atividades espaciais do Brasil.

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, defendeu a alteração do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), atualmente em sua quarta revisão, de modo a buscar um trabalho conjunto das instituições envolvidas no programa para os diferentes projetos em andamento. "Não adianta eu ficar insistindo em um conjunto de projetos isolados que não fazem, pela soma dessas parcelas, uma só política nacional, integradora e virtuosa."

Ganem também destacou a intenção da AEB em firmar novos instrumentos de cooperação internacional, tendo mencionado a Coréia do Sul, país que visitou há alguns dias, e o interesse de um grupo europeu em estabelecer parceria para o desenvolvimento de nova versão do Veículo Lançador de Satélites (VLS).

Já na opinião do Deputado Federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), parlamentar muito engajado na área de Ciência e Tecnologia e também relator do estudo em preparação pelo conselho, a sociedade deve conhecer os benefícios trazidos pelos investimentos no setor espacial. "Quando a gente está falando de um grande programa de inclusão digital, nós precisamos do programa espacial, do acesso à comunicação de forma geral, da previsão de catástrofes climáticas ou de eventos extremos. Com isso, nós estamos evitando o sofrimento de milhares de famílias. Tem um impacto social muito grande", disse.

Especialistas também destacaram problemas crônicos que impedem o devido desenvolvimento do programa espacial local, como a falta de pessoal, arranjo institucional do programa, fluxo descontínuo de recursos financeiros e dificuldades burocráticas para a compra de equipamentos e componentes. O pesquisador Edmilson Costa Filho, doutor em Política Científica e Inovação Tecnológica pela Unicamp destacou a falta de foco do programa nacional, alertando sobre a necessidade de se definir políticas e objetivos estratégicos para o setor.

Participaram também o Major-Brigadeiro Ronaldo Salamone Nunes, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Jarbas Castro Neto, presidente da Opto Eletrônica, indústria localizada em São Carlos (SP), e Nivaldo Hinckel, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Ao término dos estudos e discussões promovidas pelo conselho, será elaborado um livro, previsto para ser concluído no início de 2010, com um diagnóstico, avaliações, orientações e sugestões ao Poder Executivo para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.

(Com informações da Rádio Câmara - Daniele Lessa)
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Política Espacial Brasileira na TV Câmara

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Programa Espacial é tema de debate na TV Câmara

09-11-2009

A TV Câmara realizou na manhã desta segunda-feira (9) o seminário “Por uma nova política espacial brasileira: realidade ou ficção”, com a participação do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem. O programa, promovido também pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, visava contextualizar o Programa Espacial Brasileiro, dando um panorama sobre seus avanços e necessidades, como por exemplo, recursos humanos e orçamentários, acordos internacionais, entre outros aspectos.

Ganem afirmou a necessidade de se manter o ritmo constante de investimentos, assegurando o crescimento e projetos em andamento, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS). “É importante garantir um patamar de recursos que gere resultados a longo prazo”, completou.

Já o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, declarou que o tema precisa ser melhor debatido na Câmara. “Estamos ampliando a sensibilidade do Congresso Nacional para a questão espacial, até pelo fato de o Conselho de Altos Estudos ter eleito esse tema como prioritário”, comentou.

Para o deputado, a sociedade brasileira precisa reconhecer a relevância estratégica do programa espacial. “Na área da previsão de catástrofes naturais, por exemplo, podemos evitar o sofrimento de milhões de pessoas com o monitoramento por satélites”.

O debate na TV Câmara foi conduzido pelo jornalista André Mileski, editor do blog Panorama Espacial, e ainda com a participação do Major-Brigadeiro-do-Ar Ronaldo Salamone Nunes, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do pró-reitor de pós-graduação da Unieuro e consultor do programa AEB Escola, Edmilson Costa Filho, do presidente da empresa Opto Eletrônica, Jarbas Castro Neto, e do líder do grupo de desenvolvimento de propulsores espaciais da Coordenadoria de Engenharia e Tecnologia Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Hinckel.

Fonte: AEB
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domingo, 8 de novembro de 2009

Encontro Empresarial Brasil - Itália

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Acontece no próximo dia 10, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista, o Encontro Empresarial Brasil - Itália, evento que contará com a presença de várias autoridades e industriais dos dois países. Duas empresas italianas com negócios na área espacial participarão de uma rodada de negócios relacionada ao seminário: a Progetti Speciali Italiani srl, e a Avio s.p.a.

