quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alcântara Cyclone Space: novo aumento de capital

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Apesar das incertezas sobre a viabilidade comercial da Alcântara Cyclone Space (ACS), os governos do Brasil e da Ucrânia continuam a impulsionar a iniciativa. Ontem (29), foi publicado no Diário Oficial da União uma autorização para o aumento de capital da binacional pelo lado brasileiro, no valor de R$16,666 milhões. O governo ucraniano fará um aumento no mesmo valor, mediante transferência intergovernamental.

A ACS é uma empresa binacional constituída pelos governos do Brasil e da Ucrânia para a exploração comercial do lançador Cyclone 4 operando do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A previsão é que o primeiro voo do lançador ucraniano ocorra do CLA até o final de 2014.
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terça-feira, 28 de maio de 2013

Projeto QB50 e satélite 14-BISat

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REPRESENTANTES DO PROJETO ESPACIAL QB50 VISITAM A AEB

Brasília, 28 de maio de 2013- Representantes do Brasil e de Portugal da missão espacial multinacional QB50 estiveram na Agência Espacial Brasileira (AEB), na quinta-feira (23). Em reunião com o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Carlos Gurgel, o grupo atualizou a AEB sobre o atual estágio do QB50 e do satélite que o grupo brasileiro está desenvolvendo – o 14-BISat.

A QB50 é uma missão científica, criada pelo “Von Karman Institute”, localizado em Bruxelas, na Bélgica, que visa o lançamento de uma constelação de 50 CubeSats para estudar a baixa termosfera (90-320 km). Seu lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2015, com participação de equipes de diversas partes do mundo. O Brasil é representado por equipe do Centro de Referência em Sistemas Embarcados e Aeroespaciais (CRSEA), do Instituto Federal Fluminense (IFF), coordenado pelos professores Cedric Salotto e Rogerio Atem.

Em uma parceira que envolve a Universidade do Porto e a empresa Tekever, ambas de Portugal, a equipe do IFF desenvolve o nanossatélite 14-BISat. O satélite foi nomeado em homenagem à aeronave de Santos Dumont, e servirá para pesquisa da termosfera e para testes de equipamentos inovadores. Recentemente, o projeto do satélite passou por sua primeira revisão técnica (PDR).

A equipe braso-lusitana está desenvolvendo um sistema de comunicação, GAMANET, que vai a bordo de vários satélites do QB50 e permitirá a formação de uma rede auto configurável no espaço. Para a recepção dos dados dessa rede e de futuras missões que o Brasil venha a participar, será estabelecida uma rede de estações terrestres distribuídas pelo território nacional, sendo seis delas, novas, a serem implantadas em Institutos Federais e outras quatro já existentes. O objetivo dessa rede é facilitar o desenvolvimento de estudos e pesquisas na área espacial por meio de telecomunicações integradas, permitindo uma cobertura de aquisição e transmissão de dados muito maior do que de estações operando isoladamente.

Em junho, a equipe do 14-BISat irá a Bruxelas apresentar artigos científicos no “5th European CubeSat Symposium”. Na ocasião, haverá, também, reuniões com a liderança do QB50 e com  equipes participantes para a tomada de decisões técnicas e gerenciais sobre a missão.

O projeto brasileiro é financiado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/MEC) e apoiado pela AEB.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Satélite do Equador atingido por lixo espacial


O primeiro satélite do Equador não teve muita sorte. Menos de um mês após o seu lançamento ao espaço, na última quinta-feira (23), o nanossatélite Pegaso foi atingido lateralmente por partículas de "lixo espacial" de um antigo foguete espacial soviético. O pequeno satélite, com formato de cubo (cubesat) ainda está em sua órbita, mas sem capacidade de receber ou enviar sinais.

A EXA, a agência espacial civil equatoriana, ainda não perdeu as esperanças e tem trabalhado para restabelecer contato com o artefato, de acordo com informações divulgadas pela entidade. Em agosto, o Krysaor, um novo cubesat equatoriano, similar ao Pegaso, deve ser lançado ao espaço a partir da Rússia.
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quinta-feira, 23 de maio de 2013

FTB lançado com sucesso em Alcântara

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CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA FINALIZA COM SUCESSO LANÇAMENTO DE FOGUETE DE TREINAMENTO

Brasília, 23 de maio de 2013 – O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realizou com sucesso o lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB) dentro das atividades da Operação Falcão I/ 2013. A operação, iniciada na segunda-feira (21) teve por objetivo realizar o lançamento e rastreio do veículo de treinamento, com a finalidade de realizar o treinamento operacional do Centro de Lançamento, bem como a obtenção de dados para a qualificação e a certificação do foguete.

O foguete seguiu conforme os parâmetros previstos para este tipo de operação e foi lançado às 14h29 e voou 167,8 segundos até atingir a área de impacto determinada. O veículo atingiu 31,8 Km de altitude máxima em apenas 76 segundos de voo. Do local de lançamento até a dispersão no oceano, o FTB percorreu 18,01 Km em linha reta.

A Operação Falcão I/ 2013 envolveu 100 servidores do CLA e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e contou, também, com a participação da equipe de Alcântara do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) responsável pela recepção de dados do veículo lançado. Na operação, pela primeira vez foram testados dois novos sistemas um de controle operacional e disparo e outro de interfonia para contato entre as equipes.

O lançamento foi acompanhado por 30 alunos e professores da Escola Caminho das Estrelas, situadas nas dependências do Centro e responsável por ministrar o ensino fundamental regular aos  dependentes do efetivo civil e militar da unidade, além de atender à comunidade alcantarense. O próximo lançamento será de um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), em junho, durante a Operação Águia I/ 2013.

