quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Projetos do INPE de Santa Maria (RS)


INPE de Santa Maria inaugura novos projetos

Segunda-feira, 17 de Setembro de 2012

No Centro Regional Sul do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRS/INPE), em Santa Maria (RS), acontece nesta quarta-feira (19/9) às 14 horas a solenidade de inauguração do cluster para modelagem de circulação oceânica e ciclos biogeoquímicos do Projeto Antártico (PAN) e da atualização do cluster para a previsão diária da dinâmica da Ionosfera (conteúdo eletrônico total). O evento, que também marca o início das operações de uma boia meteo-oceanográfica de grande porte para coleta de dados ambientais antárticos em tempo real com transmissão via satélite, servirá para apresentação da Plataforma TerraMA² para o monitoramento e alerta de desastres na região Sul do Brasil e, ainda, do Programa Nanosat C-BR.

Ionosfera

A atualização do cluster para a previsão diária da dinâmica da Ionosfera irá beneficiar os estudos na área de Clima Espacial. O equipamento processa dados de TEC, sigla em inglês para “conteúdo eletrônico total”, que altera os sinais captados através da ionosfera e interfere no sistema de posicionamento global por satélites, o GPS. Outros sistemas tecnológicos também são suscetíveis a eventos relacionados ao Clima Espacial, como a rede de distribuição de energia elétrica, que pode ser danificada devido a correntes elétricas induzidas geomagneticamente em condutores e equipamentos. Ejeções de massa solar também podem danificar circuitos eletrônicos em satélites. Por isso, vários países criaram centros para monitoramento e previsão de Clima Espacial.

O INPE mantém o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) para avaliar fenômenos que afetam o meio entre o Sol e a Terra, bem como o espaço em torno da Terra. Uma de suas atividades mais importantes é o desenvolvimento de um sistema operacional para previsão diária do estado da ionosfera terrestre. O Laboratório de Computação para Clima Espacial (LCCE) do CRS/INPE realiza essa atividade para a região da América do Sul utilizando equipamentos computacionais de alto desempenho, que rodam programas complexos e demorados. Recentemente esse cluster de computadores foi atualizado, tendo recebido 23 nós de processamento, cada um com 2 CPUs e 4 núcleos de processamento. Com esse aumento no poder computacional do CRS/INPE, espera-se no futuro disponibilizar mapas com maior resolução e simulações abrangendo o globo inteiro.

Antártica

O Projeto Antártico do INPE (PAN-INPE) está inaugurando o cluster para modelagem oceânica e de ciclos biogeoquímicos, adquiridos com verba da FINEP para um projeto de monitoramento do tempo, clima e oceano no Rio Grande do Sul. A modelagem oceânica é uma ferramenta importante para o estudo de processos físicos que ocorrem no mar, e a costa do Rio Grande do Sul apresenta um comportamento dinâmico peculiar em relação ao resto do Brasil devido à relação que tem com agentes externos de grande escala no mar e na atmosfera em altas latitudes. Há também uma relação importante entre os fenômenos dinâmicos marinhos e a produção pesqueira do Rio Grande do Sul e da costa sul-sudeste do Brasil. A dinâmica oceânica é ainda responsável pela modulação em caráter sinótico e climático da atmosfera na costa sul-sudeste do Brasil.

O PAN-INPE também está inaugurando uma plataforma para coleta de dados para águas polares, que consiste numa boia meteo-oceanográfica de grande porte para lançamento em novembro de 2012 na Ilha Deception, arquipélago das Shetland do Sul, na região oeste da Península Antártica. Uma vez ancorada no mar em águas rasas ou profundas, essa boia tem capacidade para determinar dados meteorológicos e oceanográficos por meio de sensores de intensidade e direção dos ventos, pressão atmosférica, umidade e temperatura do ar, radiação de ondas curtas e precipitação, além da temperatura da água do mar em cinco profundidades diferentes na coluna d'água. Os dados são transmitidos em tempo quase real para uma estação no INPE via satélite. Essa iniciativa é única nos 31 anos do PROANTAR e traz ao Brasil e ao estado do Rio Grande do Sul o status de contribuidor para a coleta de dados sistemática na Antártica, dando suporte a futuros programas de observação marinha e atmosférica polar. Todos os projetos realizados no CRS-INPE no âmbito do PAN-INPE são efetuados com a colaboração científica e técnica da UFSM, UFRGS e FURG, reiterando a proposta do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais de ser um elo integrador entre as universidades gaúchas e contribuindo também para a formação de recursos humanos e sua fixação no estado do Rio Grande do Sul.

TerraMA²

A plataforma de monitoramento, análise e alerta de eventos geo-ambientais extremos TerraMA² é um produto de software aberto a qualquer usuário interessado em desenvolver seu próprio sistema operacional de riscos ambientais. Dada a complexidade dos fenômenos naturais e das variáveis que podem ser usadas para monitorar tais fenômenos com potencial de produzir desastres, o TerraMA2 foi criado para ser um sistema “caixa branca”, isto é, uma ferramenta de programação para que o usuário desenvolva seus modelos de análise. Outra característica para operação do TerraMA2 é o acesso a dados brutos e dados atuais de observações providas por radares, satélites, plataformas de coleta de dados no campo e de modelos de previsão, além de mapas de risco monitorados através de modelos escritos em uma linguagem de programação.

O TerraMA² foi concebido para operação por dois grupos de usuários fundamentais: Operadores do Sistema, que são organizações que monitoram a possibilidade de ocorrência dos desastres (como o Geodesastres-Sul do INPE-CRS), normalmente constituído por um grupo multidisciplinar com caráter mais técnico-científico; e Clientes dos Alertas (como a Defesa Civil), que são os agentes que têm a competência para executar as ações preventivas para a diminuição de perdas no caso da ocorrência do desastre.

Nanosat C-BR

O CRS/INPE é responsável por projetos de pesquisa e aplicações nas áreas de nanosatélites, com concentração em CubeSats. O objetivo é o desenvolvimento, lançamento e operação desse tipo de plataforma espacial e a consequente formação prática de recursos humanos para o setor espacial brasileiro. O projeto Nanosat C-BR se vale da parceria com os programas de Engenharia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no âmbito do desenvolvimento de programas acadêmicos de formação de alunos, recursos humanos com bolsas de iniciação científica e tecnológica do CNPq, FAPERGS e Programa de Capacitação Institucional (PCI). A cooperação com a UFSM é de suma importância para a condução das pesquisas e projetos para o desenvolvimento de tecnologias espaciais no Brasil e colabora, também, para levar atividades importantes do setor a outras regiões, visando à formação prática de jovens pesquisadores e tecnólogos para atuação no Programa Espacial Brasileiro e permitindo a necessária renovação nos quadros envolvidos com o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Fonte: INPE
.

Nenhum comentário: