quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Qualificação das redes elétricas do SARA suborbital

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IAE e Mectron iniciam qualificação das redes elétricas do SARA Suborbital

29/12/2010

A empresa Mectron, em conjunto com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), iniciou, em dezembro, os ensaios de qualificação dos equipamentos das redes elétricas do SARA Suborbital, sendo concluídos, até o momento, todos os ensaios de vibração dos diversos computadores da rede de controle.

O trabalho foi realizado pelos funcionários da empresa no shaker da Subdivisão de Ensaios Ambientais da Divisão de Integração e Ensaios do IAE (AIE) e acompanhados pela equipe de ensaios ambientais da AIE.

Após cada tipo de ensaio realizado (sempre nos três eixos do veículo), os equipamentos foram testados quanto a sua funcionalidade. Os ensaios de vibração destinam-se a garantir que os equipamentos desenvolvidos suportem o ambiente dinâmico em voo do veículo VS-40/SARA Suborbital.

Até o presente momento, já foram iniciados os ensaios em câmara térmica que serão concluídos em janeiro. Em seguida, serão realizados os ensaios relativos à interferência eletromagnética.

Após a Rede de Controle, o IAE e a Mectron darão início a qualificação dos equipamentos das demais redes elétricas.

Fonte: IAE/DCTA, com edição do blog.
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Blog Panorama Espacial em Kourou

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Hoje (29), tive a oportunidade de acompanhar a partir de Kourou, na Guiana Francesa, o 41º lançamento bem sucedido do foguete europeu Ariane 5, da Arianespace, levando a bordo dois satélites de comunicações: o espanhol Hispasat 1E, e o KOREASAT 6, da Coréia do Sul. A previsão era de que a decolagem ocorresse ontem, mas a operação acabou sendo adiada em razão de ventos de alta altitude muito fortes.

Foi o primeiro lançamento que assisti (veja o vídeo oficial aqui), e creio que não poderia ter sido melhor. Gravados na memória ficarão a contagem final ("... trois, deux, un [...] décollage"), a imagem da ignição e decolagem, o som dos propulsores, e os cumprimentos do operador e clientes após a confirmação do sucesso. Ao longo dos três últimos dias, pude comprovar a dedicação, profissionalismo e competência de todo o time da Arianespace envolvido na missão, razões pelas quais a empresa lidera indiscutivelmente o mercado.

Visitei ainda as principais instalações do centro espacial, como as salas de controle e as plataformas do Soyuz e Vega, entre outras. Ao longo dos próximos dias, publicarei algumas notas e reportagens preparadas durante a viagem, inclusive o conteúdo de uma entrevista feita com Jean-Yves Le Gall, presidente da Arianespace, que gentilmente me recebeu hoje pela manhã. Dentre os tópicos abordados, o mercado de lançamentos, relacionamentos no Brasil e América do Sul, Alcântara, competidores, China e etc.

Com o sucesso desta noite, a Arianespace colocou em órbita este ano 12 satélites geoestacionários de comunicações de um total de 19 lançados desde o início de 2010, o que representa um market-share de mais de 60%. Em seu discurso ao final da operação, Le Gall agradeceu especialmente ao time operacional da companhia: "Sua flexibilidade, reação, confiabilidade e disponibilidade - e acima de tudo - a paixão que trouxeram nos permitiram cumprir com os nossos compromissos." "Vocês trabalharam com perseverança e determinação em atender nossos objetivos, e mostraram mais uma vez porque vocês são o melhor time operacional no mundo", completou. Foi a primeira vez na história da Arianespace que o lançamento ocorre entre o Natal e o Ano Novo.

Meus agradecimentos a todo o time da Arianespace pela oportunidade, em especial aos seus representantes no Brasil.
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tupã: o novo supercomputador do INPE

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Superprevisão do tempo? Pergunte ao Tupã

29/12/2010

Por Elton Alisson, de Cachoeira Paulista (SP)


Agência FAPESP – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) inaugurou terça-feira (28/12), no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP), o supercomputador Tupã.

Com o nome do deus do trovão na mitologia tupi-guarani, o sistema computacional é o terceiro maior do mundo em previsão operacional de tempo e clima sazonal e o oitavo em previsão de mudanças climáticas.

Não apenas isso. De acordo com a mais recente relação do Top 500 da Supercomputação, que lista os sistemas mais rápidos do mundo, divulgada em novembro, o Tupã ocupa a 29ª posição. Essa é a mais alta colocação já alcançada por uma máquina instalada no Brasil.

Ao custo de R$ 50 milhões, dos quais R$ 15 milhões foram financiados pela FAPESP e R$ 35 milhões pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o sistema foi fabricado pela Cray, em Wisconsin, nos Estados Unidos.

O Tupã é capaz de realizar 205 operações de cálculos por segundo e processar em 1 minuto um conjunto de dados que um computador convencional demoraria mais de uma semana.

Com vida útil de seis anos, o equipamento permitirá ao Inpe gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo.

A máquina também possibilitará melhorar as previsões ambientais e da qualidade do ar, gerando prognósticos de maior resolução – de 15 quilômetros – com até seis dias de antecedência, e prever com antecedência de pelo menos dois dias eventos climáticos extremos, como as chuvas intensas que abateram as cidades de Angra dos Reis (RJ) e São Luiz do Paraitinga (SP) no início de 2010.

“Com o novo computador, conseguiremos rodar modelos meteorológicos mais sofisticados, que possibilitarão melhorar o nível de detalhamento das previsões climáticas no país”, disse Marcelo Enrique Seluchi, chefe de supercomputação do Inpe e coodernador substituto do CPTEC, à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, no início de janeiro de 2011 começarão a ser rodados no supercomputador, em nível de teste, os primeiros modelos meteorológicos para previsão de tempo e de mudanças climáticas. E até o fim de 2011 será possível ter os primeiros resultados sobre os impactos das mudanças climáticas no Brasil com dados que não são levados em conta nos modelos internacionais.

Modelo climático brasileiro

De acordo com Gilberto Câmara, diretor do Inpe, o supercomputador foi o primeiro equipamento comprado pela instituição de pesquisa que dispensou a necessidade de financiamento estrangeiro.

“Todos os outros três supercomputadores do Inpe contaram com financiamento estrangeiro, que acaba custando mais caro para o Brasil. O financiamento da FAPESP e do MCT nos permitiu realizar esse investimento sem termos que contar com recursos estrangeiros”, afirmou.

O supercomputador será utilizado, além do Inpe, por outros grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climática (Rede Clima) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.

Em seu discurso na inauguração, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, destacou a importância do supercomputador para o avanço das pesquisas realizadas no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, que foi concebido para durar pelo menos dez anos, e para a criação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global (MBSCG).

O modelo incorporará os elementos do sistema terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação e ciclos biogeoquímicos, entre outros), suas interações e de que modo está sendo perturbado por ações antropogênicas, como, por exemplo, emissões de gases de efeito estudo, mudanças na vegetação e urbanização.

A construção do novo modelo envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições. E se constitui em um projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes em países em desenvolvimento.

“Não tínhamos, no Brasil, a capacidade de criar um modelo climático global do ponto de vista brasileiro. Hoje, a FAPESP está financiando um grande programa de pesquisa para o desenvolvimento de um modelo climático brasileiro”, disse Brito Cruz.

Na avaliação dele, o supercomputador representará um avanço na pesquisa brasileira em previsão de tempo e mudanças climáticas globais, que são duas questões estratégicas para o país.

Impossibilitado de participar do evento, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, gravou um vídeo, exibido na solenidade de inauguração do supercomputador, em que declarou o orgulho da instalação no Brasil do maior supercomputador do hemisfério Sul.

“Com esse supercomputador, o Brasil dá mais um passo para cumprir as metas de monitoramento do clima assumidas internacionalmente e entra no seleto grupo de países capazes de gerar cenários climáticos futuros”, disse.

Mais informações: www.inpe.br

Fonte: Agência FAPESP
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Documentário sobre o Programa Espacial Argentino

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Dica do leitor Ildefonso. Está disponível na internet um documentário sobre as atividades espaciais da Argentina. Com cerca de 25 minutos de duração, aborda desde o início do programa espacial do país vizinho, na década de sessenta, até a missão do satélite de meio-ambiente SAC-C, lançado ao espaço em novembro de 2000. Por ter sido produzido no final de 2007, o programa não aborda projetos como o dos satélites SAC-D/Aquarius, SAOCOM e Arsat, mais recentes.

O documentário destaca o projeto do míssil Condor II, desenvolvido na década de oitenta pelos argentinos em conjunto com empresas alemãs e com financiamento egípcio, e que em dado momento foi tocado como uma iniciativa dual, isto é, para fins militares e também civis (como lançador espacial). Devido a pressões internacionais, o Condor II foi cancelado no início da década de noventa, e como uma espécia de compensação, o governo norte-americano deu início a projetos conjuntos, como o do satélite SAC-C. Iniciativas estas que não envolviam transferência de tecnologia, como bem aponta Conrado Varotto, diretor da CONAE, a agência espacial argentina, mas sim o conceito de sociedades, com divisão dos investimentos em projetos de satélites.

Uma curiosidade mencionada no programa é que a Argentina chegou a realizar missões suborbitais com animais, no caso, ratos, a bordo de pequenos foguetes.

Para fazer o download do vídeo (165 MB), clique aqui.
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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Jornal do Commercio: "A ressurreição de Alcântara"

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Em 22 de novembro de 2003, o programa espacial brasileiro sofreu um golpe trágico. A explosão de um foguete lançador de satélites na Base de Alcântara, no Maranhão, matou 21 técnicos e engenheiros que se encontravam na torre de lançamento. Enquanto a Aeronáutica creditou o acidente a “problemas de ignição”, comissão da Câmara dos Deputados apontou a falta de investimentos em segurança como a principal causa da tragédia. O governo federal prometeu punir os responsáveis, mas arquivou o caso, assim como o Ministério Público Militar.

