sexta-feira, 30 de julho de 2010

Operação FogTrein I: CLA lançará FTI

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Centro de lançamento de Alcântara lança pela primeira vez Foguete de Treinamento Intermediário


29/07/2010 - 11h28


O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), da Força Aérea Brasileira (FAB), lança, na próxima semana, pela primeira vez, um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI).


O lançamento do FTI, previsto para o dia 3 de agosto, faz parte do projeto denominado Fogtrein I 2010, desenvolvido pela Avibrás em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEAV) da Aeronáutica.


O Foguete Intermediário possui mais de 5 metros de comprimento, atinge um apogeu de 60 mil metros e alcance de 90km. Além disso, possui três compartimentos nos quais podem ser levados experimentos científicos. O tempo de vôo do foguete deve ficar em torno de quatro minutos. “Os foguetes da família do Fogtrein poderão ser utilizados no treinamento dos centros de lançamento (CLA e CLBI) e ainda serem exportados para os demais países que realizam lançamentos de veículos espaciais. Poderão ainda portar experimentos científicos para baixa altitude em sua carga útil, com capacidade de até 30 quilos de carga”, explica o Diretor-Interino do CLA e Coordenador-Geral dos testes, Tenente-Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel.


Os experimentos para a certificação dos foguetes do Projeto Fogtrein vão até o dia 6 de agosto. Na operação estavam previstos dois lançamentos. No dia 26 de julho foi realizado com sucesso o lançamento do Foguete de Treinamento Básico – FTB.


“O foguete atingiu seu apogeu a 31.942 metros do solo, com 166 segundos de vôo até o impacto a 13,2 quilômetros da costa, em alto-mar”, afirmou o Diretor Interino do CLA e coordenador-geral da operação, Tenente-Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel.


Após mais alguns lançamentos agendados neste ano e no início de 2011, o FTI estará disponível para portar experimentos em sua carga útil.




Fonte: CLA, via website da FAB
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Atualizações sobre o Projeto Satcol

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A Colômbia segue adiante com o seu objetivo de dispor até 2013 de um satélite geoestacionário de comunicações, dentro do chamado projeto Satcol. Iniciado oficialmente em setembro de 2009, a configuração final do projeto e sua contratação ainda não foram finalizados devido a questionamentos técnicos sobre as exigências feitas pelo edital da concorrência, mas o governo da Colômbia já tomou iniciativas no sentido de retomar as discussões e análises.

No último dia 19, a licitação aberta para a aquisição do satélite foi suspensa, em razão da necessidade de se revisar observações de alto conteúdo técnico e complexidade formuladas por algumas das empresas interessadas. A partir de 2 de agosto, o processo de seleção será reiniciado.

Lançada em maio de 2010, a concorrência do Satcol, a cargo do Fundo de Tecnologias da Informação e das Comunicações, ligado ao Ministério das Comunicações, compreende a seleção de contratista para o desenho, fabricação, lançamento e validação de desempenho em órbita do Satcol.

Segundo informações divulgadas pela imprensa colombiana, quatro empresas operadoras já demonstraram interesse no projeto: Intelsat (EUA), SES New Skies (Holanda), Telesat (Canadá), e Intersputnik (Rússia). Além destas, os fabricantes Loral Space Communications e Orbital Sciences Corporation, dos EUA, a Thales Alenia Space (França/Itália), e Reshetnev (Rússia) também têm participado das discussões e podem apresentar ofertas.
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Jobim na reunião da SBPC: Satélites e C&T

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Segundo a edição de ontem (28), do Programa Exame TV Hoje, da revista de negócios Exame, o ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que o Brasil deve desenvolver satélites de monitoramento. Abaixo, transcrevemos o conteúdo da notícia:

"O Ministro da Defesa Nelson Jobim declarou hoje (27) em reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que o Brasil deve desenvolver satélites para o monitoramento de fronteiras e faixa marítima do País, que atualmente são fornecidas por satélites de outros países. Entretanto, Jobim informou que ainda não existem previsões para a construção de equipamentos nacionais."

Em palestra realizada no dia 27 (ver a notícia "Forças Armadas querem reforçar seu papel em C&T", do JC E-mail), Jobim destacou a Estratégia Nacional de Defesa (END) e alguns de seus principais desafios nas áreas áreas cibernética, nuclear e espacial, apontando ainda o caráter dual desses setores.
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terça-feira, 27 de julho de 2010

Supressão vegetal do sítio da ACS em Alcântara

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Empresa DUCOL contratada para fazer supressão vegetal na área da ACS

Os diretores-gerais brasileiro e ucraniano da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk, assinaram, na tarde de quinta-feira (22), o contrato que dará início às obras de supressão vegetal no local onde será construído o sítio de lançamento da binacional. A empresa responsável pela atividade é a DUCOL.

Em virtude disso, a expectativa da ACS é que as obras de construção do sítio de lançamento tenham início ainda em setembro deste ano, oportunidade na qual ambos os diretores-gerais da ACS pretendem estar presentes. "Estaremos lá, eu e Serdyuk, para esse momento histórico para a ACS e para o Brasil", declarou Amaral.

Cessão

A assinatura desta quinta-feira foi o segundo acordo importante fechado pela ACS em menos de um mês. No começo de julho, Roberto Amaral e o Diretor Técnico da ACS, Valeriy Mazurenko, assinaram o Termo de Entrega da área da ACS, localizada dentro do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Pela Aeronáutica, que cedeu onerosamente o terreno à ACS por prazo indeterminado, quem assinou o documento foi o Comandante do CLA, Coronel Rangel. A Aeronáutica alugou à ACS uma área de aproximadamente 500 hectares, ao norte do CLA, para que a Binacional possa construir seu sítio de lançamento e, de lá, lançar seus veículos Cyclone-4.

Fonte: ACS
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Spin-offs do Programa Espacial Brasileiro

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AEB exibe spin offs brasileiros na SBPC

27-07-2010

As tecnologias desenvolvidas no campo espacial encontram inúmeras aplicações em outros setores industriais. Por esta razão, a Agência Espacial Brasileira (AEB) exibe em seu estande na 62ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) alguns spin-offs ( expressão inglesa usada para denominar casos nos quais as tecnologias, desenvolvidas no contexto dos programas espaciais, são usadas em atividades fora desse setor) desenvolvidos no Brasil.

Confira os spin-offs que podem ser vistos no estande da AEB na SBPC:

Mini tubo de calor

Este dispositivo é uma réplica do que foi testado na “Missão Centenário”, em 2006. O experimento enviado à Estação Espacial Internacional continha dois mini tubos de calor. A principal função de um tubo deste é transportar o calor concentrado em uma região mais quente para uma região mais fria, de forma a manter o controle de temperatura sobre toda a superfície. Ele é um eficiente meio de transporte de calor para controle térmico de equipamentos em ambiente espacial.

A aplicação desta tecnologia, no cotidiano, é a utilização de tubos de calor na construção de fornos mais eficientes para padarias. Além disso, ela permite a construção de fornos energeticamente mais econômicos e com temperatura mais homogênea diminuindo desta forma a perda de matéria prima na indústria petrolífera.

Desenvolvimento: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Radiômetro

Os radiômetros medem a radiação solar global e foram construídos para serem utilizados em Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). O principal elemento do radiômetro é a célula solar, cuja tecnologia foi desenvolvida no âmbito do Programa Espacial.

Atualmente, esta tecnologia é aplicada na medição da radiação ultravioleta (UV), em equipamentos urbanos que indicam o nível de radiação no local. Servem de alerta à população para possíveis danos causados pela exposição excessiva aos raios solares.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Laboratório de Microeletrônica da Universidade de São Paulo(LME-USP).

Comercialização: Orbital Engenharia

Catalisadores

Catalisadores são materiais responsáveis pela decomposição do combustível. A maior parte dos satélites em órbita utiliza o sistema de propulsão a propelente líquido para operações de correção de órbita e posicionamento.

Os catalisadores de Irídio, Rutênio e Ir-Ru suportados em aluminas especiais foram desenvolvidos no Brasil para uso no Programa Espacial. Essa pesquisa permitiu a criação de novas tecnologias empregadas em capturas de CO2 e de catalisadores para redução de outros elementos poluentes causadores do efeito estufa e de mudanças climáticas.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Petrobrás

Pinos, buchas e sistema de abertura de painéis solares dos satélites

No ambiente espacial, os satélites não podem operar com o uso de lubrificantes e graxas convencionais devido à sua evaporação nas condições de alto vácuo.

Pesquisadores brasileiros estudaram as propriedades do diamante, em especial, o Diamond-Like Carbon (DLC), que apresenta baixíssimo coeficiente de atrito, e a solução encontrada foi utilizá-lo como lubrificante sólido para abertura de painéis solares dos satélites.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Fibraforte

Brocas Odontológicas

Resultado direto do desenvolvimento e pesquisa para novos materiais aplicados para abertura dos painéis solares dos satélites, essas brocas odontológicas de ultra-som são, hoje, peças presentes nos consultórios odontológicos de todo o País.

