terça-feira, 30 de abril de 2013

Cooperação Brasil - Grã-Bretanha


Brasileiros e britânicos estudam impacto das queimadas na Amazônia no clima regional e global

Terça-feira, 30 de Abril de 2013

Resultados dos sobrevoos que coletaram dados sobre as queimadas na Amazônia estão sendo apresentados em Manchester, na Inglaterra, por responsáveis pela missão Sambba (South American Biomass Burning Analysis), uma cooperação científica entre Brasil e Reino Unido. Durante os dias 30 de abril e 1° de maio, representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Universidade de São Paulo (USP), do UK-Met Office e de universidades britânicas discutem os próximos passos da Sambba, como o desenvolvimento de modelos de previsão da qualidade do ar e do clima.

Os modelos computacionais utilizarão informações inéditas obtidas recentemente na Amazônia. Entre 14 de setembro e 3 de outubro do ano passado, os pesquisadores passaram 67 horas a bordo de uma aeronave inglesa equipada com sofisticados medidores capazes de caracterizar plumas de queimadas, entre outros dados para o estudo. As atividades, que envolveram alunos de pós-graduação e cientistas de ambos os países, tiveram o apoio do Ministério da Defesa.

Os dados coletados nos sobrevoos amazônicos servirão aos estudos dos impactos das queimadas sobre o clima regional e global, além de avaliar melhor como as emissões interferem na qualidade do ar e no tempo.

Com as queimadas, a atmosfera recebe uma quantidade enorme de aerossóis e gases traços que altera o balanço de radiação, a microfísica das nuvens, o ciclo hidrológico e a qualidade do ar.

“As partículas de aerossol desempenham um papel importante no clima e meio ambiente da região amazônica e para a saúde e qualidade de vida dos seus cidadãos. Apesar de alguns aerossóis se formarem naturamente, muitos são gerados pela queima de biomassa durante a estação seca”, explica a pesquisadora Karla Longo, do INPE, que lidera a pesquisa.

Os novos dados são fundamentais para o desenvolvimento e validação de modelos de química da atmosfera nas escalas regional e global. O objetivo da Sambba é melhorar o entendimento científico sobre queimadas e até a capacidade de previsão das plumas de fumaça.

Além dos impactos no clima, as emissões de queimadas degradam a visibilidade e a qualidade do ar sobre extensas regiões. É crescente a preocupação sobre como isso afeta a produtividade da Amazônia, seus recursos naturais e potenciais econômicos, bem como o ciclo hidrológico na região.

As partículas de fumaça absorvem e refletem a radiação solar, provocando ao mesmo tempo o resfriamento no solo e o aumento da temperatura em níveis intermediários da atmosfera. Isso causa perturbações no mecanismo de formação das nuvens de chuva e pode alterar a distribuição geográfica da precipitação média na região amazônica e seu entorno.

O efeito dos aerossóis no balanço de radiação sobre a região amazônica ainda é pouco quantificado. Espera-se que os resultados da missão Sambba ajudem em questões relevantes para a política ambiental e pesquisa científica no Brasil, bem como no entendimento das mudanças climáticas globais.

“Embora os dados ainda estejam em fase de análise, estamos prevendo avanços científicos significativos. Somente do lado brasileiro, teremos pelo menos cinco teses de doutorado relacionadas com os dados coletados”, conclui a pesquisadora do INPE.


Fonte: INPE
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Reunião do Conselho de Administração da ACS


PRESIDENTE DA AEB PARTICIPA DA 15ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ACS

Brasília, 29 de abril de 2013 – O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, esteve em Kiev, na Ucrânia, entre os dias 22 e 26 de abril, para participar da 15ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Alcântara Cyclone Space (ACS). José Raimundo Coelho é membro do Conselho.

Segundo o presidente da AEB, a reunião seguiu de acordo com a agenda pré-estabelecida e aconteceu conforme o previsto. Entre os pontos positivos está a aprovação do governo ucraniano de capital para a recapitalização da empresa. O fato ajudará a fazer com que o cronograma de obras e de desenvolvimento do foguete Cyclone-4 e do sítio de lançamento em Alcântara não atrase. “Estamos nos preparando para que o primeiro lançamento da ACS aconteça em 2014”, conta o presidente da AEB.

A questão do acordo de salvaguarda com os Estados Unidos também foi abordada em discussões com o lado ucraniano e é aguardada com grande expectativa.

Todos os conselheiros do lado brasileiro estiveram presentes na reunião.

ACS - A binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), com sede em Brasília, foi instituída em 2006. A empresa é responsável pela comercialização e operação de serviços de lançamento utilizando o Veículo Lançador Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no Maranhão.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais no Rio Grande do Sul


Governo do Rio Grande do Sul (RS), Brasil, e AEL assinam contrato para criação de Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais

Programa é pioneiro na América Latina e pretende fomentar e contribuir para descentralização e autossuficiência do setor no Brasil

Rio Grande do Sul, 29 Abril de 2013 - Uma parceria inédita foi criada na manhã desta segunda-feira (29), em Israel, para fomentar, descentralizar e desenvolver o setor espacial brasileiro. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul e AEL Sistemas - situada em Porto Alegre e atuando no segmento aeroespacial desde 1983 - assinaram um Memorando de Entendimento durante a visita da comitiva gaúcha em missão empresarial em Israel.

O documento celebrado no Centro de Tecnologia Avançada de Haifa corresponde à formalização da intenção de seus signatários de implantar um programa capaz de atender as necessidades essenciais do país e contribuir para a autossuficiência nessa área. A iniciativa envolverá a participação do meio acadêmico (universidades), institutos, a iniciativa privada e o poder público. A participação do meio acadêmico se torna indispensável para a formação de mão de obra especializada.

O Governo de Estado estará se comprometendo em ampliar as capacitações e infraestruturas mínimas fazendo investimentos no estado, como, por exemplo, ampliar as capacitações do CIENTEC (Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul) e do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC). A vanguarda tecnológica e a expertise serão garantidas por meio da experiência das empresas com atuação reconhecida no setor, como no caso da AEL e também de outras empresas parceiras nacionais e internacionais.

O primeiro projeto prático do polo será o desenvolvimento de um satélite de pequeno porte envolvendo as universidades, a AEL e parceiros internacionais. O objetivo será gerar interesse do meio acadêmico no segmento espacial.

Segundo o presidente da AEL Sistemas, Shlomo Erez, a assinatura do contrato simboliza a intenção da empresa de, em conjunto com o Governo do Estado, desenvolver no Rio Grande do Sul tecnologias estratégicas que irão atender necessidades essenciais do Brasil. "A criação deste polo espacial vai inserir nosso Estado no seleto grupo de regiões do mundo que dispõe de infraestrutura e know-how para a definição de Sistemas Satelitais, Integração de Satélites e Fabricação e Qualificação de Componentes, Unidades e Subsistemas de uso espacial de alta tecnologia e valor agregado", explica Shlomo.

Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais

A assinatura do Memorando de Entendimento é considerado o primeiro passo para a concretização do Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais. Os estudos realizados sugeriram que o polo tenha vocação mista, para continuar atraindo os investimentos da iniciativa privada e contribuir para transformar a região em polo de difusão de ciência, tecnologia e inovação, a partir de parcerias com as principais universidades do Estado, empresas internacionais, os institutos nacionais, os ministérios e a Agência Espacial Brasileira.

Fonte: AEL Sistemas

Comentários do blog: alguns comentários sobre a notícia:

1) Na LAAD 2013, que aconteceu no início de abril, já se comentava nos bastidores sobre as movimentações da Elbit Systems em relação ao Programa Espacial Brasileiro, inclusive sobre a criação do polo tecnológico. Interessante observar que várias empresas têm buscado se colocar em melhores posições para projetos espaciais, em especial aqueles derivados da Estratégia Nacional de Defesa.

2) Hoje (29), a israelense Elbit Systems também anunciou a contratação de uma subsidiária da AEL Sistemas para o fornecimento de sistemas optrônicos para o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército Brasileiro. Como parte do contrato, a Elbit Systems, controladora da AEL Sistemas, se comprometeu a realizar investimentos no Brasil em termos de capacidades, infraestrutura e know-how em optrônica, conhecimentos que podem vir a ser aproveitados em iniciativas espaciais (sensores óticos).

3) Destaque para a menção à ampliação da capacidade do CEITEC, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com atuação no campo de semicondutores. Desenvolvimentos em semicondutores e microeletrônica são essenciais para itens considerados críticos no setor espacial, como sistemas inerciais e sensores CCD (charge-coupled device).

4) O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está presente no Rio Grande do Sul com o Centro Regional Sul, situado na cidade de Santa Maria. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também desenvolve várias iniciativas no campo espacial, inclusive o desenvolvimento de um nanossatélite universitário, dentro do Programa Nanosat C-BR.
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Brasileiro em voo suborbital


ESTAGIÁRIO DA AEB VENCE CONCURSO MUNDIAL E IRÁ AO ESPAÇO

O estagiário da Agência Espacial Brasileira (AEB), Pedro Henrique Dória Nehme, 21 anos, será o segundo brasileiro a ir ao espaço. O futuro turista espacial venceu a promoção mundial Space Flight, realizada pela empresa área holandesa KLM, que premiou o vencedor com uma vaga na nave Lynch, da empresa Space Expedition Corporation (SXC). Depois do militar Marcos Pontes, ele será o segundo brasileiro e o primeiro civil a sentir de perto a gravidade zero. O voo deverá ser realizado no início do próximo ano.

O desafio consistia em adivinhar em que ponto iria parar um balão de alta altitude monitorado por câmeras e GPS. As coordenadas que mais se aproximassem da realidade seriam as vencedoras. Entre os mais de 129 mil participantes do mundo inteiro, Pedro foi quem mais se aproximou do resultado oficial.

A viagem espacial terá início em Curaçao, no Caribe. O voo será suborbital (não entra em órbita da Terra) e atingirá uma altura aproximada de 100 quilômetros, cruzando a chamada linha de Kármán. A viagem terá uma hora de duração – da decolagem à aterrisagem.   Pedro ficará aproximadamente cinco minutos no espaço. Segundo o site da Space Expedition Corporation, apenas 500 pessoas no mundo viram a Terra como o vencedor a verá.

Pedro – Estudante de Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília (UnB) e aficionado pelo espaço, foi apelidado como astronauta pelos amigos.  Pedro possui experiência na área aeroespacial. Em 2012, estudou na Catholic University of America em Washington D.C, nos Estados Unidos, e trabalhou no Goddard Space Flight Center, programa da Agência Espacial Americana (NASA, sigla em inglês). Além do estágio na AEB, Pedro participa de um projeto da UnB que simula uma missão espacial e vai lançar um minissatélite para o espaço em um balão no segundo semestre.

Fonte: AEB
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terça-feira, 23 de abril de 2013

"Sistemas espaciais para a defesa brasileira"



Sistemas espaciais para a defesa brasileira

André M. Mileski

A edição da Estratégia Nacional de Defesa (END), em dezembro de 2008, documento que serve como diretriz para todo o processo de transformação e atualização das Forças Armadas, apontou o setor espacial, ao lado dos nuclear e cibernético, como um dos seus pilares decisivos.

Em linha com os ditames da END e considerando o papel essencial hoje exercido por sistemas espaciais nas áreas de defesa e segurança, o governo brasileiro tem avançado em projetos e programas voltados a esse campo, como o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), meios de acesso autônomo ao espaço (ver T&D n.º 131) [nota do blog: para acessar a reportagem, clique aqui], a criação da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), entre outros.

Satélite de comunicações

O principal projeto espacial brasileiro é o SGDC, oficializado em sua estrutura atual em 2011 e que agora está a caminho de sua concretização. Anteriormente conhecido como Satélite Geoestacionário Brasileiro, o SGDC está sob a responsabilidade da Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal de comunicações Telebrás, criada em maio de 2012. O primeiro SGDC terá vida útil estimada de 15 anos, com centros de operações em áreas militares em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). Ocupará a posição 75º Oeste. O sistema, como um todo, considera a operação de dois ou mais satélites geoestacionários. O planejamento de longo prazo considera três satélites operacionais em órbita, com lançamentos a cada cinco anos.

O projeto tem como objetivos principais (I) atender o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa; (II) comunicações estratégicas do Governo Federal, de certos órgãos e estatais; (III) Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com uso exclusivo da capacidade em banda Ka; e (IV) proporcionar a absorção e transferência de tecnologia para o setor aeroespacial brasileiro. A capacidade em banda Ka deve atingir até 55 gigabytes por segundo.

Com o SGDC, toda a demanda do SISCOMIS em comunicações por voz, dados e vídeo, hoje a cargo da operadora Star One, da Embratel, passará a ser atendida pelo próprio governo. Existem em funcionamento cerca de 100 terminais do SISCOMIS, dos tipos leve, transportável, rebocável e naval, e a expectativa é que, até 2020, o sistema opere 300 terminais, inclusive de novos tipos, como portátil (man-pack), móvel terrestre e móvel submarino. O SGDC cobrirá todo o Atlântico, parte da costa do Pacífico e da América do Norte. Contará ainda com um spot móvel em banda X, isto é, capacidade de cobrir determinadas áreas em certos períodos, de acordo com os interesses do Ministério da Defesa (áreas de operações de navios e submarinos da Marinha, por exemplo).

Em meados de fevereiro, a Visiona disponibilizou a solicitação de propostas (RFP, sigla em inglês) para a contratação do primeiro satélite, a ser colocado em órbita entre 2014 e 2015. As empresas interessadas deverão responder no início de abril, com uma decisão, a ser tomada pelo governo brasileiro, prevista para meados desse ano.

CCISE

Levando-se em conta a END e as iniciativas espaciais em andamento no âmbito da Defesa, e também com o intuito de melhor organizar todas as ações em andamento, o Comando da Aeronáutica constituiu, no final de fevereiro de 2012, e sem alarde, a Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), que tem as seguintes atribuições:

I - Definir, sob supervisão do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), e em coordenação com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com os Estados-Maiores da Armada (EMA) e do Exército (EME), as estratégias de implantação, de integração e de financiamento de sistemas espaciais relativos à defesa;

II - Dirigir, coordenar e integrar, à luz das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa e em estreita ligação com o EMCFA, o EMA, o EME e o EMAER, todos os trabalhos concernentes à concepção, à definição de requisitos, à integração e à implantação de sistemas espaciais concernentes à defesa, incluindo os respectivos segmentos orbitais e a relativa infraestrutura de operação, tanto dos componentes de uso exclusivo do Ministério da Defesa, quanto daqueles de uso compartilhado com outros órgãos públicos e/ou privados; e

III - Representar, após prévia coordenação, o Ministério da Defesa e as Forças Singulares, em todos os atos que se fizerem necessários à implantação de sistemas espaciais relativos à defesa.

Para cumprir com suas responsabilidades, a CCISE conta com o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), cujas diretrizes de implantação foram aprovadas pelo Comando da Aeronáutica em maio de 2012, e que trabalha com um cenário de ações de curto, médio e longo prazos, num horizonte de 20 anos. Basicamente, a PESE aponta várias premissas operacionais e técnicas necessárias ao emprego de sistemas espaciais pelas Forças Armadas, com foco na definição das suas necessidades e requisitos.

Os sistemas espaciais considerados no PESE devem atender, no campo militar, à modernização de variados sistemas em operação, como o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), o Sistema de Enlaces de Digitais da Aeronáutica (SISCENDA), o SISCOMIS, o Sistema Militar de Comando e Controle (SISMC2), e também outros que estão em fase de planejamento ou implantação, como o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) e Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (SISFRON). Planeja-se ainda o uso desses em apoio a iniciativas civis, como em ações de prevenção e atuação em casos de grandes catástrofes ambientais, no Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), e no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), entre outros.

Inspirado pelo moderno conceito de guerra centrada em rede (Net Centric Warfare), uma das principais inovações do PESE é o objetivo de se criar um Centro de Operações Espaciais (COPE), que seria subordinado ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro. Caberia ao COPE coordenar todas as atividades que façam uso de constelações de sistemas espaciais, oferecendo serviços nas áreas de comunicações, observação, mapeamento de informações, posicionamento e monitoramento espacial para o Ministério da Defesa e seus três comandos, e outros usuários governamentais.

Criada há pouco menos de um ano, a CCISE tem buscado conhecer o que há de mais moderno disponível em sistemas espaciais. Representantes da comissão visitaram alguns governos e empresas dispostas a cooperar com o Brasil na busca de sua independência espacial.

A CCISE também está atenta a identificar as necessidades nacionais. Em novembro de 2012, no exercício CRUZEX C2, da Força Aérea Brasileira, que simulou por meio de softwares o uso de aeronaves e veículos aéreos não tripulados em um conflito moderno, foi incluído pela primeira vez a simulação de uso de satélites. As missões foram planejadas e executadas com apoio de informações enviadas e transmitidas por uma constelação imaginária de satélites de órbitas baixas e geoestacionárias, produzindo dados de sensoriamento remoto, meteorologia, comunicações e posicionamento. “Não se concebe no século 21 uma Força Aérea que não utilize o espaço para executar suas missões”, declarou o coronel João Batista Xavier, da CCISE, por ocasião do exercício.

Conexão com o PNAE

Apesar de terem utilidade dual, os planos do Ministério da Defesa para o setor espacial visam, primariamente, atender as suas próprias exigências. Isso não significa dizer, no entanto, que as diferentes iniciativas brasileiras nesse campo não venham a convergir em algum momento.

Por natureza, o Programa Espacial Brasileiro, a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB), subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, é civil. Mas, por razões lógicas e de racionalização de investimentos, iniciativas de caráter dual deverão ser desenvolvidas em conjunto.

Lançado pela AEB em janeiro de 2013, o aguardado Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para o período de 2012 a 2021 menciona a END como uma das razões do porquê o espaço ser indispensável ao Brasil, por sua demanda em termos de monitoramento do território nacional, fronteiras e espaço aéreo.

Além de meios de acesso ao espaço, como os foguetes VLS e VLM e outros veículos lançadores, projetos a cargo do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e do SGDC, o PNAE 2012-2021 destaca outros, em desenvolvimento ou em planejamento, que terão como um dos usuários o Ministério da Defesa. São eles, por exemplo, o Satélite Meteorológico Brasileiro (GEOMET-1), previsto para 2018, e o satélite radar de abertura sintética (SAR - Synthetic Aperture Radar), capaz de imagear o solo independente da cobertura de nuvens, missão planejada para estar em órbita em 2020.

Fonte: revista Tecnologia & Defesa n.º 132 (abril de 2013).
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Estação do INPE em Cuiabá: 40 anos



Estação do INPE em Cuiabá comemora 40 anos

Terça-feira, 23 de Abril de 2013

O Brasil foi um dos primeiros no mundo a utilizar satélites para observação da Terra, ainda em 1973 quando a estação de recepção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou o rastreio e a obtenção dos dados do primeiro satélite de sensoriamento remoto, lançado no ano anterior pelos Estados Unidos.

A operação realizada na estação de Cuiabá (MT), que começou no dia 23 de abril de 1973 com o primeiro rastreio do ERTS-1, satélite da série Landsat, permite hoje ao Brasil comemorar 40 anos do recebimento de imagens que garantem a manutenção e o desenvolvimento de estudos e atividades de reconhecimento internacional, como os programas do INPE que monitoram o desmatamento na Amazônia e as queimadas em todo o país.

A Estação de Recepção e Gravação (ERG) de Cuiabá foi a terceira estação terrena instalada no mundo - a primeira foi nos Estados Unidos e a segunda, no Canadá. Atualmente, a estação de Cuiabá recebe dados dos satélites Landsat-7, Resourcesat-1, UK-DMC 2, Terra/Aqua e série NOAA.

Nesta estação, é realizado o rastreio diário de satélites, o recebimento de seus dados e a posterior entrega das informações brutas ao Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), localizado no INPE de Cachoeira Paulista (SP), onde as imagens são geradas e podem ser obtidas gratuitamente através da página www.dgi.inpe.br/CDSR

Fonte: INPE
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Cooperação Brasil - Japão

AVANÇA A COOPERAÇÃO ESPACIAL BRASIL-JAPÃO

Brasília, 22 de abril de 2013 – Autoridades do Brasil e do Japão da área espacial, reunidos na Agência Espacial Brasileira (AEB), em 18 de abril, trataram de dois temas concretos de interesse para ambos os países: cooperação bilateral para o uso das tecnologias espaciais na gestão de desastres naturais e formação de especialistas para o Programa Espacial Brasileiro.

Na primeira parte do encontro, os dois países apresentaram seus programas espaciais. O Japão tem grande experiência na gestão de desastres naturais. Sua proposta de cooperação no uso das tecnologias espaciais foi bem recebida pelos brasileiros. Os detalhes dessa cooperação serão discutidos em novas reuniões, a serem realizadas regularmente pelos dois países.

Acordou-se, também, que o Brasil enviará pesquisadores ao Japão dentro do plano “Brazilian Space Capacity Building Iniciative” (em tradução livre, Iniciativa Brasileira para a Formação de Especialistas na Área Espacial), da AEB, que tem total apoio do Programa Ciências sem Fronteiras. Especialistas japoneses também deverão vir ao Brasil ministrar cursos na área espacial. O objetivo é formar mão de obra qualificada, principalmente em tecnologias críticas ainda não dominadas pelo país.

Participaram da reunião o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Petrônio de Souza; o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Carlos Gurgel; e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, da AEB.

Também estiveram presentes representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD); do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, (CEMADEN); do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); do Ministério das Relações Exteriores (MRE); da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL); da Agência Nacional de Águas (ANA); e da Universidade de Brasília (UnB).

Representando o Japão, participaram representantes do Escritório Nacional de Política Espacial do Japão (que coordena todo o programa espacial japonês), da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA, sigla em inglês), da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA, sigla em inglês), da Universidade de Wakayama, da Universidade Internacional para a Formação de Missões (UNIFORM) e da Embaixada do Japão.

Fonte: AEB
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sábado, 20 de abril de 2013

Lançadores: custos versus confiabilidade - Parte II


O blog Panorama Espacial eventualmente aborda o mercado de lançamentos de satélites. Em março, postamos a análise "Lançadores: custos versus confiabilidade". Voltamos novamente ao tema, numa segunda parte daquela análise, agora mais específica, acerca da atual realidade de mercado de lançamentos comerciais geoestacionários, com dois players principais: a Arianespace, com o seu foguete Ariane 5, e a International Launch Services (ILS), operadora do russo Proton.

Desde o início de 2013, a Arianespace assinou sete novos contratos para lançamento, sendo vários deles envolvendo mais de um satélite. As recentes falhas em lançadores russos, como as do Proton (duas em 2012, e três num período de 16 meses) e do Zenit 3SL, da Sea Launch (fevereiro de 2013) têm beneficiado fortemente a companhia europeia. No período de janeiro de 2012 a abril de 2013, a Arianespace assinou 17 contratos, contra apenas duas da ILS, operadora do Proton.

Nota-se, portanto, que a a segurança tem um sido um critério primordial no processo de escolha pelos operadores. Observe-se ainda que a segurança no lançamento tem dois componentes principais: o primeiro é a segurança física, da integridade do próprio satélite, suscetível de ser destruído numa falha de lançamento; o outro componente é a segurança em termos de cronograma, algo que também precisa ser apreciado num processo de definição de lançador, uma vez que falhas costumam gerar a suspensão dos manifestos de lançamento até que as razões sejam identificadas e corrigidas.

Em fevereiro, durante o evento Satellite 2013, em Washington (DC), nos EUA, foi anunciada uma violenta redução dos preços de frete do Proton, consequência de sua nova realidade em termos de confiabilidade. Tais diferenças, aliás, são refletidas nos valores dos seguros pagos em cada lançamento, que atualmente alcançam o dobro num comparativo entre o Ariane 5 e o Proton (o seguro de um lançamento a bordo de um Ariane 5 varia de 6% a 7% do preço do satélite, frente a 13% ou mais em um Proton). Mesmo com a redução do preço, é de se notar o perfil de clientes que hoje contratam o Proton: empresas de comunicações em situação financeira mais crítica (caso da Satmex, por exemplo), em que cada dólar economizado faz diferença, ainda que em detrimento da segurança, e grandes operadoras de satélites, que contam com extensa frotas de satélites e que muitas vezes não contratam seguros nos lançamentos em razão de terem meios próprios de gestão de riscos. Tais operadoras, aliás, costumam contratar lançamentos com todos os players ativos no mercado.

Dentro deste contexto, será interessante acompanhar as decisões relacionadas aos programas de satélites atualmente em fase de finalização no Brasil, tanto no âmbito privado, com operadores inserindo novas capacidades (banda Ka) para atender a forte demanda a ser gerada com os grandes eventos (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos), como no governamental, com o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Astrium Services: cobertura global em banda X


Os satélites militares de comunicações seguras da Astrium agora cobrem o mundo

18 de abril de 2013 - A Astrium, empresa líder na Europa em tecnologias espaciais, em breve será capaz de oferecer uma cobertura quase global em banda X, com a bem sucedida entrada em serviço do Skynet 5D e o lançamento do saltélite Anik G1, da Telesat, com hosted payload nesta banda.

Evert Dudok, CEO da Astrium Services disse: "Nós somos a única operadora no mundo a fornecer uma cobertura quase global reservada exclusivamente para o uso governamental e militar. Alcançando de 180 graus Oeste a 135 graus Leste, com 75 transponders de banda X, nossa constelação possui um total de 2.2 GHz - e agora nós oferecemos mais capacidade disponível para nossos clientes".

A Astrium Services tem um contrato de 15 anos com a Telesat para uso exclusivo da hosted payload de banda X. O satélite Anik G1, lançado no dia 16 de abril a partir da base de Baikonur, deverá ser posicionado a 107,3 ​​graus Oeste. Ele irá fornecer a primeira cobertura comercial em banda X sobre as Américas do Norte e Latina, com uma cobertura substancial do Oceano Pacífico, alcançando o Havaí e a Ilha de Páscoa..

No dia 2 de abril, a Astrium colocou em serviço com êxito o seu satélite Skynet 5D após o seu lançamento  por meio de um Ariane 5, em dezembro de 2012. Ele foi posicionado sobre o Oriente Médio a 53 graus Leste - tomando o lugar do Skynet 5B - tornando-se o mais ativo satélite militar de comunicação da Astrium Services. Seus tanques de combustível maiores lhe permitirão ser reposicionado com mais freqüência para atender às necessidades operacionais. A frota Skynet agora compreende oito satélites: Skynet 5A, 5B, 5C e 5D, combinados com três satélites Skynet 4 (C, E e F) e um satélite NATO IV (veja abaixo as posições orbitais). Os 10 canais UHF no Skynet 5D já foram totalmente vendidos para clientes, incluindo o Harris CapRock e o Ministério da Defesa da Holanda.

O Skynet 5 é um grande sucesso do programa PFI (Iniciativa Financeira Privada) no valor de 4 bilhões de Libras Esterlinas, assinado em outubro de 2003 com o Ministério da Defesa britânico. Por meio da concessão Skynet, a Astrium Services opera a constelação de satélites militares Skynet e a rede de solo para fornecer todas as comunicações Beyond Line of Sight (BLOS), além do horizonte, para o Ministério da Defesa britânico. A PFI permitiu à Astrium Services também prestar serviços de comunicação via Skynet para outras instituições governamentais, incluindo o Gabinete do Governo do Reino Unido e as forças armadas de outras nações, como EUA, Canadá, Austrália e também à OTAN.

O coronel Justin Hodges, Chefe-Adjunto do time Beyond Line of Sight (BLOS), da Organização de Defesa, Equipamentos e Apoio, do Ministério de Defesa, disse: "A entrada em serviço do Skynet 5D é outro marco significativo neste programa de sucesso. Ele marca o ápice de uma década de trabalho duro da equipe ISS Networks  do Ministério da Defesa e da Astrium para fornecer capacidade adicional de comunicações para as Forças Armadas”.

Fonte: Astrium

Comentário do blog: para saber mais sobre o Anik G1, acesse a postagem "Star One C3, Amazonas 3, Telespazio e Anik G1...", de janeiro deste ano.
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Recursos humanos para a AEB


SENADO APROVA PL QUE CRIA CONCURSO PARA AEB

Brasília, 18 de abril de 2013 - Foi dado mais um passo para a realização do primeiro concurso público para a composição de quadro de servidores da Agência Espacial Brasileira (AEB). A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou hoje (18) proposta para a criação de 6.818 novos cargos públicos de provimento efetivo para o Governo Federal.

A matéria – o PLC 126/2012 – foi enviada pelo Governo Federal e já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, onde iniciou a tramitação. Se a decisão da CCJ for ratificada no plenário do Senado, seguirá à sanção presidencial.

“Esse é um importante passo para o Programa Espacial Brasileiro. Com a criação de um quadro próprio e permanente de recursos humanos, um dos grandes gargalos de nosso programa espacial, a falta de mão de obra especializada, começará a ser sanado. Com a aprovação do concurso alcançamos uma das metas estabelecidas para 2013,” comemora o presidente da Agência, José Raimundo Coelho.

Além da AEB, o projeto de lei prevê ainda que passarão a integrar o plano de carreiras para a área de ciência e tecnologia os seguintes órgãos: Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac); Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); e secretarias de Atenção à Saúde; de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; e de Vigilância em Saúde, todas vinculadas ao Ministério da Saúde.

Fonte: AEB.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013

LAAD 2013: o SGDC

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No setor espacial, embora não tenha sido único, o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), tocado pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal Telebrás, foi o grande destaque na LAAD Defence & Security 2013.

As propostas

No último dia 8, sete propostas foram entregues à Visiona. Apresentaram suas ofertas as europeias Astrium e Thales Alenia Space, as norte-americanas Boeing e Space Systems Loral, a japonesa Mitsubishi Electric, a Israel Aerospace Industries (IAI), e a russa ISS Reshetnev. As propostas da IAI e Reshetnev tem como parceira a canadense MDA, que seria responsável pelo fornecimento das cargas úteis das bandas Ka e X. É curioso observar o fato de que a MDA é controladora da Loral, adquirida em 2012.

"Short list" e definição

A expectativa é que a Visiona anuncie uma lista reduzida com três propostas (conhecida pelo termo em inglês "short list") em maio. A decisão do fabricante é aguardada para junho, com a assinatura do contrato nos meses seguintes.

Encontros

A LAAD 2013 foi o ambiente propício para encontros entre os interessados no SGDC. Executivos sêniores dos principais fabricantes, como Astrium, Thales Alenia Space e Boeing, além de Nelson Salgado, presidente da Visiona, estiveram circulando na feira e se reunindo com parceiros e governo. José Raimundo Coelho, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e Petrônio Noronha, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB também compareceram ao evento, com agendas cheias.

Movimentação israelense

Chama atenção o grande interesse da estatal IAI em participar dos projetos espaciais brasileiros. O grupo, que atua nos setores aeroespacial e de defesa, tem em seu portfólio de produtos espaciais soluções em lançadores (Shavit, de pequeno porte) e satélites de comunicações e imageamento, tanto ótico como radar. Em entrevista dada a uma publicação especializada, um representante da IAI no Brasil destacou o interesse do grupo no País em satélites geoestacionários e de monitoramento ambiental. Na semana passada, a IAI anunciou a aquisição de participação na IACIT, empresa de São José dos Campos especializada na área de radares e sistemas eletrônicos. Há meses, o blog Panorama Espacial também tem ouvido rumores sobre discussões para parcerias e/ou iniciativas conjuntas entre a IAI e a Opto Eletrônica, de São Carlos (SP). A IAI e seus interesses espaciais na América do Sul será objeto em breve de uma postagem com análise específica.

Escolha comercial versus escolha estratégica

A pergunta que todos se fazem é sobre os critérios que pautarão a decisão do SGDC, e qual é a extensão do mandato dado pelo governo à Visiona. Será meramente uma escolha comercial, em que o preço é item crítico, ou a Visiona e o governo também levarão em consideração compromissos e ações voltadas a transferência de tecnologia e contrapartidas, entre outros?
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terça-feira, 16 de abril de 2013

Notícias da LAAD 2013


O blog Panorama Espacial não foi devidamente atualizado durante as últimas semanas por conta da LAAD Defence & Security 2013, mais importante feira do setor de defesa e segurança na América Latina, que aconteceu entre os dias 9 e 12 de abril, no Rio de Janeiro. A Tecnologia & Defesa, publicação ao qual o blog está vinculado foi pela quinta vez consecutiva a publicação oficial do evento, tendo sido também responsável pela edição dos boletins diários, bilíngues (português e inglês). Para acessar os boletins (alguns dos textos e entrevistas têm temática espacial), clique aqui.