No último dia 12, um foguete de médio porte, de tecnologia nacional, foi lançado com sucesso da base. Com autonomia para 250 quilômetros de voo e capacidade de 400 quilos, o VSB-30 percorreu 100 quilômetros de altitude e realizou dez experimentos em ambiente de microgravidade. Após menos de duas horas de testes, a carga caiu no mar para ser resgatada. Os resultados serão analisados pelas instituições que enviaram os experimentos. O foguete foi desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em parceria com a agência espacial alemã. Cada unidade custa R$ 300 mil. Em 2007, a carga de um VSB-30 foi completamente perdida ao sair de Alcântara. Após quase dois anos fechada, a base retomou as atividades em maio de 2009, com um foguete de treinamento, sem carga útil, que permaneceu no ar durante cinco minutos. Por isso, o êxito do evento no dia 12 foi considerado como importante passo para o nosso programa espacial.

No ano que vem, graças à parceria firmada com a Ucrânia, deve partir de Alcântara o primeiro foguete para lançamento de satélites. Mas a previsão para a colocação em órbita de um satélite genuinamente nacional é para daqui a apenas quatro anos. Testes devem ser feitos neste sentido em 2012 e 2013, com versões aprimoradas do mesmo tipo de lançador que provocou a tragédia em 2003. Espera-se que os procedimentos de segurança sejam reforçados, para evitar a perda de vidas caras ao desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico brasileiro. Uma nova torre de integração foi erguida, ao custo de R$ 43 milhões. Aliás, o alto custo do projeto em parceria com a Ucrânia tem recebido críticas, como acontece em todos os países com programas espaciais. O capital brasileiro será de R$ 519 milhões, que é o preço da plataforma para o foguete ucraniano Cyclone-4. A Ucrânia deverá aportar valor semelhante. O projeto prevê a realização de quatro a seis lançamentos por ano.

Outras áreas para lançamentos estão sendo procuradas no País, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pará e Amapá, sem esquecer o Maranhão. Os locais precisam estar próximos à Linha do Equador, onde a velocidade de rotação do planeta ajuda a impulsionar os foguetes e reduz o gasto de combustível em até 30%. O Brasil está decidido a entrar no lucrativo mercado de lançamento comercial de satélites, que movimenta cerca de US$ 2 bilhões anualmente. Trata-se ainda de um mercado restrito, que efetua algumas dezenas de lançamentos a cada ano, sobretudo pelos Estados Unidos e pela Rússia. O problema é o custo. A média orçamentária de todo o programa espacial brasileiro desde 2005 é inferior a R$ 300 milhões. Parcerias público-privadas e acordos internacionais são opções consideradas pelo governo federal para a viabilização do sonho de se tornar o primeiro país latino-americano com tecnologia de lançamento de foguetes e satélites.

A expansão da base no Maranhão, apesar de tida como vital para as pretensões do programa espacial, está comprometida pela disputa territorial com comunidades quilombolas (descendentes de escravos). Em 2008, um terço da área da base foi destinada pela Justiça às famílias remanescentes de quilombos. O Ministério da Defesa possui um projeto para dobrar o tamanho da Base de Alcântara, relocando os quilombolas e oferecendo compensações na forma de empregos e serviços de educação e saúde para as famílias. Um acordo com a população residente seria a melhor saída, possibilitando o desenvolvimento nacional, mas compartilhando os benefícios sociais e econômicos de Alcântara com a comunidade.

Fonte: Jornal do Commercio, 24/12/2010, via clipping NOTIMP, da Força Aérea Brasileira.
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mensagem de Final de Ano

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O blog Panorama Espacial deseja aos seus leitores, amigos e colaboradores os mais sinceros votos de Feliz Natal e um 2011 repleto de realizações, na expectativa de que os próximos anos sejam sempre melhores.

Aproveitamos para agradecer a todos os leitores e colaboradores pelo interesse, participação e reconhecimento. Este ano foi particularmente especial para o blog e para a Tecnologia & Defesa pelas oportunidades e novas amizades. Esperamos seguir no mesmo caminho em 2011.

André M. Mileski
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Programa Espacial Brasileiro: da teoria à prática

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André M. Mileski

Nos últimos meses, várias iniciativas relacionadas ao Programa Espacial Brasileiro tomaram ou começaram a tomar forma. Após mais de um ano de atividades, em novembro, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, em trabalho relatado pelo deputado federal e senador eleito Rodrigo Rollemberg, divulgou um amplo estudo com uma avaliação e orientações relacionadas à Política Espacial Brasileira. Já em dezembro, a Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), de São José dos Campos (SP) deve divulgar um documento elaborado por associados e especialistas com a sua visão para o setor.

Paralelamente a esses esforços, em ação coordenada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, trabalha-se na reestruturação do programa, possivelmente com a criação de um novo modelo para o setor, provavelmente aproveitando-se de várias das sugestões feitas nos estudos da Câmara dos Deputados e AAB. Tirar da teoria e colocar na prática todas essas sugestões de forma a realmente engrenar o Programa Espacial Brasileiro, no entanto, logicamente, demandará recursos. Uma vez se tratar de programa de Estado, o orçamento governamental continuará a ser a principal fonte de recursos, mas não deve ser a única. Alternativas e novas fontes de recursos precisam ser desenvolvidas.

Em termos de criatividade na obtenção de investimentos, um caso interessante de ser analisado é o da Argentina. Se por um lado, o país não se encontra em seu melhor momento no reequipamento e modernização de suas Forças Armadas, por outro, seu programa espacial pode ser considerado como o mais avançado da América do Sul, ao menos em matéria de tecnologia de satélites. Nos próximos anos, os argentinos devem colocar em órbita satélites radares e geoestacionários de comunicações, desenvolvidos e construídos localmente, tecnologias até então sem precedentes no continente.

Grande parte desse sucesso se deve à criatividade portenha em obter recursos para seus projetos espaciais, através de acordos de cooperação internacional e busca de financiamentos junto a organismos multilaterais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF), para o projeto SAOCOM, de observação terrestre, e Arsat, de comunicações, respectivamente. No caso dos acordos internacionais, merece destaque o caso do satélite científico e de observação SAC-D/Aquarius, que deve ser lançado ao espaço em 2011. A missão conta com forte envolvimento da NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, que arca com os custos do principal instrumento a bordo, e também com o lançamento. Curiosamente, o Brasil é também um dos “patrocinadores” do avanço vizinho, já que há anos, sem qualquer ônus, satélites argentinos são testados no Laboratório de Integração e Testes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/INPE), em São José dos Campos.

Há tempos as entidades espaciais brasileiras buscam, até agora sem sucesso, recursos para o projeto do primeiro satélite radar do País, particularmente com o Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com a função primária de monitorar a floresta amazônica, diuturnamente e independente de cobertura de nuvens, o financiamento da missão radar por fundo dedicado à Amazônia seria até lógico, mas as autoridades espaciais têm falhado em alcançar sucesso nessa empreitada.

O Brasil tem, certamente, o que aprender, não apenas com a Argentina, mas também com muitos outros países no que tange à obtenção de recursos para o programa espacial. Nossos atrasos e insucessos nesse campo não podem ser simplesmente escusados com o argumento da falta de recursos orçamentários. Devemos buscar soluções, desenvolver mecanismos e outras formas de viabilização de projetos, aproveitando-se de parcerias internacionais, do poder de compra governamental, de um maior envolvimento da iniciativa privada e mesmo de recursos estatais, como os fundos setoriais.

Num momento em que se discute seriamente uma verdadeira reestruturação do Programa Espacial Brasileiro, associada ao relevante papel outorgado ao setor pela Estratégia Nacional de Defesa, as questões sobre alternativas de viabilização de projetos espaciais precisam ser devidamente analisadas e desenvolvidas. Ainda que relevantes, apontamentos sobre o significado e a importância de um programa espacial para a sociedade não são suficientes para viabilizá-lo. É preciso pensar em formas de tirá-lo da teoria e colocá-lo efetivamente na prática.

N. da R.: André M. Mileski é advogado, membro do conselho deliberativo da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) e editor adjunto de Tecnologia & Defesa.

Créditos: artigo publicado na edição nº 123 da revista Tecnologia & Defesa.
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domingo, 19 de dezembro de 2010

"Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro"

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AAB divulga documento sobre visão para o Programa Espacial Brasileiro

A Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) divulgou no último dia 16, em São José dos Campos (SP), o documento intitulado "A Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro", em cerimônia que contou com dezenas de associados, convidados, representantes de indústrias e de órgãos do governo.

O documento, preparado por membros da Associação e por mais de 30 consultores que atuam no Programa Espacial Brasileiro, aborda aspectos de um programa espacial adequado à grandeza territorial e econômica do País, com foco na geração de benefícios para a sociedade brasileira, e nos interesses políticos e do Estado. A visão está dividida em cinco tópicos principais: Missões Espaciais, Acesso ao Espaço, Recursos, Política Industrial e Organização Industrial.

Com a divulgação do documento, elaborado ao longo de 2010, a AAB espera contribuir para uma necessária reestruturação e até reformulação do Programa Espacial Brasileiro, questão que vem sendo discutida na Câmara dos Deputados e no Poder Executivo (Secretaria de Assuntos Estratégicos e Agência Espacial Brasileira).

"O momento é muito propício para fazermos uma reavaliação do programa brasileiro, e extremamente importante para a proposição de mudanças que resultem em melhores resultados e maiores benefícios para a sociedade brasileira. Com isso, o programa ganharia mais visibilidade, maior importância e, enfim, reconhecimento por parte daqueles que dele estariam se beneficiando no futuro, o Brasil e os brasileiros", afirma Paulo Moraes, presidente da AAB.

O estudo está disponível em www.aeroespacial.org.br [arquivo PDF de 19 MB]

Sobre a AAB

Fundada em 2004 e com sede em São José dos Campos, a AAB tem por objetivo incentivar o desenvolvimento das atividades aeroespaciais brasileiras, contando entre seus membros com profissionais do setor espacial e aeronáutico. Desde a sua criação, tem promovido iniciativas relacionadas à discussão e a promoção do Programa Espacial Brasileiro.

