segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Testes finais da carga útil do VSB-30

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IAE realiza os testes finais da carga útil MICROG 1A

Na semana de 23 a 27 de agosto, especialistas do Laboratório de Eletrônica do IAE, juntamente com pesquisadores e técnicos de instituições de pesquisa e universidades brasileiras, realizaram os testes de simulação de vôo com todos os experimentos e partes da carga útil MICROG 1A integrados ao VSB-30.

Participam desses estudos pesquisadores do Centro Universitário da FEI, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Secretaria de Educação de São José dos Campos (SME/SJC), e técnicos do DLR-MORABA (Agência Espacial Alemã).

Ao longo desta semana, foram realizados a integração da rede elétrica e os testes de telemetria com todos os experimentos e as partes da carga útil com o foguete.

Os trabalhos consistiram, também, nos testes em bancada do módulo de serviço, a integração do adaptador da carga útil e os testes de RF. A plataforma MICROG 1A, carga útil do foguete VSB-30, levará ao espaço os cerca de nove experimentos dessas organizações, que há um ano vêm sendo testados, um trabalho sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Os ensaios ambientais (vibração e balanceamento) da carga útil estão previstos para a primeira semana de outubro, nas instalações do IAE.

Fonte: IAE/DCTA
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sábado, 28 de agosto de 2010

Cooperação Brasil - Ucrânia

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Entre os dias 26 e 27 de agosto, ocorreu em Brasília (DF), a IV Reunião da Comissão Intergovernamental Brasil - Ucrânia de Cooperação Econômica e Comercial. A delegação ucraniana foi chefiada pelo Ministro de Política Industrial, Dmitro Kolesnikov, e contou também com a participação do Embaixador da Ucrânia no Brasil, Igor Hrushikó.

Ao final da reunião, foi divulgada uma ata que elenca os pontos e entendimentos. Abaixo, reproduzimos trechos sobre cooperação na área aeronáutica, e também espacial. Destaque para a intenção dos dois países em verificar a ampliação da parceria na área espacial - já existente com o projeto da Alcântara Cyclone Space, com o desenvolvimento de um novo lançador (Cyclone 5) e de um satélite de sensoriamento remoto.

"Cooperação na área industrial

[...]

A Parte ucraniana manifestou interesse em estimular contatos entre as empresas ANTK Antonov e Embraer, com vistas a eventual colaboração nas áreas de projeção e construção de aeronaves. A Parte ucraniana destacou o interesse de intensificar a cooperação entre as empresas ucranianas e brasileiras da área da indústria militar e de defesa.

[...]

Cooperação na Área de Uso Pacífico do Espaço Exterior

As Partes reafirmaram o papel central da cooperação espacial no âmbito da parceria estratégica entre Brasil e Ucrânia, em conformidade com a Declaração Conjunta presidencial assinada por ocasião da visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Kiev, em 2 de dezembro de 2009. Nesse sentido, reiteraram o caráter prioritário, para ambos os países, do projeto bilateral de instalação e operação do sítio de lançamentos do Veículo Cyclone-4 no Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão.

As Partes observaram os importantes avanços alcançados pelo projeto binacional nos últimos meses, o que permitirá o início dos trabalhos práticos de construção do complexo terrestre Cyclone-4, no CLA. Em setembro próximo, será lançada a pedra fundamental das obras preliminares do Sítio de Lançamentos do Cyclone-4, em cerimônia a ser presidida pelo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil.

As Partes saudaram a realização, em 10 de março de 2010, em Kiev, da V Reunião do Conselho de Administração da Alcântara Cyclone Space (ACS) e reiteraram o compromisso de apoio à empresa binacional e ao cumprimento seu atual cronograma geral, que prevê o primeiro lançamento do Cyclone-4 em fevereiro de 2012.

As Partes afirmaram o interesse comum em verificar as possibilidades de ampliação da cooperação na área espacial por meio, por exemplo, do desenvolvimento conjunto de veículo lançador de satélites Cyclone-5 e de satélite de sensoriamento remoto, entre outros projetos de interesse.

[...]"

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Problemas com o gravador de dados do CBERS 3

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O projeto do CBERS 3, primeiro satélite da 2ª geração do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, avança em linha com os objetivos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de colocá-lo em órbita entre 2012 e 2013, mas também enfrenta alguns percalços.

Há algumas semanas, após testes realizados entre os meses de junho e julho, o gravador digital de dados (Digital Data Recorder - DDR) do satélite foi recusado e enviado de volta ao Brasil pela parte chinesa, em decorrência de mau funcionamento. Dentro do programa CBERS, o componente é de responsabilidade brasileira e foi contratado pelo INPE junto à Mectron, de São José dos Campos (SP).

Este não é, aliás, o primeiro problema da Mectron com satélites. O subsistema de suprimento de energia da Plataforma Multimissão (PMM), cujo desenvolvimento e fabricação são de sua responsabilidade, sofreu vários atrasos em seu cronograma, exigindo vários aditamentos ao contrato.

Mal funcionamento, defeitos e outros problemas são normais em qualquer projeto complexo de engenharia, mas que não evitam, porém, certos desconfortos. Concebido numa época em que os programas espaciais brasileiro e chinês eram relativamente equivalentes, hoje o CBERS recebe algumas críticas informais e não oficiais no Brasil, inclusive de integrantes do próprio INPE, incomodados com um certo domínio chinês sobre o programa. Problemas como da DDR, por exemplo, acabam enfraquecendo a posição brasileira.
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Operação Barreira III: lançamento cancelado

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CLBI cancela lançamento de Foguete

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno cancelou o lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB) da Operação Barreira III, previsto para às 15h 30min, do dia 26 de agosto, devido à intensidade dos ventos, acima de 10m/s (aproximadamente 35 km), um dos critérios de segurança estabelecidos pela especificação do foguete.

Durante a Operação, o setor de meteorologia do Centro realizou várias sondagens para acompanhar a intensidade do vento com a finalidade de subsidiar o setor responsável pela segurança de voo, quanto à análise do critério do limite de intensidade do vento.

Foi observado que apesar da diminuição da intensidade do vento na janela de lançamento (período previsto na operação), houve muita oscilação nos dados da velocidade do vento. “Esta diminuição não foi constante para atender os requisitos de segurança” explica o Operador de segurança de voo do Centro.

Apesar de não ter ocorrido o lançamento do foguete os coordenadores das estações consideraram satisfatório o resultado da Operação Barreira III já que o objetivo primordial foi o treinamento dos operadores e a verificação dos meios de preparação, lançamento, rastreio, telemedidas, logística e comunicações, entre outros.