Nos próximos dias, começaremos a publicar algumas notas e análises sobre as notícias e informações de bastidores sobre o setor espacial brasileiro coletadas durante o evento, que reuniu mais de 700 expositores e contou com um número superior a 30 mil visitantes. No segmento espacial, como não poderia deixar de ser, o destaque foi o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), cujas propostas foram entregues pelas empresas interessadas no dia 8 de abril.
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sábado, 13 de abril de 2013

VSB-30 lançado com sucesso


Foguete brasileiro é lançado com sucesso na Suécia

O veículo lançado ontem (12) levou ao espaço o experimento Texus 50, que faz parte do Programa Europeu de Microgravidade

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) lançou na manhã desta sexta-feira (12), a partir do Centro Espacial de Esrange (Suécia), mais um foguete brasileiro VSB-30: o VSB-30 V17. O veículo, lançado à 6h25, horário local, levou ao espaço o experimento Texus 50, que faz parte do Programa Europeu de Microgravidade. O desempenho foi perfeito, com os seguintes dados de voo: tempo de microvidade de 380 segundos; apogeu de 261 quilômetros; e dispersão do ponto de impacto de 1,5 sigma.

Desde 2005, o VSB-30 tem sido usado no programa Texus, em virtude da capacidade de transporte do foguete: aproximadamente 370 quilogramas carga-útil, a cerca de 270 quilômetros de altitude.

O programa

O Programa Texus começou em 1977, com o objetivo principal de investigar as propriedades e o comportamento de materiais, produtos químicos e substâncias biológicas em ambiente de microgravidade, utilizando foguetes de sondagem.

No último dia 5, tiveram início duas operações do programa: a Texus 50 e a Texus 51, para o lançamento do VSB-30 17 e do VSB-30 V 18, respectivamente. Este último deve ser lançado no dia 19 de abril.

O Texus é conduzido pelo Instituto de Pesquisa Alemão (DLR), pela Agência Espacial Europeia (ESA), pela EADS Astrium e pela Swedish Space Corporation (SSC), que é responsável pelas operações de lançamento. O programa é financiado pela ESA e pelo DLR.

Fonte: Ascom do MCTI, com informações do IAE.
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LAAD 2013: centro de comando e controle

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Boxfile expõe Centro de C2 com as mesmas soluções e tecnologias empregadas no Centro de Lançamento de Alcântara e no Centro Integrado de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro

A Boxfile, empresa nacional líder no mercado de desenvolvimento e integração de Centros Integrados de Comando e Controle, está expondo na LAAD Defence & Security 2013. A companhia está no estande de sua parceira Andrade Gutierrez Defesa e Segurança.

A empresa possui algumas soluções tecnológicas diferenciadas e algumas delas podem ser vistas na prática durante o evento, onde especialistas e consultores apresentam as mesmas soluções e tecnologias empregadas no Centro de Lançamento de Alcântara e no Centro Integrado de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. A LAAD também selou a parceria firmada entre a Boxfile e as empresas Fortem (desenvolvedora de uma plataforma de integração e gestão de comando e controle), e também com a Obzerv (fabricante de câmeras laser de visão noturna de longa distância). “Essas parcerias reforçam os diferenciais da Boxfile no desenvolvimento, implementação e integração de ambientes críticos de comando e controle”, comenta o sócio e diretor de marketing e alianças da Boxfile, Pascal Toque.

Com expertise única em atividades de Comando e Controle, a Boxfile é reconhecida pelo desenvolvimento, implementação e integração de ambientes críticos, como Centros Integrados de Comando e Controle, Mesas de Operações Financeiras e Data Centers, que exigem operação contínua e integrada em regime 24x7, alta disponibilidade e segurança da informação.   De sistemas de tecnologia avançada até a construção física destes ambientes, a empresa oferece um espectro completo de equipamentos, expertise e consultoria para modernizar, tornar eficiente e integrado um ambiente existente ou desenhar e construir um novo, dentro dos mais exigentes requisitos.

Dentre as características diferenciadas da companhia, destacam-se o forte compromisso com a inovação tecnológica, proporcionado pelos parceiros internacionais líderes no segmento de Tecnologia da Informação e infraestrutura, e a expertise técnica multidisciplinar dos especialistas e consultores nas áreas de Comando e Controle, Arquitetura, Engenharia e Infraestrutura, Tecnologia da Informação, Segurança e Serviços.  A organização apresenta também um portfólio de mais de 300 projetos executados nas principais corporações nacionais e internacionais dos mais diversos segmentos, como Defesa, Segurança Pública, Financeiro, Óleo e Gás, Utilities, Indústria, entre outros.

Fonte: Rossi Comunicação.
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Simpósio de sensoriamento remoto do INPE

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Simpósio de sensoriamento remoto começa em Foz do Iguaçu

Neste domingo (14) às 19h30 no Complexo Rafain Expocenter, em Foz do Iguaçu (PR), acontece a abertura oficial do XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Na ocasião, também será inaugurada a Exposição Técnica, espaço onde empresas e instituições governamentais apresentarão seus principais produtos e novidades sobre tecnologias relacionadas a satélites e geoprocessamento.

Ainda durante a cerimônia de abertura, que contará com a presença do diretor do INPE, Leonel Perondi, será realizada a premiação dos autores dos cinco melhores trabalhos aprovados na categoria Artigos de Iniciação Científica. Embora a abertura oficial aconteça na noite de domingo, a programação inicia já neste sábado, com a realização de oito cursos. O evento vai até quinta-feira (18).

Além de estimular a cooperação interinstitucional e o desenvolvimento do mercado nesta área, a realização do SBSR significa oportunidade para divulgação de trabalhos técnico-científicos e a troca de experiências entre profissionais sobre as aplicações de sensoriamento remoto.

Promovido a cada dois anos pelo INPE, o SBSR é o maior evento nacional sobre tecnologias relacionadas a satélites e geoprocessamento e um dos maiores do mundo. Em sua 16ª edição, são esperadas cerca de duas mil pessoas de vários países.

Novidade

Pela primeira vez, além da observação da Terra, o simpósio abordará o sensoriamento remoto de outros planetas. Coordenadora de Ciências Planetárias do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa), a astrônoma Rosaly Lopes coordenará na terça-feira (16), das 9h às 12h, a sessão especial “Sensoriamento Remoto de Superfícies Planetárias”, que mostrará como essa tecnologia serve ao estudo de Marte, do satélite Io de Júpiter e do satélite Titã de Saturno.

Na segunda-feira (15), das 9h às 12h, acontece a sessão “Landsat-8: Planos e Perspectivas”, coordenada por Michael Wulder, do Serviço Florestal do Canadá. Satélite que representa a continuidade do programa norte-americano responsável por um registro único sobre a história do planeta Terra, o Landsat-8 deve contribuir para a vigilância ambiental de vários países. O INPE, por exemplo, utiliza imagens Landsat no PRODES, programa que monitora o desmatamento na Amazônia.

Ainda na segunda-feira, haverá workshops sobre os avanços do sensoriamento remoto para agricultura e sobre tecnologias de laser scanner aerotransportável. E no workshop sobre a contribuição do sensoriamento remoto para a exploração, produção e monitoramento ambiental de áreas petrolíferas, especialistas da Petrobras e outras instituições debaterão como essa tecnologia pode ajudar a cadeia de valor do segmento de óleo e gás no Brasil.

A programação completa do XV SBSR está na página http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/programacao.html

Fonte: INPE
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segunda-feira, 8 de abril de 2013

VSB-30: Operações TEXUS 50 e TEXUS 51


Campo Montenegro, 08/04/2013

No dia 5 de abril de 2013 tiveram início as Operações TEXUS 50 e TEXUS 51 na Suécia  com o objetivo de lançar dois foguetes brasileiros VSB-30, a partir do Centro Espacial de Esrange. Tratam-se dos lançamentos dos veículos VSB-30 V17 e V18 que levarão os experimentos de microgravidade TEXUS 50 e 51, respectivamente.

O Programa TEXUS iniciou-se em 1977 com objetivo principal de investigar as propriedades e o comportamento de materiais, produtos químicos e substâncias biológicas em ambiente de microgravidade, utilizando-se de foguetes de sondagem. Esse Programa é conduzido pelo Instituto de Pesquisa Alemão (DLR), Agência Espacial Européia (ESA), EADS Astrium e SSC (Swedish Space Corporation), com financiamento da ESA e do DLR. A empresa SSC é a responsável pelas operações de lançamento.