Fonte: AAB

Comentário: André M. Mileski, editor do blog Panorama Espacial, contribuiu com o estudo no tópico "Recursos orçamentários" (páginas 42 a 49).
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sábado, 18 de dezembro de 2010

Tecnologia & Defesa nº 123

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Já está nas bancas, em todo o Brasil, a edição nº 123 da revista Tecnologia & Defesa. O mais recente número traz várias reportagens, dentre as quais merecem destaque:

- Operação militar Outubro Negro

- Euronaval 2010

- Panorama sobre mísseis ar-ar na América do Sul

- Monitoramento marítimo - As credenciais da Cassidian

- Voando com o VF-1

A edição conta também com um bom conteúdo sobre espaço. Há uma matéria com um perfil industrial da Optovac, empresa atuante no setor ótico; um artigo de opinião sobre o Programa Espacial Brasileiro; entrevista com Laurent Mourre, diretor da Thales International no Brasil; e "três perguntas a Marzio Laurenti", presidente da Telespazio Brasil.
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Ganem: "Brasil precisa de mais satélites de comunicação"

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Brasil precisa de mais satélites de comunicação, afirma presidente da agência espacial

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Brasil precisa ter, pelo menos, mais quatro satélites de comunicação e transmissão de dados. O diagnóstico foi feito pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, que participou hoje (17) do seminário 2011 - Novas Tecnologias e Cenário Futuro, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“O Brasil está sem satélite ótico desde abril de 2010, quando apagou o Cbers-2B, que é um satélite da família sino-brasileira para a observação da terra. O Brasil também espera ter, finalmente, o seu satélite radar, que permite ver o país mesmo em dias de densas nuvens e em locais com árvores gigantescas, como a Amazônia”, disse Ganem.

Os satélites geoestacionários, que ficam parados sobre um ponto fixo do planeta, também são considerados uma necessidade, tanto para os serviços de meteorologia quanto para dar segurança às comunicações diplomáticas e militares.

Apesar de reconhecer que o Brasil tem deficiências no segmento das comunicações via satélite, o presidente da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telecom), Roberto Aroso, acredita que, para os próximos grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o país não deverá enfrentar nenhum tipo de sobrecarga. “São várias empresas que fornecem serviços de telecomunicações por satélite e essas empresas estão preparadas. Temos uma série de expansões prevista para o próximo ano que compensarão a deficiência atual”, disse Aroso.

O presidente da Telecom apontou como um dos mais graves problemas do setor a alta carga tributária que incide sobre os serviços de telecomunicações, dificultando a atração de investimentos. O estado recordista é, justamente, o Rio de Janeiro, que chega a taxar os serviços do setor em 50%. Para Aroso, o ideal seria uma carga tributária em torno de 5%.

Edição: Vinicius Doria - 17/12/2010

Fonte: Agência Brasil
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Estudo da AAB no Valor Econômico

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Estudo sugere órgão espacial único

Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos

17/12/2010

A Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), entidade que reúne empresas e especialistas que atuam no desenvolvimento de ciência e tecnologia aeroespacial, lançou ontem à noite, em São José dos Campos, o documento "A visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro".

Com 74 páginas, o documento, que foi elaborado por 50 especialistas, sendo 35 consultores da iniciativa privada e das principais instituições de pesquisa espacial do país, ressalta a necessidade de um programa espacial mais adequado à grandeza territorial e econômica do país e sugere medidas de curto prazo, que devem ser tomadas para que o país possa avançar nessa área.

A associação propõe, entre outras coisas, a fusão da Agência Espacial Brasileira (AEB) e dos órgãos do setor (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, e o Instituto de Aeronáutica e Espaço, o IAE) em uma única agência. Na nova estrutura, a agência faria a condução da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais. Para isso, a AAB recomenda que a agência tenha uma posição supraministerial que, segundo os autores do documento, facilitaria a coordenação e a integração das atividades espaciais e permitiria uma atuação mais ampla.

"A AEB hoje controla o orçamento do programa espacial, mas não tem autoridade dentro do organograma do setor. Hoje, o nosso programa está sem foco, é um conjunto de atividades desconexas, sem metas claras e sem horizonte", afirma o presidente da AAB, Paulo Moraes. O relatório da AAB foi dividido em cinco tópicos: missão, meios de acesso ao espaço, recursos materiais, humanos e financeiros , política industrial e institucionalidade.

Segundo ele, o documento não tem o intuito de criticar nenhum projeto específico. "Nosso trabalho tem o objetivo de se tornar mais uma contribuição para o setor e gostaríamos que ela fosse considerada dentro do processo de discussão e reavaliação do Programa Nacional das Atividades Espaciais, em curso no âmbito da Agência Espacial Brasileira.

Iniciativa similar foi feita também no dia 30 pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, que lançou um estudo sobre a "Política Espacial Brasileira". O estudo faz um diagnóstico do setor no Brasil e propõe medidas de estímulo à pesquisa e à produção espacial no país.

Uma questão crucial que deve ser resolvida no curto prazo, segundo o presidente AAB, está relacionada à perda de recursos humanos do programa espacial brasileiro, que vem se agravando com a elevação da faixa etária dos servidores. "Para a fixação desses profissionais deve ser implantado, num prazo de cinco anos, um plano de carreira, com metas para ascensão tangíveis e política salarial atrativa e perene", conclui o documento da AAB.

A continuidade e a ampliação do programa espacial, na visão da AAB, depende ainda de fatores como o acréscimo de recursos financeiros e também um envolvimento mais efetivo da indústria nacional. "Nos últimos 30 anos, os recursos orçamentários foram concentrados na infraestrutura e pouco foi destinado para o desenvolvimento e capacitação da indústria brasileira."

As restrições orçamentárias também são apontadas pelo estudo da AAB como grande obstáculo ao avanço do programa espacial no Brasil. A Associação aponta como alternativas para os investimentos no programa os fundos setoriais, como o CT Espacial e o Funtel, subvenções econômicas, financiamentos externos, parcerias público-privadas, acordos de compensação para compras no exterior, além da comercialização de serviços e produtos gerados pelos centros de pesquisa do setor.

Fonte: Jornal Valor Econômico

Comentário: em breve, o documento preparado pela AAB será disponibilizado no website da Associação.
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Cenic fará estrutura mecânica do Lattes-1

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A exemplo do satélite Amazônia-1 (ver aqui), a empresa Cenic Engenharia, de São José dos Campos (SP), fará também uma estrutura mecânica para o Lattes-1, no caso, do módulo de serviço. Novamente, a empresa "bateu" a proposta da Fibraforte, por ter sido considerada a mais vantajosa.

A Cenic Engenharia, aliás, tem conseguido bons contratos nos últimos dias. Além dos contratos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a empresa foi selecionada pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) para várias atividades relacionadas a lançadores e foguetes de sondagem, em negócios que superam R$ 4 milhões.
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Modelo de qualificação do SARA é entregue

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CENIC entrega modelo de qualificação do SARA

16/12/2010

A Cenic Engenharia entregou, no mês de dezembro, o Modelo de Qualificação Mecânica do Sara Suborbital. A entrega ocorreu na sede da empresa no bairro Chácaras Reunidas em cumprimento do contrato com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA).

Após uma apresentação da empresa, as comissões receberam os volumes de documentação correspondentes à etapa cumprida e puderam vistoriar o Modelo de Qualificação.

A principal estrela da apresentação foi o Modelo do Subsistema de Recuperação (para ver fotos, clique aqui). Composto de um conjunto de paraquedas divididos em aba piloto, paraquedas de arrasto e dois paraquedas principais, o Modelo ainda conteve o container para abrigar os paraquedas durante o voo e um Bloco de Separação que comanda a abertura. Este subsistema envolve uma inovação tecnológica do projeto, pois não é acionado por sistemas pirotécnicos.

Os ensaios de qualificação do Subsistema de Recuperação ocorrerão no Prédio de Integração de Lançadores (PIL) do IAE após o término dos ensaios de separação do VLS-1. O Modelo de Qualificação entregue nesta etapa será utilizado durante estes ensaios, sendo que a sequencia de abertura dos paraquedas será repetida várias vezes para se chegar à qualificação do subsistema. Todo o processo será filmado com câmeras de alta velocidade.

Fonte: IAE/DCTA
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Análise dos experimentos da Maracati II

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Primeiros resultados com os experimentos da Operação Maracati II serão divulgados em três meses

16-12-2010

Desde que o Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB), foi criado já foram realizados três voos. Porém, a primeira vez em que a carga útil foi recuperada foi na Operação Maracati II, finalizada dia 12 de dezembro, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Algumas partes da carga útil do VSB-30, como o módulo cinco, a caixa em que voou o experimento que fez análise de expressão genética e proteica de plantas em condições de microgravidade e o forno multiusuário, desenvolvido pelo Laboratório de Materiais (LAS), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), denominado Formu_S, foram trazidos para a AEB para serem expostos aos servidores da instituição.

No início de 2011, as peças serão devolvidas ao Instituto de Aeronáutica e Espaço para que eles as analisem e chequem se tudo correu da maneira prevista durante o voo do VSB-30. Os experimentos que voaram também serão analisados pelos pesquisadores e os primeiros resultados devem surgir em três meses.

“A recuperação da carga útil é de extrema importância porque quase todos os pesquisadores dependem das amostras para realizarem análises dos resultados dos experimentos”, explica Alessandra Brandão, coordenadora do Programa Microgravidade.

Como grande parte dos experimentos são de instituições de ensino que entram de férias na época do Natal, as amostras obtidas serão guardadas e os estudos só deverão começar em fevereiro. Kátia Scortecci, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), guardará suas amostras de cana de açúcar em temperatura de -80º C e começará as análises em fevereiro, quando as atividades na universidade retornarem.

Segundo relatos dos pesquisadores, os resultados obtidos com o voo podem gerar até três anos de publicações em revistas científicas. Alguns dos projetos que voaram, como o “GPS para Aplicações Aeroespaciais (GPS-AE)”, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), podem gerar novas tecnologias para o Programa Espacial Brasileiro, já que o Brasil ainda não possui um receptor GPS qualificado para ser usado em foguetes e satélites.
É importante lembrar que poucos países no mundo têm acesso ao ambiente de microgravidade. “Isso faz com que os resultados sejam ainda mais importantes para avanços científicos e tecnológicos”, afirma Alessandra.