Fabricante: Empresa CVDentus

Forno Multiusuário para Solidificação

Trata-se de um forno de solidificação multiusuários para crescimento de ligas, metais e semicondutores com pontos de fusão de até 800oc, testado em voo suborbital, no foguete VSB-30 fabricado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IAE/DCTA).

O forno voou nas missões Cumã I e II e levou em seu interior um experimento piloto para solidificação em microgravidade de uma liga semicondutora com importantes aplicações tecnológicas, como detectores para a faixa do infravermelho termal (como as ondas emitidas pelo corpo humano), usados em câmeras de satélites meteorológicos.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Fonte: AEB
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Tupac Katari: Bolívia corre atrás de seu satélite

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De acordo com informações do website especializado Infodefensa, o presidente boliviano Evo Morales confirmou que uma comissão governamental de seu país partiu este mês para a capital chinesa com o objetivo de garantir a construção do satélite de comunicações Tupac Katari.

A delegação boliviana, chefiada pelo ministro da Economia e Finanças Públicas, Luis Arce, tem por missão tratar dos detalhes do acordo comercial para a fabricação do satélite, e também de aspectos financeiros da missão. Em princípio, 30% do valor estimado do projeto, avaliado entre 200 a 300 milhões de dólares, serão financiados pelo tesouro nacional boliviano, e 70% pelo governo chinês.

Em abril, notícias divulgadas pela imprensa internacional davam a entender que um contrato para a construção do Tupac Katari havia sido definitivamente assinado, mas as mais recentes informações demonstram que ainda existem pontos a serem acertados, particularmente financeiros.
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FongTrein I - 2010: FTB lançado com sucesso

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De acordo com a imprensa maranhense, foi realizado com sucesso ontem (26), a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, o lançamento de um foguete de pequeno porte, dentro da chamada Operação Fog-Trein I - 2010. O modelo testado foi o Foguete de Treinamento Básico – FTB, e dentro dos próximos dias deve também ser lançado um modelo maior, o Foguete de Treinamento Intermediário – FTI. Ambos foram desenvolvidos e construídos pela Avibras Aeroespacial, do Vale do Paraíba, interior de Sâo Paulo, baseados nos foguetes militares de saturação do sistema Astros (Artilhery Saturation Rocket System).

"O lançamento de hoje, eu diria que de todos os lançamentos da série FTB, este foi o mais perfeito. Do lançamento em si, ele cumpriu praticamente a risca a trajetória nominal, a trajetória prevista. Ele teve um alcance um pouquinho superior, chegou a algo em torno de 31.942 metros", afirmou Cel. Rodrigo Rangel, diretor do CLA, em entrevista concedida logo após a missão.

Para assistir uma pequena reportagem disponibilizada no website da TV Mirante, de São Luis (MA), inclusive com imagens do lançamento, clique aqui.
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Entrevista de Carlos Ganem para a TV Senado

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No início de junho, Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), esteve no Senado para falar sobre o programa espacial nacional. Os vídeos com a apresentação de Ganem foram recentemente disponibilizados no website da TV Senado. Para acessá-los, clique sobre os títulos "Carlos Ganem compara o programa espacial brasileiro"; "Carlos Ganem comenta ligações da pesquisa espacial com setores como educação e tecnologia"; e "Carlos Ganem fala sobre a defasagem tecnológica brasileira".
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domingo, 25 de julho de 2010

AEB e INPE na 62ª reunião da SBPC

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Começa hoje (25) e vai até o dia 30 de junho a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), edição que este ano será realizada no câmpus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal. Estes encontros têm por intuito ampliar o debate sobre a Ciência, Tecnologia e Inovação. Em 2010, o tema da reunião é “Ciências do mar: herança para o futuro”.

Paralelamente ao encontro, será também realizada a ExpoT&C, uma mostra de projetos de ciência e tecnologia. Tradicionais participantes das reuniões e exposições da SBPC, algumas entidades ligadas ao Programa Espacial Brasileiro - Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Alcântara Cyclone Space (ACS) - dividirão um estande de 120 metros quadrados, onde exporão maquetes de lançadores (VLS e Cyclone 4 ), e satélites (CBERS), entre outros. Serão também promovidos debates, minicursos e palestras sobre projetos e atividades relacionadas à exploração espacial.

Para obter mais informações sobre a presença da AEB e INPE no evento da SBPC, acessem as notícias "AEB participa da SBPC", e "INPE participa da 62ª Reunião Anual da SBPC em Natal".
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Exercício Ícaro: teste de meios operacionais do CLA

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Centro de Lançamento de Alcântara realiza Exercício Ícaro

22/07/2010 - 11h35

Como atividade constante da programação da Operação Fogtrein I – 2010, que acontece no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ocorreu, no dia 21 de julho, o Exercício Ícaro, cujo objetivo é testar os meios operacionais do CLA. O exercício baseia-se no rastreio da aeronave CARAVAN C-98 que, em uma trajetória pré-determinada, leva a bordo o Simulador TT&C, responsável pela emissão de sinais por meio de uma antena adaptada na cauda da aeronave.

A frequência de realização do exercício no Centro aumenta cada vez mais, sendo realizada a cada dois meses, independente da realização de operações. Isto permite não somente o aperfeiçoamento dos recursos humanos, mas também de todos os meios operacionais, como radares de trajetografia, Telemedidas, Meteorologia, Segurança de vôo e superfície, Controle Avançado e Centro de Controle.

Fonte: CLA, via website da FAB.

Comentário: a infraestrutura dos centros de lançamento brasileiros (Barreira do Inferno e Alcântara) estão sendo modernizadas, tendo em vista os planos futuros de missões de lançamentos de foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites. Os sistemas de trajetografia, por exemplo, baseados em radares de origem francesa, foram modernizados pela Omnisys, empresa do grupo Thales. No caso de Alcântara, em razão da futura operação do Cyclone 4, é de se esperar que alguns sistemas, como de telemetria e controle sejam também modernizados.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cooperação Brasil - Ucrânia

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De acordo com informações da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado de Santa Catarina, desde segunda-feira (19), uma comitiva liderada pelo governador catarinense, Leonel Pavan, está na Ucrânia para prospectar oportunidades de cooperação comercial e tecnológica com o país europeu.

A agenda de compromissos deve envolver a assinatura de protocolos de cooperação entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e universidades ucranianas, incluindo as áreas de graduação e pós-graduação em Engenharia Aeroespacial.

A Ucrânia, um dos países da ex-URSS, possui forte tradição no setor aeroespacial, e é desde o início desta década parceira do Brasil no projeto da Alcântara Cyclone Space, que pretende comercializar lançamentos do foguete Cyclone 4, a partir de Alcântara (MA). O país europeu tem buscado ampliar acordos de cooperação com instituições de pesquisa e universidades brasileiras, como a Universidade de Brasília (UnB), que no final de 2009 firmou instrumento com a Universidade Dnipropetrovs´k para a criação em Brasília de um curso de pós-graduação em tecnologia aeroespacial (para saber mais, leia a postagem "Cooperação Brasil - Ucrânia: UnB assina acordo").
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DETEX: monitoramento de florestas públicas

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INPE e Serviço Florestal firmam parceria para monitorar concessões

22/07/2010

O monitoramento da exploração madeireira em florestas públicas foi formalizado neste mês com a assinatura do acordo de cooperação técnica entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e o Serviço Florestal Brasileiro, ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). O principal objetivo da parceria é permitir o controle e acompanhamento da extração de madeira nas áreas de concessão florestal.

Para a detecção da exploração seletiva de madeira, o INPE já vinha desenvolvendo o DETEX, um novo sistema para análise e monitoramento da cobertura florestal baseado em imagens de satélites.

O sistema do INPE será utilizado para verificar se a exploração florestal, sob contrato de concessão, está ocorrendo no local, na intensidade e nos períodos estabelecidos no Plano de Manejo Sustentável orientado pelo Serviço Florestal. Também será utilizado para detectar atividades madeireiras ilegais.

Para o DETEX entrar em operação, está sendo realizado um inventário completo das florestas públicas, com base nos dados de desmatamento dos anos de 2005 e 2006. O INPE já concluiu o mapeamento da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia, a primeira concessão do país, onde as atividades produtivas devem iniciar ainda neste ano. O mapeamento da Flona Saracá-Taquera, no Pará, também está pronto e as próximas a serem concluídas são as flonas Amana e Crepori, no mesmo Estado.

Segundo o Serviço Florestal, o monitoramento por satélite das áreas de concessão vai gerar informações mais detalhadas que as utilizadas atualmente, pois será possível acompanhar espacialmente as atividades dos concessionários. Com essas informações em mãos, o Serviço Florestal conseguirá identificar onde estão os pátios de estocagem e onde foram abertas as estradas para escoamento da produção dentro da unidade de manejo, bem como alguma eventual exploração fora da área designada.

Capacitação

O INPE também começou a capacitar técnicos do Serviço Florestal que trabalham com sensoriamento remoto no processamento digital das imagens para realçar as feições características da exploração seletiva. O acordo prevê ainda capacitações em sistemas de informações geográficas e gerenciamento de banco de dados espaciais, o que ajudará o Serviço Florestal a ter equipes capazes de aprimorar o monitoramento das florestas públicas brasileiras.