Operação Falcão I/ 2013

Horário de lançamento: 14h29 (horário local)

Apogeu (altitude máxima): 31,8 km

Tempo do apogeu: 76seg

Distância percorrida do local de lançamento até área de impacto: 18,1 km

Tempo total de voo: 167,8 km

Fonte: CLA, via Agência Espacial Brasileira.
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Lançamento de FTB em Alcântara


CLA REALIZA LANÇAMENTO DE FOGUETE DE TREINAMENTO NESTA QUINTA

Brasília, 22 de maio de 2013 – O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realiza, na quinta-feira (23), o lançamento de um Foguete de Treinamento Básico (FTB) dentro das atividades da Operação Falcão I/ 2013. A operação foi iniciada no dia 21 com um briefing para toda a equipe envolvida na campanha de lançamento. A Operação Falcão I/ 2013 tem por objetivo realizar o lançamento e rastreio de um Foguete de Treinamento Básico (FTB), tendo como finalidade o treinamento operacional do Centro de Lançamento e, ainda, a obtenção de dados para a qualificação e a certificação do veículo.

Durante o briefing, foram repassados todos os procedimentos que deverão ser seguidos pelos profissionais que trabalham na campanha no que se refere a normas de segurança, características do veículo a ser lançado, cronologia de lançamento, logística, recepção de convidados e da imprensa, dentre outros. No lançamento, devem participar alunos da rede municipal de ensino de Alcântara e da Escola Caminho das Estrelas ligada ao Comando da Aeronáutica e situada nas dependências do CLA. A expectativa é que o Foguete de Treinamento Básico seja lançado na tarde do dia 24, às 15h, e atinja uma altitude máxima de 30 quilômetros. O veículo deve realizar um voo de aproximadamente 166 segundos até a queda na área de impacto prevista para a operação.

O Foguete de Treinamento Básico (FTB) faz parte do Projeto FOGTREIN, ou Foguete de Treinamento, que tem por missão proporcionar treinamento operacional ao efetivo e testar a prontidão da infraestrutura dos Centros (CLA/CLBI) para lançamentos, exercitando as principais funções de comunicação, telemetria, rastreamento e gerenciamento dos procedimentos de segurança e comandos para lançamentos. Também faz parte do projeto o Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) que é lançado anualmente tanto do CLA quanto do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI).

Características do Foguete de Treinamento Básico (FTB)

Comprimento total: 3,05 m

Diâmetro do veículo (calibre): 127 mm

Peso total do veículo: 68,3 kg

Peso de propelente: 29,2 kg

Peso reservado para experimento: 5 kg (não leva experimentos)

Apogeu aproximado: 30 km (com inclinação de 82° do lançador)

Tempo total de voo: 166 seg

Fonte: Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), via Agência Espacial Brasileira.
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terça-feira, 21 de maio de 2013

Workshop industrial do SABIA-Mar


INDÚSTRIA NACIONAL REÚNE-SE COM GRUPO DE TRABALHO DA MISSÃO SABIA-MAR

Brasília, 21 de maio de 2013 – Representantes da indústria aeroespacial nacional se reuniram, no dia 17 de maio, no Parque Tecnológico de São José dos Campos, Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras. O encontro teve como objetivo compartilhar com a indústria nacional informações técnicas relevantes sobre a missão e discutir o modelo de industrialização a ser adotado, assim como as possíveis formas de financiamento. A reunião também serviu para coletar opiniões e recomendações da indústria, e conhecer suas expectativas para este projeto. A ação foi promovida pelo Grupo de Trabalho da Missão SABIA-Mar –  composto por membros da Agência Espacial Brasileira (AEB), da indústria, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina (CONAE).

A AEB está inovando na maneira de conceber suas missões satelitais. A indústria e os usuários devem estar envolvidas em todas as fases de desenvolvimento do satélite. “A Missão SABIA-Mar é a primeira a ser realizada a partir desta visão”, afirma o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.

“O evento excedeu as expectativas. Os representantes da indústria obtiveram informações mais detalhadas dos satélites a serem desenvolvidos. No workshop, foi possível obter estimativas preliminares, por parte da indústria, do grau de complexidade dos artefatos, principalmente da câmera multiespectral”, contou o diretor da AEB e membro do Grupo de Trabalho do SABIA-Mar, Carlos Gurgel. A câmera a ser desenvolvida no Brasil terá que captar sinais em 18 bandas. Até agora, todas as construídas pela indústria nacional operam em poucas bandas. “O desenvolvimento dessa câmera será importante passo para a capacitação da indústria brasileira”, acredita Gurgel.O forte envolvimento da indústria espacial brasileira na concepção e desenvolvimento das missões de satélites é uma das diretrizes estratégicas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

A Argentina realizou, em março deste ano, evento semelhante.

SABIA-Mar – A missão SABIA-Mar é um sistema completo de Observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros incluindo águas interiores, baseado em uma constelação de dois satélites e uma infraestrutura operacional, logística e de segmento solo desenvolvidos para alcançar os objetivos propostos pelo Brasil e pela Argentina. Além da missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos.

Os satélites terão aproximadamente 500 kg. Cada um levará uma câmera multiespectral, mas há possibilidade de cargas úteis secundárias. A princípio, eles utilizarão como base a Plataforma Multimissão (PMM), que é uma plataforma genérica para satélites desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A partilha das tarefas no desenvolvimento dos satélites será igualitária entre os dois países.

Atualmente estão sendo desenvolvidas concomitantemente as Fases 0 (análise da missão e identificação das necessidades) e A (análise de viabilidade técnica e industrial) da missão.

As aplicações dos satélites poderão ser usadas na pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras.

Entre agosto e setembro deste ano, o estudo em elaboração pelos grupos de trabalho brasileiro e argentino completará a denominada Fase A do projeto. Seu resultado trará de forma organizada os requisitos para a missão, o conceito de operação do sistema, os conceitos preliminares a serem adotados para o projeto dos satélites, os cronogramas de desenvolvimento e estimativas de custo, dentre outras informações.

Workshop SABIA-Mar Usuários Brasileiros – Nos dias 13 e 14 de maio, o Grupo de Trabalho da Missão SABIA-Mar reuniu os prováveis usuários brasileiros da missão na sede da Agência Espacial Brasileira (AEB). O encontro foi uma oportunidade para que as instituições nacionais que poderão se beneficiar com o SABIA-Mar apresentassem suas necessidades, expectativas e planos para utilização das imagens a serem geradas. O objetivo é que os dois satélites a serem desenvolvidos atendam ao maior número de demandas possível.
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domingo, 19 de maio de 2013

Plano Inova Aerodefesa


GOVERNO LANÇA EDITAL DE R$ 2,9 BILHÕES DO INOVA AERODEFESA

Brasília, 17 de maio de 2013 – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, lançou nesta sexta-feira (17), em São José dos Campos (SP), o edital de seleção pública do plano Inova Aerodefesa, que destinará R$ 2,9 bilhões para apoiar a inovação tecnológica nos setores aeroespacial, de aeronáutica, de defesa e de segurança pública.

