segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cooperação Argentina - China


Na última semana, o governo da Argentina anunciou que firmou um acordo com a China para construir uma antena de espaço profundo no sul do país, na região da Patagônia.

Não foram divulgados maiores detalhes sobre o acordo, assinado entre a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE) e a Agência Chinesa de Lançamento e Controle de Satélites (CLTC, sigla em inglês), mas o ministério argentino das Relações Exteriores divulgou que a cooperação permitirá "o desenvolvimento de atividades de exploração interplanetária, o estudo do espaço profundo de de corpos celestes, o monitoramento e controle de satélites, e a aquisição de dados científicos."

Em 2009, a Argentina firmou um acordo similar com a Agência Espacial Europeia para a instalação de um antena em Malargue, na província de Mendoza, com 35 metros de diâmetro. Como parte do acordo com os europeus, a comunidade científica argentina poderá utilizar até 10% do tempo de operação da antena.
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domingo, 29 de julho de 2012

Entrevista com o diretor do IAE


Dando continuidade à série de entrevistas com os principais dirigentes do Programa Espacial Brasileiro, na última semana o blog Panorama Espacial entrevistou por e-mail o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brig. Carlos Antônio Kasemodel. O foco foram os projetos de lançadores, como os ensaios planejados com o VLS, o projeto do VLM, futuros lançadores, foguetes de sondagem, dentre outros projetos em desenvolvimento pelo Instituto. A entrevista será publicada dentro dos próximos dias.

No final de junho, o entrevistado do blog foi Leonel Perondi, novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A entrevista foi publicada no blog no início deste mês, em duas partes: Parte I e Parte II.

Novas entrevistas estão planejadas para as próximas semanas, aguardem!
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Mineração em asteroides


Para os interessados em Direito Espacial, recomendamos a leitura do artigo "Mineração em asteroides: perseguir o desenvolvimento", de Daniël Konrad Link, membro da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA). 

Abaixo, reproduzimos uma síntese do artigo:

Observando a capacidade tecnológica de alguns países e empresas para extrair recurso mineral de um asteroide e trazer de volta a Terra; e observando a natureza jurídica destes recursos, segundo o Tratado do Espaço e o Acordo da Lua, como por exemplo o princípio da não apropriação, o autor sugere que os recursos minerados em asteroides sejam utilizados para diminuir as desigualdades no mundo e promover altos níveis de qualidade de vida.

O autor também sugere uma estrutura em que todo mundo ganha e o recurso minerado ou produto industrializado com recurso natural extraterrestre "é de ninguém". O recurso extraterrestre in natura ou já industrializado é instrumento para diminuir as desigualdades.

Além dos avanços científicos e tecnológicos, com este projeto comum da humanidade abrimos fronteira para uma nova identidade como espécime e uma nova revolução cultural.
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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Link via satélite da rede Tetrapol


No final de maio, a Cassidian, divisão de defesa e segurança do grupo europeu EADS, em parceria com a alemã ND SatCom, realizou no Brasil uma demonstração de transmissão de voz e dados do sistema de rádio Tetrapol, operado pela Polícia Federal, por meio de um link via satélite.

A demonstração foi realizada a partir de uma região remota, em Oriximiná, a quatro horas de barco de Santarém (PA), para um centro em Brasília (DF), fazendo uso de capacidade em banda C de um satélite geoestacionário da SES. O teste foi realizado no âmbito do projeto Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) e contou com a presença de várias autoridades, dentre as quais dirigentes do Departamento de Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Seu objetivo foi demonstrar a possibilidade de conexão via satélite de diferentes redes de comunicações operadas por órgãos governamentais, integrando-as, por exemplo, num centro unificado de comando e controle. O blog Panorama Espacial teve a oportunidade de conhecer o equipamento que realiza a conexão - que pode também ser realizada por meio de banda Ku, cujas dimensões são bem reduzidas, equivalente a um CPU de um computador desktop.

O Tetrapol é uma rede segura de comunicações, da modalidade PMR (sigla em inglês de rádios móveis profissionais), operada pela Polícia Federal desde 2005, e que hoje abrange todas as capitais e as principais cidades brasileiras. Numa simples analogia, trata-se de uma rede privada de celulares, com estações rádio base e repetidores digitais fixos.

A ND SatCom, que desenvolveu e comercializa a solução, é uma empresa de serviços em comunicações via satélite sediada na Alemanha, e em 2010 foi adquirida pela Astrium, divisão de espaço da EADS.
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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Lançamento do Cyclone 4 atrasa para 2014

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O objetivo de realizar o lançamento do foguete ucraniano Cyclone 4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, em 15 de novembro de 2013, não será cumprido. A informação foi dada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, na última segunda-feira (23), durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Agora, a previsão é que o lançamento de estreia do foguete, a ser operado pela binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), ocorra em 2014. 

O novo atraso, que se soma a outros inúmeros desde o início do projeto, é mais um revés nos esforços ucraniano-brasileiros de "atacar" o mercado comercial de lançamentos espaciais, por alguns considerado uma "mina de ouro celeste".

A razão dada pelo dirigente para o novo atraso é a irregularidade na disponibilização de recursos destinados ao projeto. Segundo se comenta, as obras da infraestrutura necessária à operação do lançador ucraniano estariam atrasadas por conta da falta de pagamento da ACS às empreiteiras responsáveis pelas obras. “Sempre teremos dificuldades, mas usaremos nossa criatividade para encontrar alternativas que não precisam ser, exclusivamente, recursos provenientes do Tesouro Nacional”, declarou Braga Coelho.

No início do mês, o governo brasileiro aprovou um 
novo aporte de capital na ACS, no valor de R$135 milhões, recursos que devem ser usados nas obras em Alcântara.

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terça-feira, 24 de julho de 2012

"Fusão" de AEB e INPE de volta à tona


A discussão sobre a restruturação institucional do Programa Espacial Brasileiro, que culminaria com a "fusão" entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), está de volta à tona. Rumores de bastidores dão conta de que Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ex-presidente da AEB estaria trabalhando na minuta de um ato legal (decreto ou medida provisória) que disporia sobre a subordinação do INPE à AEB - hoje, os dois órgãos estão diretamente vinculados ao MCTI. Segundo o que se comenta, a ideia é que o INPE seja transformado numa unidade de pesquisa da Agência, o que otimizaria, na visão do MCTI, a utilização de recursos humanos e orçamentários. A discussão já teria chegado à Casa Civil.

A possibilidade da restruturação, como era de esperar, já está gerando movimentos contrários. O SindCT, sindicato que representa os servidores federais da área de C&T do setor aeroespacial, organizará um debate hoje (25), no auditório do LIT/INPE, para discutir a iminente fusão entre as duas instituições.

No fundo, a discussão sobre a "fusão" envolve disputa de poder e, principalmente, autonomia na alocação de recursos, tanto orçamentários como humanos.
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Argentina e o Tronador II


A Argentina pretende construir um lançador de alta precisão, buscando obter acesso autônomo ao espaço, segundo reportagem publicada pelo jornal "Tiempo Argentino" e reproduzida pelo website especializado Infoespacial.com. O lançador será denominado Tronador II e está sendo desenvolvido pela empresa estatal VENG, ligada à Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE).