A Progetti Speciali Italiani é uma pequena empresa atuante no campo espacial e da produção de equipamentos de alta tecnologia, em especial arquiteturas avançadas para micro e nanossatélites para aplicações duais. Seus principais clientes são a Agência Espacial Europeia (ESA), a Força Aérea Italiana e a Thales Alenia Space. Em sua visita ao Brasil, a empresa busca contatos com instituições governamentais, empresas e institutos de pesquisa do setor espacial, com competências nas áreas de células combustíveis, estruturas compósitas e sistemas.

O grupo Avio tem várias atividades no ramo de propulsão (espacial, civil e militar), serviços, aeronáutica, entre outras. Especificamente em propulsão espacial, a Avio desenvolveu alguns motores do lançador europeu Vega, da Arianespace. No início deste mês, o grupo conquistou contrato, no valor de 13 milhões de euros, para o desenvolvimento do sistema de propulsão líquida da plataforma SMALL-GEO, da alemã OHB Systems. Representantes da Avio desejam se encontrar com indústrias aeroespaciais brasileiras e com o Ministério da Defesa.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Início de campanha do VSB-30 na Suécia

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Campanha de Lançamento do VSB-30 V09 e V10 - TEXUS 46 e 47

06/11/2009

Teve início no dia 03 nov, no ESRANGE LAUNCH CENTER - Kiruna - Suécia a Campanha de Lançamento do VSB-30 V09 e V10 - TEXUS 46 e 47, que tem previsão de duração até o dia 23 nov 2009.

O primeiro lançamento (TEXUS 46) está previsto para o dia 13/11/09 e o segundo (TEXUS 47) para o dia 23/11/09.

O TEXUS 46 terá a participação, nos experimentos, da ESA, Kaiser (KT), SSC (Suécia), DLR e JAXA (Japonês). O segundo, TEXUS 47 somente a participação do DLR, Kaiser e SSC (Suécia).

Fonte: IAE/DCTA

Comentário: para ver fotos do VSB-30 em preparação no centro de lançamento de Esrange, acessem http://www.iae.cta.br/noticias/06112009_Campanha_LanCamento_VSB_30.php
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Seminário sobre Política Espacial Brasileira

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O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados promove na próxima segunda-feira, 9 de novembro, das 09h30 às 12h30, o seminário "Por uma Nova Política Espacial Brasileira: Realidade ou Ficção?", que contará com a presença de autoridades e especialistas sobre o Programa Espacial Brasileiro.

O seminário terá por objetivo avaliar as diretrizes da Política Espacial Brasileira, e abordará temas como a relevância do setor espacial para o País e reavaliação dos rumos e objetivos do Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE, e instrumentos e ferramentas necessárias à catalisação de programas e ações no âmbito da política espacial nacional.

O editor de blog, André M. Mileski, participará como mediador dos painéis. O seminário será transmitido pela TV Câmara.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Demanda crescente para comunicações via satélite

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Indústria de satélites prevê expansão da demanda


por Felipe Dreher
04/11/2009


Provedores enxergam demanda superando a oferta. Entidade de classe planeja documento para criação de uma política pública


Um dos principais ícones da corrida espacial continua em alta. Desde que o Sputnik entrou em órbita, em 1957, os satélites cumprem importante papel e vivem intimamente relacionados ao mercado de TI e telecom. Nos últimos 50 anos, a tecnologia evoluiu consideravelmente e aponta bons negócios para o futuro.


A indústria apresenta seus argumentos. A distribuição de conteúdo multicast e aplicativos consume mais banda, a tecnologia serve eficientemente como sistemas de contingência à infraestrutura terrestre e, graças à sua abrangência, satélites são alternativa para regiões onde ‘levar cabos" é muito complicado. Observando apenas esses três pontos, o Brasil mostra-se como um campo fértil.


As possibilidades da internet via satélite para inclusão digital, por exemplo, entusiasmam o governo, que encara a tecnologia como possibilidade mais viável para conectar pontos distantes ou desprovidos de infraestrutura de comunicação terrestre.


"Em um país de grandes dimensões, como o Brasil, tem áreas que só o satélite é a solução", comenta o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat), Luiz Otavio Prates, salientando que a tecnologia não quer competir com aparelhos celulares nos grandes centros urbanos.