Fonte: INPE

Comentário: o INPE também dispõe de outros sistemas de monitoramento baseados em imagens de satélites, em especial para a região amazônica, como o DETER e o PRODES.
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Túnel transônico do IAE/DCTA

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Tunel Transônico do IAE finaliza projetos da área espacial

20/07/2010

O Túnel Transônico Piloto (TTP) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) finaliza, este ano, dois projetos voltados à área espacial, visando à realização de campanhas de ensaios dos veículos de sondagem de microgravidade desenvolvidos pelo instituto. Os trabalhos foram iniciados em 2008 e utilizam recursos da AEB destinados às Tecnologias Associadas ao VLS.

O desenvolvimento do projeto “Realização de Ensaios do VS-30 no Túnel Transônico Piloto do IAE” possibilitou diversos aprimoramentos nos sistemas do túnel, como a aquisição de equipamentos para auxílio nos ensaios, revisões em alguns de seus principais componentes, além da obtenção de importantes resultados técnicos.

A campanha, que teve por objetivo a obtenção de conhecimento de ensaios com veículos de sondagem visando a atender aos futuros projetos, possibilita ao TTP desenvolver, em breve, uma primeira garganta supersônica para permitir ensaios supersônicos com número de Mach 1,3, estendendo a capacidade de ensaios do túnel.

O veículo de sondagem Sonda III completo, em escala 1:20, foi montado na seção de testes do túnel localizado na Divisão de Aerodinâmica (ALA) do IAE. Os pesquisadores da ALA obtiveram resultados significativos, dentre eles, a determinação de esforços aerodinâmicos e distribuição de pressão sobre a superfície do modelo para várias configurações e atitudes. O modelo foi ensaiado em toda a faixa de velocidades disponível, desde o baixo subsônico até o escoamento transônico com número de Mach 1,0.

O segundo projeto desenvolvido pelos pesquisadores possibilitou o desenvolvimento de uma técnica inovadora e avançada. No trabalho “Implantação da Técnica Pressure Sensitive Paint no Túnel Transônico Piloto da ALA para Realização de Ensaios em Modelos de Veículos de Sondagem”, a técnica PSP, além de não intrusiva, permitiu a obtenção de medidas sobre superfícies complexas, simplificando em muito os ensaios tradicionais baseados unicamente em tomadas de pressão com passagem de tubulações pelo interior do modelo.

O PSP permite a medição da distribuição de pressões sobre a superfície dos modelos ensaiados utilizando uma fonte emissora de luz e uma câmara especial que obtém imagens representativas dos gradientes de pressão sobre a superfície.

Os principais resultados obtidos nas regiões da ogiva e nas aletas do segundo estágio do Sonda III são indicados nas figuras 3 e 4. A potencialidade e a excelente precisão dessa nova técnica podem ser analisadas no gráfico presente na figura 4, o qual demonstra a distribuição da pressão ao longo da linha traçada na figura.

As campanhas de ensaio na ALA prosseguem, agora com novas configurações dos modelos do segundo estágio e completo do Sonda III e do VS-40, levando a equipe técnica do TTP rumo ao cumprimento de seus objetivos – desenvolver, progressivamente, a capacitação necessária para a realização de diversos tipos de ensaios com os modelos dos veículos projetados pelo IAE.

Para acessar as figuras, clique aqui (arquivo PDF).

Fonte: IAE/DCTA
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terça-feira, 20 de julho de 2010

Operação FogTrein I - 2010

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Centro de Lançamento de Alcântara inicia Operação FOGTREIN I - 2010


O Centro de Lançamento de Alcântara realiza, até o dia 6 de agosto, a Operação Fogtrein I - 2010. Diferente das operações anteriores, na Fogtrein I – 2010 ocorrerão os lançamentos de dois foguetes: um Foguete de Treinamento Básico – FTB, tendo como finalidade o treinamento operacional do Centro de Lançamento, e um Foguete de Treinamento Intermediário – FTI Experimental, visando a avaliação do projeto de desenvolvimento do veículo, incluindo o motor e sua carga útil.


Ambos são fabricados pela empresa nacional AVIBRAS, que busca, com essas operações, a obtenção de dados para qualificação e certificação do veículo.


Os lançamentos demonstram a capacitação e preparo do Centro de Lançamento de Alcântara, em conjunto com profissionais do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. Além disso, comprovam a capacidade da indústria nacional de prover veículos competitivos para o fim a que se destinam, o de treinamento das equipes operacionais e verificação dos meios de solo do Centro de Lançamento.


Do ponto de vista ambiental a operação ocorrerá sem qualquer dano, visto a mínima dispersão de poluentes na queima do combustível sólido que se encontra dentro das normas dos órgãos de meio ambiente.


Todas as medidas de segurança também são tomadas prevenindo qualquer hipótese de acidente, já que toda área marítima e aérea são interditadas, além dos sobrevoos de esclarecimento de área pela aeronave P-95 – Bandeirante Patrulha, do 3º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação (Esquadrão Netuno). A Operação conta ainda com apoio de equipe de resgate e salvamento do 1º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação, Esquadrão Falcão, equipados com os helicópteros UH-1H.


Fonte: CLA, via website da FAB.
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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sustentabilidade das atividades espaciais

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Ameaçada a sustentabilidade das atividades espaciais

José Monserrat Filho

"Não podemos ficar indiferentes ao que pode acontecer bem em cima de nossas cabeças"

José Monserrat Filho é vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), membro da Diretoria do Instituto Internacional de Direito Espacial, membro do Comitê Espacial da Internacional Law Association (ILA), membro eleito da Academia Internacional de Astronáutica, autor de "Direito e Política na Era Espacial: Podemos ser mais justos do espaço do quena Terra?" (Vieira&Lent, 2008), atualmente chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

"Quanto mais pudermos trabalhar juntos, identificando os bens de interesse comum para garantir sua segurança, e concordar em atuar juntos neste sentido, será melhor para todos." (Joan Johnson-Freese, Colégio de Guerra Naval dos EUA, Newport, Rhode Island)

O livro "O Uso Justo e Responsável do Espaço - Uma Perspectiva International" (The Fair and Responsible Use of Space - An International Perspective) está para ser lançado em breve pelo Instituto Europeu de Política Espacial (European Space Policy Institute - ESPI).

É mais uma clara indicação de que o desafio da sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais tornou-se crucial, sobretudo em vista do aumento intensivo do lixo espacial nas órbitas terrestres mais utilizadas e do perigo de instalação de armas no espaço capazes de atacar e/ou simplesmente desativar satélites considerados "inimigos".

Trabalho coeditado por três conhecidos especialistas do setor - Wolfgang Rathgeber e Kay-Uwe Schrogl, do ESPI, e Ray Williamson, da Fundação Mundo Seguro (Secure World Fundation) - e publicado pela Springer Wien New York, é o 4º volume da série "Estudos de Política Espacial".

A iniciativa do Instituto Europeu de Política Espacial (ESPI) decorre da missão assumida por essa nova e já tão conceituada instituição de municiar as autoridades governamentais, parlamentares, homens públicos, empresários, cientistas, tecnólogos e técnicos da área, na Europa, com análises e opiniões independentes sobre os temas de maior relevância sobre o uso do espaço, a médio e longo prazo.

Mas tais estudos estão longe de interessar apenas ao mundo espacial europeu. Eles também chamam a atenção dos protagonistas públicos e privados das atividades espaciais no resto do mundo. O Brasil, potência espacial média, precisa, mais do que nunca, atender às suas necessidades de desenvolvimento nessa esfera estratégica, que vão muito além do que faz hoje. Não podemos ficar indiferentes ao que pode acontecer bem em cima de nossas cabeças.

Já no próprio título, o livro destaca o conceito de "uso justo e responsável do espaço", e deixa subentendida a ideia de que o espaço, em certa medida, vem sendo usado de forma injusta e irresponsável e de que urge enfrentar com presteza e seriedade esta tendência, obviamente nociva.

Kay Uwe Schrogl apontou as premissas básicas da publicação: "O espaço e suas aplicações tornaram-se cruciais à sociedade moderna e ao dia-a-dia da maior parte da população mundial. Por isso, tanto o acesso ao espaço como seu uso devem estar ao alcance dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. Assim também, o uso do espaço pela presente geração não deve comprometer a habilidade das próximas gerações de dele se beneficiarem. Esses objetivos só podem ser atingidos se o espaço for usado de modo justo e responsável".

Ray Williamson, outro coeditor, salientou, por sua vez: "É claro que acabou a era em que se tratavam as órbitas espaciais como um lugar onde há poucas regras, além das leis rigorosas de física. A questão agora para os países que exercem atividades espaciais é definir o tipo de regras necessárias e como elas devem obrigar os Estados a assegurarem que as atividades espaciais sejam conduzidas de forma justa, responsável e sustentável".