No momento, não existe data prevista para o novo lançamento deste foguete, já que a preparação de uma operação requer um novo planejamento dos operadores das equipes do Centro.

Fonte: CLBI
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

IAE/DCTA na missão SHEFEX II

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Pré-montagem dos propulsores S40M e S44 na UCA

26/08/2010

No decorrer da semana de 16 a 19 de agosto de 2010, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) realizou, na Usina Coronel Abner (UCA), a pré-montagem dos propulsores S40M e S44 que compõem o veículo de sondagem Shefex 2.

Com a necessidade de evoluir o desempenho da missão Shefex 1, que foi o marco inicial do programa “Hypersonic Flight Experiment Program“, no qual foram utilizados os propulsores S30 e Orion, o centro alemão Deutsche Zentrum für Luft- und Raumfahrt - DLR solicitou ao IAE a provisão de um conjunto de propulsores S40M e S44, que fazem parte do sistema propulsivo do foguete de sondagem VS-40M.

O incremento da capacidade da missão com os propulsores do VS-40M ocorrerá principalmente no que se refere à velocidade de reentrada, duração do tempo de experimentação, controle do foguete na fase de reentrada, aumento do número de experimentos/sensores de 60 para 160, além da alta prioridade da carga útil ser resgatada em terra. O foguete deverá ser lançado no decorrer do mês de maio do próximo ano no Campo de Lançamento de Woomera, na Austrália.

Fonte: IAE/DCTA

Comentário: para saber mais sobre o envolvimento brasileiro na missão SHEFEX, da Alemanha, acesse a postagem "O VLS "alemão"". O portal Spacedaily também divulgou hoje (26) uma notícia geral sobre a SHEFEX II ("DLR Develops Custom Flight Control System for SHEFEX II").
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cooperação Brasil - Japão: mais sobre o workshop

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No último dia 22, o blog divulgou a realização do workshop com empresas e centros de pesquisa japonesas (ver a postagem "Cooperação Brasil - Japão"). Hoje (24), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou uma notícia sobre o evento, reproduzida abaixo:

Brasil e Japão discutem no INPE parcerias na área espacial

24/08/2010

Nos dias 26 e 27 de agosto, políticas e programas da indústria espacial do Japão e do Brasil serão discutidos durante workshop no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

O evento é promovido em parceria pelo INPE, Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão e Sociedade de Companhias Aeroespaciais do Japão (SJAC, na sigla em inglês).

O “Japan-Brazil Space Sector Workshop” tem como objetivo promover o entendimento dos projetos em andamento na área e expandir as colaborações já existentes entre instituições governamentais e empresas de ambos os países. Esta troca possibilita a identificação de áreas de interesse mútuo e pode gerar cooperações futuras.

O workshop será aberto por João Braga, vice-diretor e coordenador dos Centros Regionais do INPE. Em seguida haverá uma palestra de Himilcon de Castro Carvalho, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Durante os dois dias de workshop especialistas brasileiros e japoneses de instituições governamentais e privadas apresentarão alguns de seus principais projetos ligados à área espacial. Confira aqui a programação completa do workshop.

Fonte: INPE
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Cooperação Brasil - França: satélite GPM

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INPE discute desenvolvimento de satélite inovador com a França

24/08/2010

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) recebe, nos dias 25 e 26 de agosto, uma equipe do CNES, o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França, para concluir a primeira fase de desenvolvimento de um satélite inovador de meteorologia, que será usado na medição de chuvas e na coleta de dados sobre mudanças climáticas.

A proposta vislumbra a fabricação de um satélite franco-brasileiro para orbitar em regiões tropicais do planeta, como a Amazônia, permitindo o monitoramento mais freqüente e eficaz de precipitação sobre a floresta e fornecendo novos dados sobre o comportamento do clima.

“As reuniões desta semana com o CNES são de extrema importância e podem ser um passo importante na concretização desta iniciativa do INPE, de desenvolver um satélite que terá, sem dúvida, um papel crucial no acompanhamento do clima”, afirma Marco Antônio Chamon, coordenador de Gestão Tecnológica do INPE.

Com lançamento previsto para 2016, o satélite em questão terá como base a PMM, plataforma multimissão desenvolvida pelo INPE, e levará um radiômetro - responsável pela mediação de chuvas - a ser desenvolvido em conjunto pelos dois países. A proposta é fabricar um instrumento baseado no radiômetro francês Madras, com características mais avançadas, permitindo obter informações ainda não disponibilizadas pelos satélites atuais.

As discussões bilaterais para esta missão tiveram início em outubro do ano passado e devem culminar em um acordo após a aprovação, pelos órgãos governamentais competentes, de um relatório a ser divulgado em outubro de 2010.

No Brasil, este relatório deverá ser avaliado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e, na França, dependerá da aprovação de um comitê de avaliação de projetos do CNES.

Este acordo, que beneficiará toda a comunidade científica, será importante para ambos os países, tanto em termos de avanços tecnológicos quanto de desenvolvimento industrial.

As quatro etapas desta cooperação - projeto, fabricação, lançamento e operação -, assim como os custos da missão, devem ser divididos de forma igualitária, em proposta que está em discussão pelos dois países. A fabricação poderá ser compartilhada por empresas brasileiras e francesas, com uma parte do satélite sendo desenvolvida no Brasil e outra na França.

A proposta inicial é que a fase de integração e testes do satélite seja realizada no INPE, que neste caso absorveria os custos relativos a esta etapa do desenvolvimento.

O acordo no setor espacial proposto por INPE e CNES visa ainda reforçar os laços de cooperação internacional já existentes entre os dois países.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Operação Barreira III: mais um FTB

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No próximo dia 26 de agosto, às 15h, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), será lançado, como parte da Operação Barreira III, o Foguete de Treinamento Básico (FTB), o terceiro no ano.

Este foguete tem como objetivo exercitar toda a estrutura de coordenação, além de validar os procedimentos e de garantir o treinamento das equipes nas áreas de logística, telecomunicações, preparação, integração, montagem, lançamento, rastreio, segurança de voo,segurança de superfície, coleta e tratamento de dados.

O CLBI já participou em 2009 de quatro lançamentos desse tipo (dois em São Luiz, no Maranhão, e dois em Natal), e neste ano foram realizadas três campanhas com quatro lançamentos de foguetes (Natal e Alcântara) e todos alcançaram o resultado esperado: garantir a qualificação técnica dos recursos humanos e a manutenção dos meios operacionais necessários às atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE.