O Inova Aerodefesa é voltado para as indústrias e centros de pesquisa. Visa fortalecer o setor por meio de ações estratégicas para estimular a parceria entre iniciativa privada e instituições de pesquisa, com descentralização de crédito e subvenção econômica para o investimento em programas de inovação tecnológica. Dos recursos disponíveis, R$ 2,4 bilhões provêm da  Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI).

O edital faz parte do Plano Inova Empresa, lançado em março pelo governo federal e que prevê a articulação de diferentes ministérios e apoio por meio de crédito e financiamento, num total de R$ 32,9 bilhões a aplicar em inovação até 2014. Os recursos são destinados a empresas brasileiras de todos os portes que tenham projetos inovadores. O plano apoia setores considerados prioritários pelo governo, como saúde, aeroespacial e defesa, energia, petróleo e gás, sustentabilidade socioambiental e tecnologia da informação.

Além do ministro Raupp, participaram do evento o presidente da Finep, Glauco Arbix, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo Coelho, o prefeito de São José dos Campos, Carlos José de Almeida, o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) João Carlos Ferraz, o secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, o secretário-geral do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso, e a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Heloisa Menezes, dentre outras autoridades.

Fonte: MCTI (texto de Lucimara Correa, da assessoria de comunicação).

Comentários: o primeiro edital do plano Inova Aerodefesa tem as seguintes linhas temáticas:

1- Aeroespacial – Propulsão Espacial (motores e veículos); a Plataformas e Satélites Espaciais (de pequeno porte) e à indústria aeronáutica visando aeronaves mais eficientes.

2- Defesa – Sensores e/ou Sensoriamento Remoto para Defesa (equipamentos e/ou componentes); Sistemas e Subsistemas de Comando e Controle para Defesa.

3 - Segurança Pública – Sistemas de Identificação Biométrica e a Sistemas de Informações (tais como o SIG-Sistemas de Informações Geográficas) e ainda diversos tipos de Armas não Letais.

4- Materiais Especiais –  Materiais para Aplicações Diversas e na Indústria de Defesa (fibras e carbono e compósitos) incluindo  Ligas Metálicas à base de aços.

Poderão participar do processo de seleção empresas brasileiras e/ou grupo econômico brasileiro com receita operacional bruta igual ou superior a R$ 16 milhões ou patrimônio líquido igual ou superior a R$ 4 milhões no último exercício. Para mais informações sobre o Plano Inova Empresa, clique aqui.
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sábado, 18 de maio de 2013

INPE: 40 anos de recepção de imagens de satélite


INPE comemora 40 anos de recepção de imagens de satélite

Sexta-feira, 17 de Maio de 2013

Para comemorar os 40 anos de sua Estação de Recepção e Gravação, instalada em Cuiabá (MT), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realiza solenidade no dia 23 de maio. Com a presença do diretor Leonel Perondi, o evento será às 9 horas no INPE de Cuiabá, que fica na Rua Hélio Ponce de Arruda s/n°, Bosque da Saúde.

As operações na Estação de Recepção e Gravação (ERG)  iniciaram no dia 23 de abril de 1973 com o primeiro rastreio do ERTS-1, satélite que originou a série Landsat.  A ERG de Cuiabá foi a terceira estação terrena instalada no mundo - a primeira foi nos Estados Unidos e a segunda, no Canadá. Sua instalação é parte importante não só da história do INPE e do Brasil, mas também dos países vizinhos e do próprio sensoriamento remoto por satélite.

Nessa estação é realizado o rastreio diário de satélites, o recebimento de seus dados e a posterior entrega das informações brutas ao Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), localizado no INPE de Cachoeira Paulista (SP), onde as imagens são geradas e distribuídas aos usuários. Atualmente, a estação de Cuiabá recebe dados dos satélites Landsat-7, Resourcesat-1, UK-DMC 2, Terra/Aqua e série NOAA.

A infraestrutura para o recebimento dos dados de satélites é fundamental para o sucesso de toda uma cadeia tecnológica que vai da construção de satélites a sistemas para o processamento e distribuição dos dados aos usuários, envolvendo pesquisa, inovação e geração de produtos e serviços.

O pioneirismo do INPE ao instalar essa estação permite hoje ao Brasil comemorar 40 anos do recebimento dos dados e imagens que garantem a manutenção e o desenvolvimento de estudos e atividades de reconhecimento internacional, como os programas do Instituto que monitoram o desmatamento na Amazônia e as queimadas em todo o país.

Trajetória

Em 1982, foi implantada em Cuiabá mais uma antena com dois canais, bandas S e X. No final da década de 80 a estação recebeu equipamentos para rastreio dos satélites Spot, Radarsat e Jers, já com tecnologia SMD.

A década de 90 foi marcada pela modernização da sala de operações e, entre os fatos marcantes da história da estação, o técnico de operações Luiz Carlos Nascimento destaca ainda a implantação da nova antena com três canais de banda X já preparada para receber a série de satélites sino-brasileiros CBERS, culminando com a recepção da primeira imagem do CBERS-1 (em 1999) em território nacional realizada pela ERG.

“Um momento importante na década de 2000 foi uma grande atualização que tornou a ERG totalmente automatizada e apta a rastrear qualquer satélite que opera em banda X”, conta Luiz Carlos, que recorda ainda alguns desafios enfrentados na história da estação. “O primeiro incidente de grave proporção foi uma descarga elétrica ocorrida no dia 21 de dezembro de 1977, quando 70% da estação foi danificada. O então diretor do INPE, Fernando de Mendonça, convocou uma força tarefa e em poucos dias a estação estava novamente operacional. Foi um orgulho para a equipe inpeana”.