"Este lançador será dez vezes mais preciso que os que existem atualmente, pois terá a capacidade de colocar cada segmento em órbita com uma margem baixa de erro, de forma que todos os satélites funcionem em conjunto, como uma constelação, ainda que estejam a metros ou quilômetros de distância entre si", afirmou Juan Cruz Gallo, gerente geral e técnico da VENG.

"Atualmente, se avança na etapa de design detalhado do Tronador II, e em meados do próximo ano, a Argentina já estará lançando seu primeiro protótipo, chamado VEX1. A primeira missão de satélites da estrutura segmentada poderá acontecer em 2014", declarou o engenheiro. A expectativa é que o lançador utilize um centro espacial a ser construído em Puerto Belgrano, próximo de Bahía Blanca, ao sul da província de Buenos Aires.

Para conhecer mais sobre as ambições argentinas na área de lançadores, acessem a postagem "Lançadores: Argentina quer entrar para o clube".
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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Novas estações do SISCOMIS: mais informações


Hoje (23), o Ministério da Defesa divulgou um press release sobre a entrega dos terminais para comunicação via satélite fornecidos pela empresa espanhola Indra, que integrarão o Sistema de Comunicações Militar por Satélite (SISCOMIS), divulgada pela própria companhia na semana passada. Algumas informações interessantes selecionadas pelo blog:

- Foram entregues 31 terminais do tipo "fly away", com custo unitário de US$157 mil. Ao todo, hoje o SISCOMIS conta com 87 terminais transportáveis. Os novos terminais devem "estrear" na próxima Operação Ágata, de combate a ilícitos nas fronteiras;

- As estações fornecidas oferecem desdobramento rápido. Cada estação tem antena de 1,8 m, massa em torno de 400 kg e pode ser montada em menos de 20 minutos. O sistema tem capacidade de transmissão de dados de quatro megabytes por segundo (4Mbps);

- Os terminais oferecem acesso a telefone, internet, videoconferências, trocas de dados e acessos a sistemas remotos;

- Atualmente, há 13 estações do SISCOMIS instaladas em navios da Marinha;

- SGB: no press release, o coronel reformado Edwin Pinheiro da Costa, chefe da Seção de Telemática do Ministério da Defesa, deu declarações relacionadas às expectativas para o SISCOMIS com o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). Reproduzimos algumas: “Quando o governo brasileiro tiver o controle operacional e tecnológico do satélite a ser criado pela Telebrás, poderá ampliar sensivelmente a potência utilizável e possibilidade de cobertura desses equipamentos, inclusive com feixe deslocável, aumentando a flexibilidade do sistema”. “Poderemos utilizar todos os nossos terminais transportáveis simultaneamente, além de terminais de pequeno porte, como os do tipo manpack e de submarinos, o que possibilitará maior controle e independência de nossas comunicações militares”.
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Visita de Raupp à Cachoeira Paulista


Ministro visita instalações do INPE em Cachoeira Paulista

Segunda-feira, 23 de Julho de 2012

Importante resultado da política industrial adotada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi apresentado ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, no dia 16 de julho. Durante visita à unidade de Cachoeira Paulista do INPE, ele conheceu o primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil, em parceria com a empresa Fibraforte, de São José dos Campos. O equipamento, que estará a bordo do Amazônia-1, é necessário para correção de atitude e elevação de órbita durante a vida útil do satélite.

A política industrial do INPE é voltada ao estabelecimento, manutenção e aperfeiçoamento de empresas brasileiras para a área espacial, capacitando-as, também, para o desenvolvimento de produtos com maior valor agregado em outros setores. Equipamentos e subsistemas que compõem os projetos de plataformas e cargas úteis de satélites são, preferencialmente, desenvolvidos em parceria com o setor industrial brasileiro.

Além do envolvimento da indústria brasileira em projetos espaciais inovadores, a visita ministerial teve ainda como enfoque a prevenção a desastres naturais. Após a ida ao Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), onde foi recentemente testado o subsistema de propulsão para satélite, o ministro esteve no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), também do INPE, e nas novas instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Raupp esteve acompanhado do diretor do INPE, Leonel Perondi, do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, pesquisadores e representantes da indústria nacional. A comitiva foi recepcionada pelo coordenador-geral do CPTEC/INPE, Osvaldo Moraes, que apresentou uma síntese das atividades e resultados do Centro.

O ministro falou sobre a excelência no serviço de previsão de tempo e de clima prestado pelo CPTEC/INPE a toda a sociedade, bem como a sua importância estratégica no apoio às ações do Governo para a prevenção de desastres naturais. O vídeo da reunião realizada no auditório do CPTEC/INPE está disponível em http://videosonline.cptec.inpe.br/video.php?tipo=e

Inovação

O Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA), que é parte do LCP/INPE, foi o primeiro local visitado pelo ministro. Fernando Costa, chefe do LCP, e Aguinaldo Serra, responsável pelos ensaios do laboratório, falaram sobre os procedimentos envolvidos nos testes recentemente realizados, com sucesso, no subsistema de propulsão para satélite. Também participou da visita Demétrio Bastos Netto, um dos criadores do LCP.

O laboratório recebeu adaptações e melhorias para realizar pela primeira vez atividades em um subsistema de propulsão. O investimento é necessário porque a qualificação de todos os sistemas espaciais exige a prévia simulação das condições operacionais em órbita. No LCP/INPE também foi desenvolvido o catalisador que abastece os propulsores (onde o combustível sofre reação química gerando a propulsão nos motores) e todo processo de soldagem da tubulação que transporta o combustível entre o tanque e os propulsores.

Já a Fibraforte desenvolveu equipamentos como propulsores, válvulas de enchimento e dreno de combustível e gás pressurizante, tubulação e a própria estrutura e suportes do subsistema. Para isso, foram contratados direta e indiretamente dezenas de técnicos, engenheiros, mestres e doutores com formação multidisciplinar, como engenheiros mecânicos, eletrônicos e de materiais.

Novos desenvolvimentos e domínio de tecnologia foram necessários para a construção do subsistema de propulsão. É assim que os projetos de satélites do INPE atuam como importantes indutores da inovação no parque industrial brasileiro, que se qualifica e moderniza para atender aos desafios do programa espacial. O domínio da tecnologia de fabricação de propulsores e catalisadores de combustível para satélites, por exemplo, é privilégio de poucos países.

O subsistema de propulsão é parte da Plataforma Multimissão (PMM), um moderno conceito em termos de arquitetura de satélites criado pelo INPE e em construção por um consórcio nacional de empresas. Nessa plataforma ficam todos os equipamentos que desempenham as funções necessárias à sobrevivência e operação de um satélite.

A PMM pode ser reproduzida para atender a vários tipos de missões espaciais. Assim, a reutilização do projeto da plataforma permite reduzir custos recorrentes na fabricação de novos satélites e também o tempo de desenvolvimento dos mesmos. O primeiro satélite baseado na PMM é o Amazônia-1.

Cemaden

Antes de finalizar a visita ao INPE de Cachoeira Paulista, Raupp conheceu as novas instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Lá foi recebido pelo coordenador-geral de Operações e Modelagem Carlos Frederico Angelis, que apresentou o funcionamento dos alertas de desastres naturais e sua importância para a sociedade.

O Cemaden é ligado à Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI) e está instalado em área do INPE de Cachoeira Paulista. O Instituto foi escolhido para sediar suas instalações por reunir especialistas em meteorologia, sensoriamento remoto, mudanças globais e modelagem computacional, áreas fundamentais para um monitoramento eficaz. Além disso, o INPE abriga o Tupã, um dos supercomputadores mais poderosos do mundo para aplicações meteorológicas, climáticas e ambientais. Mais informações sobre o centro em www.cemaden.gov.br

Fonte: INPE
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domingo, 22 de julho de 2012

ACS, IstoÉ Dinheiro e a "mina de ouro celeste"


A edição desta semana da revista IstoÉ Dinheiro conta com uma reportagem, intitulada "A Cyclone vai decolar?", sobre o momento da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O texto possui várias informações imprecisas e previsões irrealistas, creditadas à empresa, como, por exemplo, a previsão de que a binacional realize 16 lançamentos anuais (para efeitos comparativos, os dois principais lançadores no mercado comercial, o Ariane 5 e o Proton, realizam, num bom ano, de 7 a 8 lançamentos).

Em vários trechos, a reportagem tenta mostrar que o mercado de lançamentos espaciais possui um enorme potencial comercial, com expressões e frases como "mina de ouro celeste" e "um dos mercados mais promissores do mundo". É, assim, mais do mesmo, em linha com o discurso usado por seus apoiadores (liderados pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-diretor da ACS, Roberto Amaral) quando da criação da binacional, no início da década passada. Uma análise dos principais players no mercado, no entanto, mostra uma realidade bem diferente, em que as operações muitas vezes são realizadas com prejuízos, contando ainda com forte apoio governamental.

Até hoje, apesar das centenas de milhões investidos no projeto, a ACS não divulgou publicamente o seu plano de negócios, indicando a viabilidade comercial da iniciativa e, assim, justificando o investimento.
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sábado, 21 de julho de 2012

VLS-1: Operação Salina encerrada com êxito




Operação Salina foi encerrada com êxito

Campo Montenegro, 20/07/2012

No dia 19 de julho de 2012 foram concluídas as atividades do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) relativas à Operação Salina, com a realização do debriefing dessa Operação, no Centro de Lançamento de Alcântara.

Durante os 26 dias de campanha foram ensaiados e simulados os diversos sistemas da Torre Móvel de Integração (TMI), visando a verificação da integração física, elétrica e lógica, utilizando-se do mock-up do VLS-1.

Essa Operação serviu para treinar as equipes nas operações de montagem e integração do veículo à Torre, bem como os procedimentos de segurança e escape da TMI.

Com o cumprimento de todas as metas estabelecidas, e o retorno da equipe a São José dos Campos, mais um importante passo para realização do voo do VLS-1 foi dado.

Fonte: IAE/DCTA, com edição do blog Panorama Espacial.

Comentário: bela imagem do VLS-1 na TMI, ainda que seja apenas um mock-up!
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quinta-feira, 19 de julho de 2012

SISCOMIS: terminais táticos entregues pela Indra




Indra aumenta a capacidade da rede de comunicações militares por satélite no Brasil               

A companhia entrega terminais táticos, reforçando sua posição como o maior fornecedor de equipamentos de comunicações por satélite do Ministério da Defesa brasileiro

A Indra entregou para as Forças Armadas brasileiras terminais táticos que proporcionam cobertura de território para comunicações por satélite em operações de segurança. Os equipamentos fornecidos integrarão os sistemas de comunicações militares Via Satélite de desdobramento rápido, objeto de concorrência internacional vencida pela Indra no ano de 2011, com participação das principais companhias do setor.

Os novos terminais entregues à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica serão distribuídos pelas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Em alguns pontos serão instalados para o monitoramento permanente e em outros, serão alocados para a vigilância temporária.

Desde 2006, a Indra já entregou ao Ministério da Defesa cerca de 70 terminais táticos e 14 móveis navais. Trata-se de sistemas terminais de comunicação por satélite empregados em operações de segurança, defesa e emergência em todo país. Transportáveis e com recursos avançados de transmissão, os soluções terminais ampliam a área de cobertura por satélite das forças armadas.

Os terminais entregues são do tipo Fly Away e serão incorporadas ao Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS) do Ministério da Defesa do Brasil. Estes equipamentos são caracterizados por serem facilmente transportáveis e muito fáceis de montar. Esta tecnologia garante para qualquer unidade do Exército Brasileiro a capacidade de estabelecer um link de comunicações por satélite seguro nos locais mais remotos.

A Indra contribuiu de forma destacada com a consolidação da rede de satélites do Ministério da Defesa do Brasil (SISCOMIS), tanto como fornecedor de diferentes tipos de terminais Satcom terrestres e móveis navais, quanto através do desenvolvimento do Sistema de Gestão da própria rede.

A companhia é parceira tecnológica das Forças Armadas Brasileiras em projetos relacionados com comunicações militares via satélite.

Fonte: Indra
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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Programa Espacial Brasileiro na 64ª SBPC

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Programa Espacial Brasileiro estará presente na 64ª SBPC

18-07-2012

O Programa Espacial Brasileiro será uma das atrações da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ser realizada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, entre os dias 22 e 27 de julho. Quem passar pelo local, poderá ver réplicas de foguetes e satélites desenvolvidos pelo Programa Espacial Brasileiro (PEB); assistir palestras e participar de mesas-redondas com a temática espacial; e ainda ver exposições interativas e participar de oficinas oferecidas pelo Programa AEB Escola.

Os encontros anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) são realizados com o intuito de ampliar o debate sobre a Ciência, Tecnologia e Inovação. Este ano, o tema da SBPC é “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza”. Além da programação sênior, que inclui atividades de sociedades científicas, a entidade realiza, paralelamente ao evento, a ExpoT&C - mostra de projetos de ciência e tecnologia - e a SBPC Jovem, evento com programação voltada a estudantes da rede de ensino básica.

Na ExpoT&C, O Programa Espacial Brasileiro estará presente no Pavilhão do Ministério da Ciência,  Tecnologia e Inovação (MCTI). O espaço abrigará instituições e empresas ligadas ao Programa, como a AEB, Inpe, Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), parceria entre Brasil e Ucrânia. 

Serão expostas maquetes do Veículo de Sondagem Brasileiro (VSB-30), do Veículo Lançador de Satélites (VLS), do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) e do foguete Cyclone-4.  Haverá ainda no estande, a exibição de painéis com imagens do Programa Espacial Brasileiro e a apresentação de vídeos institucionais.