Além da preocupação de aprimorar a excelência técnica do efetivo do Centro, a campanha propicia a manutenção e a operacionalidade dos equipamentos para futuros lançamentos de foguetes de maior porte. Cabe ressaltar que o FTB é totalmente é o desenvolvido pela indústria nacional, pois é a Avibras, empresa brasileira localizada em São José dos Campos (SP), que produz e comercializa esse tipo de foguete.

Fonte: CLBI
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Ensaios da carga útil do VSB-30 no IAE/DCTA

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IAE realiza ensaios de carga útil do VSB-30

23/08/2010

A Divisão de Eletrônica (AEL) do IAE realiza, de 23 a 27 de agosto, a verificação funcional e conjunta dos experimentos do segmento brasileiro da plataforma MICROG 1A com o módulo de serviço da Agência Espacial Alemã (DLR).

A plataforma MICROG 1A, carga útil do foguete VSB-30, levará ao espaço cerca de nove experimentos de diversas instituições de pesquisa e universidades brasileiras, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB), que há um ano vêm sendo testados.

Ao longo desta semana, serão realizados a integração da rede elétrica e os testes de telemetria com todos os experimentos e as partes da carga útil. Os ensaios ambientais no IAE devem ocorrer em setembro.


Fonte: IAE/DCTA

Comentário: o módulo de carga útil objeto dos ensaios realizados pelo IAE/DCTA voará no lançamento do VSB-30 previsto para o próximo mês de setembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (ver postagem "Alcântara terá lançamento de VSB-30 em setembro").
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domingo, 22 de agosto de 2010

Amazônia-1: expectativa de novas licitações

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De acordo com informações apuradas pelo blog Panorama Espacial, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está prestes a licitar os componentes faltantes para a conclusão do Amazônia-1, satélite de observação terrestre baseado na Plataforma Multimissão (PMM). A expectativa é que as licitações sejam iniciadas muito em breve, com a publicação de editais no Diário Oficial. Toda a documentação necessária para as instruções dos processos licitatórios já estaria, inclusive, pronta. O objetivo do INPE é ter os contratos de fornecimento assinados até o final do ano.

Dentre os poucos componentes que ainda não foram comprados, destaca-se o sensor de estrelas, sistema essencial para o posicionamento do satélite em órbita e apontamento das câmeras para a Terra. Especula-se que o sensor será adquirido junto a empresas europeias - da Itália, França ou Holanda.

O blog também apurou que a Agência Espacial Brasileira já começou a dar os primeiros passos visando ao lançamento do Amazônia-1, como, por exemplo, a busca de recursos no orçamento para levá-lo a órbita, em 2012 ou 2013. Muito provavelmente, será aberta uma concorrência internacional para a contratação do frete de um lançador, processo que pode levar vários meses, ou talvez anos.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Odebrecht e AG nas obras da ACS?

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Segundo o website da revista de negócios EXAME, as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez estão em negociações avançadas com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) para a execução das obras de infraestrutura no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.


O interesse da Odebrecht nas áreas aeroespacial e de defesa é crescente. A construtora está envolvida com o projeto de construção dos novos submarinos brasileiros (SBr e submarino nuclear), em parceria com a companhia francesa DCNS, e no final de maio, anunciou uma parceria com a EADS Defence & Security, da Alemanha, para iniciativas conjuntas no Brasil na área de defesa, particularmente sistemas de monitoramento de fronteiras.

Segundo algumas pessoas ouvidas pelo blog, a Andrade Gutierrez também pode se envolver em algumas outras iniciativas no Brasil. No passado, a construtora mineira esteve envolvida na fabricação de perclorato de amônio, um dos componentes do combustível sólido utilizado pelos foguetes brasileiros, inclusive o VLS.
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Cooperação Brasil - Japão

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Nos próximos dias 26 e 27, acontece no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), o “Japan-Brazil Space Sector Workshop”, evento que tem por objetivo aprofundar os entendimentos mútuos sobre o status atual das indústrias espaciais dos dois países e expandir a cooperação com instituições governamentais e indústrias. O workshop é promovido pelo INPE, Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, e a Sociedade de Companhias Aeroespaciais do Japão (SJAC, sigla em inglês).

Cerca de trinta representantes do governo e de indústrias japonesas como a NEC Corporation, Mitsubishi, IHI Corporation e Hitachi, entre outras, participarão do workshop. Do lado brasileiro, haverá apresentações de representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB), INPE, Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Star One, e outros institutos governamentais.
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INPE, Telespazio e COSMO-SkyMed

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Reproduzimos abaixo o extrato da parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e a empresa Telespazio Brasil, envolvendo estudos de sensoriamento remoto, publicada no Diário Oficial da União em 7 de julho de 2010:

"EXTRATO DE ACORDO DE PARCERIA

Espécie: Acordo de Parceria RD nº 01.01.026.0/2010.
Participes: A União, representada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, por intermédio do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais -INPE, CNPJ nº 01.263.896/0005-98 e a TELESPAZIO BRASIL S.A., CNPJ nº 02.214.014/0001-33.
Objeto: Estabelecer e regulamentar a colaboração no desenvolvimento de pesquisas e projetos que compreendem prioritariamente: pesquisa básica em produtos de sensores orbitais ativos relacionada à geometria de aquisição, métodos de processamentos e análise de dados; estudos dos ecossistemas e biomas brasileiros; aplicação de sensores orbitais no mapeamento do uso atual e multitemporal da cobertura do solo; e estudos e projetos em âmbito nacional e/ou internacional para organizações governamentais, privadas e do terceiro setor.
Fundamento Legal: Lei nº 10.973/04, regulamentada pelo Decreto nº 5.563/05 e pela Lei 8666/93.
Vigência: 2(dois) anos a contar da data desta publicação.
Data da assinatura: 22/06/2010. Assinaturas: Pelo INPE: Gilberto Câmara Neto - Diretor, CPF nº 019.351.598-95, e pela TELESPAZIO BRASIL: Marzio Laurenti - Diretor Presidente, CPF nº 054.546.257-60."