Williamson afirmou ainda que "a comunidade mundial deve tomar iniciativas vigorosas para impedir que os bem comuns do espaço se transformem num depósito intocável de lixo e numa prova da incapacidade da humanidade de lidar de forma sustentável com as órbitas terrestres".

Ele defendeu no Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (Copuos), na sessão de junho último, em Viena, a criação de amplo programa internacional para reduzir o lixo existente e monitorá-lo permanentemente, a fim de evitar colisões como a ocorrida em 2009 entre um satélite de comunicação dos EUA e um satélite desativado da Rússia, que produziu milhares de fragmentos capazes de danificar e até destruir satélites ativos e indispensáveis.

Mas ele foi além e enfatizou a necessidade de se firmar um acordo internacional para regulamentar o esforço de todos os países interessados na solução do complexo problema dos detritos espaciais. Esses dejetos funcionam como uma artilharia ensandecida em pleno espaço. Cerca de 20 mil destroços de mais de 10 cm e 300 mil pedaços menores se deslocam, hoje, sem comando, à velocidade de 10 km por segundo, prontos para atingir o que encontrarem pela frente.

Se armas forem instaladas no espaço e foguetes forem acionados para eliminar satélites em órbita, o quadro deve piorar em escala catastrófica. As explosões consequentes e seus estilhaços seguramente provocarão reação em cadeia, gerando milhões de novos detritos projéteis.

As melhores órbitas terrestres se transformarão em campos minados, capazes de aniquilar e inviabilizar serviços essenciais de satélite - telecomunicações, internet, observação dos recursos naturais do planeta, localização e posicionamento (GPS), meteorologia, previsão e mitigação dos desastres naturais, entre outros -, causando apagões e caos na Terra e prejudicando a vida de muitas gerações.

A espécie humana, sem dúvida, é inteligente o bastante para impedir tamanha calamidade. Mas, para isso, precisa agir com mais racionalidade e determinação. Medidas concretas e eficazes devem ser negociadas e adotadas com a responsabilidade, a transparência e a rapidez compatíveis com a desastrosa perspectiva. O perigo é global e afeta interesses vitais de toda a comunidade internacional. O Brasil pode e deve exercer papel importante nesta situação adversa.

Como a maior potência espacial, os EUA, queiram ou não, estão no epicentro deste furacão. O presidente Barack Obama, ao contrário de seu antecessor, já se deu conta do risco crescente do lixo espacial e dos trágicos efeitos de uma "guerra nas estrelas". Sua nova postura está expressa no texto oficial "Política Espacial Nacional", divulgado em 28 de junho passado. É um passo positivo. Como assinalou o editorial da revista britânica "New Scientist", de 7 de julho, a nova diretriz "reabre a porta para medidas internacionais de controle das armas espaciais, revendo a política de 2006 da Administração George W. Bush, que excluía conversações a respeito".

Foguetes e satélites são "tecnologias de sentido duplo". Podem ser empregados de forma responsável ou irresponsável, para a paz ou para a guerra, para o bem ou para o mal. Fruto do notável progresso científico e tecnológico logrado pela espécie humana, como em tantas outras áreas, os objetos espaciais, por si mesmos, não são culpados de nada. Tudo depende de quem os use e para que. Daí que, para assegurar a paz no espaço e a sustentabilidade das atividades espaciais, não cabe proibir ou dificultar o uso de foguetes e satélites.

Concordo com o especialista americano Michael Krepon: a chave, aqui, é limitar condutas e procedimentos, e não capacidades e competências. Assim, mesmo admitindo ações de legítima defesa com o emprego de foguetes (mísseis) para interceptar mísseis atacantes, um acordo pode perfeitamente vetar o uso de foguetes para testes que destruam satélites. Tais testes já ocorreram na prática. O acordo levantaria uma barreira a manobras e práticas de preparação para ações hostis.

A lei nº 1 requerida, no caso, é fazer tudo com total clareza. Se o satélite de um país, por exemplo, for se aproximar de modo incomum do satélite de outro país, a operação deve ser anunciada e explicada em detalhes com a devida antecedência, para que possa ser discutida e acompanhada não apenas pelos países envolvidos mas também por qualquer outro país.

A cultura da transparência ajuda a construir a confiança global imprescindível para o êxito de um acordo destinado a livrar o espaço e seus imensos benefícios dos desastres e conflitos bélicos e, usando as memoráveis palavras da Carta das Nações Unidas de 1945, preservar as gerações atuais e vindouras do flagelo da guerra que já trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade.

Fonte: JC E-mail, 19/07/2010
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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Programa Cruzeiro do Sul: ante-projeto do Alfa

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Segundo informações apuradas pelo blog, o ante-projeto do Alfa, primeiro foguete do programa Cruzeiro do Sul, deve deve ser entregue por institutos e empresas da Rússia contratadas para esse fim no próximo mês de agosto. A entrega sofreu atrasos em razão de problemas com licenças de exportação, uma vez que o mesmo possui informações e dados técnicos bastante sensíveis e duais. Os relatórios do ante-projeto analisam configurações do lançador de pequeno porte, com diferentes modelos de propulsores.

Criado em outubro de 2005, o programa Cruzeiro do Sul, bastante conceitual, busca dotar o Brasil de uma família de lançadores espaciais de pequeno, médio e grande portes. É tocado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O programa prossegue, mas bem lentamente, com alguns estudos e atividades sendo desenvolvidos, oriundos de decisões passadas.

Nos bastidores, comenta-se que haveria uma crescente insatisfação no governo com a parceria russa na área aeroespacial e de defesa, que não estaria alinhada com os objetivos descritos na Estratégia Nacional de Defesa. No início de 2008, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou a afirmar que a Rússia estava mais interessada em vender equipamentos do que estabelecer parcerias ou implementar acordos de transferência de tecnologia. Esta teria, aliás, sido uma das motivações para a exclusão do caça Sukhoi Su-35 da concorrência F-X2, da Força Aérea Brasileira, em curso.
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Atividades do INPE em 2009 - Parte II

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Para acessar a parte I, clique em "Atividades do INPE em 2009 - Parte I".

CBERS 3

"O satélite CBERS 3 é o primeiro dos dois novos satélites da nova geração dos satélites CBERS. Previsto para ser lançado ao espaço em 2011, as principais atividades relacionadas ao projeto em 2009 relacionam-se ao desenvolvimento e qualificação dos subsistemas e cargas úteis que compõe o satélite e a preparação de sua operação quando colocado em órbita, destacando-se: i) realização dos testes elétricos no modelo de engenharia do satélite; ii) realização do teste de balanço térmico no seu modelo térmico; iii) realização de testes dinâmicos de qualificação do subsistema estrutura e testes de vibração do painel solar; iv) elaboração da especificação e procedimentos de testes do subsistema de controle de atitude AOCC do modelo de engenharia; v) entrega pela empresa contratada do modelo de engenharia da câmera multiespectral MUX. Trata-se da primeira câmera do gênero desenvolvida e produzida no Brasil ; iv) desenvolvimento de vários equipamentos eletrônicos dos subsistemas do satélite; v) assinatura do contrato de lançamento do mesmo; vi) ampliação da rede internacional de distribuição das imagens CBERS com a operacionalização de uma estação de recebimento em Maspalomas (Espanha) e preparação para entrada em operação de outra no Egito.

A principal dificuldade encontrada no desenvolvimento do satélite em 2009 resultou de embargos feitos pelo governo americano à venda de componentes eletrônicos para utilização em equipamentos do satélite. Isto resultou na necessidade de modificações no projeto de alguns equipamentos levando a aumento de custos e atraso no cronograma de algumas atividades."

CBERS 4

"O CBERS-4 é o segundo satélite da nova geração dos satélites CBERS. Ele deve ser lançado ao espaço no final da vida operacional prevista para o CBERS-3, em 2014. Seu desenvolvimento é feito em conjunto com o CBERS-3. Esta Ação complementa a Ação 10ZK [nota do blog: CBERS 3] durante a atual fase de desenvolvimento dos satélites."

Controle de satélites, recepção, geração, armazenamento e distribuição de dados

"Esta Ação custeia uma série de atividades que permitem a manutenção e aprimoramento do sistema de solo dos satélites utilizados pelo INPE. Em 2009 destacaram-se os seguintes resultados: i) concluída a atualização da antena de 10 m de diâmetro em Cuiabá; ii) preparada a estação para receber imagens do satélite Resourcesat-1; iii) Atualizadas duas estações para receber dados do satélite NOAA 16 e uma para o satélite METOP; iv) Colocada em operação uma estação para receber dados do satélite GOES-12; v) Atualização da estação de recebimento de dados do satélite Eumetsat; vi) implantação de uma estação para monitoramento oceânico e costeiro e; vii) manutenção da disponibilidade do Centro de Controle e Rastreio de Satélites para as missões sob responsabilidade do INPE acima de 95 %."