A criação da ERG em Cuiabá está diretamente relacionada aos avanços conquistados na área de sensoriamento remoto. Governo, cientistas e empresas cada vez mais usam essa tecnologia em que o Brasil é um dos pioneiros no mundo, por meio da atuação do INPE. O lançamento do primeiro satélite para observação da Terra - o norte-americano ERTS-1, em 1972, cujos dados poucos meses depois eram recebidos em Cuiabá - proporcionou um salto nos estudos sobre meio ambiente e a dinâmica de ocupação e uso do solo.

A recepção e gravação das imagens de satélites permitiu ao INPE formar um dos acervos mais antigos do mundo, que possibilita o acompanhamento das mudanças ambientais, urbanas e hídricas ocorridas nas últimas décadas. Estão disponíveis imagens de 100% do território nacional e 80% da América do Sul (todo o Uruguai, Paraguai, Bolívia, Guianas, Suriname e parte do Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Argentina).

Benefícios

Desde 2004, o INPE disponibiliza, via Internet e gratuitamente, o catálogo com imagens que ajudam na formulação de políticas públicas em áreas como monitoramento ambiental, desenvolvimento agrícola, planejamento urbano e gerenciamento hídrico.

A política de acesso livre às imagens, uma iniciativa pioneira do INPE, levou outros países a também disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução. As imagens são fornecidas para qualquer usuário do mundo. Os países da América do Sul que estão na abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá são os mais beneficiados por esta política.

O fornecimento gratuito de imagens de satélite contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro. Monitorar desmatamentos, queimadas, a expansão das cidades, safras agrícolas, o nível de rios e reservatórios, entre outras aplicações, é mais fácil e barato quando é possível uma observação ampla e contínua da Terra, proporcionada por sensores remotos a bordo de satélites em órbita.

Mais de um milhão de imagens já foram distribuídas pelo INPE para cerca de 15 mil usuários, em mais de duas mil instituições públicas e privadas, comprovando os benefícios econômicos e sociais da oferta gratuita de dados. O download das imagens é feito a partir do endereço http://www.dgi.inpe.br/CDSR/

Fonte: INPE
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Programa Microgravidade: anúncio de oportunidades


AEB PUBLICA ANÚNCIO DE OPORTUNIDADES DO PROGRAMA MICROGRAVIDADE

Brasília, 15 de maio de 2013 – A Agência Espacial Brasileira publicou, nesta quarta-feira (15), o 4º Anúncio de Oportunidades do Programa Microgravidade. O Programa tem como objetivo disponibilizar ambientes de microgravidade para a comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso e suporte técnico para a viabilização de experimentos nesses ambientes. Os interessados devem submeter suas propostas até dia 21 de julho.

O Anúncio de Oportunidades prevê a realização de três lançamentos do veículo de sondagem VSB-30 carregando experimentos selecionados, entre 2014 e 2016.

Entre 2000 e 2010, o Programa realizou três voos de foguetes de sondagem e um voo com experimentos da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês). “Pelo menos duas dezenas de instituições nacionais voaram experimentos por meio do Microgravidade.” conta o representante do IAE na Comissão, José Bezerra.

Para o conselheiro da AEB na Comissão, Irajá Bandeira, a principal realização do programa é fornecer oportunidades a especialistas de diversas áreas, como física e biologia, para desenvolver tecnologias que podem, eventualmente, resultar em produtos utilizados fora do contexto espacial.  Um exemplo é o projeto ”Nuvens de Interação Protéica” (NIP) realizado na Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) e possibilitou tecnologias que hoje são utilizadas no desenvolvimento de sensores de gases e sensores para doenças tropicais.

Programa Microgravidade - O Programa Microgravidade foi criado em 1998 pela Resolução nº 36 do Conselho Superior da AEB, e tem como objetivo disponibilizar ambientes de imponderabilidade aparente, comumente chamado de microgravidade, à disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso e suporte técnico e orçamentário para a viabilização de experimentos que necessitem desses ambientes.

A condução de experimentos num ambiente de microgravidade possibilita o melhor entendimento e o posterior aperfeiçoamento no solo de processos físicos, químicos e biológicos. Por meio de voos em foguetes suborbitais nacionais é possível criar um ambiente de microgravidade por até seis minutos.

Fonte: AEB
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terça-feira, 14 de maio de 2013

Polo espacial no RS: mais informações


No final de abril, divulgamos no blog Panorama Espacial uma notícia sobre a criação no Rio Grande do Sul (RS) do Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais, iniciativa apoiada pelo governo estadual e por empresas instaladas na região, dentre as quais a AEL Sistemas, atuante nos segmentos aeroespacial e de defesa e controlada pela israelense Elbit Systems.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da AEL com algumas questões para obter mais detalhes sobre a iniciativa do Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais do RS. Abaixo, reproduzimos as informações recebidas. Em breve, abordaremos em detalhes os negócios e interesses da empresa gaúcha no campo espacial.

1) O satélite de pequeno porte a ser desenvolvido teria qual finalidade? Há mais detalhes sobre suas características?

Representa o início das atividades do polo. Tem como objetivo fomentar o interesse e iniciar a formação junto ás universidades do estado. O detalhamento do programa irá ocorrer em um trabalho conjunto das Secretaria de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Desenvolvimento, universidades e a AEL Sistemas.

Em um segundo momento será preparado um RFP (pedido de proposta), que irá ser enviado as principais empresas de desenvolvimento de tecnologia espacial, que possuem programas de Pesquisa & Desenvolvimento educativos, para definição do parceiro internacional desta atividade.

2) Foi falado em ampliar as capacidades da CEITEC. Quais seriam essas capacidades? Alguma ideia do polo tratar do desenvolvimento de semicondutores para CCDs e sistemas inerciais?

O CEITEC – em conjunto com parceiros internacionais (como a israelense Ramon Chips), a AEL Sistemas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) (FAB) e as universidades locais (salientando a UFRGS, o departamento de análise de radiação para semicondutores) – pode ingressar na proposição de fabricação de semicondutores resistentes a radiação para o mercado espacial. É um mercado com valor agregado elevado e que possui baixa demanda produtiva. Tais características podem representar um modelo de negócios atrativo ao CEITEC.

3) Quais seriam os principais campos de interesse do polo?