VSB- 30 – O VSB-30 é um foguete de sondagem brasileiro. Ele possui dois estágios, mede aproximadamente 12,6 metros e utiliza propelente sólido. Para experimentos em ambiente de microgravidade, o VSB-30 permite que a carga útil permaneça cerca de seis minutos acima da altitude de 110 km, sem resistência atmosférica, sem acelerações dos propulsores e em queda livre. Ele é o primeiro produto espacial fabricado no país certificado, em 6 de agosto de 2009. O VSB-30 já foi lançado sete vezes na Europa. Este foi o terceiro lançamento do foguete no Brasil. Todos os lançamentos do VSB-30 foram bem sucedidos e a Alemanha encomendou mais foguetes para apoiarem o programa de microgravidade deles.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vídeo da Operação Maracati II

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O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) disponibilizou um vídeo da Operação Maracati II, que envolveu o lançamento bem sucedido de um foguete VSB-30 no último domingo, 12 de dezembro.

O vídeo é bem interessante, tem duração de 5 minutos e 40 segundos e mostra desde os testes, integração e lançamento, até a recuperação da carga útil no mar. Para acessá-lo, em arquivo wmv (Windows Media Player), clique aqui.
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Mais resultados de concorrências do Amazônia-1

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Dando seguimento aos anúncios de resultados de concorrências relacionadas ao satélite Amazônia-1, promovidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (ver a postagem de ontem "Interfaces OBDH do Amazônia-1"), a edição de hoje (16) do Diário Oficial da União traz mais alguns resultados.

A Cenic, de São José dos Campos (SP), bateu a proposta da Fibraforte para fornecer a estrutura mecânica do módulo de carga útil (câmeras) do Amazônia-1. A antena de banda X do subsistema AWDT (transmissor de dados da câmera AWFI) do Amazônia-1 será fabricada pela Omnisys Engenharia, do grupo francês Thales, de São Bernardo do Campo (SP).

Quanto ao sensor de estrelas, objeto de concorrência internacional, a francesa EADS SODERN apresentou a melhor proposta, derrotando a italiana Selex Galileo, do grupo Finmeccanica.
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ARSAT-2: cargas úteis da Thales Alenia Space

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A companhia europeia Thales Alenia Space anunciou hoje (15) que assinou com a Empresa Argentina de Soluciones Satelitales S.A. (ARSAT) um contrato para o fornecimento das cargas úteis (transpônderes de comunicações) do segundo satélite de comunicações do país, o ARSAT-2, parte do Sistema Satelital Geoestacionario Argentino de Telecomunicaciones (SSGAT).

O contrato se segue ao assinado em setembro de 2009, relacionado ao ARSAT-1, indicando o sucesso da cooperação entre a operadora e a prime-contractor dos satélites, a companhia estatal argentina INVAP, com a Thales Alenia Space, afirmou o grupo em nota.

O ARSAT-2, que contará com transpônderes em banda C e Ku, deve ser colocado em órbita, na posição 81º Oeste, em 2013. Com massa no lançamento de 3 toneladas, sua vida útil é estimada em 15 anos.

"Nós estamos felizes com esta grande oportunidade de aprofundar a relação estratégica com a ARSAT e continuar a cooperação industrial com a fabricante argentina de satélites INVAP, iniciada com o ARSAT-1", afirmou Reynald Seznec, presidente da Thales Alenia Space. "Estamos cientes da importância do programa ARSAT-2 para aumentar a participação de mercado da ARSAT e nos esforçaremos para oferecer as melhores e mais seguras soluções técnicas e programáticas", completou.
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Interfaces OBDH do Amazônia-1

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Na edição de hoje (15) do Diário Oficial da União, foi publicado o resultado da concorrência internacional promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para o fornecimento de uma unidade de interfaces OBDH (On-Board Data Handling) do satélite Amazônia-1, baseado na Plataforma Multimissão (PMM). As duas propostas apresentadas, da espanhola Computadoras Redes e Ingenieria S.A.U (EADS Astrium Crisa), e da Aitech Systems foram classificadas, mas a última foi a escolhida por ser a mais vantajosa - leia-se, menor preço.

A Aitech Systems, de Israel, é especializada no desenvolvimento e fabricação de subsistemas para os mercados de defesa, aeroespacial e espaço.

Para os próximos dias ou semanas, são aguardados novos anúncios sobre as ganhadoras das licitações dos últimos componentes do Amazônia-1, para assinatura de contratos possivelmente até o final deste ano.
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Contrato do satélite TKSat-1, da Bolívia, é assinado

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A China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) e a agência espacial da Bolívia assinaram hoje (14) o contrato para a construção do satélite geoestacionário de comunicações Tupac Katari, agora denominado TKSat-1, após um longo período de negociações.

O TKSat-1 será baseado na plataforma DHF-4, contará com 30 transpônderes e terá vida útil estimada de 15 anos. Será lançado por um foguete Longa Marcha 3B/E, a partir do centro espacial de Xichang, na China. A previsão é que o satélite seja entregue em órbita no prazo de até 33 meses.

Este é o sexto contrato para o fornecimento de satélite de comunicações assinado pela CGWIC com clientes internacionais. Segundo a nota divulgada pela empresa chinesa, o "projeto abre uma nova página na cooperação sino-boliviana em cooperação aeroespacial de alta tecnologia". O projeto, cujo valor deve atingir cerca de 400 milhões de dólares (segmentos orbital, terrestre, treinamento, lançamento e seguro) será financiado pelo China Development Bank, equivalente chinês do BNDES brasileiro.
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SAC-D: testes concluídos no LIT/INPE

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Concluídos testes do satélite SAC-D. Atividades no INPE seguiram protocolos da NASA

14/12/2010

O Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/INPE), em São José dos Campos (SP), concluiu no dia 10 de dezembro os ensaios de simulação das condições em órbita que enfrentará, quando lançado, o satélite argentino SAC-D.

O último teste foi realizado na câmara vácuo-térmica de grandes dimensões do LIT e teve a duração de 18 dias ininterruptos. Ele consumiu meses de preparação e envolveu aproximadamente uma centena de profissionais. Antes dele foram realizados diversos outros ensaios ambientais e de medidas do satélite.

Além de experimentos científicos argentinos, franceses e italianos, o SAC-D, Satélite de Aplicações Científicas, leva a bordo o instrumento Aquarius, equipamento inovador para monitorar a salinidade oceânica desenvolvido pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA. Para a realização dos testes no Brasil, o LIT/INPE aperfeiçoou procedimentos para adequação aos exigentes protocolos da agência espacial americana.

Segundo Petrônio Noronha de Souza, chefe do LIT/INPE, tais procedimentos, que incluíram regras de segurança, foram auditados e aprovados por representantes da própria NASA. “É valiosa a oportunidade de nossos técnicos atuarem ao lado de equipes do mais alto nível. Aumentamos nossa capacitação e reconhecimento internacional”.

O LIT/INPE é o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas. Ter condições de oferecer a “matriz completa de testes espaciais” foi decisivo para o Brasil ser escolhido para testar o satélite que a Argentina desenvolveu com a cooperação dos Estados Unidos.

O satélite chegou ao LIT/INPE no final de junho e deve deixar o laboratório, para o lançamento nos Estados Unidos, em março de 2011. Das atividades participam mais de duas centenas de técnicos e cientistas dos países envolvidos no desenvolvimento e na qualificação do satélite.

No total, foram realizados testes de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, vibração, vibro-acústico, choque de separação, vácuo-térmico, além das medidas de propriedades de massa do satélite. A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço.

A realização dos testes no Brasil é resultado de acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), da Argentina. Trata-se da terceira operação com um satélite argentino no LIT/INPE, por onde já passaram os satélites SAC-B e C.

Fonte: INPE
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Cooperação Brasil - França

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Inpe fomenta relação franco-brasileira na área espacial

14-12-2010

A Coordenação dos Centros Regionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu no dia 10 de dezembro importante visita a Toulouse, na França, em mais um esforço para intensificar a cooperação franco-brasileira na área espacial.

O instituto busca entendimento para um intercâmbio de formação de pessoas, através de cursos de mestrado, doutorado e especialização vinculados a universidades ou à indústria francesas, para equipes que estão trabalhando no desenvolvimento do programa de coleta de dados no Inpe Nordeste.

Com a implantação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados no Centro Regional do Nordeste, em Natal, o objetivo agora é investir na formação dos profissionais, trazendo especialistas para dar treinamento nesta área de conhecimento, que os franceses dominam.

Durante a viagem à França, a delegação brasileira visitou o IAS (Instituto da Aeronáutica e do Espaço), reuniu-se com representantes da indústria nacional e foi recebida no CLS (Centro de Controle de Satélites), ligado ao CNES – Centro Nacional de Estudos Espaciais da França.

Integraram a comitiva Fátima Mattiello, coordenadora substituta dos Centros Regionais do INPE, Manoel Jozeane Mafra de Carvalho, chefe do Inpe Nordeste, e Marcos Aurélio Ferreira dos Santos, responsável em Natal pelo Sinda (Sistema Nacional de Dados Ambientais).

Fonte: INPE

Comentário: o Sistema de Coleta de Dados (SCD) brasileiro foi baseado no sistema ARGOS, desenvolvido pela França (CNES) em parceria com os Estados Unidos (NASA e NOAA).
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Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro? - Parte III

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou ontem (13) a informação de que assinou um convênio com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) em 4 de novembro para a realização de estudo de levantamento de informações visando à reestruturação do Programa Espacial Brasileiro (PEB).

O convênio "terá o objetivo propor uma nova modelagem institucional, organizacional, jurídica, regulatória, financeira e econômica para o setor espacial brasileiro. O estudo a ser elaborado por especialistas da área, contará com instruções práticas para sua implantação. Outro objetivo da parceria acordada, será a avaliação das ações desenvolvidas e dos resultados alcançados pelos órgãos setoriais executores dos projetos do Programa Nacional das Atividades Espaciais (Pnae), nos últimos dez anos."

Na nota divulgada pela AEB, um aspecto muito interessante, talvez até inédito, seja o reconhecimento oficial expresso da defasagem do modelo atual de gestão. Reproduzimos abaixo dois parágrafos:

"O PEB, desde sua criação, já obteve diversos êxitos, como a criação dos vários institutos que auxiliam o desenvolvimento do Programa Espacial. Contudo, ele também sofreu diversas mudanças. A primeira grande mudança surgiu com a criação da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae), subordinada à época diretamente à presidência da República. Em 1994, essa entidade foi substituída pela AEB.

