sexta-feira, 13 de julho de 2012

Subsistema de propulsão da PMM


Primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil é apresentado pelo INPE

13/07/2012

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, visita a unidade de Cachoeira Paulista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na tarde de segunda-feira (16/7) para conhecer o primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil que entrará em órbita, a bordo do Amazônia-1. O equipamento é necessário para correção de atitude e elevação de órbita durante a vida útil do satélite.

Além das instalações do Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), onde recentemente foi testado com sucesso o novo subsistema, o ministro visitará o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Raupp estará acompanhado do diretor do INPE, Leonel Perondi, pesquisadores e representantes da indústria nacional.

O desenvolvimento de satélites é importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro, que se qualifica e moderniza para atender aos desafios do programa espacial. O subsistema de propulsão foi desenvolvido em parceria com a empresa Fibraforte para a PMM, a Plataforma Multimissão criada pelo INPE para base de satélites como o Amazônia-1 e o Lattes.

Inovação

Sob a coordenação do INPE, a PMM está sendo construída por um consórcio de empresas como a Fibraforte, de São José dos Campos, responsável pelo subsistema de propulsão. São construídos dois modelos idênticos, um de qualificação e o outro para voo no satélite.

O modelo de qualificação do subsistema de propulsão da PMM foi submetido a uma sequência de testes severos, realizados em laboratórios do INPE, que reproduzem todo tipo de esforços e o ambiente hostil que o satélite terá desde o lançamento ao fim de sua vida útil no espaço.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos, foram realizados os testes de vibração, termovácuo, alinhamento e vazamento. Já no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA), em Cachoeira Paulista, aconteceu o teste de tiro real sob vácuo, que simula manobras em órbita. Todos os testes foram aprovados na etapa de qualificação.

“Como os testes foram realizados pela primeira vez em um subsistema de propulsão, os laboratórios tiveram adaptações em suas estruturas. O BTSA, que integra o Laboratório de Combustão e Propulsão, obteve investimentos para adaptações e melhorias”, conta Heitor Patire Júnior, pesquisador do INPE que é o responsável técnico do projeto. “Novos desenvolvimentos e domínio de tecnologia foram necessários para a construção do subsistema de propulsão, tanto do lado INPE como pela empresa contratada”.

Segundo o pesquisador do INPE, alguns equipamentos que fazem parte do subsistema de propulsão ainda foram importados por não haver produto similar no país, enquanto outros foram desenvolvidos pela Fibraforte, como propulsores, válvulas de enchimento e dreno de combustível e gás pressurizante, tubulação e a própria estrutura e suportes do subsistema.

“Pelo INPE está sendo desenvolvido o catalisador que abastece os propulsores (onde o combustível sofre reação química gerando a propulsão nos motores), todo processo de soldagem da tubulação que transporta o combustível entre o tanque e os propulsores, além do treinamento das equipes de vários laboratórios envolvidos nesse desenvolvimento”, explica Heitor Patire Júnior.

Na Fibraforte, a equipe reúne técnicos, engenheiros, mestres e doutores com formação multidisciplinar, como engenheiros mecânicos, eletrônicos e de materiais. Para a empresa, além do desenvolver de produtos com alto grau de inovação, outro resultado relevante de programa como esses é a formação de recursos humanos de alto nível.

Para os próximos satélites, a Fibraforte pretende desenvolver também o tanque de propelente. Com mais esse passo, sistemas de propulsão para controle de órbita e atitude de satélites estarão livres de barreiras de importação por sensibilidade tecnológica.

“Os novos desenvolvimentos relacionados ao subsistema de propulsão podem levar o país a ser autossuficiente em todos os equipamentos que hoje são importados, levando ao crescimento da nossa indústria aeroespacial”, conclui o pesquisador do INPE.

Fonte: INPE
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