Integração de satélites, fabricação de subsistemas e capacitação em definição, projetos e construção de satélites de pequeno porte.

SABIA-Mar: workshop de usuários brasileiros



GRUPO DE TRABALHO DO SABIA-MAR REALIZA WORKSHOP COM OS PROVÁVEIS USUÁRIOS DA MISSÃO

O Grupo de Trabalho da Missão SABIA-Mar (composto por membros da Agência Espacial Brasileira (AEB), da indústria, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina (CONAE)) promoveu, nos dias 13 e 14 de maio, na sede da Agência Espacial Brasileira (AEB), o Workshop SABIA-Mar Usuários Brasileiros. O encontro foi uma oportunidade para que as instituições nacionais que poderão se beneficiar com o SABIA-Mar apresentassem suas necessidades, expectativas e planos para utilização das imagens a serem geradas. O objetivo é que os dois satélites a serem desenvolvidos atendam ao maior número de demandas possível.

Segundo o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, a Agência Espacial Brasileira está inovando na forma de conceber novas missões de satélites no Brasil. “Queremos que os usuários e a indústria estejam envolvidos em todo o processo. A missão SABIA-Mar é a primeira a ser realizada a partir dessa visão”, afirmou ao abrir o workshop. “Esta é a primeira de muitas reuniões que realizaremos com usuários de satélites”, concluiu.

Durante a reunião foi apresentado o estado atual do projeto, foram discutidos os requisitos de missão existentes até o momento e expostas aplicações potenciais. “É necessário saber o que os futuros usuários do SABIA-Mar precisam. Todos devem participar das atividades”, afirmou o gerente brasileiro da missão e engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marco Antônio Chamon, durante o evento.

Para o oceanógrafo da Petrobras Fernando Batista, o SABIA-Mar será essencial para o aumento da robustez do conjunto de dados hoje gerado por outros satélites; na alimentação de modelos de circulação oceânica; para melhor entendimento da circulação oceânica ao largo da costa brasileira; entre outros.

A pesquisa em bio óptica e sensoriamento remoto (SR) da cor do oceano e o ensino e extensão em SR dos oceanos são os pontos positivos que o SABIA-Mar trará de acordo com Melissa Carvalho, do Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Os participantes receberam um formulário para preencherem com todas suas demandas e considerações. Ao final, os dados serão compilados em um relatório que será enviado para todos e poderá servir como base para o desenvolvimento dos satélites.

Também participaram do workshop o Comando da Marinha, a Comissão de Coordenação de Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), o Scripps Institution of Oceanography dos Estados Unidos, as Universidades Federal do Ceará e Federal do Rio Grande, a Universidade de São Paulo, dentre outras organizações.

A Argentina realizou, em março deste ano, evento semelhante.

SABIA-Mar - A missão SABIA-Mar é um sistema completo de Observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros incluindo águas interiores, baseado em uma constelação de dois satélites e uma infraestrutura operacional, logística e de segmento solo desenvolvidos para alcançar os objetivos propostos pelo Brasil e pela Argentina. Além da missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos.

Os satélites terão aproximadamente 500 kg. Cada um levará uma câmera multiespectral, mas há possibilidade de cargas úteis secundárias. A princípio, eles utilizarão como base a Plataforma Multimissão (PMM), que é uma plataforma genérica para satélites desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A partilha das tarefas no desenvolvimento dos satélites será igualitária entre os dois países.

Atualmente estão sendo desenvolvidas concomitantemente as Fases 0 (análise da missão e identificação das necessidades) e A (análise de viabilidade técnica e industrial) da missão.

As aplicações dos satélites poderão ser usadas na pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras.

Entre agosto e setembro deste ano, o estudo em elaboração pelos grupos de trabalho brasileiro e argentino completará a denominada Fase A do projeto. Seu resultado trará de forma organizada os requisitos para a missão, o conceito de operação do sistema, os conceitos preliminares a serem adotados para o projeto dos satélites, os cronogramas de desenvolvimento e estimativas de custo, dentre outras informações.

Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras – Na sexta-feira (17) será realizado, em São José dos Campos (SP), o Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras. O objetivo da reunião é compartilhar com a indústria nacional informações técnicas relevantes sobre a missão e discutir o modelo de industrialização a ser adotado, assim como as possíveis formas de financiamento. Adicionalmente, o encontro também servirá para coletar opiniões e recomendação da indústria, e saber de suas expectativas para este novo projeto.

O forte envolvimento da indústria espacial brasileira na concepção e desenvolvimento das missões de satélites é uma das diretrizes estratégicas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Fonte: AEB
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Tecnologia & Defesa n.º 132



Está nas bancas de todo o Brasil o número 132 da revista Tecnologia & Defesa, lançada durante a LAAD 2013, com 240 páginas de reportagens e conteúdos exclusivos. Destacamos abaixo os principais:

- Marinha, Exército e Força Aérea: As projeções para o futuro
- Visitando as Forças de Defesa de Israel
- Navios de apoio logístico
- Sea Gripen
- AW 159: A nova geração do Lynx
- A modernização dos M113 dos Fuzileiros Navais
- O Exército do Uruguai no Congo
- KC-390: Está chegando a hora "H"
- Entrevista com o presidente da AEB
- K-130: Corveta alemã visita o Brasil
- Sistemas espaciais para a defesa brasileira
- Os ganhos sociais e tecnológicos do PROSUB
- Coluna Defesa & Negócios e muitos mais.
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domingo, 12 de maio de 2013

Celo Amorim em audiência pública no Senado


No último dia 9, o ministro da Defesa, Celso Amorim, apresentou em audiência pública no Senado Federal, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, os principais projetos em curso para as Forças Armadas. Em sua apresentação, o ministro abordou a área espacial, particularmente a de lançadores, a cargo do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), subordinado ao Comando da Aeronáutica.

Abaixo, reproduzimos o trecho da apresentação sobre o setor espacial, divulgado em nota do Ministério da Defesa:

“E no setor espacial é bastante óbvio, aí é uma área mais complexa, porque a competência primária sobre o Programa Espacial brasileiro é a da Agência Espacial, localizada no Ministério da Ciência e Tecnologia, mas cabe, digamos, basicamente à Força Aérea a execução de toda a parte relativa a lançadores. E aí os recursos têm sido menores do que talvez tivesse sido desejável.