A entidade prepara um documento sugerindo uma política pública para utilização de satélites em meio rural e/ou distante que será endereçado à Secretaria de Telecomunicações, do Ministério de Comunicações. "Até o final do ano, queremos ter alguma coisa concreta para levar para o Governo", projeta o executivo.


Esferas governamentais mostram interesse no tema. Em entrevista recente à Agência Brasil, o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela, reforçou a necessidade de ampliação da frota de satélites do país.


No final de 2008, a Empresa de Processamento de Dados do Estado do Amazonas (Prodam) contratou a Hughes para ajudar no projeto Amazonas Digital. A iniciativa usará satélite para levar internet a 61 municípios do estado. A medida prevê uma rede de comunicação conectada via satélite com Manaus e se desenrolará pelos próximos 36 meses.


Capacidade


"Apesar da crise, 2008 foi o melhor ano da Hughes no Brasil", afirma Rafael Guimarães, diretor de marketing fornecedora de serviços de comunicação via satélite. O executivo cita uma expansão na casa dos 30% da operação local no comparativo anual. Segundo ele, o mercado cresceu nas mesmas proporções.


Apesar de atender apenas cerca de 50 clientes, esse grupo representa grande demanda, requerendo muita capacidade de banda ou pontos a serem contectados. As principais oportunidades encontram-se nas verticais de varejo, finanças, telecom e educação, em projetos do governo.


Na visão de Guimarães, o mercado de satélite só não tem crescido mais devido a escassez momentânea de recursos espaciais. "A frota sobre o Brasil está muito tomada e alguns projetos pararam devido a um gargalo de capacidade satelital", analisa.


Isso significa que possíveis iniciativas, apontadas para um futuro próximo, podem não sair do papel. Na visão do executivo, há um "vale" de lançamentos programados para 2010, o que pode representar um risco para o futuro. "Se faltar isso, o mercado para", diz.


Eloi Stivalletti, diretor de marketing e vendas da Eutelsat do Brasil, empresa de origem francesa que comercializa capacidade de quatro satélites que cobrem o Brasil. A demanda tem crescido, puxada por projetos de inclusão digital do governo e para oferta de back haul 3G para operadoras de telecom. "A demanda cresce mais do que a oferta", diz.


Segundo Prates, do Sindisat, não há motivos para se preocupar. "O mercado pode passar de momento de maior ou menor oferta, mas isso é típico do meio satélite, que tem um investimento inicial rápido e alto e retorno ao longo de cerca de 15 anos", avalia o presidente.


Fonte: IT Web
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

AEB repassa recursos para o Amazônia-1

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AEB repassa R$ 14 milhões para INPE concluir satélite Amazônia-1

Luiz Queiroz
Convergência Digital - 03/11/2009

A Agência Espacial Brasileira (AEB) anunciou hoje (03) uma "complementação de descentralização orçamentária de R$ 14 milhões, para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) continuar com o projeto de desenvolvimento do satélite "Amazônia-1", previsto para ser lançado no próximo ano. A descentralização foi publicada na edição de hoje (03) do Diário Oficial da União.

Segundo informações do site Inovação Tecnológica , o novo satélite será o primeiro desenvolvido com tecnologia nacional e deverá levar a bordo duas câmeras, sendo a primeira também desenvolvida no Brasil, com resolução espacial de 40 m e capacidade de imageamento de uma faixa de 780 km.

"Já a câmera RALCam-3, fabricada na Inglaterra, produzirá imagens com resolução da superfície terrestre de cerca de 12 metros e com 110km de campo de visada. A tecnologia empregada nesta câmera é inédita em satélites brasileiros e permitirá a geração de imagens com maior definição, aptas, por exemplo, a monitorar o meio ambiente e prover a gestão de recursos naturais", informa o site especializado.

Fonte: web-site Convergência Digital

Comentário: o repasse de recursos da AEB para o INPE se deu por meio da Portaria nº 191, de 30 de outubro de 2009. Para lê-la, cliquem aqui.
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Resenha do livro sobre o Programa CBERS

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Em 10 de outubro, mencionamos no blog o lançamento de “Brasil – China - 20 anos de Cooperação Espacial: CBERS – O Satélite da Parceria Estratégica”, livro oficial sobre o programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, sigla em inglês), e também dissemos que faríamos uma pequena resenha, apresentada a seguir.

A obra, de alta qualidade gráfica e em versão bilíngüe (português, inglês) é assinada por Fabíola de Oliveira, jornalista científica já experimentada no tema, e autora do livro "O Brasil chega ao espaço", sobre o primeiro satélite construído no País, o SCD-1 (o blog também irá resenhar esta obra em breve).