Produtos e processos inovadores para a área espacial

"Esta Ação subsidia atividades de P&D nas Coordenadorias de Engenharia Espacial e Laboratórios Associados do INPE, onde atualmente estão em desenvolvimento diversos produtos e processos, como por exemplo: i) um simulador solar de baixo custo; ii) dispositivos opto-eletrônicos para operação no espéctro infravermelho; iii) sensores de umidade para ar e solo; iv) cerâmicas especiais para uso em equipamentos de telecomunicação; v) sensores eletroquímicos para medidas ambientais; vi) lubrificantes sólidos; vii) propulsores iônico e de plasma pulsado para satélites; viii) computador de bordo para satélites e ix) sensor de estrelas. Pesquisa aplicada é também realizada nas áreas de nanoestruturas em carbono, dispositivos microeletromecânicos, computação aplicada, implantação iônica, dentre outras."

Laboratório de Integração e Testes - LIT

"A contínua atualização tecnológica permite que o LIT (http://www.lit.inpe.br/) se mantenha como um laboratório referência para realização de testes ambientais e funcionais de satélites, infraestrutura que também é utilizada na prestação de serviços tecnológicos para a indústria nacional em geral. Entre as atividades de modernização destacam-se: a operacionalização da nova câmara vácuo-térmica com a realização do teste de balanço térmico do modelo térmico dos satélites CBERS-3&4 em setembro/outubro de 2009; obtenção de acreditações junto ao INMETRO para as áreas de vibração e térmica; instalação da Câmara Anecóica CBA1; implantação de procedimento para ensaio de detecção de partículas soltas dentro de componentes eletrônicos (PIND) e a implantação do sistema de metrologia, normalização e certificação para a área espacial.

No contexto da cooperação Brasil-Argentina no setor espacial, o LIT efetuou atividades preparatórias para realização dos testes ambientais do modelo de vôo do satélite argentino SAC-D, que ocorrerão em 2010."
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Atividades do INPE em 2009 - Parte I

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) disponibilizou em seu website o relatório de gestão de suas atividades referente ao exercício de 2009. O documento, bem detalhado, é uma importante fonte de informações, pois apresenta vários dados sobre os avanços e o status das atividades desenvolvidas pelo Instituto no ano passado. Para acessá-lo na íntegra, em PDF, clique aqui.

A seguir, o blog apresenta, em duas partes, descrição extraída do relatório sobre o que ocorreu em 2009 nos projetos de responsabilidade do INPE relacionados ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE):

Desenvolvimento do satélite Amazônia-1 (sensoriamento remoto ótico)

"Na realização desta ação em 2009 destacam-se: i) desenvolvimento e testes dos modelos de qualificação da eletrônica de potência do satélite; ii) testes de qualificação funcional dos propulsores; iii) testes do modelo de engenharia dos equipamentos de transmissão de dados do satélite; iv) preparação do gerador solar para os testes de qualificação; v) realização da revisão do projeto preliminar do computador de controle de órbita e atitude do satélite; vi) definição da configuração mecânica e iniciado o anteprojeto da estrutura da carga útil; vii) realização da revisão do projeto preliminar da câmera imageadora (AWFI) que será embarcada no satélite e; vii) a conclusão da análise das necessidades de compatibilização entre os segmentos espacial e solo da missão. Dentro do escopo do desenvolvimento do subsistema de controle de atitude do satélite, foi realizado o treinamento de técnicos brasileiros no projeto de sistemas para controle de atitude em 3 eixos, na empresa INVAP (Argentina). Esta tecnologia considerada crítica para a capacitação do Brasil na área espacial, será utilizada em outros satélites que utilizarão a PMM. O satélite Amazônia 1 tem lançamento previsto para o final de 2012."

Desenvolvimento do satélite Lattes (científico)

"Os recursos provenientes desta ação foram utilizados primordialmente para o desenvolvimento da Plataforma Multimissão (PMM), a qual uma de suas cópias será utilizada como módulo de serviço do satélite Lattes. Das duas missões que o satélite realizará, uma está com seus equipamentos definidos, sendo inclusive realizadas em 2009 as revisões preliminares de projeto de duas cargas úteis da missão Equars. Entretanto duas das cargas úteis da missão Mirax tiveram seu desenvolvimento comprometido devido à incerteza no fornecimento das mesmas pelos parceiros internacionais do INPE neste projeto. A definição das cargas úteis da missão Mirax será o principal desafio do projeto Lattes no ano de 2010. O satélite Lattes tem previsão de lançamento em 2013."

Desenvolvimento do MAPSAR (satélite de sensoriamento remoto radar)

"O MAPSAR é mais um satélite que usará uma PMM como módulo de serviço, e os recursos da Ação em 2009 serviram basicamente para custear os custos de seu desenvolvimento. Neste ano foi também realizado um estudo sobre a adequação da carga útil do satélite (Radar) com seu módulo de serviço (PMM), cujo relatório será disponibilizado no início de 2010. Os resultados deste estudo servirão de base para a definição do andamento do projeto, que hoje é feito em conjunto com a agência espacial alemã (DLR). O satélite MAPSAR tem previsão de lançamento ao espaço em 2014."

Nota do blog: a probabilidade de que o MAPSAR (satélite radar desenvolvido em parceria com a Alemanha) seja de fato concretizado é muito baixa, uma vez que existem indicativos claros de que a DLR não avançará com a missão (vejam a postagem "Atualização sobre o MAPSAR", do início de julho de 2010). O INPE, aliás, está em busca de outros parceiros internacionais para o desenvolvimento de um satélite de observação terrestre com sensor radar, uma das grandes carências locais em termos de sensoriamento remoto.

Desenvolvimento do GPM-Br (satélite de medidas de precipitação)

"O satélite GPM-Br utilizará uma PMM como módulo de serviço e a Ação em 2009 cobriu parte dos custos de desenvolvimento da Plataforma. Foi iniciado também, em conjunto com a agência espacial francesa (CNES), um estudo sobre a viabilidade de embarcar cargas úteis francesas no satélite. Esta opção pode ser utilizada no caso de não se concretizar o embarque do sensor desenvolvido pela NASA. O lançamento do satélite GPM-Br está previsto para 2016."
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Histórias não contadas do Programa Espacial Brasileiro

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Muitas pessoas que estudam ou estão envolvidas com o Programa Espacial Brasileiro reconhecem que a primeira iniciativa mais estruturada do programa, a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), lançada em 1979, era bastante consistente. A missão não teria avançado da maneira como foi planejada por razões variadas, mas certamente não relacionadas a falhas em seu planejamento. Basicamente, a MECB buscava dotar o País de capacidades necessárias para ter autonomia de acesso ao espaço: satélites, lançadores e infraestrutura terrestre.

A consistência da MECB foi influenciada pela negociação da parceria tecnológica com a França no início de 1979. Neste ano, entre os meses de abril e junho, vários especialistas brasileiros participaram de missão técnica em Toulouse, no sul da França, ocasião em que foram preparadas todas as especificações técnicas do Satélite de Coleta de Dados (SCD), do Laboratório de Integração e Testes (LIT), e do Centro de Controle de Satélites (CCS). Talvez, se a parceria tivesse ido adiante, o programa brasileiro poderia ser bem diferente do que é hoje.

No livro "O Brasil chega ao Espaço: SCD-1 Satélite de Coleta de Dados", talvez uma das obras mais bem detalhadas sobre a história do Programa Espacial Brasileiro, de autoria de Fabíola de Oliveira (leia resenha aqui), são apresentados alguns dos motivos pelos quais a parceria com a França não avançou.

Um deles seria o custo (na época, acreditava-se que a parceria francesa teria custo 4 ou 5 vezes maior do que o programa nacional, lógica que possivelmente se mostrou incorreta), o elevado nível de importações (algo que se considerava negativo para a imagem do programa brasileiro, que buscava transmitir uma imagem de autonomia e independência), e também a questão da propulsão dos lançadores (a França estava propondo um foguete-lançador com estágios de propulsão líquida, mas o Brasil insistia na propulsão sólida, talvez pelo caráter dual do VLS à época).

Ontem (14), em São José dos Campos (SP), o blog ouviu outras duas versões, uma contada abertamente por pessoa bastante experiente no setor, que ocupou, inclusive, cargos de gestão dentro do programa e participou das negociações com a França no final da década de setenta.

Basicamente, o acordo com Paris não teria avançado por orientação da própria Presidência da República. A motivação estava no interesse do Saddam Hussein (!) em construir, com assistência brasileira, uma espécie de centro aeroespacial no Iraque. O receio do governo brasileiro, que via com bons olhos o crescente comércio de material de defesa com clientes árabes no Oriente Médio (Avibrás, Engesa, etc.), era de que a parceria com a França de algum modo pudesse prejudicar esses objetivos comerciais.