Desde 2005, o foguete brasileiro VSB-30 tem sido usado no Programa TEXUS, em virtude da capacidade desse veículo de transportar aproximadamente 370 kg de carga-útil, a cerca de 270 km de altitude.

Local de Lançamento: Centro Espacial de Esrange
Datas previstas de lançamentos: 12 de abril de 2013 – TEXUS 50 e 19 de abril de 2013 – TEXUS 51
Informações técnicas:
Tipo de foguete: VSB 30 – DCTA-IAE
Diâmetro nominal: 557 milímetros
Peso total: 2640 kg
Apogeu: ~ 268 km

Fonte: IAE/DCTA
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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Agenda de lançamentos de foguetes brasileiros


PESQUISADORES DISCUTEM PROJETOS ESPACIAIS PARA 2013

Brasília, 05 de abril de 2013 – O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) reuniu na última semana de março pesquisadores de unidades subordinadas para a maratona de reuniões do Grupo Interfaces de Lançamento (GIL), em Alcântara (MA). Mais de 50 engenheiros e estudiosos da área espacial, incluindo membros do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Instituto de Fomento à Indústria (IFI), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), discutiram o andamento de projetos, suas questões técnicas e financeiras e propuseram a agenda de lançamentos para os próximos anos.

No primeiro dia de reunião, foram discutidas as oito operações previstas para 2013, duas no CLBI e seis no CLA. A primeira deve ser a Águia, em junho, em que será lançado um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI). No último ano, segundo o Comandante do CLA, Coronel Demétrio, foram lançados seis Foguetes de Treinamento Básico (FTB), um FTI, um VS30 Orion, além da Operação Salina – que foi uma simulação de lançamento do VLS-I. Já no CLBI, foram seis operações entre lançamentos e testes, além de cinco rastreamentos do foguete francês Ariane.

Segundo o engenheiro Mauro Dolinsky, Coordenador de Espaço do DCTA, o destaque das atividades deste ano é a grande quantidade de foguetes brasileiros lançados no exterior: a previsão é que sejam lançados nove foguetes, a partir de centros na Noruega e na Suécia. “A importância destes lançamentos é construirmos credibilidade junto à comunidade científica internacional, pois se nós conseguimos fazer bem algo extremamente complexo, como é um foguete, é sinal de que estamos em um nível de excelência nas tecnologias mais simples”, afirma o engenheiro.

Outra importante pauta tratada na reunião do GIL foi o andamento do projeto VLS-1, apresentado pelo seu gerente, Tenente-Coronel Engenheiro Alberto Mello. Segundo ele, o próximo passo no caminho para o lançamento do veículo lançador de satélite é o voo do VSISNAV, previsto para o início de 2014.

O VSISNAV será um veículo espacial lançado para qualificar o sistema de navegação e o sistema de separação do primeiro e segundo estágios do VLS – já que o terceiro e quarto serão inertes. Após o VSISNAV, será lançado outro foguete de testes, o chamado XVT-02, que será um veículo completo com carga tecnológica, ou seja, neste lançamento algum objeto será colocado em órbita – algo que emita sinal, permitindo que os pesquisadores consigam identificar sua localização. Outro objetivo é verificar a funcionalidade de uma nova rede elétrica, mais complexa que a do VSISNAV: este sistema será capaz de calcular sua localização e, a partir destes dados, corrigir sua trajetória de voo, o que se chama de malha fechada.

Após o XVT-02, o projeto VLS-1 chega ao seu ápice, com o lançamento do V-04, que colocará em órbita um satélite real, demonstrando a eficácia do sistema e a capacidade tecnológica brasileira em lançar, com conhecimentos próprios, satélites de pequeno porte – o V04 será capaz de colocar em órbita um satélite de aproximadamente 200 kg em uma altitude de 700 km.

Para o Tenente-Coronel Alberto, mais importante é destacar que, independentemente da escolha que for feita, a estrutura que vem sendo criada poderá ser utilizada para os projetos posteriores: “cada passo na construção do VLS é aprendizado adquirido, pois a ciência se desenvolve assim, da base para o teto. O programa espacial norte-americano, por exemplo, começou pelos projetos Mercury, Gemini, que previam operações menos ousadas, mas essenciais para desenvolver conhecimentos para se chegar à lua com a missão Apollo”, analisa.

Para o atual presidente do GIL, Tenente-Coronel Aviador Paulo Junzo Hirasawa, as reuniões do grupo são umas das poucas oportunidades em que é possível congregar os envolvidos no Programa Espacial Brasileiro – são convidados, inclusive, representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e Alcântara Cyclone Space (ACS) – para discutir atualizações, apontar problemas, destacar avanços e sugerir soluções para os projetos desenvolvidos.

GIL – O grupo surgiu com o intuito de reunir os diversos atores envolvidos nos lançamentos para troca de experiências técnicas e discutir a logística das operações, já que as atividades desenvolvidas nos centros de lançamento e nos institutos de pesquisa são interdependentes. Inicialmente, o objetivo do GIL era conseguir atender às exigências do relatório referente ao acidente com o VLS, em 2003, que requeria ações conjuntas de melhoramento e segurança.

Fonte: ACS/DCTA, via AEB.
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Programa Uniespaço


COMISSÃO DE COORDENAÇÃO DO UNIESPAÇO SE REÚNE NA AEB

Brasília, 04 de abril de 2013 – A Comissão de Coordenação do Programa Uniespaço se reuniu na sede da Agência Espacial Brasileira (AEB), em 4 de abril, para definir os termos do Primeiro Anúncio de Oportunidades de 2013 (AO1/2013). O Anúncio deve ser publicado ainda em abril e será destinado apenas a universidades e instituições congêneres.

Esta é a primeira vez em que a Comissão de Coordenação é formada apenas por representantes da AEB e por coordenadores dos cursos de graduação em Engenharia Aeroespacial brasileiros. O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Carlos Gurgel, preside a Comissão. Segundo Gurgel, “por se tratar de um programa voltado às universidades, a AEB optou por agregar ainda mais conhecimento e fortalecer o Programa Uniespaço. Para isso convidou os cursos de graduação em Engenharia Aeroespacial para participarem ativamente do Programa e em especial, atuarem na coordenação”.

“Ao convidar os coordenadores dos cursos para a Comissão do Uniespaço, a AEB contribue para a consolidação dos cursos de Engenharia Aeroespacial do Brasil. Uma vez que o Programa Uniespaço é uma oportunidade onde a universidade pode buscar financiamento para os seus projetos, nada mais justo do que os coordenadores dos cursos possam participar das decisões”, afirma o coordenador do curso de Engenharia Aeroespacial de Universidade de Brasília, Manuel Barcelos.

O coordenador do curso do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Pedro Lacava, conta que a instituição participa do Uniespaço desde sua primeira edição. “O programa ajudou a universidade a criar massa crítica na área espacial. Ou seja, a melhorar a infraestrutura do laboratório e a contribuir para os trabalhos de graduação, dissertação de mestrado e teses  de doutorado”, conta.

São atribuições da Comissão de Coordenação: estabelecer princípios e procedimentos básicos para a condução do Programa, bem como suas linhas de atuação; aprovar a programação de atividades; apreciar propostas orçamentárias e detalhar a aplicação dos recursos disponibilizados; estabelecer e aprovar Anúncios de Oportunidades para execução de projetos, propor, apreciar, e acompanhar ações cooperativas com instituições nacionais, estrangeiras e internacionais. A Comissão também deve: aprovar os projetos para execução, em conformidade ao estabelecido ao respectivo AO e nos procedimentos de seleção; efetuar gestões quanto a atuação das instituições executoras; estabelecer grupos de trabalho para apreciar temas específicos; acompanhar a realização dos projetos aprovados e os resultados alcançados; e apreciar relatórios da Gerência do Programa, para encaminhamento à Presidência da AEB.

Outra novidade deste AO é que todos os projetos deverão desenvolver material didático para utilização como ferramenta de divulgação e letramento da população acerca do tema. Serão aceitos textos, vídeos, softwares educacionais, entre outros.

Uniespaço - O Programa Uniespaço, aprovado pela Portaria n° 7 de 31 de março de 2004, e reestruturado pela Portaria n° 12 de 19 de fevereiro de 2013, tem o objetivo de formar, tornar operacional e aperfeiçoar uma base de pesquisa e desenvolvimento composta por núcleos sediados em universidades, centros de pesquisa e instituições congêneres, capazes de realizar estudos, pesquisas e desenvolvimento de interesse do Programa Espacial Brasileiro (PEB).