Alguns observadores ouvidos pelo blog entendem que esta parceria pode funcionar como uma espécie de "teaser", uma demonstração da tecnologia e aplicações dos dados produzidos pela constelação italiana COSMO-SkyMed no Brasil, para algo maior no futuro, como um contrato de fornecimento de imagens de longo prazo, por exemplo. Há de se destacar que uma das maiores carências brasileiras em termos de observação terrestre via satélite (particularmente para os programas DETER e PRODES, do INPE, focados na região amazônica) é justamente a falta de sensores orbitais e/ou imagens radar, produzidas independente de cobertura de nuvens.

Desde o início do ano, imagens dos satélites COSMO-SkyMed já estão sendo usadas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) (ver a nota "Imagens COSMO-SkyMed para o SIPAM", de março de 2010).
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Parceria entre INPE e Telespazio

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Parceria com a Telespazio facilitará pesquisas com dados de radar no INPE Amazônia

18/08/2010

Verificar desmatamentos e mudanças de uso e cobertura da terra com estudos baseados em imagens de radar. Este é o principal objetivo do acordo firmado entre o Centro Regional da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Belém (PA), e a empresa Telespazio Brasil.

O acordo prevê o treinamento em processamento digital de imagens de radar, o desenvolvimento e testes de metodologias para mapeamento de uso e cobertura da terra e a realização de trabalhos de campo, entre outras ações voltadas aos estudos, que utilizarão dados do sensor COSMO-SkyMed, fornecidos pela Telespazio.

O INPE monitora a Amazônia com imagens de satélites desde a década de 70. Hoje realizado na sede do Instituto em São José dos Campos (SP), gradativamente este monitoramento será transferido para Belém, na região central da maior floresta tropical do planeta. No INPE Amazônia estão sendo investidos recursos para a difusão internacional de tecnologia de monitoramento por satélite de florestas tropicais e, também, na excelência em pesquisa e desenvolvimento na área de sensoriamento remoto.

“Uma das linhas de pesquisa que se pretende consolidar no INPE Amazônia é a de estudos avançados de monitoramento de florestas tropicais utilizando dados de radar. A parceria com a Telespazio é imprescindível para a aquisição de imagens. Em contrapartida, serão disponibilizados os resultados dos estudos com imagens COSMO-SkyMed”, diz Alessandra Gomes, do INPE Amazônia.

O Centro Regional da Amazônia iniciou suas atividades em janeiro de 2009, em Belém, e em julho de 2010 foi inaugurado o prédio que abrigará o Laboratório para Monitoramento Global das Florestas Tropicais por Satélites. O estabelecimento do Instituto na região Norte descentraliza as atividades espaciais no país e, também, fomenta a criação de novas linhas de pesquisas, especialmente em sensoriamento remoto.

Fonte: INPE
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Lançadores: Argentina quer entrar para o clube

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No início desta semana, circularam notícias na imprensa internacional sobre o interesse da Argentina em desenvolver um lançador espacial (para acessar uma das reportagens, clique em "Argentina plans to join Space Age"). O desejo do país vizinho em contar com foguetes, aliás, já é bem antigo e remonta aos finais da década de setenta e oitenta, período em que o governo argentino tocava o programa Condor, em alguns aspectos, com finalidades duais, para aplicações tanto civis como militares. O Brasil, em paralelo, desenvolvia o programa VLS.

No início da década, com a adesão da Argentina ao Missile Technology Control Regime (MTCR), o programa Condor foi cancelado.

Mais recentemente, surgiram algumas iniciativas envolvendo lançamento de pequenos foguetes de sondagem, como o Tronador. Em 1998, foi constituída uma empresa chamada VENG S.A. (Vehículo Espacial de Nueva Geração - Veículo Espacial de Nova Geração), controlada pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), e que tem sido usada para o desenvolvimento de foguetes, como a família Tronador (Tronador I e II). Num passado recente, chegou-se a divulgar que a empresa seria responsável pelo desenvolvimento e construção de um veículo dotado de propulsor líquido, com sistema de navegação, controle e guiagem associados a um receptor GPS, para inserção de cargas úteis em órbita, embora mais detalhes, e mesmo a disponibilização de recursos para o projeto, não sejam conhecidos.

Ao que tudo indica, o interesse da CONAE e VENG em desenvolver um foguete espacial existe, mas tudo depende da disponibilização de recursos. "Com os recursos necessários, nós estimamos que por 2013 nós poderíamos lançar o primeiro veículo espacial", afirmou Conrato Varotto, diretor da CONAE.

De acordo com o que foi divulgado, o foguete argentino usaria como sítio de lançamento a base militar de Puerto Belgrano, situado ao sul da província de Buenos Aires.
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Alcântara terá lançamento de VSB-30 em setembro

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O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) divulgou ontem (16) que está previsto para o mês de setembro a realização de uma campanha com dois lançamentos de foguetes, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

O primeiro foguete será do modelo Orion, usado para testes de aferição e calibração de sistemas, tais como telemetria, rastreio e controle. Já o segundo lançamento envolverá um VSB-30, numa iniciativa binacional entre Brasil e Alemanha. Com capacidade de transporte de até 400 kg de cargas úteis, o VSB-30 realizará experimentos de microgravidade, provavelmente com cargas úteis de instituições dos dois países.

Os últimos meses têm sido muito agitados no CLA. Entre julho e início de agosto, foram executados vários lançamentos de foguetes de pequeno porte (FTB e FTI), dentro da Operação FogTrein I, com o objetivo de testar a infraestrutura do centro e treinar a equipe técnica.
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Reunião do CEOS em outubro

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INPE promove em outubro no Rio a reunião anual do CEOS

16/08/2010

O 24º Encontro do Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, na sigla em inglês) será realizado entre os dias 12 e 15 de outubro na cidade do Rio de Janeiro. Em 2010 a presidência do CEOS está sendo exercida pelo Brasil, representado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que promove a reunião para discutir os avanços obtidos no último ano e estudar a estratégia a ser adotada nos próximos.

Criado em 1984, o CEOS é responsável pela coordenação global de programas espaciais civis e pelo intercâmbio de dados de satélites de observação da Terra. A presidência do CEOS, que reúne 28 agências espaciais e 20 organizações nacionais e internacionais, atesta o reconhecimento mundial do Brasil como líder na disseminação do uso de dados orbitais.

Em 2004, por meio do INPE, o país foi o primeiro a adotar uma política de acesso livre ao permitir a distribuição gratuita pela internet dos dados do satélite sino-brasileiro CBERS.

O intercâmbio de dados de satélites proporcionado pelo CEOS une esforços e permite a obtenção de mais informações para o estudo do desmatamento, previsão de desastres naturais, conservação da biodiversidade, entre outras aplicações importantes no atual cenário de mudanças climáticas. Quanto mais dados e satélites disponíveis, melhor o gerenciamento dos recursos naturais de nosso planeta.