O modelo atual de gestão, entretanto, está defasado e não corresponde mais a realidade brasileira. A falta de governança, órgãos que possuem um duplo comando, os recursos aplicados no programa não correspondendo aos resultados apresentados, acabam por debilitar a atual forma de condução do PEB. Tais medidas, inclusive, têm provocado uma flagrante incapacidade de administração e de conquistas em ações fundamentais que necessitam ser colocadas em prática."

O movimento da AEB é mais um passo em direção a uma reconfiguração do programa, alterando-se o modelo hoje em vigor, processo este que parece ter entrado num caminho sem volta. De fato, o próprio título desta postagem não deveria mais estar em forma interrogativa, mas sim afirmativa. O que antes se comentava nos bastidores, no campo das possibilidades, hoje já é tido como certo.

Em 9 de novembro, divulgamos no blog as primeiras informações sobre a possível reestruturação do PEB, coordenada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência da República ("Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro?"). Cerca de duas semanas depois, em 23 de novembro, uma ampla reportagem sobre o mesmo tema foi publicada no jornal Valor Econômico (ver "Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro? - Parte II"). Paralelamente, a Câmara dos Deputados finalizava o seu estudo diagnóstico sobre o PEB, apresentado oficialmente no final de novembro.

Na próxima quinta-feira, 16 de dezembro, será a vez da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), de São José dos Campos (SP), apresentar a sua contribuição ao processo em curso. A AAB lançará o documento "A Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro".
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Cooperação Brasil - Japão: balões estratosféricos

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Observatório estratosférico

14/12/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançará, em Cachoeira Paulista (SP), o Fair Infrared Telescope Experiment (Fite), balão estratosférico que será usado para observar o universo em comprimentos de onda de infravermelho distante. O lançamento está previsto para até o dia 20 de dezembro.

O novo experimento foi desenvolvido por grupos das universidades de Osaka e Nagoya (Japão), liderado por Hiroshi Shibai, e foi financiado pela Sociedade Japonesa para o Desenvolvimento da Ciência, com participação da Agência Espacial Japonesa (Jaxa). O lançamento será feito com apoio da Coordenação de Estudos Espaciais e Atmosféricos do Inpe.

De acordo com José Williams Vilas Boas, pesquisador da Divisão de Astrofísica do Inpe, o primeiro voo será um teste para validar a tecnologia. “O experimento pode ser visto como um protótipo, em teste de validação, para um satélite a ser lançado no futuro. E lançamentos de balões desse porte permitem aprimorar técnicas de lançamento de balões estratosféricos que poderão ter várias aplicações em astronomia e astrofísica”, disse à Agência FAPESP .

O balão deverá alcançar altitude de 37 a 40 quilômetros e transportará cerca de 2 toneladas, incluindo a gôndola e equipamentos que serão utilizados para observar o Universo em comprimentos de onda entre 150 e 250 mícrons, com capacidade de identificar objetos muito pequenos cujas dimensões angulares são da ordem de segundos de arco.

“Observações na região de infravermelho distante continuam sendo muito importantes para as pesquisas astronômicas contemporâneas, particularmente para o estudo da distribuição de gás e poeira em nossa galáxia, de formação de estrelas e de sistemas planetários, bem como para o sensoriamente remoto da alta atmosfera terrestre”, disse.

Nessa primeira fase de lançamento do Fite, o planeta Netuno foi selecionado como alvo principal, por ser brilhante na banda infravermelha e por ter vários segundos de arco de tamanho, tornando-se assim um alvo muito bom para avaliar o sistema. Também poderão ser observadas uma estrela em estágio avançado de evolução e uma protoestrela embebida em um casulo de gás e poeira.

Segundo Vilas Boas, com o lançamento do observatório espacial Hershel, da Agência Espacial Europeia, em 2009, a resolução espacial dos instrumentos embarcados operando no infravermelho distante chegou a aproximadamente 9 segundos de arco.

“Mas não houve um grande progresso até agora no sentido de explorar detalhes de objetos de dimensões angulares muito pequenas ou detalhes da estrutura dos corpos celestes mais extensos”, disse.

O Fite será lançado no Setor de Lançamento de Balões (SLB) do Inpe, em Cachoeira Paulista. Mas a depender de fatores como tempestades, velocidade dos ventos em grandes altitudes ou a necessidades de ajustes técnicos, o teste poderá ser adiado para o início de março. “Não podemos correr o risco de lançar com incertezas”, disse Vilas Boas.

Fonte: Agência FAPESP, 14/12/2010.
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domingo, 12 de dezembro de 2010

Operação Maracati II: VSB-30 lançado com sucesso

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Foguete VSB-30 é lançado com sucesso no CLA

12/12/2010

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) informa que foi realizado com sucesso o lançamento do foguete VSB-30 V07, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), neste domingo, dia 12 de dezembro, ocorrido às 12horas e 35 min horário local e às 13horas e 35 min horário de Brasília, atingindo um apogeu de 242 km, alcance de 145 km e tempo total de voo em torno de 18 minutos, conforme a trajetória prevista. As estações de telemetria rastrearam o foguete durante todo o voo

O foguete VSB-30 levou ao espaço a carga útil MICROG1A contendo dez experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras para experimentos em ambiente de microgravidade, concluindo, assim, a missão intitulada Operação Maracati II. A carga útil foi resgatada no mar pelas equipes da Força Aérea Brasileira e da Marinha do Brasil.

Fonte: IAE/DCTA, editado pelo blog.

Lançado com sucesso o foguete VSB-30

12/12/2010

Foi finalizada com sucesso a Operação Maracati II, hoje (12/12), com a recuperação da carga útil MICROG 1A, do foguete VSB-30 V07, lançado às 12:35h local (13:35HBV), no Centro de Lançamento de Alcântara.

O primeiro foguete lançado durante a Operação Maracati II foi um Orion V03, no dia 6 de dezembro. Seu objetivo foi alcançado, já que todos os sistemas de lançamento e rastreio, a cargo do CLA, funcionaram perfeitamente.

Os equipamentos de telemetria trazidos da Alemanha pela agência espacial alemã, e instalados para acompanhar a trajetória do foguete em redundância com os equipamentos brasileiros, confirmou o excelente desempenho do centro.

Essa primeira etapa cumprida permitiu o lançamento do VSB-30 V07. Após mais uma semana de intensos trabalhos de todas as equipes envolvidas, no início da tarde de hoje, o VSB-30, transportando experimentos de diversos centros de pesquisa e universidades, rasgou os céus de Alcântara, atingindo 241,9km em seu apogeu.

Mais uma vez, o desempenho das estações de radar e telemetria do CLA foi perfeito, obtendo todos os dados de voo do VSB-30, sempre com a redundância da Estação de Telemetria Móvel da agência espacial alemã, instalada no Sítio de Radares da Raposa. Também acompanhou a trajetória do foguete, a Estação de Telemetria do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (Natal/RN), obtendo informações de mais de seis minutos do voo.

A carga útil foi recuperada após 16 minutos de voo, quando caiu, sustentada por pára quedas, a 140km da costa.

A tripulação de uma aeronave de patrulha P-95 da Força Aérea Brasileira (FAB) localizou a carga útil, que foi recuperada por um helicóptero H-60L Black Hawk, que a transportou içada até a base avançada, localizada na Ilha de Santana. Já em solo, a carga útil foi acondicionada em caixa de transporte para ser levada com segurança para o Centro de Lançamento de Alcântara, onde os cientistas e pesquisadores responsáveis pelos projetos de pesquisa vibravam pelo sucesso total da operação.

A Operação Maracati II, iniciada no dia 16 de novembro, contou com a estrutura operacional do CLA, todo seu efetivo, e 183 envolvidos de diversas unidades da FAB. Ainda estiveram presentes na operação o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a agência espacial alemã Deutsche Zentrum für Luft- und Raumfahrt (DLR).

Os experimentos escolhidos pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para esta operação foram dois do Centro Universitário FEI, de São Bernardo do campo, dois da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dois da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), um do INPE e um de escolas da rede de ensino público de São José dos Campos, que faz parte de um projeto de iniciação científica.

Fonte: Agência Força Aérea
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Operação Maracati II: cronologia simulada

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Cronologia simulada da Operação Maracati II será realizada amanhã no CLA

10-12-2010

Será realizado neste sábado (11), às 9h, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA, no Maranhão, a cronologia simulada do lançamento do foguete VSB-30. A simulação faz parte da Operação Maracati II e tem como objetivo o treinamento da equipe e a análise do tempo previsto para a operação.

De acordo com o coordenador geral da operação, coronel Eudy Carvalhaes, a cronologia simulada do VSB-30 demorará cerca de seis horas. Todos os equipamentos necessários para a operação serão testados e o tempo de cada ação cronometrado. A primeira tentativa de lançamento do VSB-30 será realizada no domingo. No entanto, detalhes técnicos, condições de velocidade e direção dos ventos e outras condições meteorológicas, tanto no local de lançamento como no de resgate da carga útil, podem alterar essa data. Em princípio, o lançamento tem até o dia 15 deste mês para ser realizado.

O VSB-30 é utilizado pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB) que tem o objetivo de viabilizar experimentos nacionais em ambiente de microgravidade (com valores de acelerações não-gravitacionais próximos de zero). Sua carga útil terá experimentos embarcados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos (SP).

Participam da operação organizações do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), destacando-se o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que é responsável pela fabricação e montagem do foguete e da parte da carga útil, da integração do veículo ao lançador e por algumas atividades relacionadas com a carga útil e meios elétricos de solo; o CLA que realiza o lançamento e é responsável pelo rastreio do veículo e pela coleta de dados de voo (radar e telemetria); o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), situado em Natal (RN), que como estação remota também rastreia e coleta dados do voo na fase de microgravidade. Outras organizações da Aeronáutica também apóiam a operação, sobretudo no que se refere a transportes e ao resgate da carga útil. A Agência Espacial Alemã (DLR, sigla em alemão), desenvolveu o conjunto de carga útil inicial e neste voo é responsável, principalmente, pelo módulo de serviço e pelo sistema de recuperação, além de uma Estação Móvel de Telemetria que funcionará como redundância às Estações de Telemetria do CLA e CLBI.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cooperação Brasil - África do Sul: dados CBERS

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Assinado memorando para recepção de dados CBERS na África do Sul

09-12-2010

Nesta quinta-feira (9/12), em Joanesburgo, durante o lançamento da Agência Espacial Sul-Africana (Sansa, na sigla em inglês), foi assinado o memorando de entendimento entre África do Sul, China e Brasil que permitirá a recepção naquele país das imagens do satélite sino-brasileiro Cbers-3, que deve ser colocado em órbita no final de 2011.