Temos planejado o lançamento, um lançamento, digamos, experimental em 2014, se eu não me engano, e 2016 seria já um lançamento com carga útil, 2015 ou 2016, seria um lançamento com carga útil com o satélite.

Mas, se nós compararmos com outros países que têm, digamos, um nível de desenvolvimento semelhante ao nosso, nós temos que caminhar. E não é por dificuldade tecnológica. O Brasil desenvolveu toda a capacidade tecnológica. É, realmente, houve no passado, uma irregularidade muito grande nos recursos do Programa Espacial, ainda temos alguma dificuldade nesse sentido, mas é um programa ao qual damos grande importância.

E eu, digamos, entre as iniciativas recentes que têm a ver com ele de certa maneira, eu incluiria, tem a ver com outros aspectos da Ciência e Tecnologia, eu mencionaria a decisão de praticamente dobrar a capacidade discente e docente do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que é onde as pessoas estão localizadas e também do CTA, do Centro Tecnológico da Aeronáutica. Não é dobrar, mas é um aumento, também, muito considerável de pessoal.”
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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Short-list do SGDC: uma análise


No final da tarde da última sexta-feira (3), o aguardado short-list dos potenciais fornecedores do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi divulgado pela Visiona, com três nomes, alguns não esperados: a Space Systems / Loral, dos EUA; a Thales Alenia Space, da França; e a Mitsubishi Electric Corporation, do Japão.

Segundo informação obtida pelo blog Panorama Espacial, o processo de seleção se encontra agora em fase de apresentação pelos concorrentes de suas ofertas finais e melhoradas (algo conhecido pela sigla em inglês BAFO, de best and final offer). Reuniões com representantes das três selecionadas estão previstas para acontecer no decorrer da próxima semana. A expectativa é que a seleção final ocorra ainda no primeiro semestre.

Os americanos

Desde que o projeto do SGDC começou a tomar forma, há pouco menos de dois anos, a californiana Space Systems / Loral (SS/L) passou a ser citada nos bastidores como uma das grandes favoritas a fornecer o primeiro satélite, particularmente por sua reconhecida experiência e conhecimento em missões de satélites de grande porte em bandas X (Anik G1, Optus C1, XTAR-EUR, Spainsat, Optus C1, etc.) e Ka (Amazonas 3, Viasat-1, etc.), e por suas propostas economicamente agressivas. Sua competitividade financeira, aliás, é conhecida pela Star One, subsidiária da brasileira Embratel, que nos últimos anos contratou e negociou três satélites com a fabricante.

Pontos fortes: preço. A SS/L tem no mercado a imagem de oferecer preços extremamente competitivos, uma das razões pela qual detém grande parcela do mercado comercial de satélites geoestacionários de comunicações. A empresa também conta com grande experiência em satélites de bandas X e Ka, estando em vantagem em relação às outras duas finalistas quanto à missões de grande porte já desenvolvidas.

Pontos fracos: embora seja atualmente controlada pela MDA, companhia de capital canadense, a SS/L é uma empresa com sede nos EUA, estando, portanto, sujeita à legislação desse país, inclusive ao International Traffic in Arms Regulations (ITAR). Muito embora o ITAR esteja em processo de revisão e flexibilização, o pacote de transferência de tecnologia oferecido pelos americanos pode ser limitado em comparação aos de seus concorrentes.

Os franceses

A Thales Alenia Space (TAS), joint-venture do grupo francês Thales (67%) com a italiana Finmeccanica (33%) para o setor espacial, é responsável pelo fornecimento do sistema de comunicações militares por satélite do Ministério da Defesa da França, o Syracuse, que se encontra em sua terceira geração.

Durante a LAAD 2013, que aconteceu no último mês de abril, a TAS se apresentou a autoridades e partes interessadas no projeto do SGDC como uma grande player em missões de defesa e de uso dual, destacando sua participação nos sistemas de comunicações militares Syracuse (França), Sicral (Itália) e Satcom BW (Alemanha). Em missões duais, os destaques foram a missão Athena Fidus, de banda Ka, iniciativa conjunta dos governos da França e da Itália, e os mercados de exportação na Turquia, Brasil e Coréia do Sul. Seu expertise em banda Ka, tecnologia que será utilizada no SGDC, foi também mencionado, com envolvimento em mais de 20 programas desde 1991. Nathalie Smirnov, vice-presidente executiva para a unidade de telecomunicações da TAS, e Christophe Garier, da Thales International, passaram pela feira e tiveram o SGDC como um dos assuntos de suas agendas.

Veja a postagem "Thales Alenia Space e seus planos para o Brasil", de outubro de 2012.

Pontos fortes: acredita-se que a proposta da TAS seja bastante competitiva em termos de transferência de tecnologia, beneficiando-se da parceria estratégica franco-brasileira firmada em dezembro de 2008. A Thales, diga-se de passagem, tem uma presença respeitável no Brasil, inclusive industrial, por meio da Omnisys, de São Bernardo do Campo (SP), que participa de alguns projetos do Programa Espacial Brasileiro, como o CBERS e a Plataforma Multimissão (PMM), entre outros.

Pontos fracos: não há consenso em relação ao quão competitivo seria a proposta francesa em termos financeiros. Há quem diga que a TAS estaria disposta a um grande esforço financeiro para conquistar o contrato, muito embora o fator preço, associado à questão cambial (dólar versus euro) tenha tido certa importância na redução da representatividade da TAS no mercado comercial de satélites geoestacionários nos últimos anos. Aliás, preço foi um dos principais motivos que levaram à dolorosa perda do Star One C3 para a Orbital Sciences Corporation, dos EUA, no final de 2011.

Em conversas reservadas com pessoas que acompanham a concorrência, chegou-se a mencionar um possível prejuízo à proposta francesa em razão do apoio de Paris ao candidato derrotado à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o mexicano Herminio Blanco, em detrimento de Roberto Azevêdo, candidato brasileiro, eleito em 7 de maio. Em artigo no "Valor Econômico" de 30 de abril, o jornalista Sérgio Leo, citando fontes governamentais, lembrou que os países europeus com maior resistência à candidatura brasileira são, exatamente, os que têm grandes interesses em negócios na área de defesa com o Brasil, inclusive a França.