O Brasil assumiu a presidência anual do CEOS durante plenária do Comitê realizada em novembro do ano passado em Phuket, na Tailândia. No Rio de Janeiro, haverá uma nova plenária para definir o próximo mandato.

Mais informações no site www.ceos.org

Fonte: INPE
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domingo, 15 de agosto de 2010

Livro sobre controle de tráfego aéreo no Brasil

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Para aqueles que se interessam em controle de tráfego aéreo - tema que guarda alguma relação, indireta, com espaço, este ano foi publicado uma importante obra com um panorama (passado, presente e futuro), sobre a evolução brasileira na área. Intitulado "Destino: soberania - O domínio brasileiro da tecnologia no tráfego aéreo", o livro é de autoria de Valéria Rossi e Aldrich Kanashiro.

A obra foi patrocinada pela Atech, grupo brasileiro fortemente envolvido com o setor, tendo sido responsável pelo desenvolvimento e integração de várias redes e sistemas de vigilância, como o SIVAM (hoje, Cindacta IV), softwares, etc. O livro, aliás, discorre em alguns poucos parágrafos sobre o interesse brasileiro em se contar com um satélite geoestacionário (a Atech foi uma das contratadas para os estudos do SGB no início da atual década), e também sobre outras atividades do grupo na área espacial (Programa Celeste, relacionado à constelação Galileo, e Alcântara Cyclone Space - ACS).

O Sistema de Controle de Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a cargo do Comando da Aeronáutica, é operado tanto para o controle de tráfego aéreo civil como de defesa do espaço aéreo nacional. E, de certo modo, considerando-se os conceitos atuais de integração de sistemas e redes, C4ISR, guerra centrada em rede, etc., e os projetos e intenções brasileiras na área (SIVAM/SIPAM, SISFRON, entre outros), a evolução do monitoramento e controle do espaço aéreo, costas e fronteiras passa pelo segmento espacial, que cada vez mais exercerá função de destaque na transmissão e coleta de dados. Não é por acaso que o Ministério da Defesa tem exercido papel essencial em algumas discussões de projetos espaciais, como o do SGB e Projeto Sentinela, em linha com a Estratégia Nacional de Defesa.
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Palestra ucraniana em São José dos Campos

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Instituto de projetos da Ucrânia realiza palestras no DCTA

12/08/2010

Uma equipe do Instituto Estatal de Projetos do Ministério da Defesa da Ucrânia, liderada pelo diretor-geral do órgão, doutor Olegh Pryimachuk, realizou, no dia 10 de agosto, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, em São José dos Campos, palestras sobre temas na área espacial.

O evento foi dirigido a um grupo de 55 participantes de órgãos do governo, Agência Espacial Brasileira, Alcântara Cyclone Space, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e DCTA.

Na chegada, a equipe estrangeira assistiu a uma apresentação institucional do DCTA e da área espacial do Instituto de Aeronáutica e Espaço; na exposição ucraniana, foi abordada a experiência prática daquele órgão na área técnico-espacial, bem como uma descrição das principais soluções de engenharia adotadas para projeto junto ao Centro de Lançamento de Alcântara.

Fonte: DCTA
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Onde há fumaça, há fogo

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A agenda do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de ontem (10), informa que houve uma reunião de cerca de meia-hora entre Jobim, o polêmico empresário Artur Falk, e o vice-presidente da Agência espacial da Ucrânia, Sergiy Baulin.

Além de ser vice-presidente da Agência Espacial Nacional da Ucrânia (NSAU, sigla em inglês), Baulin é também membro do conselho fiscal da Alcântara Cyclone Space (ACS).

Detalhes sobre a pauta da reunião não foram divulgados, mas segundo especulou uma fonte ouvida pelo blog, poderia envolver a busca de financiamento para a joint-venture espacial ucraniano-brasileira.
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Início das obras da ACS em Alcântara

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Supressão vegetal marca início das obras da ACS

09/08/2010

Os Diretores Gerais da Binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral (BR) e Oleksandr Serdyuk (UA), estiveram no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para marcar o início do trabalho de supressão vegetal da área do Complexo Terrestre Cyclone-4. De acordo com o cronograma do projeto de construção, o primeiro lançamento do Veículo Lançador de Satélites Cyclone-4 será realizado em 2012.

Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk, juntamente com o representante da Agência Espacial Brasileira, Antonio Olavo Caetano, e com o vice-diretor de Suprimentos e Qualidade da ACS, Reinaldo Melo, foram recebidos pelo Diretor do CLA, Ten. Cel. Av. Ricardo Rodrigues Rangel.

“Alguém tem dúvida do sucesso da Alcântara Cyclone Space?”, indagou Roberto Amaral, após cortar simbolicamente a primeira vegetação a ser suprimida da área de 462 hectares, que abrigará o Complexo Terrestre Cyclone-4.

A supressão vegetal teve início após a ACS obter autorização do IBAMA para inciar os trabalhos necessários à montagem da infraestrutura para o lançamento da Pedra Fundamental da Obra, que acontecerá em setembro deste ano, com a presença do Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.

Inicialmente a ACS vai abrir uma clareira e dois acessos até a área destinada para a construção do Complexo Terrestre Cyclone-4. Todo o extrato vegetal retirado dessa área deve ser doado, conforme determinação do IBAMA. Entre outras compensações previstas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), a ACS também vai, num primeiro momento, reflorestar uma área de aproximadamente sete hectares.

Como convidados para participar do marco, estiveram presentes o vice-prefeito de Alcântara, Isaac Tavares, o vice-presidente da Câmara de Vereadores, João Clímaco, e os líderes das comunidades de Mamuna, Militina Cerejo, e de Baracatatiua, Raimundo Catanhede.

Raimundo fez questão de agradecer aos Diretores Gerais da ACS pelo esfoço pessoal que fizeram junto ao governo federal para que a comunidade de Baracatatiua fosse incluída no Programa Luz Para Todos. “Agradeço o apoio da Alcântara Cyclone Space para que a energia elétrica pudesse chegar até Baracatatiua. O Luz Para Todos já mudou a vida da comunidade para melhor”, revelou Raimundo.