A iniciativa de proporcionar a países em desenvolvimento os benefícios do uso de dados de satélites começou a tomar forma em 2007, quando Brasil e China lançaram o programa “Cbers for Africa”. Desde então, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável no Brasil pelo Programa Cbers, tem firmado cooperações para instalar infraestrutura de recepção de dados de satélites em todo o continente africano.

O memorando agora assinado é destinado à recepção e distribuição na África do Sul e beneficiará também Angola, Botsuana, Lesoto, Moçambique, Suazilândia, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.

As informações geradas por satélites, como dados de desmatamento, de áreas agrícolas e sobre o crescimento de áreas urbanas, são essenciais para construir um planeta sustentável. “Além dos dados de satélite, o Brasil, através do Inpe, está comprometido em compartilhar seus softwares livres para processamento de imagens e, também, a experiência e tecnologia na observação da Terra com outras nações em desenvolvimento”, afirmou Jose Teixeira da Matta Bacellar, do Inpe, no lançamento da Sansa.

Fonte: INPE
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

5ª edição da AAB Revista

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A quinta edição (julho - setembro) da AAB Revista, editada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), já está disponível no website da entidade.

O número traz três breves artigos com temáticas espaciais: Centro de Rastreio e Controle de Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Atividade em Aerotermodinâmica e Hipersônica no Instituto de Estudos Avançados (IEAv/DCTA); e o satélite argentino SAC-D/Aquarius em testes no LIT/INPE.

Para acessar a nova edição (em arquivo PDF), clique aqui.
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Cooperação Brasil - África do Sul

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Esta semana, deve ser oficialmente lançada a Agência Espacial Nacional da África do Sul (SANSA, sigla em inglês), segundo reportagem do website especializado DefenceWeb ("Pandor to launch the South African National Space Agency"). O novo órgão será o responsável pela condução das atividades espaciais do país africano, inclusive acordos de cooperação internacional. O Brasil é um dos países eventualmente citados para iniciativas conjuntas para o setor.

De acordo com o Defenceweb, a SANSA deve assinar acordos de cooperação com a agência espacial da Argélia em matéria de tecnologia e ciência espacial, e também um memorando de entendimentos com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outro instituto chinês para a recepção e distribuição na África do Sul e sul do continente africano de imagens do satélite sino-brasileiro de observação CBERS 3, previsto para ser colocado em órbita no final de 2011.

Em abril, os governos do Brasil, Índia e África do Sul, grupo denominado pela sigla IBSA (India, Brazil and South Africa, em inglês) anunciaram a intenção de construir conjuntamente alguns satélites. O primeiro projeto, já em discussão, é para um microssatélite de aplicações científicas. Á África do Sul, caberá o desenvolvimento da plataforma e seus subsistemas, e ao Brasil, às cargas úteis, desenvolvidas pela área de Ciência Espacial do INPE. O objetivo é tê-lo em órbita em 2013.

No escopo da cooperação espacial entre os três países, um segundo satélite, de sensoriamento remoto, está também sendo considerado.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Foguete Orion V03 é lançado com sucesso

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Foguete Orion V03 é lançado no CLA

06/12/2010

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) informa que foi realizado com sucesso o lançamento do foguete Orion V03 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), nesta segunda-feira, dia 06 de dezembro, ocorrido às 15 horas e 19 min, atingindo um apogeu de 103,9 km, alcance de 73,6 km e tempo de voo de 316,9 segundos, conforme a trajetória prevista. As estações de telemetria rastrearam o foguete durante todo o voo. O foguete Orion V03, de porte menor que o VSB-30, está sendo utilizado para os testes preliminares da Operação Maracati II.

Na Operação Maracati II, o foguete VSB-30 será lançado com a carga útil Micro G1A, da Agência Espacial Alemã, levando ao espaço dez experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras. O lançamento do VSB-30 deverá ocorrer entre os dias 11 e 15 de dezembro.

Os testes realizados com o veículo Orion V03 permitiram o trabalho de apronto do campo e de verificação da comunicação entre as estações e as diversas facilidades para a Operação Maracati II.

A equipe do IAE começou a trabalhar na montagem do foguete, juntamente com a equipe do DLR (Agência Espacial Alemã), no dia 22 de novembro, sendo o propulsor e a carga útil do foguete as primeiras partes a serem montadas.

Após preparo do propulsor do Orion V03 e sua montagem completa, realizados no dia 24, as medições foram iniciadas no CLA e o lançamento realizado nesta segunda-feira.

Fonte: IAE/DCTA

Comentário: o lançamento do Orion V03, desenvolvido pelo Brasil em parceria com a Alemanha, cumpre a primeira etapa da Operação Maracati II, em curso no CLA. Além deste voo, está previsto para meados deste mês o lançamento de um foguete VSB-30 com a carga útil MicroG1A, com experimentos de nove universidades e instituições de pesquisa brasileiras, dentro do Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB).
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Livro do astronauta brasileiro, Marcos Pontes

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O astronauta brasileiro Marcos César Pontes lança esta semana o seu primeiro livro, intitulado “É POSSÍVEL! Como Transformar seus Sonhos em Realidade”.

O evento de lançamento será em 10 de dezembro, na capital paulista, das 19h00 às 21h00, na Livraria Cultura (Avenida Paulista, 2073 - Conjunto Nacional) e contará também com uma palestra sobre desenvolvimento pessoal seguida de sessão de autógrafos.

Em e-mail, Pontes destacou o conteúdo e objetivos do livro:

"O conteúdo envolve autoconhecimento, comportamento, preparação pessoal, relacionamento, liderança, estratégias de carreira e outros temas de grande interesse para o desenvolvimento pessoal e profissional.

O livro é uma combinação completa de técnicas comprovadas de autoajuda com a metodologia de gerenciamento de projetos. Ele foi projetado para ser, ao mesmo tempo, motivador e prático, inspirando comportamentos de sucesso e apresentando procedimentos claros que dizem o que fazer, quando fazer e como fazer em todas as fases do projeto de vida do leitor."
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Política Espacial Brasileira: caderno já está disponível

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O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados já disponibilizou em seu website o caderno sobre "Política Espacial Brasileira", lançado em 30 de novembro (veja a postagem "Lançamento do caderno "Política Espacial Brasileira"").

Para baixar os dois volumes, clique aqui.
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PEMAER: Plano Estratégico Militar da Aeronáutica

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O Comando da Aeronáutica disponibilizou em seu website o Plano Estratégico Militar da Aeronáutica - PEMAER 2010-2031, documento de 120 páginas que detalhe o seu plano estratégico, em todos os campos, desde projetos e perspectivas estratégicas, para os próximos vinte anos.

Um dos aspectos considerados é a Ciência & Tecnologia da FAB, atividade majoritariamente exercida pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP). A FAB, aliás, espera ampliar sua capacitação nessa área. O DCTA desenvolve vários projetos e iniciativas no campo espacial, particularmente nas áreas de veículos lançadores e foguetes de sondagem, e também em satélites (SARA e Itasat, por exemplo).

Chamam atenção as menções a aplicações de satélites, especialmente em comunicações para fins de comando e controle, e para o controle de tráfego aéreo. A FAB espera, por exemplo, ter "auto-suficiência em sistemas de comunicações por satélite". O documento destaca: "A implantação da capacidade de comando e controle em todo o território nacional, ou mesmo fora dele, demandará meios satelitais e equipamentos móveis ou transportáveis de telecomunicações, além da concepção, da atualização e da manutenção de redes específicas que possam atender às necessidades operacionais, logísticas e administrativas do Comando da Aeronáutica."

Quanto ao controle de tráfego aéreo, está escrito: "A rede de telecomunicações que deverá atender a sistemas CNS/ATM estará baseada em satélites e estações terrenas capazes de transmitir grande quantidade de dados em alta velocidade, exigindo reformulações estruturais e conceituais das atuais redes de telecomunicações em operação."

Interessante observar que o Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB) teve suas primeiras discussões, no início da década, tendo por pressuposto que a função principal seria atuar no sistema de controle de tráfego aéreo (CNS/ATM). Hoje, fala-se em comunicações estratégicas como missão principal, e também em meteorologia. Mas a necessidade de uma solução satelital para CNS/ATM continua a existir, como é indicado no plano da Aeronáutica.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Política Espacial Brasileira: press release da AEB

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Caderno sobre a Política Espacial Brasileira é lançado na Câmara

02-12-2010

A cerimônia de lançamento do sétimo Caderno de Altos Estudos intitulado “A Política Espacial Brasileira”, foi realizada na terça feira, 30 de novembro, no Salão nobre da Câmara dos Deputados. Estiveram presentes no evento representando a Agência Espacial Brasileira o presidente Carlos Ganem e o diretores Himilcon Carvalho (Política Espacial e Investimentos Estratégicos), Nilo Andrade (Transporte Espacial e Licenciamento) e Thyrso Villela (Satélites, Aplicações e Desenvolvimento) .

A publicação, organizada pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (CAEAT), tem como relator o deputado Rodrigo Rollemberg, é uma compilação de proposições, discussões ,workshops iniciadas em abril de 2009 com um ciclo de palestras. O livro investiga as razões que levaram à sucessiva postergação das metas e cronogramas estabelecidos no Programa Espacial Brasileiro (PEB), procurando apontar uma mudança de rumos, visando o estímulo das atividades espaciais no Brasil.

Na opinião do deputado Rollemberg, as discussões em torno do Programa Espacial Brasileiro são fundamentais e terão continuidade no congresso. Ele acredita que o estudo publicado é um marco para o desenvolvimento do PEB. “Esse projeto tem como objetivo não somente a identificação das dificuldades mas sobretudo em apontar caminhos para que o programa espacial possa ser de fato um programa de estado e, portanto, prioridade na agenda do legislativo e do executivo”, relata Rollemberg. Para o presidente do CAEAT, o deputado Inocêncio Oliveira, o debate em torno da área espacial está apenas no começo. “Esta é apenas a primeira etapa.
Vamos continuar debatendo o tema para que o PEB se fortaleça e gere os frutos dele esperado”, diz Inocêncio.