SBPC Jovem – O Programa AEB Escola apresentará oficinas, jogos e exposições temáticas durante a SBPC Jovem. Segundo o coordenador do programa, Carlos Eduardo Quintanilha, o objetivo é “incentivar o aprendizado, criatividade e interesse de jovens estudantes pela Ciência e Tecnologia Espacial”. Durante todo o evento, os colaboradores do AEB Escola ministrarão minicursos com a temática espacial.

Palestras - Atividades relacionadas ao programa espacial também serão temas de palestras durante a 64ª SBPC. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, participará, dia 23, segunda-feira, da mesa-redonda “Benefícios Econômicos e Sociais da Base de Alcântara para o Maranhão”. No dia 24, José Raimundo ministrará palestra com tema “O Programa Espacial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável”.

Confira a programação de palestras com a temática espacial que serão realizadas durante a SBPC: 

Conferência: A BASE ESPACIAL E AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA

Segunda-feira, 23/7/2012 - das 10h30 às 12h

Conferencista: Danilo da Conceição Serejo Lopes (MABE-Alcântara)

Apresentador: Alfredo Wagner Berno de Almeida (UEA)

Local: Castelão - Auditório Central

Mesa-Redonda: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BASE DE ALCÂNTARA PARA O MARANHÃO.

PARA QUEM E QUANDO?

Segunda-feira, 23/7/2012 - das 15h30 às 18h

Coordenador: Natalino Salgado Filho (UFMA)

Participantes: José Raimundo Braga Coelho (AEB), Raimundo Soares do Nascimento (PMA) e Leonardo dos Anjos (MABE-Alcântara)

Local: Castelão - Auditório Central

Conferência: O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Terça-feira, 24/7/2012 - das 10h30 às 12h

Conferencista: José Raimundo Braga Coelho (AEB)

Apresentador: Antonio José Silva Oliveira (UFMA)

Local: Centro Paulo Freire - Miniauditório - Sala 109 Asa Sul

Mesa-Redonda: TECNOLOGIAS ESTRATÉGICAS PARA O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO - PEB:

OPORTUNIDADES PARA AS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISAS (IPS)

Terça-feira, 24/7/2012 - das 15h30 às 18h

Coordenador: Thyrso Villela Neto (INPE)

Participantes: Celio Costa Vaz (SBF) e José Renan de Medeiros (UFRN)

Local: CCH - Auditório "A"

Proponente: SBF

Fonte: AEB
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terça-feira, 17 de julho de 2012

INPE na 64ª Reunião da SBPC


Maquetes de satélites são expostas na 64ª SBPC

Sexta-feira, 13 de Julho de 2012

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participará da ExpoT&C, exposição vinculada à 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que acontece de 23 a 27 de julho na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Desde a primeira ExpoT&C, que está comemorando 20 anos como uma das mais importantes mostras de Ciência e Tecnologia do Brasil, o INPE leva alguns de seus principais projetos ao pavilhão destinado aos institutos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Nesta edição, o estande do INPE terá um tapete com a imagem da cidade de São Luís registrada pelo satélite CBERS e duas maquetes. Uma delas mostra detalhes de equipamentos do satélite CBERS-3, que tem lançamento previsto para o final de 2012. A outra maquete é do SCD, satélite de coleta de dados lançado em 1993 que foi o primeiro desenvolvido pelo Brasil.

Também serão exibidos vídeos que destacam as áreas científicas, de engenharia, cooperação internacional e as principais aplicações do INPE, como a oferta gratuita de imagens de satélites, testes para a indústria nacional, dados de desmatamentos, entre outros produtos e serviços oferecidos à sociedade.

Serão distribuídas aos visitantes imagens de São Luís, registradas pelo satélite sino-brasileiro CBERS, e cartilhas didáticas sobre projetos do instituto. O horário de funcionamento da ExpoT&C é das 10h às 19h.

Programa espacial

Na programação científica da 64ª Reunião Anual da SBPC, destacam-se duas atividades que envolvem o Programa Espacial Brasileiro. Na terça-feira (24), das 10h30 às 12h, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) José Raimundo Braga Coelho (AEB) é o conferencista do tema “O Programa Espacial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável”. No mesmo dia, das 15h30 às 18h, acontece uma mesa-redonda sob o tema “Tecnologias Estratégicas para o Programa Espacial Brasileiro: Oportunidades para as Universidades e Institutos de Pesquisas”, cujos participantes são Thyrso Villela Neto (INPE/AEB), Celio Costa Vaz (SBF) e José Renan de Medeiros (UFRN).

Informações sobre as atividades da 64ª Reunião Anual da SBPC e a programação científica estão no site do evento: http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/home/.

Fonte: INPE
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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Subsistema de propulsão da PMM


Primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil é apresentado pelo INPE

13/07/2012

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, visita a unidade de Cachoeira Paulista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na tarde de segunda-feira (16/7) para conhecer o primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil que entrará em órbita, a bordo do Amazônia-1. O equipamento é necessário para correção de atitude e elevação de órbita durante a vida útil do satélite.

Além das instalações do Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), onde recentemente foi testado com sucesso o novo subsistema, o ministro visitará o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Raupp estará acompanhado do diretor do INPE, Leonel Perondi, pesquisadores e representantes da indústria nacional.

O desenvolvimento de satélites é importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro, que se qualifica e moderniza para atender aos desafios do programa espacial. O subsistema de propulsão foi desenvolvido em parceria com a empresa Fibraforte para a PMM, a Plataforma Multimissão criada pelo INPE para base de satélites como o Amazônia-1 e o Lattes.

Inovação

Sob a coordenação do INPE, a PMM está sendo construída por um consórcio de empresas como a Fibraforte, de São José dos Campos, responsável pelo subsistema de propulsão. São construídos dois modelos idênticos, um de qualificação e o outro para voo no satélite.

O modelo de qualificação do subsistema de propulsão da PMM foi submetido a uma sequência de testes severos, realizados em laboratórios do INPE, que reproduzem todo tipo de esforços e o ambiente hostil que o satélite terá desde o lançamento ao fim de sua vida útil no espaço.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos, foram realizados os testes de vibração, termovácuo, alinhamento e vazamento. Já no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA), em Cachoeira Paulista, aconteceu o teste de tiro real sob vácuo, que simula manobras em órbita. Todos os testes foram aprovados na etapa de qualificação.

“Como os testes foram realizados pela primeira vez em um subsistema de propulsão, os laboratórios tiveram adaptações em suas estruturas. O BTSA, que integra o Laboratório de Combustão e Propulsão, obteve investimentos para adaptações e melhorias”, conta Heitor Patire Júnior, pesquisador do INPE que é o responsável técnico do projeto. “Novos desenvolvimentos e domínio de tecnologia foram necessários para a construção do subsistema de propulsão, tanto do lado INPE como pela empresa contratada”.