Após obter autorização do Ibama para iniciar a supressão vegetal da área que abrigará as obras da Alcântara Cyclone Space, a binacional deu continuidade aos trabalhos para definição das empresas que irão construir o Complexo Terrestre Cyclone-4. “A expectativa da sociedade alcantarense fica agora por conta da conclusão das obras da ACS”, revelou João Clímaco, Vice-presidente da Câmara de Vereadores de Alcântara.
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sábado, 7 de agosto de 2010

Subvenção da FINEP: edital republicado

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Na tarde de sexta-feira (06), a FINEP disponibilizou novamente em seu website o edital de subvenção econômica de 2010 para projetos de inovação. Como o blog mencionou nos últimos dias, o edital chegou a ser disponibilizado no último dia 4, mas foi rapidamente retirado do ar para correção de algumas das informações. Os pontos alterados, segundo informações da própria FINEP, foram mais técnicos e procedimentais, não afetando as áreas e valores destinados para os projetos de subvenção.

Assim, na área de Defesa (e indiretamente Espaço), a empresa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia espera receber propostas de projetos relacionados a "soluções integráveis para vôo autônomo, incluindo decolagem e pouso automático e sistemas óticos e infravermelho para VANT [Veículos Aéreos Não Tripulados]", "sistemas ligados à segurança e controle de navegação; acelerômetros e girômetros para aplicações diversas", e "de materiais para proteção balística individual e de veículos para emprego militar."

O blog acredita que empresas envolvidas com o projeto Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial (SIA), liderado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Instituto de Estudos Avançados (IEAv), ambos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), apresentarão propostas para subvenção.

Para acessar o edital, clique aqui.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Subvenção econômica da FINEP: esclarecimento

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Em relação à postagem "Subvenção econômica 2010 da FINEP", de ontem (05/08), alguns leitores entraram em contato para informar que o link para acesso à chamada da subvenção não está funcionando. De fato, o link não mais funciona e qualquer menção ao edital foi retirada do website da FINEP.

Muito provavelmente, o edital foi excluído para eventuais correções, como eventualmente acontece em se tratando das chamadas públicas da FINEP. O blog buscará manter seus leitores informados sobre o assunto.
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AEB: Relatório de gestão 2009 - Parte II

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Para acessar a Parte I, clique sobre "AEB: Relatório de gestão 2009 - Parte I".

Sistema Geoestacionário Brasileiro - SGB

"O Sistema Geoestacionário Brasileiro, devido ao seu elevado custo de construção, lançamento e operação, está em processo de contratação de um estudo que indicará a viabilidade ou não da adoção da modalidade de Parceria Público-Privada (PPP) na implementação dos projetos decorrentes. Seis empresas ou consórcios de empresas responderam ao edital lançado pelo MP, PNUD e AEB, para a elaboração de propostas detalhadas de estudos de viabilidade, sendo que três delas foram pré-qualificadas. A proposta vencedora deverá ser contratada no primeiro semestre de 2010 e os estudos deverão estar concluídos e serem apresentados até dezembro do mesmo ano. No curso dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de trabalho do SGB, coordenado pela AEB e responsável pela definição das diretrizes da ação, foram concluídas as discussões e os estudos sobre as demandas públicas setoriais que esse sistema deverá atender, compreendendo as cargas úteis para meteorologia, comunicações militares, controle de tráfego aéreo e comunicações estratégicas de governo."

Desenvolvimento de foguetes de sondagem

"Nas ações relativas aos foguetes de sondagem, destaca-se o lançamento bem sucedido em 29/05/2009, do Veículo de Treinamento Orion V2 (Operação Maracati I), a partir do CLA, portando carga útil tecnológica da Agência Espacial Alemã, DLR-MORABA. O lançamento permitiu ao CLA, manter sua operacionalidade, receber treinamento do DLR-MORABA e avaliar o veículo ORION utilizado como foguete de treinamento. Com referência ao VSB-30, destaca-se a conclusão do processo de avaliação da qualificação (certificado de tipo nº: 001T2009). Trata-se do primeiro veículo espacial brasileiro a receber este tipo de habilitação. Destacam-se também os dois voos do VSB-30 (Texus 46 e Texus 47) realizados com sucesso no campo de Esrange, em Kiruna, na Suécia, em 22 e 29/11/2009, respectivamente. Ambos os voos tiveram trajetória nominal seguida, os experimentos realizados, excelente ambiente de microgravidade e as cargas úteis recuperadas."

Veículo Lançador de Satélites - VLS

"Com relação ao desenvolvimento do veículo lançador, destaca-se a continuação da incorporação das modificações no VLS-1 decorrentes da Revisão Crítica realizada em parceria com a State Rocket Center (SRC/Makeyev), onde foram contratados todos os estudos de engenharia necessários às definições a serem testadas na maquete radioelétrica, MIR, e nos dois protótipos para os voos de teste do VLS-1. Destaca-se, também, o prosseguimento na preparação do “Mock-up de Integração de Redes Elétricas (MIR), do VLS-1 XVT-01, do VLS-1 XVT-02 e do VLS-1 V04; e o início do desenvolvimento de Motores bobinados para o VLS-1. Prevê-se o lançamento do primeiro voo de testes para 2012.

Quanto à reconstrução da Torre Móvel de Integração do VLS, estão em andamento o nivelamento e alinhamento da placa base da mesa de lançamento; torre de umbilicais; trilhos; construção da sala de interface, canaleta técnica, torre e túnel de escape. Paralelamente, estão sendo fabricadas a estrutura metálica da TMI e as peças dos sistemas de movimentação, de ancoragem e da mesa de lançamento, além da aquisição de componentes eletrônicos e produtos comerciais. Essas etapas representam 50% da execução física da obra e a sua conclusão está prevista para o final de 2010, conforme previsto no cronograma."