O presidente da AEB, Carlos Ganem, um dos colaboradores da obra, acredita que a massificação do tema é importante para que todos tomem conhecimento sobre as diversas áreas de atuação do Programa Espacial. Ele, porém, explica que o trabalho não pode terminar apenas com a elaboração do caderno de altos estudos. “Não basta ter um programa anunciado, não basta a construção de um diagnóstico, é fundamental que a partir de um programa anunciado e de um diagnóstico bem elaborado você tenha oportunidade de mudar e criar as condições para que isso se transforme efetivamente em uma arma poderosa de desenvolvimento, progresso e justiça social”, enfatiza Ganem.

Além de Ganem, autor do texto “Política Espacial Brasileira – uma reflexão”, o livro contou com colaborações especiais de Samuel Guimarães, ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos com o texto “O Brasil na era Espacial", Nelson Jobim, ministro da Defesa, com o texto “A Defesa e o Programa Espacial Brasileiro”, Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), elaborou o artigo “Os benefícios do Programa Espacial para a sociedade”, Roberto Amaral, presidente da Alcântara Cyclone Space (ACS), escreveu o texto “Por que o Programa Espacial Brasileiro engatinha”, Walter Bartels, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), com o artigo “Prioridade da indústria quanto ao Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE e cooperação internacional”, Rogério Guedes Soares, diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, contribuiu com o texto “Tecnologia, informação e conhecimento para monitorar e proteger a Amazônia” e em conjunto escreveram o artigo “A evolução do setor espacial e o posicionamento do Brasil neste conceito” o Major Brigadeiro do Ar Ronaldo Salomone e Francisco Pantoja, diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

O Caderno de Altos Estudos teve uma tiragem de 5 mil exemplares e será distribuído para vários órgãos do governo. Ele estará disponível para download em breve no site da câmara a quem se interessar.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lançamento do caderno "Política Espacial Brasileira"

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Foi lançada ontem (30) no salão nobre da Câmara dos Deputados, a publicação "A Política Espacial Brasileira", 7º volume da série Cadernos de Altos Estudos, elaborada pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, num evento em que estiveram presentes praticamente todas as lideranças do Programa Espacial Brasileiro, além de vários deputados e pessoas ligadas ao setor.

Participaram, inclusive discursando, Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o Tenente-Brigadeiro Ailton dos Santos Pohlmann, diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Roberto Amaral, diretor-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS), Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Walter Bartels, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), além do relator do projeto, deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), e do presidente do Conselho de Altos Estudos, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE).

O estudo foi proposto por Rodrigo Rollemberg em abril de 2009, e após diversas discussões, seminários e workshops, foi produzido um documento que consolida diretrizes, ações e projetos do setor, propõe medidas e aponta novas estratégias de estímulo à pesquisa e à produção espacial no País.

O caderno possui dois volumes que, somados, chegam a cerca de 500 páginas, com apresentação de cenário e perspectivas para o Programa Espacial Brasileiro, análises técnicas de especialistas do setor, além de artigos de colaborações especiais, como de Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos ("O Brasil na era espacial"), e do ministro da Defesa Nelson Jobim ("A Defesa e o Programa Espacial Brasileiro").

O Conselho de Altos Estudos deve liberar ainda esta semana uma versão em PDF dos dois volumes. Nas próximas semanas, após leitura e "digestão" do material, o blog publicará algumas análises sobre o extenso material.
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sábado, 27 de novembro de 2010

40º lançamento consecutivo bem-sucedido do Ariane 5

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Na última sexta-feira, 26 de novembro, foi realizado com sucesso a partir do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o quadragésimo lançamento consecutivo bem-sucedido de um lançador Ariane 5, da Arianespace.

O foguete, desenvolvido e construído pela Astrium, do grupo EADS, colocou em órbita de transferência geoestacionária dois satélites de comunicações, o Intelsat 17, e o Hylas 1. Esta foi a quinta missão deste ano envolvendo o lançador europeu, de um total de 54 já realizadas desde o seu primeiro voo.

"Este sucesso reforça a posição do Ariane 5 como uma referência global, uma vez que desde o começo de 2010, já proporcionou a colocação em órbita de 10 grandes satélites geoestacionários, de um total de 17 lançados em todo o mundo", disse Jean-Yves Le Gall, chairman e diretor-presidente da Arianespace.

Para este ano, está programado mais um lançamento, dos satélites Hispasat 1E e KOREASAT 6, planejado para 21 de dezembro.

Para saber mais sobre a Arianespace e o Ariane 5, acessem a matéria "Arianespace - 30 anos de sucesso".
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Carga útil do VSB-30 aprovada para voo

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Carga útil do VSB-30 é aprovada para o lançamento no CLA

26/11/2010

No dia 25 de novembro, no período da manhã, teve início os testes de vibração da Carga Útil do VSB-30 (EDA – Ensaio Dinâmico de Aceitação), no laboratório da Divisão de Integração e Ensaios(AIE), prosseguindo até o dia de hoje. Os testes, realizados no Shaker, aconteceram nos dois eixos laterais da carga útil e no eixo longitudinal, após alteração do setup da máquina.

O ensaio de vibração contou com a presença dos experimentadores de cerca de nove universidades e instituições brasileiras, para a verificação de cada um dos experimentos, já acoplados à carga útil. Todos os experimentos tiveram bom funcionamento.

Tendo em vista o sucesso do ensaio, a desmontagem da configuração de testes foi liberada para dar início ao empacotamento da carga útil para ser enviada ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A viagem, marcada para segunda-feira, deverá levar 31 pessoas, dentre elas três alemães do DLR-Moraba, todos envolvidos nos testes com a carga útil do VSB-30.

Os experimentadores também seguirão para o Centro de Lançamento, de forma distribuída e em voos comerciais durante a campanha. O lançamento do VSB-30 deverá ocorrer entre os dias 11 e 15 de dezembro.

Fonte: IAE/DCTA
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Argentina: 10 anos de SAC-C

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No mês de novembro, completaram-se 10 anos do lançamento do último satélite argentino colocado em órbita, o SAC-C, de aplicações científicas. O satélite, que contou com cooperação brasileira na realização de ensaios e integração no Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE), de São José dos Campos (SP), foi colocado em órbita por um foguete Delta II, a partir do centro espacial de Vandenberg, nos EUA, em 21 de novembro de 2000.

A Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), responsável pelo projeto, divulgou em seu website uma mensagem assinada por seu diretor, Conrado Varotto, sobre os 10 anos de SAC-C. Para acessá-la (em espanhol), clique aqui.

Abaixo, reproduzimos alguns trechos que dão indicativos do significado desta missão para a Argentina:

"Sempre dissemos que a atividade espacial é ferramenta de política exterior para nosso países. E o SAC-C contribui fortemente neste sentido. A informação por ele gerada é hoje recebida em estações terrenas da África do Sul e Equador."

"O SAC-C permitiu à Argentina ser pioneira na aplicação do princípio de "Data Democracy", adotado atualmente pelo grupo de mais de 80 países que formam o GEO."
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Caderno de Altos Estudos: "Política Espacial Brasileira"

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Na próxima terça-feira, 30 de novembro, será lançado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), o VII volume da série Caderno de Altos Estudos, intitulado "A Política Espacial Brasileira".

O caderno, que também será disponibilizado na internet, trará uma avaliação e orientações relacionadas ao Programa Espacial Brasileiro, elaboradas com base nas contribuições de autoridades e especialistas do setor, ouvidos desde 2009.

Para abril de 2011, está também prevista uma exposição no Congresso Nacional sobre as atividades espaciais brasileiras.
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INPE: Sistema Nacional de Dados Ambientais

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INPE Nordeste inaugura Sistema Nacional de Dados Ambientais

25/11/2010

Dentro do propósito de desenvolver suas atividades em todo o território brasileiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) inaugura nesta sexta-feira (26/11) o Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA) no seu Centro Regional do Nordeste (CRN), localizado em Natal (RN).

Até então, as operações de processamento e disseminação de dados ambientais por satélites eram feitas na unidade do INPE de Cachoeira Paulista (SP), no Centro de Missão de Coleta de Dados, que foi levado para a capital norte-rio-grandense e integrado à sede do Centro Brasileiro de Coleta de Dados (CBCD). O novo serviço já está à disposição dos usuários no endereço http://sinda.crn2.inpe.br.

O objetivo da transferência para o CRN/INPE é centralizar e ampliar as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de coleta de dados ambientais, atendendo ao mesmo tempo a uma demanda regional de monitoramento espacial do semi-árido e do atlântico tropical. O uso de tecnologias espaciais e de instrumentação inovadora viabilizará, entre outras atividades, o monitoramento de manguezais, de pescas e de zoneamento urbano.

O Brasil dispõe de um sistema de coleta de dados por satélite para monitoramento ambiental, construído e operado pelo INPE, desde a década de 90. Este sistema fornece dados para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas. Entre elas, podem ser citadas o monitoramento de bacias hidrológicas, a previsão meteorológica e climática, o estudo da química da atmosfera, o controle da poluição, a previsão e mitigação de catástrofes e a avaliação do potencial de energias renováveis.

Atualmente, o Sistema de Satélites Coleta de Dados (SCD) conta com a operação de dois satélites brasileiros da série SCD (SCD-1 e SCD-2), lançados na década de 90. A modernização e revitalização do sistema SCD é uma das prioridades de desenvolvimento e atuação do INPE em âmbito nacional, principalmente para atender à demanda de alerta de desastres naturais.

A inauguração do SINDA está marcada para 10 horas desta sexta-feira (26) no CRN/INPE, que fica na Rua Carlos Serrano, nº 2073, Lagoa Nova, em Natal (RN).

Fonte: INPE
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Matéria na Folha: AEB divulga esclarecimentos

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Em relação à reportagem publicada na edição de segunda-feira (22) do jornal Folha de S. Paulo (ver a postagem "Supostas irregularidades em convênio sobre Alcântara"), a Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou uma nota de esclarecimento, a qual reproduzimos a seguir:

Nota de esclarecimento da AEB - Matéria da "Folha de S.Paulo"

NOTA DE ESCLARECIMENTO - AEB

Sobre a matéria publicada ontem, segunda-feira, 22 de novembro, pela Folha, a Agência Espacial Brasileira (AEB) gostaria de fazer algumas correções com intuito de que o leitor possa ter subsídios para fazer uma análise isenta e verdadeira dos fatos ocorridos. Levando-se em conta que um dos critérios para se escrever uma boa reportagem é o cuidado na apuração das informações vale ressaltar que, em nenhum momento, o repórter esteve na AEB para apurar a matéria e colher informações corretas, mesmo estando os diretores e o próprio presidente dispostos a recebê-lo.