Outra versão contada por algumas pessoas é de que, na realidade, a decisão de não dar prosseguimento à parceria teria sido do lado francês, preocupado com o relacionamento brasileiro com o Iraque, particularmente de um oficial-engenheiro das Forças Armadas, que mais tarde, de fato, trabalhou no Iraque especialmente em projetos de mísseis. A preocupação era de que a tecnologia francesa acabasse sendo repassada para Bagdá.
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terça-feira, 13 de julho de 2010

Clima Espacial/INPE tem novo website

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Programa de Clima Espacial do INPE reformula portal na internet

12/07/2010

O portal EMBRACE (Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acaba de ganhar glossário e nova interface para facilitar a interação com os usuários. Entre as funcionalidades, destacam-se as imagens impressionantes da atividade solar atualizadas em tempo quase real. O endereço do portal é: www.inpe.br/climaespacial

Por meio do EMBRACE, o INPE busca o melhor entendimento sobre os processos eletrodinâmicos da ionosfera equatorial e de baixas latitudes, monitorando parâmetros físicos como características do Sol, do espaço interplanetário, da magnetosfera, ionosfera e da mesosfera. Nestes ambientes espaciais podem ocorrer fenômenos capazes de causar interferências em sistemas de satélites de posicionamento, como o GPS, entre outras consequências.

A reformulação do portal EMBRACE prevê, para breve, a conexão com redes sociais como o Twitter e uma nova seção que trará notícias sobre o programa e relacionadas às ciências espaciais.

Fonte: INPE

Comentários: a área de clima espacial no Brasil contará no futuro com uma missão espacial, a Equars (Equatorial Atmosphere Research Satellite), que estará a bordo do satélite científico Lattes, baseado na Plataforma Multimissão.
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domingo, 11 de julho de 2010

Amazônia monitorada do espaço

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O primeiro número da revista "Up to Planet EADS", publicação institucional do grupo aeroespacial e de defesa europeu EADS, traz uma interessante reportagem ("The Science behind survival") sobre como a tecnologia espacial tem contribuído para pesquisas e monitoramento relacionados ao desmatamento e mudanças climáticas. O Brasil é importante player mundial nesta área, especialmente em razão de sua privilegiada condição em termos de biodiversidade, recursos hídricos, floresta amazônica, etc. Naturalmente, o Brasil, no caso a Amazônia, acabou sendo um dos tópicos da reportagem, com especial ênfase no apoio dado pelo segmento espacial (Spot Image, Infoterra e DMC) em iniciativas REDD (do inglês 'reducing emissions from deforestation and forest degradation', e em português, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

No passado, já abordamos algumas iniciativas REDD no País (veja aqui), mas o trecho que reproduzimos abaixo, em tradução livre do inglês feita pelo blog, sintetiza bem seu funcionamento:

"o pulmão verde da Terra

As consequências do desflorestamento e degração das florestas podem ser sérias. O desflorestamento tropical responde por uma grande porção da estimativa de 1,7 bilhão de toneladas de carbono liberadas anualmente devido às mudanças no uso do solo. De acordo com o Centro Internacional de Pesquisas Florestais, o desmatamento representa 20% das emissões atuais de carbono, fatia maior que as emissões de todo o setor de transporte, e dez vezes maior que as produzidas por todo tráfego aéreo. [...] o trabalho de imageamento executado pela EADS Astrium para ajudar no monitoramento global de florestas é outra importante contribuição para monitorar as mudanças climáticas. Pierre Duquesne é diretor geral da Spot Image Brasil, uma subsidiária da Astrium que fornece imagens de satélites e mapeamento para metade dos estados na região da Amazônia Legal. Ele vê grande potencial neste campo: "Eu estou convencido que temos que ir além. Nós temos que garantir que não estamos apenas nos pintando de verde, mas que estamos realmente fazendo a diferença." Ele explica como os produtos da EADS são usados em iniciativas REDD. REDD, que significa 'reducing emissions from deforestation and forest degradation', surgiu em 2007, na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU em Bali, onde se reconheceu a importância das florestas nas mudanças climáticas. O objetivo do REDD é ligar diretamente incentivos financeiros para conservação com o carbono estocado nas florestas. Os créditos gerados com a redução de emissões seriam quantificados, e este dado quantificado se tornaria um crédito que poderia ser vendido num mercado internacional de carbono. Alternativamente, este crédito poderia ser cedido para um fundo internacional criado para prover compensação financeira para países participantes que conservassem suas florestas. O tipo de tecnologia precisa de imageamento oferecido pela EADS Astrium permite aos estados quantificar precisamente como seus solos são usados e ajuda a medir a quantia de carbono a ser convertida em créditos. "É uma aposta no futuro", diz Duquesne.

A EADS Astrium tem trabalhado com o Imazon, um instituto brasileiro de pesquisas, desde 2007. A Imazon e a Infoterra, uma subsidiária da Astrium, estão envolvidas em um projeto de reprocessamento de imagens do Mato Grosso - área equivalente ao tamanho da França - obtidas nos últimos 25 anos, e que foram então classificadas para degradação florestal e desflorestamento. A Imazon e a Infoterra apresentaram suas constatações num evento durante a Cúpula de Copenhague, em dezembro de 2009, onde, segundo Duquesne, foram bem recebidas pela comunidade científica. A EADS Astrium também ajuda a monitorar florestas na Amazônia, na Bacia do Congo e na Indonésia por meio da DMCii, parte da subsidiária Surrey Satellite Technology Ltd., cujos satélites da constelação DMC fornecem mapeamento sistemático de extensas áreas de habitat. [...]"
[Nota do blog: sobre o uso de imagens DMC no Brasil, acesse a postagem "Satélites DMC no monitoramento da Amazônia"]
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sábado, 10 de julho de 2010

Cooperação Brasil - África do Sul

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve entre os dia 8 e 9 de julho na África do Sul, último país visitado no giro presidencial pelo continente africano. Durante sua visita, dois atos foram assinados por representantes dos dois países, e um deles faz breve menção à cooperação na área espacial.

Abaixo, reproduzimos o trecho sobre espaço na "Declaração sobre o Estabelecimento de uma Parceria Estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República da África do Sul":

"(viii) Ciência e Tecnologia

1. Aperfeiçoar a cooperação, fortalecer o desenvolvimento de recursos humanos e pesquisa conjunta nos campos da defesa, saúde, agricultura, gerenciamento e conservação ambiental, indústria, inovação, educação, ciência espacial, infra-estrutura, tecnologia da informação e comunicação (TIC), transportes, nanotecnologia, petróleo, minerais, carvão, diversificação e conservação da energia, energia renovável, biodiversidade, biotecnologia, ciência de alimentos e medicina tropical, entre outros.

[...]

3. Promover o intercâmbio de pesquisadores na área de astrofísica e observação da Terra.

4. Estimular maior interação na construção do rádio-telescópio “Square Kilometre Array” (SKA) na África do Sul."


Curiosamente, a declaração não faz menção aos satélites IBSA, que seriam desenvolvidos conjuntamente por Brasil, África do Sul e Índia, conforme acordado na IV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do IBAS, em abril de 2010, embora citem a promoção de intercâmbio de pesquisadores na área de Observação da Terra, função primária de um dos pequenos satélites em análise. Aparentemente, o fato dos satélites não terem sido explicitamente citados demonstra que a iniciativa é ainda bastante preliminar.

Cooperação em defesa

A declaração trata também de cooperação em matéria de Defesa, citando intenções de cooperação bilateral "em assuntos relacionados à defesa, incluindo indústrias de defesa, intercâmbio de conhecimento e colaboração conjunta em projetos" no setor, e encorajamento de "projetos conjuntos entre indústrias de aviação para o desenvolvimento e produção de aeronaves civis e militares e de seus componentes."

De acordo com a Agência Brasil, o presidente Lula explicitou o desejo brasileiro de que a África do Sul participe do projeto de um avião cargueiro militar. "Nós queremos que o presidente Zuma junte-se ao Brasil na construção do avião KC 139 (sic), que é o novo Hércules", afirmou o presidente (nota do blog: o nome correto do projeto do avião é KC 390, em desenvolvimento pela Embraer).
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

CBERS 2B: razões do encerramento da missão

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No último mês de maio, reproduzimos uma notícia divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sobre o encerramento das operações do satélite CBERS 2B, o terceiro da série do programa sino-brasileiro de recursos terrestres ("CBERS 2B encerra suas operações").

Na época, o INPE divulgou que "técnicos brasileiros e chineses tentavam restabelecer a operação normal do CBERS-2B desde março, quando verificados os primeiros problemas no satélite". Recentemente, o blog teve informações mais específicas sobre a origem dos problemas técnicos enfrentados pelo satélite sino-brasileiro.

Frequentemente, seu sistema de controle de atitude em órbita entrava em modo de emergência, em razão de uma falha no sensor de estrelas, o que impossibilitava a geração de informações corretas sobre sua posição no espaço. Além do mais, a frequência das entradas em modo de emergência descarregava prematuramente as baterias do satélite. Por estes motivos, o comitê conjunto do programa optou por encerrar definitivamente a missão.
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Política Espacial dos EUA

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Obama muda a Política Espacial dos EUA, artigo de José Monserrat Filho

"Numa guerra espacial, as noções de ataque e defesa se confundem. Daí a ideia cada vez mais arraigada de que devemos impedir qualquer conflito no espaço"

José Monserrat Filho é vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), membro da Diretoria do Instituto Internacional de Direito Espacial, membro do Comitê Espacial da Internacional Law Association (ILA), membro eleito da Academia Internacional de Astronáutica, autor de "Direito e Política na Era Espacial: Podemos ser mais justos do espaço do quena Terra?" (Vieira&Lent, 2008), e atualmente chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

A nova Política Espacial dos Estados Unidos (EUA), lançada pelo presidente Barack Obama no dia 28 de junho último, é um avanço em relação à de seu antecessor, George W. Bush.