O Programa almeja integrar o setor universitário à realização das atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para atender às demandas tecnológicas do setor, no desenvolvimento de produtos, processos, análises e estudos.

O Uniespaço publica Anúncios de Oportunidades (AOs) onde são estabelecidos temas e demais condições para encaminhamento de propostas que devem considerar a possibilidade efetiva de aplicação futura. O próximo deve ser publicado ainda em abril.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Astrium na LAAD 2013


Astrium na LAAD: imagens & observação da Terra, telecomunicações, lançadores

* A Astrium, empresa número três no mundo em tecnologias espaciais, é a única empresa a projetar e construir veículos lançadores e satélites e a fornecer serviços de telecomunicações e serviços de imagens via satélite.

* Na LAAD Defence & Security 2013 – Feira Internacional de Defesa e Segurança no Rio de Janeiro (Brasil), de 9 a 12 de abril de 2013, a Astrium está reafirmando sua posição como líder mundial da indústria espacial e serviços espaciais (estande da EADS, Pavilhão 4, H50)

* A Astrium vai mostrar, em especial, suas soluções de imagens via satélite e de vigilância (coletivas de imprensa nos dias 10 e 11 de abril, às 15h30, no estande da Astrium), juntamente com suas soluções de telecomunicações civis e militares.

4 de abril de 2013 – A Astrium, líder europeu e terceira empresa no mundo todo na indústria espacial, estará apresentando os seguintes produtos e serviços em seu estande (EADS, Pavilhão 4, H50) na LAAD Defence & Security 2013 - Feira Internacional de Defesa e Segurança, de 9 a 12 de abril, no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro (Brasil):

Imagens & Observação da Terra:

* Os satélites Pléiades e SPOT 6, comprovados em órbita, são capazes de tirar imagens em alta e altíssima resolução de qualquer ponto da Terra todos os dias.
* A Astrium é líder mundial no desenvolvimento e na fabricação de satélites de observação da Terra, operando nos modos óptico ou de radar (SAR), e nas mais variadas resoluções, tendo inclusive fornecido sustemas sateliais a vários países, para atender necessidades civis e militares.
* Go Monitor, um serviço de vigilância civil para monitorar as mudanças diárias de um determinado site em qualquer lugar do mundo e, soluções de imagens da Astrium Services, notadamente usadas ​​para monitorar estruturas de engenharia civil, como estádios.
* Pierre Duquesne, gerente-geral da Astrium no Brasil para serviços de geoinformação, vai apresentar as soluções de imagens via satélite para o Brasil e responderá às dúvidas da imprensa em relação aos serviços de imagens via satélite nos dias 10 e 11 de abril, às 15h30, durante a Coletiva de Imprensa no estande da Astrium (EADS, Pavilhão 4, H50; por gentileza, confirmar presença com a Assessoria de Imprensa da Astrium na LAAD por meio dos contatos abaixo)

Telecomunicações:

* Eurostar E3000, a plataforma de comunicação via satélite, que perfez 450 anos acumulados de operação em órbita com sucesso e é exportado em todo o mundo.
* Serviços de telecomunicações civis e militares, em todas as faixas de freqüência, já em uso pelo setor privado, ONGs, órgãos públicos e departamentos de defesa em todo o mundo.

Lançadores:

* Ariane 5, o veículo de lançamento mais confiável atualmente em operação no mercado comercial, para o qual a Astrium é a contratante principal.
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"Rumo à Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil", artigo de José Monserrat Filho


Rumo à Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil

José Monserrat Filho*

“The authorization of space activities is the core regulation within such legislation.” Stephan Hobe¹ 

O Núcleo de Estudos de Direito Espacial (NEDE), da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), decidiu, em sua reunião de 22 de março passado, criar um grupo de trabalho especial para elaborar um pré-projeto da “Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil”, como contribuição da SBDA ao esforço que está sendo feito pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para atualizar, modernizar e dinamizar a exploração e o uso do espaço exterior pelo país.

Por que devemos bem regulamentar nossas atividades espaciais?

Quem pergunta é o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE 2012-2021), que também a responde:

“Mais e mais países adotam leis nacionais para ordenar suas atividades espaciais em harmonia com as normas internacionais aprovadas no âmbito das Nações Unidas. Pelo artigo 6º do Tratado do Espaço de 1967, cada país responde internacionalmente pelas atividades espaciais nacionais, sejam elas realizadas por entidades públicas ou privadas. Cabe ao país autorizá-las (ou não) e exercer vigilância contínua sobre elas. Diante do programa espacial ampliado que o Brasil executará nos próximos dez anos, precisamos criar uma lei geral das atividades espaciais, com normas que atendam aos padrões internacionais em matéria de segurança espacial, qualidade de produtos e serviços, bem como de acordos e contratos de aceitação universal.”²

O primeiro passo do grupo de trabalho do NEDE/SBDA, no cumprimento de tarefa tão oportuna e complexa, é reunir as legislações espaciais já adotadas por muitos países, entre os quais se destacam: África do Sul, Austrália, Áustria, Bélgica, Casaquistão, Estados Unidos, França,  Holanda, Japão, Noruega, Suécia, Reino Unido, Rússia, Ucrânia, entre outros. São experiências vivas que não podemos ignorar, ainda que as atividades espaciais do Brasil tenham não poucas características e necessidades jurídicas específicas. O importante é levar na devida conta o que é comum e imprescindível a todas, ou a quase todas, as legislações nacionais em vigor.

Convém considerar também o modelo para elaboração de uma legislação espacial nacional, discutido e construído passo a passo pelo Comitê de Direito Espacial da Associação de Direito Internacional (International Law Association – ILA), ao longo das Conferências da ILA de 2006, em Toronto, Canadá; de 2008, no Rio de Janeiro; de 2010, em Haia, Holanda; e de 2012, em Sofia, Bulgária, onde foi aprovado e divulgado.³

O modelo proposto pela ILA4 tem 14 artigos, assim intitulados: 1) Campo de Aplicação; 2) Definições – Uso dos termos; 3) Autorização; 4) Condições de autorização; 5) Supervisão das atividades espaciais; 6) Cancelamento, suspensão e alteração da autorização; 7) Proteção do meio ambiente; 8) Redução dos detritos espaciais; 9) Transferência da atividade espacial; 10) Registro; 11) Responsabilidade e recursos; 12) Seguro; 13) Procedimento; e 14) Sanções.

O artigo 1º, sobre a área de cobertura, indica: “A presente lei aplica-se às atividades espaciais realizadas por cidadãos do Estado XY ou às pessoas jurídicas incorporadas no Estado XY, bem como às atividades espaciais realizadas dentro do território do Estado XY ou por meio de navios ou aeronaves no Estado XY.”

O artigo 2º define os termos “atividade espacial” (lançamento, operação, guiagem e reentrada de um objeto espacial no e desde o espaço exterior e outras atividades essenciais com este mesmo fim), “atividade espacial comercial” (“atividade espacial conduzida por entidade governamental ou privada destinada a gerar receita e lucro”), “objeto espacial”, “operador” (pessoa física ou jurídica que realiza atividade espacial), “autorização” (que inclui o licenciamento) e “supervisão” (observação e monitoramento contínuo de uma atividade espacial).

O artigo 4º lista as condições indispensáveis à concessão de autorização (o operador deve ter capacidade financeira e capacidade técnica confiável; a atividade espacial não deve causar danos ao meio ambiente da Terra e do espaço, deve reduzir o incremento de detritos espaciais, deve cumprir as normas de segurança pública, deve atender aos interesses de segurança nacional, e não deve se opor às obrigações internacionais e aos interesses da política exterior do Estado XY; o operador deve cumprir os regulamentos da União Internacional de Telecomunicações (UIT) sobre alocações de  frequência e de posições orbitais; e deve estar munido de um seguro).

O artigo 9º trata da “Transferência de atividade espacial” de um operador a outro (autorizada por um ministro), que inclui a transferência de propriedade de um objeto espacial em órbita.

O artigo 11 cuida da responsabilidade e de recursos pertinentes e observa que “quando o Estado XY paga indenização a terceiras partes por dano causado por uma atividade espacial em cumprimento às suas obrigações internacionais, o governo tem o direito de regresso contra o operador”. Ou seja, o governo pode exigir dele uma compensação. Mas a ação do governo contra o operador, nesse caso, deve ser limitada em seu montante.