Os japoneses

Para alguns, a seleção da japonesa Mitsubishi Electric Corporation (Melco) para a fase final do processo foi uma surpresa (embora não a maior). Todavia, fato é que desde o final de outubro de 2012 a Melco já era citada como uma forte competidora, "jogando com uma oferta mais agressiva."

Pontos fortes: os japoneses desejam ampliar a cooperação espacial com o Brasil, tendo realizado alguns encontros e workshops com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os interesses passam por meios de monitoramento de desastres naturais, Observação Terrestre e, logicamente, satélites de comunicações. A tecnologia espacial japonesa, em particular a de satélites, é também conhecida por sua qualidade e confiabilidade.

Pontos fracos: durante muito tempo, a tecnologia espacial japonesa foi considerada no mercado como cara, uma grande barreira para a sua penetração no mercado. Ainda assim, nos últimos anos a Melco conquistou alguns contratos, como o dos satélites Turksat 4A/B, da Turquia, em março de 2011, que contarão com transpônderes em banda Ka. Outro ponto eventualmente lembrado sobre os japoneses são suas restrições legais (sendo flexibilizadas) e pudor acerca da exportação de sistemas de defesa. Apesar do satélite não seja uma arma em si, fato é que o SGDC terá utilidade militar, servindo o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa. A Melco faz parte do grupo Mitsubishi, controlador da Mitsubishi Aircraft Corporation, que desenvolve uma família de aviões regionais que compete diretamente com a família dos E-Jets da Embraer (controladora da Visiona), aspecto não principal, mas que pode vir a ter algum valor, especialmente considerando-se o fato de que a SS/L e a TAS não são concorrentes diretas da Embraer.
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"Brasil no Subcomitê Jurídico da COPUOS", artigo de José Monserrat Filho


BRASIL NO SUBCOMITÊ JURÍDICO DO COPUOS

José Monserrat Filho*

O Brasil teve ativa participação na 52ª Reunião do Subcomitê de Assuntos Jurídicos do COPUOS, realizada em Viena, Áustria, de 8 a 12 de abril deste ano. A delegação brasileira, presidida pela ministra conselheira Vivian Loss Sanmartin, da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Viena, foi composta por Tatiana Esnarriga Arantes Barbosa, também da Missão Permanente do Brasil em Viena, André João Rypl, da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço (DMAE) do Itamaraty, Ana Cristina Galhego Rosa, doutoranda brasileira da Universidade de Leiden, Países Baixos, Daniel Konrad Link, representante da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), e o autor deste texto.

A decisão mais importante adotada nesta reunião parece ter sido a aprovação das “Recomendações sobre a legislação nacional relativa à exploração e ao uso do espaço exterior com fins pacíficos”, que agora serão apresentadas como projeto de resolução à Assembleia Geral das Nações Unidas em sua sessão deste ano.

O Brasil manifestou-se em várias ocasiões sobre os temas mais relevantes da agenda do encontro. A primeira intervenção brasileira ocorreu na fase do “Intercâmbio de Opiniões”. E enfatizou, entre outras, as seguintes ideias:

1) O Subcomitê Jurídico do COPUOS “pode desempenhar papel mais vigoroso como fórum multilateral e discutir novas demandas legais para regular as atividades espaciais e assegurar a segurança jurídica. Mais que nunca a comunidade internacional exige um sistema transparente, efetivo e previsível, que contribua para a construção da confiança entre os países.”;

2) A reunião do Subcomitê Jurídico deve manter sua duração atual, pois “há muitos temas que precisam ser tratadas com profundidade”, conforme a declaração do Grupo de Países Latino-Americanos (GRULAC), lida pelo representante da Guatemala;

3) “A questão da definição e delimitação do espaço exterior é elemento importante do Direito Espacial. Como o progresso tecnológico traz para a arena espacial novos atores, tanto públicos quanto privados, é essencial estabelecer as diferenças entre o Direito Aeronáutico e o Direito Espacial, para definir onde se aplica o princípio da soberania dos Estados e onde o Direito Espacial Internacional é a regra apropriada. A incerteza nessa questão impede o progresso tecnológico e o desenvolvimento das atividades comerciais no espaço exterior. A definição e a delimitação do espaço exterior ajudarão a eliminar a incerteza (…), tornando possível atribuir responsabilidades em controvérsias envolvendo objetos espaciais…”;

4) “O Tratado da Lua deve ser discutido e esclarecido para que possa ser melhor entendido. Acima de tudo, a exploração da Lua deve ser conduzida somente para fins pacíficos e em benefício de toda a humanidade.”; As recomendações sobre legislação espacial nacional relativas à exploração e uso do espaço exterior paa fins pacíficos, elaboradas sob a liderança de Irmgard Marboe (Áustria), são fonte de diretrizes para subsidiar os países no desenvolvimento de suas próprias legislações espaciais nacionais;

5) O Brasil apóia a revisão e atualização dos princípios sobre o uso de fontes de energia nuclear no espaço exterior, em sintonia com a Estrutura de Segurança na Aplicação das Fontes de Energia Nuclear no Espaço Exterior, adotada pelo Comitê Científico e Técnico do COPUOS e endoçada peloa Comissão de Padrões de Segurança da Agência Internacional de Energia Atômica;

6) A redução dos detritos espaciais (debris) continua sendo, em sua essencia, um problema multilateral e deve ser examinada com muito cuidado pelo Subcomitê Jurídico para prover soluções jurídicas capazes de tratar da questão de modo justo, estabelecendo equilíbrio entre a necessidade da sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais, a prevenção de colisões entre satélites e as responsabilidades históricas das nações com grandes programas espaciais pelos detritos existentes.

Nesta sua primeira e mais ampla intervenção, o Brasil anunciou o lançamento em 2012 do novo Programa Nacional de Atividades Espaiais (PNAE 2012-2021), que prioriza o desenvolvimento da indústria espacial nacional, integra a política espacial às outras políticas pública do país e se compromete a elaborar uma lei geral das atividades espaciais.