Começa fixando um princípio composto de três frases dignas de nota: "É do interesse comum de todas as nações atuar com responsabilidade no espaço para ajudar a prevenir acidentes, equívocos e desconfiança. Os EUA consideram a sustentabilidade, a estabilidade e a liberdade de acesso e utilização de espaço vital para seus interesses nacionais. As operações espaciais devem ser conduzidas de forma a enfatizar a abertura e a transparência para melhorar a consciência do público com relação às atividades de governo, e permitir que outras pessoas compartilhem dos benefícios gerados pelo uso do espaço".

Na primeira frase, os EUA assumem que o espaço é questão multilateral, e não unilateral, como se pretendia antes. Aplausos. É um grande progresso.

Já na segunda frase - "Os EUA consideram a sustentabilidade, a estabilidade e a liberdade de acesso e utilização do espaço vital para seus interesses nacionais" - repete-se o conhecido enfoque autocentrado. Com ela, Obama perdeu a chance de afirmar que "a sustentabilidade, a estabilidade e a liberdade de acesso e utilização do espaço é vital para o interesse de todos os países" - o que é rigorosamente verdadeiro. Seria a declaração de um líder com larga visão global.

Mas a terceira frase também é muito positiva: "As operações espaciais devem ser conduzidas de forma a enfatizar a abertura e a transparência para melhorar a consciência do público com relação às atividades de governo, e permitir que outras pessoas compartilhem dos benefícios gerados pelo uso do espaço". Aí, Obama, de novo, expressa a voz do bom senso universal, salientando a necessidade da transparência nas atividades espaciais e de ampliar o conhecimento público das ações governamentais neste campo estratégico.

Outro princípio da nova política merece aplausos: "Como reza o Direito Internacional, não haverá reclamações nacionais de soberania sobre o espaço exterior e qualquer dos corpos celestes. Os EUA consideram que os sistemas espaciais de todas as nações têm o direito de passagem e de conduzir operações no espaço, sem interferências. Qualquer interferência intencional em sistemas espaciais, incluindo infra-estruturas de apoio, será considerada violação dos direitos de um país".

Aqui, a menção ao Direito Internacional leva naturalmente ao Direito Espacial Internacional, que tem como seu código maior o Tratado do Espaço de 1967, ratificado hoje por 100 países, inclusive os EUA. Seu Artigo 2º determina que "o espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, não poderá ser objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, nem por qualquer outro meio".

Assim, ao proclamar que "não haverá reclamações nacionais de soberania sobre o espaço exterior", a nova diretriz dos EUA não apenas reforça a lei fundamental do espaço, como também responde com um claro "não" às pressões de fortes entidades privadas do país, como a National Space Foundation, empenhadas em anular o princípio da não-apropriação do espaço, de olho sobretudo no retorno de missões à Lua para explorar seus recursos naturais. (O premiado filme "Avatar" mostra como certas empresas poderiam agir no espaço e em outros corpos celestes.)

Com a nova política, os EUA reconhecem, igualmente, dois direitos dos países que realizam missões espaciais: (1) o direito de passagem sobre o território de outros países e (2) o direito de não sofrerem interferências de nenhuma forma. O direito de passagem foi proposto em 1979 pela então União Soviética, junto com o projeto de se fixar o fronteira entre o espaço aéreo e o espaço exterior na altura de 100-110 km da superfície da Terra.

À época, os EUA recusaram a proposta. E, pelo que se sabe, seguem contrários à delimitação do espaço exterior. Mas eis que resgatam do fundo do baú o direito de passagem. É uma grata surpresa. Resta saber se aceitarão, também, regulamentá-lo através de acordo. Afinal, eles têm se oposto, sistematicamente, a discutir novos tratados espaciais.

Quanto à adoção do princípio de que "qualquer interferência intencional em sistemas espaciais, incluindo infra-estruturas de apoio, será considerada violação dos direitos de uma país", há muito o que comemorar. Este compromisso, tudo indica, refuta o que foi chamado de "direito especial", criado pela Política Espacial do Presidente George W. Bush (2006), de negar "a liberdade de ação no espaço" aos "adversários", sem definir este termo.

Ressalto ainda, na nova política espacial dos EUA, o seguinte princípio: "Todas as nações têm o direito de explorar e usar o espaço para fins pacíficos e em benefício de toda a humanidade, de acordo com o direito internacional. Coerente com este princípio, o conceito de 'fins pacíficos' permite que o espaço seja utilizado para atividades de segurança nacional e da pátria (Homeland)".

A primeira frase reforça o compromisso da "não-interferência" nos sistemas espaciais dos outros países. A segunda, porém, levanta questões complicadas. As atividades de segurança no espaço implicam ações militares, que precisam ser devidamente regulamentadas para não acobertarem operações unilaterais e arbitrárias, promovidas em nome da segurança nacional e apresentadas como "atividades com fins pacíficos".

Tais temores crescem diante do último princípio da nova política: "Os EUA adotarão várias medidas para ajudar a garantir o uso do espaço para todas as partes responsáveis e, de acordo com o direito inerente de autodefesa, dissuadir os outros de interferir e atacar, defender os nossos sistemas de espaço e contribuir para a defesa dos sistemas espaciais aliados, e, se a dissuasão falhar, derrotar os esforços de atacá-los".

Surgem perguntas difíceis de responder: Quem decidirá se uma parte (país) é "responsável" ou "irresponsável"? Como utilizar legitimamente do direito inerente de autodefesa? Pode um país (ou um grupo deles) definir por contra própria a ocorrência de um ato de interferência de outro país em seus sistemas espaciais? Os EUA se comprometem a adotar "várias medidas para ajudar a garantir o uso do espaço para todas as partes responsáveis".

A intenção pode ser a melhor possível, mas será que basta para se atingir uma solução justa e agregadora? E qual será o papel das Nações Unidas, da comunidade mundial, nesta história que pode chegar a efeitos gravíssimos para um sem-número de nações? Já vimos que o mundo unipolar cria muito mais problemas do que resolve.

Tudo isto se torna ainda mais preocupante quando se lê a opinião de pesquisadores como George e Meredith Friedman, autores de "Poder Mundial - A Tecnologia e o Domínio dos Estados Unidos no Século XXI" (Viblioteca do Exército Editora, 2009), de que o único modo de os EUA protegerem seus satélites contra ataques, reais ou supostos, é atacando.

Quer dizer, numa guerra espacial, as noções de ataque e defesa se confundem. Daí a ideia cada vez mais arraigada de que devemos impedir qualquer conflito no espaço. Ele seria similar à guerra nuclear: não haveria vencedores. Só perdedores.

No final da introdução, a nova política enaltece o valor da cooperação internacional, que aparece, de fato, como a melhor das soluções: "Os EUA decidem renovar seu compromisso de cooperação na crença de que com a colaboração internacional reforçada e a revigorada liderança dos EUA, todas as nações e povos - os que realizam atividades espaciais e os que delas se beneficiam - hão de encontrar um horizonte alargado, seus conhecimentos aprimorados e suas vidas consideravelmente melhoradas".

O problema é que tudo isto só ganhará densidade, convicção generalizada e eficácia se tomar a forma de amplo acordo internacional, ou até mesmo de um código de conduta internacional, discutido e aprovado pela grande maioria dos países.

Fonte: JC E-mail, 6 de julho de 2010.
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Atualização sobre o MAPSAR

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O centro espacial alemão (Deutschen Zentrums für Luft- und Raumfahrt - DLR) não se manifestou até agora quanto ao interesse em se levar adiante o projeto de satélite radar MAPSAR, estudado com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), já há vários anos.

Apesar de não ter havido manifestação oficial, existem indicativos informais de que a razão para a DLR não seguir adiante seria a falta de recursos. Em março de 2008, a DLR e INPE haviam decidido dar prosseguimento aos estudos da missão, com uma nova etapa, a Fase B, que compreenderia o projeto detalhado do sistema, incluindo a configuração do satélite, do segmento de solo e do segmento de aplicações.

O quase que descartada parceria com a Alemanha faz com que o INPE permaneça aberto, e até mesmo em busca, de cooperação internacional na área de satélites-radares. China, Argentina e Itália são algumas das possibilidades.
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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ensaio de propulsor Improved Orion

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IAE realiza Ensaio de Queima em Banco de Provas Horizontal do Propulsor Improved Orion (IO)


05/07/2010

Foi realizado com sucesso, na quinta-feira, 1º de julho, na Usina Cel. Abner, em São José dos Campos (SP), o ensaio de queima em banco do Propulsor Inproved Orion (IO), com o objetivo de determinar Impulso Específico e Curva de Empuxo x Tempo e avaliar as temperaturas na parte externa da tubeira, na superfície externa do motor e no domo do motor na região do ignitor.