A obra está dividida em quatro capítulos principais, além da apresentação (feita pelo ministro Sérgio Resende), prefácio (do ministro Celso Amorim), impressões e momentos da história: “O Início da Cooperação”; “As Dificuldades e a Superação”; “O Lançamento do Primeiro Satélite”; e “A Consolidação do Programa”.

1. “O Início da Cooperação”

No primeiro capítulo do livro, é apresentado breve histórico sobre o surgimento das atividades espaciais no Brasil, com a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE) em agosto de 1961, e também sobre os acordos de cooperação científica firmados com o governo chinês, e que acabaram culminando no Programa CBERS, resumidos abaixo.

Em março de 1982, foi assinado um acordo de cooperação científica e tecnológica com a China, documento ajustado em maio de 1984, quando se passou a constar expressamente a área espacial como uma das áreas de interesse. Em dezembro de 1984, houve uma primeira aproximação para se discutir a cooperação específica em espaço, com uma visita de delegação brasileira à Beijing.

Em 1986, após reuniões iniciais entre representantes dos órgãos espaciais dos dois países, já estava estabelecida a intenção de se levar adiante um programa de desenvolvimento de satélites de observação terrestre. Em fevereiro de 1987, uma primeira visita técnica brasileira é enviada à China, ocasião em que representantes chineses apresentam aos brasileiros o projeto de um satélite de observação de recursos terrestres. O projeto então passa a ser discutido, tendo sido produzido um primeiro relatório de trabalho entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a CAST definindo as linhas mestras do projeto, em março de 1988. Nesse mesmo ano, em julho, o projeto foi oficializado com a assinatura do "Protocolo sobre Aprovação de Pesquisa e Produção de Satélite de Recursos da Terra, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China".

2. “As Dificuldades e a Superação”

Em agosto de 1988, um grupo de engenheiros e técnicos do INPE foi enviado à China para uma temporada de quase dois meses de início dos trabalhos técnicos. Fabíola de Oliveira relata as primeiras dificuldades, como o idioma e procedimentos. O idioma oficial escolhido foi o inglês, o que não foi fácil para os chineses, que tinham dificuldades com a língua.

Os procedimentos de trabalho da parte chinesa também surpreenderam os brasileiros. Toda a documentação era preparada em chinês e não seguiam os padrões internacionais, do Ocidente, aos quais os brasileiros estavam familiarizados (os engenheiros brasileiros participantes do início do projeto em sua maioria haviam estudado fora do País, onde fizeram mestrado ou doutorado, tendo, portanto, facilidade com a língua inglesa e também conhecimento dos padrões internacionais adotados pela NASA e ESA).

Uma “dificuldade” não relatada no livro, mas que o editor do blog já ouviu em rodas de conversas do pessoal envolvido no programa foi a comida, bastante diferente do padrão brasileiro. Qualquer dia, postaremos aqui a história das “small snakes”...

No início, o programa avançava relativamente bem, sem problemas de orçamento ou natureza política, mas já em 1989 começaram a surgir maiores dificuldades, como políticas e econômicas, e como consequência, desmotivação do pessoal envolvido. Mudanças na direção do INPE e no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) afetaram sensivelmente o programa, situação que só passou a melhorar após o afastamento do presidente Fernando Collor, a partir do segundo semestre de 1992.

Do lado chinês, a truculenta ação contra as manifestações na Praça da Paz Celestial em 1989 foi um momento difícil. O Brasil se opôs às ações de força, mas não rompeu qualquer acordo com a China, o que fortaleceu a posição brasileira de parceiro confiável, contribuindo para a continuidade do projeto, apesar dos atrasos. Roberto Abdenur, na época embaixador do Brasil na China, revela no livro que, por duas vezes, os chineses expressaram intenção de afastar o Brasil do programa, em razão dos atrasos e de seus problemas internos.

A retomada do CBERS ocorreu de fato em 1993, quando da assinatura de protocolo tratando de pontos como os recursos para lançamento do primeiro satélite, integração e testes do segundo satélite da série no Brasil, controle em órbita compartilhado, entre outros.