Segundo o pesquisador do INPE, alguns equipamentos que fazem parte do subsistema de propulsão ainda foram importados por não haver produto similar no país, enquanto outros foram desenvolvidos pela Fibraforte, como propulsores, válvulas de enchimento e dreno de combustível e gás pressurizante, tubulação e a própria estrutura e suportes do subsistema.

“Pelo INPE está sendo desenvolvido o catalisador que abastece os propulsores (onde o combustível sofre reação química gerando a propulsão nos motores), todo processo de soldagem da tubulação que transporta o combustível entre o tanque e os propulsores, além do treinamento das equipes de vários laboratórios envolvidos nesse desenvolvimento”, explica Heitor Patire Júnior.

Na Fibraforte, a equipe reúne técnicos, engenheiros, mestres e doutores com formação multidisciplinar, como engenheiros mecânicos, eletrônicos e de materiais. Para a empresa, além do desenvolver de produtos com alto grau de inovação, outro resultado relevante de programa como esses é a formação de recursos humanos de alto nível.

Para os próximos satélites, a Fibraforte pretende desenvolver também o tanque de propelente. Com mais esse passo, sistemas de propulsão para controle de órbita e atitude de satélites estarão livres de barreiras de importação por sensibilidade tecnológica.

“Os novos desenvolvimentos relacionados ao subsistema de propulsão podem levar o país a ser autossuficiente em todos os equipamentos que hoje são importados, levando ao crescimento da nossa indústria aeroespacial”, conclui o pesquisador do INPE.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

IPEA: estudo sobre indústria espacial no Brasil


Ipea discute os desafios da indústria espacial no Brasil

Comunicado do Ipea nº 153 foi apresentado nesta quarta-feira, 11, em Brasília

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira, 11, o Comunicado nº 153 – Desafios e oportunidades para uma indústria espacial emergente: o caso do Brasil. O estudo foi apresentado pela técnica de Planejamento e Pesquisa Flávia de Holanda Schimdt, com a mediação do assessor técnico da Presidência do Ipea Murilo Pires, em Brasília (SBS, Qd. 1, Bloco J, Edifício BNDES/Ipea, auditório do subsolo).

O Comunicado aborda o contexto em que atualmente se desenvolvem as atividades espaciais no mundo, com destaque para o seu impacto no desenvolvimento dos países, prossegue com uma análise das empresas da indústria nacional, e uma breve discussão dos principais desafios identificados pela Estratégia Nacional de Defesa (END). Por fim, o estudo traz considerações sobre possíveis linhas de ação para que a indústria espacial brasileira se torne mais competitiva.

Leia a íntegra do Comunicado 153 - Desafios e oportunidades para uma indústria espacial emergente: o caso do Brasil

Fonte: IPEA
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Concluído balanceamento do satélite CBERS-3


Terça-feira, 10 de Julho de 2012

Em Beijing, na China, especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês) concluíram as atividades de balanceamento e medidas de propriedades de massa do satélite sino-brasileiro CBERS-3, que será lançado no final do ano.

O balanceamento é realizado para atender aos requisitos de posição de centro de gravidade estabelecidos pelo veículo lançador e pelo subsistema de controle de atitude e órbita. O conhecimento preciso das propriedades de massa do satélite é fundamental para o correto desempenho desse subsistema. Em seguida, o CBERS-3 deve passar pelos testes de vibração acústica e senoidal.

O satélite é o quarto desenvolvido pelo Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), parceria com a China que garantiu a ambos os países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra.

Ainda em 2011 começaram a ser enviados à Beijing os equipamentos desenvolvidos pela indústria brasileira para que, junto aos equipamentos chineses, fossem instalados na estrutura do CBERS-3 para realização dos testes que antecedem o seu lançamento.

Essas atividades são fundamentais para demonstrar o bom funcionamento em condições ambientais semelhantes ao lançamento e órbita e identificar e corrigir eventuais problemas. Antes mesmo de embarcar para a China, toda a estrutura do satélite, seus equipamentos e subsistemas enfrentaram uma série de ensaios ambientais no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP).

Mais informações sobre o CBERS: www.cbers.inpe.br

Fonte: INPE
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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Entrevista com Leonel Perondi, diretor do INPE - Parte II


Reproduzimos a seguir a segunda parte da entrevista com Leonel Perondi, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Para acessar a primeira parte da entrevista, clique aqui.

ACDH

Tema sensível ao Programa Espacial Brasileiro, pela polêmica e importância estratégica ao País, é a capacitação nacional em sistemas de controle de atitude e órbita (conhecido por ACDH, sigla em inglês). O blog Panorama Espacial questionou Leonel Perondi sobre as iniciativas do INPE nesse campo, que foi, aliás, um dos tópicos abordados por Perondi em seu discurso de posse.

Perondi destacou que hoje o Brasil possui domínio praticamente em todas as áreas básicas de satélites, como estrutura e instrumentação, com exceção da área de controle. "É a grande lacuna para produzir uma plataforma orbital". Daí, vem a tentativa do Instituto em estimular projetos e capacitação local nesse campo, através da montagem de laboratórios e equipes específicas. O dirigente também mencionou o projeto Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial (SIA), iniciativa desenvolvida em parceria com institutos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e indústrias nacionais, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que já começa a produzir frutos. "Houve um grande avanço na área de satélites", destacou.

Segundo o diretor, o satélite científico Lattes, baseado na Plataforma Multimissão (PMM), deverá contar com um ACDH nacional, diferentemente do Amazônia-1, cujo ACDH foi adquirido, com dispensa de licitação, junto à fabricante argentina INVAP no final de 2008. Sobre o Lattes, a previsão pública mais atual de seu lançamento era 2016, mas Perondi afirmou que o cronograma de lançamento dos satélites do Instituto está pendente de discussão com a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Quanto à compra do ACH argentino para o Amazônia-1, episódio sempre lembrado e duramente criticado pela indústria espacial brasileira, o dirigente afirmou que o INPE fará uma avaliação sobre os benefícios gerados. "Qual é o nível de transferência de tecnologia do ACDH argentino para o Brasil?", questionou. O blog questionou Perondi se o contrato previa algum tipo de transferência tecnológica, o que ele negou, dizendo que se trata do fornecimento do sistema, com capacitação de pessoal na Argentina, não havendo, portanto, a compra da tecnologia.

Recursos humanos

Sobre a realidade e necessidades do INPE em matéria de recursos humanos, ponto frequentemente citado como crítico aos avanços do Programa Espacial, Perondi lembrou que muitos funcionários se aposentarão nos próximos anos, mencionado ainda que a formação de um funcionário para atuar com certa autonomia dentro do Instituto leva de 4 a 5 anos. Assim, novas contratações são realmente necessárias. Dentro dos próximos meses, aliás, serão realizados concursos para 107 vagas de tecnologistas, analistas e técnicos, número insuficiente, mas que preenche algumas necessidades.

Integração com a AEB

Numa questão mais focada em Política Espacial, perguntamos a Perondi sobre a integração do INPE com a AEB, ou mesmo a fusão entre as duas instituições, algo bastante discutido em Brasília (DF), e com certas medidas sendo tomadas nesta direção pelo ministro Marco Antonio Raupp. O dirigente respondeu de forma bastante lacônica: "Está havendo discussões com a AEB. É algo que está em andamento".