O propulsor Improved Orion (IO) é utilizado como segundo estágio no Foguete de Sondagem VS-30/Orion e como mono-estágio no Foguete de Treinamento dos Centros de Lançamento, com a denominação de Orion.

No Brasil, já ocorreram 4 lançamentos, sendo dois com o VS-30/Orion (Operação Baronesa e Operação Pirapema), ambas operações realizadas no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, com os veículos portando experimentos científicos. E dois lançamentos com o Foguete de Treinamento Orion, durante a Operação Parelhas, realizada no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), e Operação Maracati I, realizada no CLA.

Fonte: IAE/DCTA, editado pelo blog.
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sexta-feira, 2 de julho de 2010

CFD: aplicações em projetos espaciais

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Dinâmica de Fluídos Computacional auxilia o IAE no Programa Espacial

01/07/2010

“Quando nos referimos ao projeto de veículos lançadores de satélites, cada vez mais o emprego de CFD é a única maneira de se obter soluções de forma rápida e economicamente viável”, isso é o que garantem engenheiros da Divisão de Sistemas Espaciais (ASE) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

A Dinâmica dos Fluidos Computacional ou CFD (Computacional Fluid Dynamics), método computacional utilizado para os estudos de desenvolvimento de veículos nas áreas de aerodinâmica e aerotermodinâmica, pode fornecer contribuições significativas para a área. Ela substitui ensaios em túneis de vento quando extremamente dispendiosos ou impossibilitados de reproduzir as reais condições físicas de um determinado problema.

No Brasil, o emprego de métodos de CFD é ainda mais importante – não há túneis de vento para ensaios que atendam a todos os requisitos de velocidade e condições de escoamento envolvidos no voo desse tipo de veículo – e representam um aumento significativo na precisão dos resultados quando comparados com os obtidos com os antigos métodos de engenharia e empíricos, utilizados nos estudos de desenvolvimento de veículos como o Space Shuttle americano ou o Ariane-4 europeu.

A CFD mantém um nível suficiente de confiança nos resultados, oferecendo segurança na tomada de decisões de projeto. O seu emprego é fundamental desde o momento em que o VLS-1 é colocado na plataforma de lançamento, durante a ignição dos motores, o seu voo subsônico ou a passagem pelo regime transônico, caracterizado por ser um regime de escoamento bastante complexo, até o escoamento supersônico.

O desenvolvimento bem sucedido desse tipo de veículo está diretamente vinculado a soluções das áreas de aerotermodinâmica e propulsão, duas disciplinas que interagem fortemente com outros elementos envolvidos no projeto, tais como estruturas, proteção térmica, acústica, dinâmica de vôo e controle. Esse é um desafio multidisciplinar por excelência.

O emprego de métodos CFD são também úteis na simulação de escoamentos sobre veículos se deslocando através da atmosfera em velocidades hipersônicas - Estas velocidades promovem o aumento da temperatura do ar ao redor destes veículos a níveis muito altos nas regiões da camada limite e depois de ondas de choque. Várias reações químicas associadas com estas altas temperaturas têm início nestas regiões. Estas reações, por sua vez, afetam as propriedades termodinâmicas e de transporte do ar bem como, a sustentação, arrasto e temperaturas superficiais a que estes veículos estão submetidos.

Nesse caso, somente soluções numéricas das equações da aerotermoquímica são capazes de simular os escoamentos viscosos, com reações químicas, de maneira a se obter os carregamentos aerodinâmicos e térmicos a que este tipo de veículo está sujeito.

Naturalmente, a utilização dessa metodologia, por mão de obra especializada, é uma das formas de se alcançar o sucesso no desenvolvimento de uma família de veículos lançadores de satélites do Programa Espacial Brasileiro, garantindo, assim, o acesso autônomo do Brasil ao espaço.

Fonte: IAE/DCTA

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Matéria sobre meteorologia na revista da FINEP

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A última edição (nº 9) da revista Inovação em Pauta, editada pela FINEP, empresa do Ministério da Ciência e Tecnologia, tem uma extensa reportagem sobre como o Brasil está enfrentando as mudanças climáticas e fenômenos meteorológicos.

Como não poderia deixar de ser, o texto menciona a necessidade de um satélite meteorológico nacional, citando os diretores do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Abaixo, reproduzimos um trecho, específico sobre o satélite:

"Segundo o diretor do INMET, Antonio Divino Moura, um dos desafios do País para um avanço ainda maior da meteorologia é a falta de uma rede de radares meteorológicos, que permita a adoção de técnicas de previsão de curtíssimo prazo, assim como satélites nacionais dedicados à observação climática. A necessidade de um satélite dedicado é endossada pelo diretor do INPE, Gilberto Câmara: “Em médio prazo, o Brasil precisa ter um satélite geoestacionário próprio, para não depender de outros países”, diz. Já existe um plano do INPE para a fabricação do satélite - orçado em cerca de R$ 800 milhões - que já foi encaminhada a AEB (Agência Espacial Brasileira). “Agora é uma questão de dinheiro”, afirma Gilberto."

Para acessar a reportagem, em arquivo PDF, clique aqui.
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INPE na Amazônia

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INPE inaugura na Amazônia centro para difusão internacional de tecnologias de monitoramento

01/07/2010

Em seu Centro Regional da Amazônia (CRA), em Belém, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) capacitará técnicos de vários países para o monitoramento por satélite de florestas tropicais. Para isso, nesta quinta-feira (1º/7), durante a cerimônia de inauguração da sede própria do CRA, o INPE formalizou três acordos com organismos de cooperação internacional e instituições nacionais e estrangeiras.

Com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) foi assinado acordo para a realização de nove cursos que serão ministrados em inglês, francês e espanhol ao longo de três anos – entre 2010 e 2013.

Já a carta de entendimento firmada entre o INPE e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) permitirá a capacitação de equipes técnicas dos países da América do Sul por onde se estende a floresta, tornando possível que a cobertura florestal da região possa ser totalmente monitorada, a exemplo do trabalho feito pelo INPE na Amazônia Legal Brasileira há mais de 20 anos.

E a parceria com o Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD), da França, resultará na distribuição de imagens de satélite para pesquisas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil por meio do Programa SEAS Brasil, lançado oficialmente durante a cerimônia em Belém.

Conduzida pelo diretor-geral do INPE, Gilberto Câmara, que assinou os acordos com Katsuhiko Haga, representante-chefe da JICA, e embaixador Mauricio Dorfler, da OTCA, a cerimônia de inauguração contou com a presença do secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio de Abreu Monteiro, entre outras autoridades regionais, representantes das instituições do Japão e da França, gestores e cientistas do INPE e de órgãos técnico-científicos da Amazônia.

“A inauguração deste prédio traduz o desejo do INPE de contribuir com o desenvolvimento sustentável, não somente da Amazônia, mas de toda região tropical”, concluiu Cláudio Almeida, do CRA/INPE.

Monitoramento global

O INPE está firmando parcerias para oferecer sua experiência de mais de duas décadas no monitoramento da Amazônia, assegurando a transferência das tecnologias para processamento das imagens e manipulação de grandes bancos de dados, a todos os países interessados em implementar sistemas de monitoramento de alteração da cobertura florestal.

Os cursos de capacitação serão realizados no CRA/INPE, em Belém, que assim se tornará um centro internacional de difusão de tecnologia de monitoramento por satélite de florestas tropicais. Os técnicos estrangeiros aprenderão a utilizar o TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo INPE para seus programas de monitoramento e que estará disponível gratuitamente.

Baseado em imagens de satélites, o monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo INPE é reconhecido internacionalmente por sua excelência e pioneirismo. Com 22 anos de história, o PRODES é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de Km² todos os anos. O resultado do PRODES revela a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia brasileira e tem orientado a formulação de políticas públicas para a região.

Desde 2004, o INPE também opera o sistema DETER - Detecção de Desmatamento em Tempo Real, voltado para orientar a fiscalização por identificar corte raso e degradação florestal com mais agilidade. Em 2008, o aumento de áreas degradadas indicado pelo DETER motivou a criação do DEGRAD. Toda esta tecnologia desenvolvida no Brasil está acessível para o monitoramento global de florestas tropicais, a partir do CRA/INPE.

INPE Amazônia

O Centro Regional da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRA/INPE) iniciou suas atividades em janeiro de 2009, em Belém, onde nesta quinta-feira está sendo inaugurado o prédio que abrigará o Laboratório para Monitoramento Global das Florestas Tropicais por Satélites. O CRA/INPE também terá uma Estação de Recepção de Dados de Satélites, em Boa Vista, e um Núcleo de Monitoramento Ambiental do INPE, em Manaus.

O CRA também irá apoiar atividades de campo e de mapeamento realizadas pelo INPE na região amazônica, mantendo infraestrutura de coleta e processamento de dados em suas instalações. Ao aprimorar o conhecimento em geotecnologias na Amazônia, esta nova unidade do INPE deverá se tornar um centro internacional de difusão de tecnologia de monitoramento por satélite de florestas tropicais.

Fonte: INPE
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