terça-feira, 3 de maio de 2011

Raupp, iniciativa privada e o Programa Espacial

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A Agência Brasil divulgou uma reportagem ontem (02) (veja aqui) destacando os estudos do Governo Federal para uma maior participação do setor privado no Programa Espacial Brasileiro, repercutindo informações e a opinião de Marco Antonio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Em abril, por ocasião da LAAD 2011, já havíamos destacado aqui no blog a opinião do dirigente sobre a necessidade do programa nacional contar com "prime-contractors", empresas ou entidades responsáveis por projetos contratados pelo governo e aptas a subcontratar empresas menores para a fabricação de componentes e peças. Na oportunidade, Raupp ressaltou que esta era sua opinião pessoal e que isto teria que ser discutido, como de fato está sendo feito, na chamada avaliação crítica do Programa.

A reportagem de ontem traz alguns detalhes importantes. Fala-se, por exemplo, numa decisão ainda este semestre, tendo em vista à sua inclusão no novo Plano Plurianual (PPA 2012-2015), informação que também adiantamos em abril (vejam a postagem "Programa Espacial e Forças Armadas").

A ideia de participação mais efetiva da iniciativa privada no Programa Espacial, no entanto, não é imune a críticas. Na edição de maio do "Jornal do SindCT", sindicato que representa os funcionários públicos dos institutos de Ciência e Tecnologia, especialmente do polo aeroespacial de São José dos Campos (SP), foi publicado um artigo criticando o posicionamento do presidente da AEB. Destacamos um trecho: "Não se pode vacilar na defesa estratégica de se manter a presença do INPE na gerência dos projetos de satélites como MAIN CONTRACTOR. Isso porque, é o maior detentor de competência humana para essa posição além de ser mais barato, garante o controle e a tecnologia envolvida nas mãos do Estado."

Ciente das críticas, Marco Antonio Raupp ressaltou na matéria da Agência Brasil que a ideia não significa um movimento de privatização do programa espacial. "A ênfase à participação do setor privado não implicará, porém, em privatização do Inpe ou do CTA, garantiu Raupp".

Fato é que, independente de qual será a definição e o caminho a ser seguido, houve uma evolução significativa em termos de discussão de Política Espacial no País, com discussões reais e perspectivas relevantes de mudanças.
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