A matéria apurada pelo repórter Claudio Angelo apresenta inúmeros equívocos e inverdades, a começar pelo título “Controladoria investiga convênio espacial”.

AEB - Na verdade, não se trata de uma investigação e, sim, de uma atividade normal da Controladoria Geral da União (CGU), a qual consta no Plano Anual de Auditoria e prevê a auditagem de todos os programas e atividades da AEB.

Folha - Ele começa a matéria afirmando que a CGU investiga supostas irregularidades em um convênio entre a AEB e um instituto em Manaus.

Folha - No segundo parágrafo, o repórter afirma que a parceria envolve consultoria beneficiando a empresa montada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara (MA).

AEB – Esta informação é incorreta. O objeto do convênio não envolve consultoria beneficiando a empresa montada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara (MA). Diz respeito às obras de infraestrutura (previstas no Plano Diretor do CLA) e licenças ambientais relacionadas com o Centro de Lançamento de Alcântara, além de divulgação e revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais. As obras, no futuro, serão utilizadas ou prestarão serviços, de alguma forma, às atividades do sítio hospedado no CLA. Porém, todos os serviços serão pagos pela binacional ao governo brasileiro.

Folha - O repórter continua, no terceiro parágrafo, dizendo que o convênio celebrado pela AEB e o Instituto Superior de Administração e Economia da Amazônia (Isae), ligado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi cancelado pelo presidente da casa, assim que ele soube que o contrato seria objeto da reportagem.

AEB - Ao contrário do que afirma o repórter, o convênio foi cancelado por motivos técnicos e administrativos como, por exemplo, a não entrega do cronograma físico-financeiro e nem o plano de trabalho completo das licenças de instalação e operação das obras de infra-estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), pelo Isae/FGV. Essas informações foram repassadas para o repórter pela Coordenação de Comunicação Social (CCS) da AEB.

Complementando, no dia 5 de novembro de 2010, a Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento (DTEL) da AEB já havia sugerido o cancelamento do convênio pelo não atendimento por parte do Isae/FGV de solicitações técnicas ocorridas em setembro e outubro de 2010.

Vale ressaltar, ainda, que o primeiro contato do repórter com um dos diretores da casa, para obter informações em “off”, aconteceu no dia 19 de outubro e não no dia 10 de novembro, como ele afirma na matéria. E o próprio pediu, ainda, que o diretor deixasse de fora a Coordenação de Comunicação Social.

No dia 11 de novembro, ele desistiu de colher informações em “off”, entrou em contato com a Coordenação de Comunicação Social da AEB (que já conhecia sua demanda) e encaminhou, por e-mail, oito perguntas que foram prontamente respondidas pelo presidente da casa.

Folha – No quarto e quinto parágrafos, o repórter diz que “ligado à Fundação Getúlio Vargas, o órgão deveria produzir estudos sobre o desenvolvimento e acompanhamento do modelo de gestão para a complementação da infraestrutura do complexo espacial de Alcântara. O complexo consiste na base do foguete ucraniano Cyclone-4 dentro do Centro de Lançamento de Alcântara, o CLA, da Aeronáutica”.

AEB – O complexo de obras não tem nenhuma relação com a base do foguete ucraniano Cyclone-4 dentro do Centro de Lançamento de Alcântara. Mas, tão somente, com obras do Plano Diretor do CLA. A única obra que não consta no Plano Diretor é o atracadouro de cargas que visa atender ao CLA e ao sítio do Cyclone-4.

Folha - No sétimo parágrafo o autor da matéria diz que o convênio foi firmado em 22 de dezembro de 2008. O dinheiro foi empenhado e liquidado no mesmo dia – algo pouco comum para esse tipo de dispêndio.

AEB - O convênio foi, realmente, firmado em 22 de dezembro de 2008 no valor de R$ 40.740.000,00 e foi empenhado no mesmo dia. Porém, não foi liquidado no mesmo dia. A liquidação parcial, por meio de pagamentos, foi realizada de acordo com o cronograma aprovado pela AEB e descrito abaixo:

1ª parcela

18 de fevereiro/2009 – R$ 250.000,00

2ª parcela dividida em três partes.

29 de abril/2009 – R$ 2.532.802,00
25 de maio/2009 – R$1.554.000,00
02 de junho/2009 – R$ 2.268.601, 26

Folha - O repórter segue afirmando que o procurador da AEB, Ivan de Almeida Júnior, enviara ao presidente da AEB um parecer dizendo que não constava no convênio um projeto básico para os estudos e estranha o valor do serviço

AEB - Isso não é verdade. O parecer da procuradoria refere-se ao Artigo 23 da Portaria Interministerial 127/08 citado abaixo:

Art. 23. Nos convênios e contratos de repasse, o projeto básico ou o termo de referência deverá ser apresentado antes da liberação da primeira parcela dos recursos, sendo facultado ao concedente ou contratante exigi-lo antes da celebração do instrumento.

Cabe notar que o termo de referência consta do processo e substitui o projeto básico citado na Portaria.

O parecer da Procuradoria Federal junto à AEB questiona apenas a forma contratual, ou seja, a celebração de um contrato, em oposição à celebração de um convênio.

Entretanto, a conclusão do parecer é clara quanto à legitimidade e legalidade da utilização da via convenial em detrimento da contratual, como mostra o extrato do texto:

“39. Isto posto, resguardado o poder discricionário do Administrador Público quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato administrativo pretendido pela via convenial com as ressalvas adrede lançadas, concluo por opinar pela aprovação da formalidade da minuta posta à análise, condicionada esta aprovação ao acatamento das recomendações expressas nesta Nota Técnica....”

Esses dados foram fornecidos pela AEB ao repórter, que não as usou.

Folha - Um parágrafo abaixo, Claudio Angelo menciona que uma fonte sênior da área, calculou que, para custar este valor, os estudos demandariam quase 20 anos de trabalho de um consultor, US$ 500 a hora – preço acima do valor de mercado – e trabalhando 12 horas ao dia.

AEB - A AEB esclarece que este cálculo não tem fundamentação técnica, nem legal. Um trabalho desta importância, requer a existência de várias equipes multidisciplinares de trabalho. Portanto, o cálculo deve ser feito levando-se em consideração os vários produtos e atividades desenvolvidas por estas equipes.

Folha - Em seguida, o repórter diz que o presidente da AEB formalizou o convênio e designou uma comissão para acompanhá-lo. A comissão apontou irregularidades, mas os desembolsos (mais três) continuaram acontecendo.

AEB - Não é verdade. As irregularidades foram detectadas pela área administrativa da AEB, quando avaliou o processo de prestação de contas. A partir daquele momento, a AEB não transferiu nenhum recurso para o Isae/FGV.

Folha - Claudio Angelo reforça, ainda, que em 16 de setembro de 2010, o presidente da AEB prorrogou o convênio para cancelá-lo em 12 de novembro. No dia 10, foi informado pela assessoria de imprensa da AEB que a Folha o procuraria para tratar do assunto.

AEB - A AEB esclarece que, mesmo para continuar os procedimentos de análise e prestação de contas, o presidente tinha que prorrogar o convênio. Quando se chegou à conclusão de impedimentos para um encontro de contas, foi imperioso que houvesse o cancelamento do mesmo. Como o processo está na CGU, a AEB deve aguardar o seu relatório para adotar as medidas administrativas subsequentes.

Como explicado, anteriormente, desde o dia 19 de outubro, o repórter procurou um dos diretores da casa para obter informações em “off”. O diretor informou o fato à Coordenação de Comunicação Social da AEB que, por sua vez, informou ao presidente. Ficamos aguardando um contato formal do repórter, o que só aconteceu no dia 11 de novembro.

Folha - Daí para frente o repórter começa a falar sobre a ACS. “O projeto custará quase R$ 1 bilhão ao Brasil, dez vezes mais do que o previsto inicialmente. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, diz que o gasto vale a pena, já que é estratégico ter um foguete próprio para o lançamento de satélites.

AEB - A AEB esclarece que não existe nenhuma correlação entre o convênio assinado com o Isae/FGV e o Cyclone 4.

Fonte: AEB, via website da ACS.
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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro? - Parte II

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O jornal "Valor Econômico" de hoje (23) publicou reportagens sobre a reestruturação do Programa Espacial Brasileiro, tema que o blog vem abordando já há algum tempo, e também sobre a situação da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), particularmente quanto às dificuldades dos sócios ucranianos em aportar o capital necessário para o desenvolvimento da joint-venture.

Segundo o diário, a reestruturação está sendo estudada pela equipe de transição do futuro governo de Dilma Rousseff, e envolveria a criação de agência ou secretaria diretamente vinculada ao Palácio do Planalto. Este novo órgão seria responsável pela articulação do programa, hoje fragmentado entre diferentes entidades dos ministérios da Ciência e Tecnologia, e Defesa, como um todo.

Em 9 de novembro, o blog já havia divulgado informações exclusivas indicando movimentos, liderados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência da República, em direção à reestruturação do PEB (ver "Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro?").

Sem fazer qualquer juízo do valor, merece atenção o fato de que as reportagens de hoje não foram as únicas desgastantes ou de cunho negativo dirigidas à Agência Espacial Brasileira (AEB) e à ACS. Ontem (22), a "Folha de S. Paulo" publicou uma reportagem sobre irregularidades apontadas em convênio celebrado pela AEB em benefício da ACS (ver "Supostas irregularidades em convênio sobre Alcântara").

Recomendamos a leitura das reportagens, que refletem muito bem todos os movimentos e informações que têm circulado nos bastidores. Os textos estão disponíveis no website do "Valor Econômico" (para assinantes).

Em respeito à legislação vigente sobre direitos autorais, a edição do blog não reproduz conteúdos que não estejam disponíveis gratuita e livremente na internet, ou em clippings oficiais.
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