Vale trazer a lume, aqui, as portarias sobre licenciamento e autorização para o exercício de atividades espaciais no Brasil, aprovadas pelo Conselho Superior da AEB, respectivamente em 2001 e 2002. A primeira ordena o processo de licenciamento de uma empresa privada para preparar um lançamento espacial no Brasil. A segunda regula os requerimentos necessários para que uma empresa privada seja autorizada a realizar um lançamento espacial a partir do território brasileiro. As duas portarias5 foram criadas para organizar a base jurídica necessária ao ingresso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) como opção competitiva no mercado mundial de lançamentos comerciaisO plano continua sendo válido, agora com o emprego do lançador ucraniano Cyclone-4, promovido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em 2006.

Também o órgão especializado das Nações Unidas em temas espaciais resolveu fazer uma série de recomendações sobre como construir uma lei nacional para o setor. Em 2012, o Subcomitê Jurídico do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (COPUOS, na conhecida sigla em inglês) aprovou novo item em sua agenda: “A Legislação Nacional sobre a Exploração e Uso do Espaço Exterior para Fins Pacíficos”.6 Ato contínuo instituiu-se um grupo de trabalho específico para estudar a prática atual dos países em matéria de leis espaciais domésticas. O grupo de trabalho decidiu em boa hora elaborar e propor a todos os países um conjunto de recomendações, a fim de facilitar a criação de uma lei espacial nacional. Esse documento continua sendo debatido e ganhando novas ideias. Mas ele tem chance de ser aprovado na próxima reunião do Subcomitê Jurídico do COPUOS, a ter lugar em Viena, Áustria, de 8 a 19 deste mês de abril.

Eis, em tradução livre, o texto atual das recomendações, ainda em discussão:

“1. O escopo das atividades espaciais, visado pelos marcos regulatórios nacionais, pode incluir, conforme o caso, o lançamento de objetos ao espaço e seu retorno do espaço, a operação de lançamento ou o lugar da reentrada, e a operação e controle de objetos espaciais em órbita; outras questões para análise podem incluir o projeto e fabricação de naves espaciais, a aplicação da ciência e tecnologia espaciais, e as atividades de exploração e pesquisa;

2. O Estado, tendo em conta as obrigações de um Estado como Estado lançador e como Estado responsável pelas atividades nacionais no espaço exterior, segundo os tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, deve definir a jurisdição nacional sobre as atividades espaciais realizadas de seu território; do mesmo modo, deve supervisionar e controlar as atividades espaciais realizadas em qualquer outro lugar por seus cidadãos ou pessoas jurídicas estabelecidas, registradas ou assentadas em seu território ou em território sob sua jurisdição e/ou controle, desde que, no entanto, se outro Estado exerce jurisdição sobre tais atividades, o Estado deve se abster de exigências de duplicação e evitar encargos desnecessários aos operadores de objetos espaciais;

3. Atividades espaciais devem requerer a autorização de uma autoridade nacional competente; tal autoridade (s), bem como as condições e procedimentos para concessão, alteração, suspensão ou revogação da autorização devem ser claramente definidas no regulamento; os Estados podem usar procedimentos específicos para licenciamento e/ou autorização de diferentes tipos de atividades espaciais;

4. As condições de autorização devem ser consistentes com as obrigações internacionais dos Estados, em especial no âmbito dos tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, e com outros instrumentos relevantes, e podem refletir a segurança nacional e os interesses da política externa dos Estados; as condições de autorização devem ajudar a constatar que as atividades espaciais se realizam de forma segura e minimizar os riscos para as pessoas, para o meio ambiente ou para a propriedade, e que essas atividades não levam à interferência prejudicial em outras atividades espaciais; tais condições poderiam também se referir à experiência, à perícia e às qualificações técnicas do candidato, e podem incluir normas técnicas e de segurança sintonizadas, em particular, com às Diretrizes sobre a Redução  dos Detritos Espaciais, aprovadas pelo Comitê para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (COPUOS);

5. Procedimentos adequados devem garantir a supervisão e o monitoramento contínuos das atividades espaciais autorizadas, mediante, por exemplo, o uso de um sistema de inspeções locais ou a exigência de relatórios mais gerais; mecanismos de sanções podem incluir medidas administrativas, como a suspensão ou revogação da autorização, e/ou punições, conforme o caso;

6. Um registro nacional de objetos lançados no espaço exterior deve ser mantido por autoridade nacional apropriada; operadores ou proprietários de objetos espaciais, para os quais o Estado é considerado o Estado lançador devem ser solicitados a enviar informações para essa autoridade, a fim de permitir que o Estado apresente a informação relevante ao Secretário-Geral das Nações Unidas, em conformidade com os instrumentos internacionais, incluindo a Convenção sobre Registro de Objetos Lançados ao Espaço Exterior e considerando as resoluções da Assembléia Geral 1721 (XVI) B, de 20 de dezembro de 1961, e 62/101, de 17 de Dezembro de 2007; o Estado também pode solicitar aos operadores a apresentarem informações sobre qualquer alteração das características principais dos objetos espaciais, em particular quando eles que se tornaram não funcionais;

7. O Estado poderia estudar formas de buscar recursos de operadores ou de proprietários de objetos espaciais, se sua responsabilidade por danos, de acordo com os tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, foi comprometida; para assegurar a cobertura adequada às reclamações pelo dano, o Estado pode introduzir procedimentos de exigência de seguro e de indenização, conforme o caso;

8. A supervisão contínua das atividades espaciais de entidades não governamentais deve ser assegurada em caso de transferência, em órbita, da propriedade ou do controle de um objeto espacial; regulamentos nacionais podem estabelecer requisitos de autorização sobre a transferência da propriedade ou de obrigações, por meio da apresentação de informações sobre a mudança no status de um objeto espacial em órbita.”

Essas indicações, devidamente analisadas e adaptadas, segundo as necessidades e singularidades brasileiras, podem ser muito úteis ao labor do GT do NEDE/SBDA.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB)

Referências

1) Hobe, Stephan, The ILA Model Law for National Space Legislation, in ZLW – German Journal of Air and Space Law, nº 62, 1/2013, pp. 81-95. Tadução livre: “A autorização das tividades espaciais é o núcleo da regulamentação dentro desta legialação.”
2) Ver texto completo em português e em inglês no site .
3) ILA Sofia Guidelines for a Model Law on National Space Legislation (2012) , ILA Space Law Committee. Report of the Seventy-Fifith Confrence, Sofia 2012. Site: .
4) Ver o artigo de Stephan Hobe, mencionado na referência 1..
5) Monserrat Filho, José, Regulation of Space Activities in Brazil, in National Regulation of Space Activities, Editor: Ram Jakhu; Dordrecht, Heidelberg, London, New York: Springer, 2010, pp. 61-80.
6) UN Document A/AC.105/1003, Report of the Legal Subcommittee on its Fifty-First Session (Viena, 19-30/03/2012).
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AEB na LAAD 2013


AEB APRESENTA PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO NA LAAD 2013

Brasília, 03 de abril de 2013 – A Agência Espacial Brasileira (AEB) participará, entre os dias 9 e 12 de abril, no Rio de Janeiro (RJ), da Exposição Latino Americana de Espaço e Defesa (LAAD, sigla em inglês) – a maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina. Os visitantes do evento poderão conhecer o Programa Espacial Brasileiro por meio de vídeos, maquetes e imagens.

Nesta edição da LAAD, a AEB exibirá em seu estande imagens do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, sigla em inglês) e do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), vídeos diversos e maquetes.

Na oportunidade, a Agência também apresentará a atual edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) que estabelece as diretrizes e ações do Programa Espacial Brasileiro entre 2012 e 2021. No novo PNAE, o aumento da participação da indústria nacional e a implantação de um programa de domínio de tecnologias críticas, assim como a formação e capacitação de pessoal estão entre as principais metas.

Outros parceiros do Programa Espacial Brasileiro, como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) e indústrias e empresas aeroespaciais nacionais também estarão presentes no evento.

LAAD - Esta é a nona edição da LAAD. A feira reúne bienalmente empresas brasileiras e internacionais especializadas no fornecimento de equipamentos e serviços para as três Forças Armadas, polícias, forças especiais, serviços de segurança, consultores e agências governamentais.

Fonte: AEB
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