Satélite Geoestacionário Brasileiro

Ainda que o INPE não esteja diretamente envolvido com as tratativas relacionadas ao Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), Perondi fez alguns comentários acerca do projeto. Destacou que a demanda por um satélite geoestacionário próprio já é antiga, desde a privatização da Embratel, no final da década de noventa. Afirmou também que o INPE pode contribuir na especificação e compra desses satélites, comentário que, interpretado nas entrelinhas, dá a entender que o envolvimento da indústria nacional ainda é algo pouco claro mesmo em alguns setores do próprio governo.

O diretor mencionou que o Programa Espacial poderá se beneficiar de algumas formas, com oportunidades de formação de pessoal, entre outras. "[O Programa Espacial] pode se beneficiar via cláusulas de offsets", disse.

Perguntamos ao diretor sobre a criação do Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Espaciais, em São José dos Campos (SP), paralelamente à constituição da Visiona Tecnologias Espaciais (joint-venture entre a Embraer e a Telebrás), no âmbito do programa do SGB. "Ainda não tenho muita clareza sobre essa iniciativa", acrescentando que esta é uma das pautas para discussão com a AEB.
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domingo, 8 de julho de 2012

Ensaios da TMI com o VLS-1 em Alcântara


Desde junho, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) está realizando no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, a Operação Salina, que envolve testes da nova Torre Móvel de Integração (TMI) com um mock-up em tamanho real do foguete VLS-1. 

O principal objetivo da operação é realizar as operações de transporte, preparação e integração mecânica do mock-up estrutural inerte do VLS-1, bem como ensaios e simulações para a verificação da integração física, elétrica e lógica da TMI e dos meios de solo do CLA, associados à preparação para voo do VLS-1.

O IAE disponibilizou em seu website algumas imagens da operação (clique aqui para vê-las). As imagens de integração de partes do lançador na TMI traz fortes lembranças das três operações de lançamento do VLS-1.
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sexta-feira, 6 de julho de 2012

ACS: aporte brasileiro de R$135 milhões


Governo aumenta capital da Cyclone Space

05/07/2012 - 11h45

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff assinou decreto ontem (4) autorizando a transferência R$ 135 milhões da União para aumento de capital da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space (ACS).

A empresa é formada pelo Brasil e pela Ucrânia e foi criada para fazer a comercialização e operação de serviços de lançamento utilizando o veículo lançador Cyclone-4, do Centro de Lançamento de Alcântara (MA). O centro é considerado o melhor ponto de lançamento de foguetes por causa da proximidade com a Linha do Equador (economia de até 30% de combustível).

O dinheiro a ser transferido é dos orçamentos públicos deste ano e do ano passado. Conforme o decreto, R$ 50 milhões são do crédito ordinário aberto em favor do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (previsto na Lei nº 12.581/2011) e R$ 85 milhões estavam inscritos em Restos a Pagar (Lei nº 12.595/2012).

O aumento de capital da empresa estava acordado entre o Brasil e a Ucrânia. Segundo o site da Cyclone Space, a ACS foi constituída em agosto de 2006, com investimento inicial de US$ 4,5 milhões de cada país. O tratado original estabelecia que o Brasil e a Ucrânia deveriam compor o capital da empresa até um total de US$ 105 milhões. Em 2008, o teto do capital da empresa passou para US$ 375 milhões.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Agência Brasil
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cooperação Venezuela - Bielorússia


A Bielorússia ajudará a Venezuela na construção de um centro para o lançamento de satélites, segundo declaração dada à imprensa por Américo Díaz Nuñez, embaixador da Venezuela em Minsk, capital bielorussa, e reproduzida ontem (04) em reportagem da agência RIA Novosti.

"A Bielorússia participará da construção de uma base espacial no estado de Aragua", ao norte da Venezuela, disse Díaz Núñez.

O projeto será implementado ainda com o apoio da China, país que tem fabricado os satélites venezuelanos (Venesat-1, lançado em outubro de 2008, e VRSS-1, de observação, atualmente construção e previsto para lançamento dentro dos próximos meses). Desde o final de 2010, circulam notícias sobre a construção de uma fábrica de microssatélites em território venezuelano, com assistência chinesa.

Colaborou José Ildefonso.
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Blindagem eletromagnética do IEAv


IEAv patenteia processo de produção de blindagem eletromagnética

05/07/2012

O Instituto de Estudos Avançados (IEAv), instituição subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) do Comando da Aeronáutica (Comaer), obteve junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a patente de um processo de produção de blindagem eletromagnética na faixa de freqüência de 8 a 12 GHz. Sua gama de utilidades inclui o revestimento de circuitos eletrônicos visando evitar a ocorrência de ruídos originados por causas exteriores, típicos em sistemas espaciais, tais como satélites e foguetes.

A patente é produto da tese de doutorado do pesquisador Carlos Alberto Reis de Freitas do IEAV, sob orientação do pesquisador Francisco Cristóvão Lourenço do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Outros pesquisadores autores da patente foram Antonio Carlos da Cunha Migliano (IEAv) e Alberto José de Faro Orlando do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Esta é a segunda patente do Grupo de Pesquisas de Sistemas Eletromagnéticos do IEAv registrada em 2012.

Fonte: IEAv, via Tecnologia & Defesa.
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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Entrevista com Leonel Perondi, diretor do INPE - Parte I


No último dia 27, o blog Panorama Espacial entrevistou Leonel Fernando Perondi, novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Empossado em 1º de junho, Perondi é graduado em engenharia mecânica pelo ITA (1980), com mestrado pelo INPE e doutorado pela Universidade de Oxford. Entre 2001 e 2005, foi diretor substituto do INPE, tendo atuado também em projetos de engenharia e tecnologia espaciais, como o programa CBERS (gerente-geral entre 2002 e 2005). 

CBERS

O primeiro tópico da entrevista, feita por telefone, foi o que hoje é o principal programa de satélites do Programa Espacial Brasileiro, o CBERS, sigla em inglês de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, atualmente já na segunda geração.

Perondi apresentou um panorama sobre o programa, destacando questões industriais e orçamentárias. Entre os anos de 2004 e 2006, foram firmados vários contratos industriais relacionados aos CBERS 3 e 4. De acordo com ele, a expectativa é que o CBERS 3 seja lançado em novembro ou dezembro deste ano, a partir da China, enquanto que o CBERS 4 deve ser colocado em órbita em 2014. Em relação às questões orçamentárias, que costumeiramente assolam projetos do programa espacial, o dirigente afirmou que todas as demandas já foram atendidas.

O diretor mencionou a visita à China, que ocorre esta semana, integrando comitiva liderada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. "Teremos conversas ao longo das próximas semanas sobre a cooperação futura", indicando a possibilidade de extensão da cooperação sino-brasileira, iniciada em 1988.