Implantação do Complexo Espacial de Alcântara

"Face à suplementação de recursos em 150% do montante aprovado inicialmente na LOA, foi possível dar grande avanço na contratação de obras e serviços complementares da infraestrutura geral do CLA, necessários para o apoio ao lançamento do foguete ucraniano Cyclone-IV. Essa responsabilidade foi atribuída ao Governo brasileiro no Tratado firmado entre Brasil e Ucrânia, em 2003. Com o total dos recursos assegurados, foi firmado convênio com a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Maranhão, destinando recursos para a recuperação da Rodovia MA-106, no trecho do Terminal do Cujupe ao CLA, o que possibilitará o transporte de cargas espaciais para o sitio de lançamento do Cyclone. Da mesma forma, recursos foram descentralizados para o CLA, o que permitiu o início de algumas obras e outras contratações, destacando-se, entre outros, os seguintes: modernização da Sala de Controle Operacional do Setor de Comando e Controle; recuperação da Pista de Pouso e Decolagem do Aeródromo do CLA; construção da Torre Anemométrica; aquisição de Sistema de Integração de Dados Meteorológicos; aquisição do Radar Perfilador de Vento; recuperação do Prédio da Seção Contra-Incêndio no Aeródromo do CLA; aquisição de Computadores e restauração do Centro Técnico. Os estudos para obtenção da Licença de Instalação para as obras de complementação da infraestrutura no CLA, bem como a elaboração de estudos, projetos básicos e executivos e editais para execução destas obras continuam em curso."
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AEB: Relatório de gestão 2009 - Parte I

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu website o relatório de gestão da agência referente ao ano de 2009. Como já mencionamos em ocasiões passadas, o documento apresenta informações interessantes sobre o status de projetos e execuções orçamentárias. Para acessá-lo na íntegra (em arquivo PDF, 39 páginas), clique aqui.

Abaixo, apresentamos, em duas partes, trechos com o andamento em 2009 dos principais projetos do Programa Espacial Brasileiro. Alguns projetos, particularmente na área de satélites (CBERS, Amazônia 1, MAPSAR, entre outros), já foram abordados no relatório de gestão do INPE (analisado aqui no blog em julho. Veja em "Atividades do INPE em 2009 - Parte I"; e "Atividades do INPE em 2009 - Parte II"). Além do mais, vale sempre a ressalva de que, por ser um documento que tem como base o ano de 2009, várias informações estão defasadas.

Observa-se que alguns projetos têm sofrido com as restrições impostas pelo ITAR, dos EUA, que dificulta ou restringe a aquisição de equipamentos, serviços e componentes. Isto é particularmente verdade no caso do programa CBERS, desenvolvido em parceria com a China. Outro ponto mencionado no relatório é a "dificuldade na celebração de novos contratos causada pelos longos prazos de análise requeridos pelo Núcleo de Assuntos Jurídicos de S. José dos Campos", que atua para o INPE e DCTA.

Desenvolvimento do CBERS

"Foi entregue a câmera multiespectral MUXCAM, pela empresa Opto Eletrônica, que fará parte da carga útil do satélite CBERS 3. Trata-se da primeira câmera do gênero inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil, para geração de imagens de 20 metros de resolução destinadas ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. Essa câmera é totalmente livre de embargos e restrições do International Traffic in Arms Regulations (ITAR). Os estudos do Intelligent Decision Support System do CBERS 3 foram realizados e a integração da rotina do ambiente espacial está em andamento. Foram distribuídas aos usuários nacionais e internacionais mais de 800 mil imagens CBERS, como consequência do esforço de divulgação do Programa para a África e América Latina. Foram também assinados, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio de 2009, memorandos de entendimento para a recepção de dados do CBERS nas estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito."

Satélite Amazônia 1

"O projeto de desenvolvimento da Plataforma Multimissão (PMM) é um conceito moderno em arquitetura de satélites e consiste em reunir em uma única plataforma versátil os equipamentos essenciais à operação do satélite, independentemente de sua órbita e de sua missão específica. Nesta arquitetura existe uma separação física entre a plataforma e o módulo de carga útil, possibilitando que ambos possam ser desenvolvidos, construídos e testados separadamente, antes da integração e teste final do satélite. A indústria nacional, representada pelas empresas Mectron, Fibraforte, Cenic e Atech, participa deste esforço de capacitação e desenvolvimento dos subsistemas propulsão, estrutura, suprimento de energia e telemetria, telecomando e controle (TT&C). Os subsistemas em desenvolvimento pela industria nacional encontram-se prontos para passar à fase de fabricação, exceto o subsistema de TT&C, que passou por uma importante revisão de projeto e está enfrentando dificuldades na importação de componentes críticos.

O subsistema de controle de atitude e gerenciamento de dados (ACDH), último subsistema contratado pelo INPE para a PMM, encontra-se em franco desenvolvimento pela empresa INVAP Argentina, no âmbito da cooperação internacional entre AEB e CONAE. Etapa importante de validação do projeto de engenharia, concluída em dezembro de 2009, foi a revisão preliminar de projeto (PDR) do ACDH.

O projeto do satélite Amazônia-1, primeiro satélite da série que utilizará a PMM, vem apresentando importantes avanços no seu desenvolvimento. O Amazônia-1, após sua entrada em operações, complementará o programa de geração e distribuição de imagens de sensoriamento remoto brasileiro, juntando-se aos três satélites do programa CBERS que permitirão o monitoramento dos recursos minerais e ambientais do território nacional.

O projeto de carga útil do Amazônia-1 está sendo desenvolvido pelo INPE, mas também conta com a participação ativa da indústria nacional. A empresa Opto Eletrônica S.A. é responsável pelo desenvolvimento do principal sensor que é a câmera Advanced Wide Field Imaging (AWFI).

Outros pontos relevantes de progresso do desenvolvimento do satélite foram a definição da configuração do módulo da carga útil, o início do projeto do subsistema estrutura mecânica e a especificação do sistema de transmissão de dados.

Para a inclusão das imagens do satélite Amazônia-1 no sistema de recepção de imagens do Programa Espacial Brasileiro será necessário adequar a infraestrutura de solo. Para o cumprimento deste propósito, foram concluídas as análises das necessidades de compatibilização da carga útil com o segmento solo."

Missão MAPSAR

"O satélite MAPSAR (Multi-application Purpose Synthetic Aperture Radar Satellite) consiste em uma parceria Brasil-Alemanha, para desenvolvimento conjunto de uma missão radar embarcada na plataforma espacial brasileira PMM (Plataforma Multimissão). O projeto já passou pela fase inicial (Fase A), que definiu a viabilidade técnica da missão e especificou a partilha de tarefas entre os dois países. A fase seguinte - de requisitos e definições preliminares do satélite (Fase B) - foi concluída em dezembro de 2009, faltando apenas a redação do relatório final pelo INPE em conjunto com a Agência Espacial Alemã (DLR)."

