terça-feira, 14 de junho de 2011

Astrium GEO-Information Services satisfeita com o Brasil

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O blog Panorama Espacial conversou hoje (14) com Pierre Duquesne, diretor-geral da Astrium GEO-Information Services Brasil, durante o evento MundoGEO#Connect, que acontece na capital paulista até 16 de junho. Duquesne fez um balanço dos mais de dois anos da presença local, por meio de subsidiária, no País, e também falou um pouco sobre as novidades da empresa.

A denominação Astrium GEO-Information Services é nova, mas traz um extenso legado em imagens de satélites. Trata-se da nova estrutura de serviços em imagens de satélites da Astrium, que integra o grupo europeu EADS. A nova unidade, anunciada em dezembro de 2010, foi implementada no início deste ano e reúne as atividades de duas empresas controladas pela Astrium: a francesa Spot Image, forte em imagens óticas (constelação Spot e outras), com a Infoterra, da Alemanha, atuante em imagens radar (TerraSAR-X e TanDEM-X).

A presença mais significativa da Astrium GEO-Information Services no Brasil se dava com a Spot Image, que abriu uma subsidiária no Brasil há pouco mais de dois anos, em abril de 2009. Com a nova estrutura, a empresa agregou ao seu portfólio, os satélites radares TerraSAR-X e TanDEM-X, capazes de produzir imagens a qualquer tempo e sob quaisquer condições meteorológicas, abrindo um novo leque de oportunidades de negócios, principalmente para aplicações em cartografia.

Segundo Duquesne, a Astrium GEO-Information Services está firme e satisfeita com os negócios locais. "As metas de 2009 e 2010 foram batidas, e há boas perspectivas para o futuro", afirmou. Atualmente, a empresa conta com cerca de 100 clientes no País, das três esferas do setor público, da iniciativa privada e entidades do terceiro setor.

Defesa e Segurança Pública

A Astrium Geo-Information espera crescer e desenvolver novos negócios nas áreas de defesa e segurança pública, mercados de grande potencial no País, e para isso está reforçando a equipe. Recentemente, a empresa contratou um oficial da reserva, especialista em sensoriamento remoto, com passagens no Serviço Geográfico do Exército.

Além dos grandes programas em desenvolvimento, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), do Ministério da Defesa, podem surgir oportunidades de negócios nos preparativos para a realização dos grandes eventos, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, em 2014 e 2016, respectivamente. "São programas que necessitam de imagens, seja para monitoramento, seja para mapeamento. Nós vislumbramos muitas oportunidades", afirmou Duquesne.

Monitoramento ambiental

Meses após a sua instalação no Brasil, a então Spot Image obteve um importante contrato com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para o fornecimento de imagens radar do satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), para aplicações em monitoramento de exploração de petróleo na costa brasileira, iniciativa que também envolve a estatal Petrobras. As imagens são recebidas pela estação do Instituto localizada em Cachoeira Paulista (SP).

O INPE fez também avaliações de imagens radar do TerraSAR-X para a geração de modelos.

Mas, em matéria de monitoramento ambiental, principalmente para a observação da região amazônica, a grande novidade da Astrium GEO-Information Services no País foi a assinatura de um acordo com a empresa espanhola Elecnor Deimos para a distribuição de imagens e produtos do DEIMOS-1, primeiro satélite de observação da Terra 100% privado lançado na Europa.

Dotado de duas câmeras, o DEIMOS-1 tem características adequadas para o imageamento de regiões equatoriais, nas quais as nuvens em geral impõem restrições para sistemas óticos. Dentre as aplicações previstas, além de meio ambiente (desmatamento e manejo florestal), incluem-se também o agronegócio e vigilância marítima. O satélite foi construído pela Surrey Satellite Technoloy (SSTL), da Inglaterra, e integra a rede DMC (Disaster Monitoring Constellation), largamente usada pelo INPE para o monitoramento do desmatamento na região amazônica. O INPE já demonstrou interesse no sistema.

As câmeras do DEIMOS-1 produzem imagens com resolução de 22 metros, cobrindo áreas de até 625 km x 1000 km, com revisita a cada 4 dias.

“No momento em que o desmatamento na Amazônia Legal volta a crescer e na iminência da votação das mudanças no Código Florestal, torna-se crucial o contínuo monitoramento das áreas de devastação para as devidas ações de combate e fiscalização”, ressaltou Duquesne em nota. “Por meio do acordo inédito firmado com a Elecnor Deimos, passamos a agregar ao nosso portfólio as imagens e produtos de valor agregado do DEIMOS-1, que se adapta perfeitamente às necessidades do Brasil, especialmente por suas grandes extensões agrícolas e florestais”, completou.
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