Perondi lembrou que em 2002, quando o acordo com a China foi ampliado para o desenvolvimento e construção do CBERS 3 e 4, já havia intenção do lado brasileiro de estender novamente a parceria, com contratação direta na indústria dos satélites sucessores. Com a transferência para a indústria, a ideia era que a cooperação sino-brasileira focasse num campo de maior inovação, envolvendo o desenvolvimento de satélites geoestacionários e subsistemas espaciais.

Amazônia-1

Questionado sobre a previsão de lançamento do satélite de observação Amazônia-1, baseado na Plataforma Multimissão (PMM), o dirigente disse que está previsto para 2014, prazo, no entanto, que deve ser revisto junto à Agência Espacial Brasileira (AEB). Perondi destacou que se trata de um novo projeto que representa desafios ao País. "Será o primeiro satélite nacional estabilizado em três eixos, com subsistemas novos, sem recorrência", afirmou.

Segundo o diretor, sendo um projeto que apresenta grandes desafios, todos os subsistemas estão sendo revistos tecnicamente. "A confiabilidade dos sistemas é um ponto crítico".

Perondi também revelou que o INPE considera que o Amazônia-1 será um modelo protótipo para validação de tecnologias em órbita, que se seguiria de um segundo modelo, lançado um ou dois anos após o primeiro, este sim um modelo de missão. "O Amazônia-1 seria um projeto nessa linha, uma missão de validação em órbita". O dirigente ressaltou, no entanto, que este e outros aspectos do projeto, como a seleção do lançador, dependem de discussão e definição com a AEB.

Política industrial

Tema abordado em seu discurso de posse, Perondi destacou o caráter público e estratégico do programa espacial, que também serve como instrumento de política industrial e de domínio de tecnologias críticas. "É um desafio grande [para indústria], desafiada a atuar em novas áreas", disse, dando o indicativo de que buscará em sua gestão estimular o envolvimento da indústria nacional nos projetos do Instituto.

O diretor se referiu aos satélites CBERS 3 e 4 como modelos da política industrial adotada pelo INPE, projeto que envolveu a contratação junto à indústria de aproximadamente 270 milhões de reais em componentes e subsistemas.

Na próxima sexta-feira (06), será postada a a segunda e última parte da entrevista, tratando de temas como ACDH, recursos humanos, Satélite Geoestacionário Brasileiro, dentre outros.
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ACS: avanços nas obras em Alcântara


Alcântara: Chegam os tanques de combustíveis do Cyclone 4

04-07-2012

Os primeiros equipamentos terrestres de grande porte destinados ao sítio de lançamento da empresa brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS) começam a chegar, na próxima semana, ao porto de Itaqui, no Maranhão.

A ACS foi criada para oferecer ao mercado mundial lançamentos seguros, econômicos e competitivos, por meio do foguete Cyclone-4, considerado de alta confiabilidade, a partir do Centre de Alcântara, apreciado como um local privilegiado para orbitar satélites.

A primeira carga a ser desembarcada é constituída de 15 tanques de combustível para o sistema de abastecimento do LC (Líquido Combustível) e seus assessórios de montagem. Para o transporte de todo esse material serão utilizadas cerca de 20 carretas e guindastes com capacidade entre 30 e 40 toneladas.

O primeiro voo do Cyclone 4 – o chamado “voo de qualificação” – está previsto para o final de 2013. O prédio (TC-100) para a montagem, integração e teste da carga útil, situado no Complexo Técnico do Sítio de Lançamento, está entre as partes mais adiantadas da obra. Lá serão preparados os satélites que sairão já encapsulados da unidade de carga útil  para se acoplarem aos estágios propulsores do Cyclone-4 no prédio vizinho, o TC-200.

Outra obra adiantada é o TC-200, a ser usado para montagem, integração e teste do veículo lançador. Ali será montado o Cyclone-4, um gigante de 40 metros de comprimento, três metros de diâmetro e coifa (ponta) com quatro metros de largura. Ele é capaz de lançar 5.300 kg em órbita baixa (até 500 km de altitude), 1.600 kg em órbita de transferência geoestacionária e 3.800 kg em órbita heliossíncrona (órbitas especiais projetadas para que, quando o satélite sobrevoa o ponto de interesse, seja sempre dia).

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) têm mantido a média seis a oito lançamentos por ano desde 2008. Somente entre março e abril deste ano, o CLA lançou três foguetes de treinamento básico. Para agosto, está previsto o lançamento de um foguete de treinamento intermediário e, até o fim do ano, outro foguete de treinamento básico.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 2 de julho de 2012

SHEFEX II: missão é declarada bem-sucedida



Após o voo do SHEFEX II, em 22 de junho, que contou com contribuição brasileira, os pesquisadores do centro aeroespacial alemão (DLR) realizaram uma análise inicial dos resultados da missão, tendo declarado o sucesso da missão. "O voo do SHEFEX II seguiu a trajetória previamente calculada e nós recebemos dados extensivos e de grande valor em tempo real de todos os experimentos", afirmou Hendrik Weihs, gerente de projeto da DLR.

Esperava-se que a plataforma da SHEFEX II caísse no mar, para ser posteriormente resgatada por um barco. No entanto, não foram capturados dados nos últimos segundos de voo, o que aliado a complicadas condições climáticas, impossibilitou o resgate da carga útil. "Nós estamos agora tentando determinar onde, exatamente, a plataforma afundou, e se ela pode ser salva", declarou Weihs.

Os dados colhidos via telemetria indicam que a missão funcionou bem, tendo os pesquisadores sido capazes de controlar a plataforma, diferentemente do que ocorreu com o SHEFEX I, em outubro de 2005. A plataforma foi impulsionada por um foguete VS-40M, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), de São José dos Campos (SP), como parte da cooperação entre os dois países na área espacial, iniciada há mais de quarenta anos.

A experiência adquirida com o SHEFEX II será incorporada ao projeto seguinte, o SHEFEX III - uma plataforma cuja reentrada atmosférica é prevista para durar 15 minutos. Este voo deve ocorrer em 2015 ou 2016.

A DLR disponibilizou em seu website seis fotos do voo do SHEFEX II, uma delas, a imagem acima, que ilustra esta nota. Para vê-las, clique aqui.
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Reunião do Conselho Superior da AEB


Conselho Superior da AEB se reúne para analisar as novas diretrizes do Programa Espacial Brasileiro

02-07-2012

A 63ª reunião do conselho superior da Agência Espacial Brasileira (AEB) ocorreu, na última terça-feira, na sede da AEB. O encontro teve como objetivo principal analisar proposta para o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). A expectativa é que esse documento seja finalizado no segundo semestre deste ano.

O evento contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, que quando esteve no comando da AEB iniciou a reformulação do PNAE e uma aproximação com as mais altas esferas do governo. Tais iniciativas proporcionaram uma nova dinâmica ao Programa Espacial Brasileiro (PEB).  As perspectivas de um futuro promissor para as atividades espaciais e a consolidação de uma nova etapa apontam para consolidar ações de longo prazo típicas da área espacial.