Desenvolvimento de Satélites de Pequeno Porte

"No desenvolvimento do satélite universitário ITASAT, foram concluídas as análises de diversas configurações relativas à atitude do satélite; controle, computador de bordo e protocolos de comunicação para missão. Foram também realizados estudos para a definição da órbita, polar ou de baixa inclinação (25°), levando-se em consideração as diversas características da missão: componentes, equipamentos pretendidos para embarque, plataformas de coletas de dados e estações de rastreamento já existentes em Cuiabá e Alcântara. Foi realizada no final do ano reunião para discussão dos estudos realizados para a missão: especificações técnicas do sistema, experimentos pretendidos para embarque, análise de custo, cronograma e viabilidade técnica do projeto ITASAT. Foram fixadas como metas um cronograma de desenvolvimento de três anos (ainda sem definição de data de lançamento) e a meta orçamentária de cinco milhões de reais para o período, excluídos os custos de lançamento.

Encontra-se em fase de finalização um convênio com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), para estudos e elaboração de um plano estratégico para iniciativas de capacitação nacional em satélites de pequeno porte, além de apoio técnico e administrativo a projetos nesta área, incluindo o ITASAT."
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Subvenção Econômica 2010 da FINEP

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A Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, do Ministério da Ciência e Tecnologia, divulgou hoje (04) a chamada para seleção pública de projetos de Subvenção Econômica à Inovação. Ao todo, somando-se todas as áreas temáticas, poderão ser liberados até R$ 500 milhões em recursos não-reembolsáveis para empresas, em projetos de inovação que variam de R$ 500 mil a R$ 10 milhões, não consideradas as contrapartidas. Propostas poderão ser enviadas até 7 de outubro.

Não foram destinados recursos específicos para o setor espacial, mas pode ser possível enquadrar alguns projetos dentro da área temática de Defesa, que poderá ter alocação total de R$ 90 milhões. Nesta área, o documento de seleção pública faz referência a projetos visando o desenvolvimento de "soluções integráveis para vôo autônomo, incluindo decolagem e pouso automático e sistemas óticos e infravermelho para VANT [Veículos Aéreos Não Tripulados]", "sistemas ligados à segurança e controle de navegação; acelerômetros e girômetros para aplicações diversas", e "de materiais para proteção balística individual e de veículos para emprego militar."

Acelerômetros e girômetros são componentes utilizados para controle e guiagem, em sistemas inerciais, e além de aplicações na área de Defesa, são também usados em veículos lançadores e satélites. Já há alguns anos que o governo brasileiro tem buscado estimular iniciativas nesta área no Brasil, especificamente para fins aeroespaciais, tendo em vista que estes componentes, por serem duais, terem mercado altamente regulado.

Para acessar o documento e obter mais informações sobre a subvenção da FINEP, clique aqui.
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Revista "Espaço Brasileiro" nº 9 no ar

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu website a nona edição da revista institucional "Espaço Brasileiro", referente ao trimestre de abril a junho de 2010. O número, talvez o mais interessante dentre todos já lançados, traz uma entrevista com o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), parceria Brasil e Argentina no SABIA-MAR, novas tecnologias do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), mercado de satélites comerciais, sistemas de rastreio de Alcântara e Barreira do Inferno, e outros.

Para acessar a revista, disponível em arquivo PDF (cerca de 24 megabytes), clique aqui.
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FogTrein I - 2010: FTI lançado com sucesso

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Centro de Lançamento de Alcântara lança com sucesso foguete de treinamento

03/08/2010 - 16h52

O Centro de Lançamento de Alcântara lançou hoje (3/8) o Foguete de Treinamento Intermediário. O teste faz parte do projeto Fogtrein I 2010, desenvolvido pela Avibrás em parceria com o Instuto de Estudos Avançados (IEAV) da Aeronáutica. Ouça aqui a entrevista com o coordenador do projeto Tenente-Coronel-Aviador Ricardo Rodrigues Rangel [arquivo MP3].

Fonte: CECOMSAER

Comentário: para mais informações sobre a missão FogTrein I, veja as postagens "FongTrein I - 2010: FTB lançado com sucesso", e "Operação FogTrein I: CLA lançará FTI".

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Recursos da CAF para o Arsat

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No último dia 29, o governo argentino assinou vários acordos de financiamento com a Corporação Andina de Fomento (CAF), inclusive um relacionado ao projeto de desenvolvimento dos satélites geoestacionários Arsat, no valor de 36 milhões de dólares. A CAF é uma instituição financeira multilateral focada no desenvolvimento e integração regional dos países da Comunidade Andina e América do Sul, tendo como seus sócios os países da região, inclusive a Argentina e o Brasil.

O projeto dos satélites Arsat, de telecomunicações, está sendo conduzido pela indústria INVAP, da Argentina, com a participação de fornecedores estrangeiros, como a EADS Astrium e a Thales Alenia Space. O objetivo é desenhar e construir três satélites para a prestação de serviços de comunicações na região do Cone-Sul, projeto avaliado em 723 milhões de dólares. O primeiro satélite da série, Arsat-1, deve ser lançado ao espaço em meados de 2012, missão para a qual a Arianespace foi recentemente contratada.

Não é a primeira vez que o governo argentino toma recursos junto a um organismo multilateral para o financiamento de projetos espaciais. O programa SAOCOM, que prevê o desenvolvimento e construção de satélites de observação terrestre dotados de radares, recebeu em novembro de 2006 recursos da ordem de 50 milhões de dólares, oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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SAC-D movimenta o LIT/INPE

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O Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP) está bem movimentado desde o final de junho. Toda esta movimentação se deve a chegada do SAC-D, satélite argentino de observação dos oceanos, desenvolvido pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE) em parceria com outros países, inclusive o Brasil.

A participação brasileira se dá justamente com a parte dos ensaios finais, a exemplo do que foi feito com a missão do SAC-C, lançado em novembro de 2000.

O SAC-D chegou às instalações do LIT/INPE no final de junho, e desde então está sendo submetido a intensos testes, realizados de segunda a sábado, e às vezes, até no domingo. Em média, são cerca de 50 profissionais trabalhando em dois turnos todos os dias (das 08h00 às 24h00). Além de técnicos brasileiros e argentinos, há uma equipe do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da NASA, a agência espacial americana, acompanhando todos os trabalhos. Ocasionalmente, ocorrem também visitas dos responsáveis pelas cargas úteis francesa e italiana.

A previsão é de que os testes do satélite sejam concluídos em meados de dezembro, com o seu transporte para o centro espacial de Vandenberg, nos EUA, em janeiro de 2011.

Abaixo, reproduzimos uma foto do SAC-D no hall de testes do LIT, gentilmente disponibilizada por Petrônio Noronha de Souza, chefe do laboratório.

No website da CONAE, há também uma foto do satélite argentino na câmera anecóica (clique aqui para vê-la).
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