3. “O Lançamento do Primeiro Satélite”

Em 1993, também foram assinados protocolos adicionais relacionados ao programa: um tratando do lançamento de microssatélite científico brasileiro como carga extra (“piggyback”) junto com o CBERS 1, e outro com escopo de ampliação da cooperação bilateral em matéria de espaço em itens como comunicações, lançamento de satélites, microgravidade, ciências atmosféricas e astrofísica, entre outros. Como escreveu Fabíola de Oliveira, “O tempo veio demonstrar que o programa de cooperação não seria tão abrangente como se imaginava naquele momento.”

Os dois países analisaram a viabilidade de desenvolver em conjunto um satélite de comunicações, mais complexo que o CBERS, tendo ocorrido viagens para a discussão da iniciativa, que não vingou por dificuldades políticas e econômicas.

No penúltimo capítulo, é mencionada a falência da Esca, indústria brasileira contratada para fornecer vários componentes para o CBERS, fato ocorrido no primeiro semestre de 1995. Este fato resultou em novos atrasos no programa.

O livro tem uma marcante frase de Roberto Abdenur, que estava na comitiva brasileira que assistiu ao lançamento do primeiro satélite da série, em 14 de outubro de 1999: “Nós, diplomatas, não vemos com freqüência a materialização de nosso trabalho diplomático. Assistir ao lançamento do satélite CBERS-1 foi uma das emoções mais fortes de minha vida.”

4. “A Consolidação do Programa”

O último capítulo do livro trata de história mais recente e, portanto, mais conhecida sobre o Programa CBERS: o protocolo complementar para a construção dos CBERS 3 e 4; lançamento do CBERS 2; acordo para a construção do CBERS 2B; distribuição gratuita de imagens; lançamento do CBERS 2; entre outros acontecimentos.

Nesse capítulo, é também mencionada a expectativa de continuidade do programa após os satélites da segunda série. Inclusive, Chen Duqing, Embaixador da República Popular da China no Brasil, em depoimento publicado no livro, diz (destaque do blog): “Com o forte apoio dos Governos e dignatários dos dois Países, a cooperação em torno do CBERS tem alcançado constantes avanços. Até o momento, já foram lançados três satélites (CBERS 1, 2 e 2b) para a órbita da Terra. Os trabalhos referentes à pesquisa e fabricação dos CBERS 3 e 4 estão sendo felizmente levados a efeito. E os CBERS 5 e 6 vão ser colocados na agenda.”

Algumas críticas

É louvável a iniciativa de publicar livros sobre projetos do Programa Espacial Brasileiro, e a qualidade da obra assinada por Fabíola de Oliveira é inquestionável. Isso não nos impede, porém, de fazer algumas críticas.

A bibliografia consultada é quase que unicamente oficial, como instrumentos diplomáticos e atas de reuniões do comitê conjunto. Existem hoje no Brasil estudos de grande qualidade sobre o CBERS, inclusive acadêmicos (da UNICAMP, o blog se recorda de ao menos três), que não foram consultados. Assim, o livro não pode ser considerado independente, o que é até lógico por ter sido patrocinado pelo MCT, AEB e INPE.

Alguns pontos críticos do programa não foram abordados, ou se foram, de forma muito superficial. Mencione-se, por exemplo, a questão das restrições dos EUA à importação de componentes para os satélites (legislação ITAR), o acordo de compensação industrial fechado (e não cumprido devidamente) pela parte chinesa, as dificuldades da indústria brasileira em cumprir alguns contratos, entre outros.
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Venesat-1 completa um ano

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O presidente venezuelano Hugo Chávez celebrou na última quinta-feira, 29 de outubro, o primeiro aniversário do satélite geoestacionário de comunicações Venesat-1, comprado pelo governo da Venezuela junto a um fabricante chinês.

Durante a cerimônia, Chávez confirmou a operacionalidade do satélite, negando rumores de que o artefato estaria com problemas (vejam também a postagem "Venesat-1: 100% operacional"). Desde o seu lançamento, cerca de 1.500 receptores do satélites foram instalados no país sul-americano, a maioria deles em escolas, e outros 16 mil devem ser instalados no país dentro dos próximos 5 anos.

O satélite venezuelano, também conhecido como Simón Bolivar 1, foi construído pela companhia China Great Wall Industry Corporation, num pacote estimado em 420 milhões de dólares, incluindo o segmento espacial, treinamento, transferência de tecnologia, infraestrutura de solo e lançamento.

Com o Venesat-1, a Venezuela se tornou o quarto país latino-americano a ter satélites próprios, depois do Brasil, Argentina e México.
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