O novo documento do PNAE visa estabelecer governança qualificada e competente para tornar o Programa Espacial em Programa de Estado, integrando-o às politicas públicas em execução no Brasil e satisfazendo as necessidades nacionais, respeitando prazos e custos. Com relação à industrialização, procura utilizar o poder de compra do Estado e estimula a criação de empresas integradoras capazes de fornecer sistemas espaciais completos.

Com relação aos desafios de alcançar a autonomia tecnológica, apoia a formação de recursos humanos qualificados para se atingir domínio das tecnologias críticas e de acesso restrito, com a participação da indústria nacional e do capital humano existente nas universidades e institutos de pesquisa, visando impulsionar e fortalecer a capacidade de lançamento de satélites a partir do território brasileiro.

Fonte: AEB
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Avibras no setor espacial


Durante a Eurosatory 2012, tradicional feira do setor de defesa que acontece em junho, a cada dois anos, em Paris, Tecnologia & Defesa conversou com Sami Hassuani, presidente da Avibras Aeroespacial, uma das principais indústrias brasileiras dos setores aeroespacial e de defesa.

Na conversa, T&D buscou abordar projetos que vão além do tradicional sistema ASTROS (Artillery SaTuration ROcket System), produto que tornou a companhia brasileira mundialmente conhecida. Atualmente, a Avibras está engajada no desenvolvimento do ASTROS 2020, projeto que foi, inclusive, beneficiado com recursos do PAC Equipamentos, anunciado semana passada. Entre os assuntos, o envolvimento da empresa com o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), a Avibras no setor espacial e defesa aérea.

Em relação ao Sisfron, hoje, 2 de julho, é o prazo final para a entrega de propostas em resposta ao RFP (Request for Proposal) enviado pelo Exército Brasileiro (EB). Conforme revelado por T&D durante a Eurosatory, a Avibras se juntou ao consórcio formado por Thales e Andrade Gutierrez e deve apresentar proposta, contribuindo com seus conhecimentos e habilidades em comando e controle.

Sami Hassuani afirmou que a companhia quer participar do Sisfron de forma "colaborativa", em linha com os desejos do EB. Hassuani afirmou que o bom relacionamento com a Andrade Gutierrez foi importante para a participação da Avibras no consórcio, assim como sua relação, dos tempos de faculdade, com Orlando Ferreira Neto, ex-vice-presidente da Embraer Defesa e Segurança e atual presidente da joint-venture entre a Thales e Andrade Gutierrez.

Área espacial

Hassuani lembrou que a Avibras no passado já se envolveu ou buscou se envolver com projetos de telecomunicações via satélite e subsistemas para satélites. Na década de oitenta, a empresa foi responsável pela fabricação de diversas antenas de grandes dimensões (até 12 metros de diâmetro) para o segmento terrestre do Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS).

Os atuais interesses da Avibras nessa área são mais focados na área de lançadores. Após desenvolver o Foguete de Treinamento Básico (FTB) e o Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) para o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), a empresa tem expectativa de iniciar o desenvolvimento no Foguete de Treinamento Avançado (FTA), projeto ainda pendente de alocação de recursos. Este contaria com dois estágios, com o primeiro sendo um novo desenvolvimento, e o segundo o propulsor do FTB.

O FTB e FTI são baseados nos foguetes usados pelo sistema ASTROS II, e tem sido eventualmente usados para testes, qualificação e treinamento de equipes nos Centros de Lançamento de Alcântara e da Barreira do Inferno (CLBI), em substituição aos foguetes SBAT 70, também da Avibras, anteriormente usados.

O executivo lembrou a experiência da Avibras em foguetes, tendo participado na década de setenta e oitenta do desenvolvimento de foguetes da família SONDA. Atualmente, a companhia é a única fabricante privada brasileira de perclorato de amônio (um dos componentes do propelente sólido do VLS e de outros foguetes nacionais), o que, aliada a sua experiência em foguetes, a coloca como forte interessada em desenvolvimentos na área de lançadores.
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domingo, 1 de julho de 2012

SGB: decreto é publicado

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Na última sexta-feira (29), foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto n.º 7.769, da Presidência da República, que dispõe sobre "a gestão do planejamento, da construção e do lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDBC."

O decreto é mais um passo para a concretização do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que agora, aliás, ganhou um novo nome oficial, Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDBC (além deste, eventualmente também é referido por seu nome comercial, BR1Sat). Um ponto muito interessante: segundo o texto, o SGDC deverá estar implantado até o dia 31 de dezembro de 2014, o que dá a entender que o satélite deverá estar em órbita e funcionamento até o final desse período, um prazo considerado bastante curto.

Por meio do decreto, foram criados o Comitê Diretor (órgão diretivo e instância decisória máxima do projeto do SGDC), e o Grupo-Executivo, órgão técnico-consultivo e executor das diretrizes e decisões do Comitê Diretor.

O Comitê Diretor será formado por representantes do Ministério das Comunicações, Ministério da Defesa e Ministério da Ciência, Tecnologia e INovação. Já o Grupo-Executivo terá representantes do Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações, Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e Telebras, cabendo a esta última a presidência do referido comitê.

Caberá ao Comitê Diretor, com base em proposições do Grupo-Executivo:

"I -  aprovar, com base nas informações fornecidas pelo Grupo-Executivo: a) os requisitos técnicos do projeto do SGDC, seus eventuais ajustes e alterações; b) o planejamento, o orçamento e o cronograma de implantação do projeto do SGDC; c) as minutas dos termos de referência para a contratação, aquisição, lançamento e operação do SGDC; e d) o plano de absorção e transferência de tecnologia de que trata o art. 10;

II - acompanhar e avaliar a execução do projeto do SGDC ao longo de todas as suas fases, determinando os ajustes necessários;

III - supervisionar o repasse de recursos financeiros destinados à implantação do projeto do SGDC; e

IV - estabelecer as diretrizes para a atuação e participação dos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta no Projeto do SGDC."

O decreto também autoriza a Telebras a contratar com terceiros o fornecimento de bens, serviços e obras de engenharia necessários ao satélite e ao transporte de sinais de telecomunicações, bem como do segmento terrestre correspondente. Indica, alinda, a Telebras e o Ministério da Defesa como responsáveis pela gestão da operação do satélite após o seu lançamento.

Nos termos de seu artigo 10, caberá à Telebras e à AEB a elaboração do plano conjunto de absorção e transferência de tecnologia, que será avaliado pelo Grupo-Executivo e submetido à aprovação do Comitê Diretor. A AEB será responsável pela coordenação, monitoramento e avaliação dos resultados do plano de absorção e transferência de tecnologia, sendo ainda detentora dos direitos de propriedade intelectual decorrentes do processo de transferência de tecnologia.

A expectativa é que o Comitê Diretor e o Grupo-Executivo tenham seus membros designados em até 15 dias, sendo que a primeira atribuição será finalizar a solicitação de propostas (conhecida tecnicamente pelo jargão em inglês Request for Proposal - RFP) para envio aos potenciais fornecedores do satélite.
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