O Brasil anunciou também o próximo lançamento do CBERS-3 e o início das conversações entre Basil e China para a elaboração de um Plano Decenal de Cooperação Espacial, iniciativa inédita nestes primeiros 56 anos da Era Espacial.

No item sobre lixo espacial, o Brasil apoiou a ideia lançada pelos Países Baixas, inspirada no debate havido na véspera sobre o assunto no Instituto Europeu de Política Espacial (ESPI, na sigla em inglês), em Viena: o exame jurídico da questão dos detritos espaciais poderia ser encaminhado com base em princípios mais gerais do Direito Internacional Público. Um desses princípios, citado diretamente, é o Princípio 2 da Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Diz o Princípio 2: “Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sus jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.”

No referente à Legislação Espacial Nacional, o Brasil informou que a Associação Brasileira de Direito Aeronáuico e Espacial (SBDA) está iniciando o trabalho de elaboração de um pré-projeto da lei geral das atividades espaciais no Brasil. Trata-se de uma contribuição da SBDA à AEB.

Sobre o tema da formação de competências em Direito Espacial, o Brasil deu ciência da iniciativa da AEB de promover em breve um curso de Direito Espacial dedicado a diretores e executivos das industriais espaciais do país, interessadas em penetrar no mercado mundial e estabelecer parcerias com empresas de outros países.

O Grupo de Trabalho sobre Definição e Delimitação do Espaço Exterior, mais uma vez, não logrou chegar a uma solução de consenso sobre o tema. Presidi o GT pela nona vez consecutiva e decidi ler e pôr em debate as respostas de vários países sobre três ordens de questões: 1) As leis e práticas dos países relativas à definição e delimitação do espaço exterior; 2) A posição de cada país sobre a necessidade ou não de definir e delimitar o espaço exterior; e 3) A posição de cada país sobre uma eventual relação entre os voos suborbitais e a questão de definir e delimitar o espaço exterior, bem como sobre a necessidade ou não de se definir legalmente os voos suborbitais.

As intervenções de alguns países novamente revelaram a continuidade do impasse existente há muitas décadas entre os dois modos dominantes de tratar o tema, o enfoque espacial e o enfoque funcional. Por isso, optei por oferecer ao debate os efeitos jurídicos resultantes da vitória hipotética por consenso de cada um dos enfoques referidos. Em ambos os casos, haveria que emendar o Tratado do Espaço de 1967 e algumas das convenções adotadas pelas Nações Unidas com base nesse tratado pioneiro e líder no ordenamento das atividades espaciais.

Se o enfoque espacial fosse aprovado por consenso, o Tratado do Espaço, por exemplo, deveria ser completado no próprio texto ou em documento especial com a definição do espaço exterior e a altura escolhida para delimitar a linha limítrofe entre o espaço aéreo e o espaço exterior.

Se o enfoque funcional fosse o preferido, haveria que mudar o próprio título do tratado e vários de seus dispositivos, que não já poderiam referir-se ao espaço exterior, mas sim, e tão somente, às atividades espaciais, pois, no caso, o critério dominante seria não o espaço, mas a funcionalidade, o tipo de atividade exercida.

Assim, o “Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes” deveria assumir o nome de “Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades Espaciais dos Estados” (não importando o lugar onde sejam realizadas – na Terra, no espaço aéreo, no espaço exterior, na Lua ou em qualquer corpo celeste). E o artigo 1º, §2, deveria ganhar outra redação. Em lugar de rezar que “o espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados…”, caberia dizer “as atividades espaciais, independentemente do lugar onde sejam realizadas, poderão ser exercidas livremente por todos os Estados…” Quanto ao artigo 2º, seria impossível ajustá-lo legalmente à visão funcional, já que ele se refere diretamente ao espaço, estabelecendo que “o espaço cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes não poderá ser objeto de apropriação…”

A verdade é que, num enfoque rigorosamente funcional, essa norma deveria ser cancelada, pois, a seu ver, o que importa é a atividade espacial e não o espaço cósmico ou exterior. A solução do dilema, creio, está na adoção de um sistema misto, que tanto delimite o espaço exterior, quanto defina as atividades espaciais. Atividades que, na realidade, começam ainda na superfície da Terra. Essa foi a minha recomendação aos delegados presentes. Mas nenhum deles houve por bem discutir as hipóteses formuladas, nem a solução proposta. Fez-se um silêncio completo. Como não há consenso nem para retirar o tema da agenda de debates, ele inevitavelmente voltará no próximo ano. Parece que todos os países membro do Subcomitê Jurídico estão condenados a alcançar uma solução de consenso.

* José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB
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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Programa Uniespaço: Anúncio de Oportunidades


AEB divulga Anúncio de Oportunidades do Programa Uniespaço

Brasília, 7 de maio de 2013- A Agência Espacial Brasileira (AEB) publica nesta terça-feira (7) o Primeiro Anúncio de Oportunidades de 2013 (AO1/2013) do Programa Uniespaço.  Ao todo, serão disponibilizados R$ 6 milhões para projetos submetidos por universidades e instituições congêneres com temas pré-estabelecidos no documento. As propostas podem ser submetidas, entre os dias 13 de maio e 5 de julho, por meio da pagina da AEB ( www.aeb.gov.br).

O Programa Uniespaço, aprovado pela Portaria nº 7 de 31 de março de 2004, e reestruturado pela Portaria nº 12 de 19 de fevereiro de 2013, tem o objetivo de formar, tornar operacional e aperfeiçoar uma base de pesquisa e desenvolvimento composta por núcleos sediados em universidades, centros de pesquisa e instituições congêneres, capazes de realizar estudos, pesquisas e desenvolvimento de interesse do Programa Espacial Brasileiro.

Segundo o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, o Uniespaço almeja integrar o setor universitário à realização das atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), para atender às demandas tecnológicas do setor, no desenvolvimento de processos, análises, estudos e produtos.

Ao todo, serão disponibilizados R$ 6 milhões. Os projetos deverão ter o valor de financiamento mínimo de R$ 50 mil e máximo de R$ 200 mil por fase. Os temas de pesquisa são: sensores e atuadores; computadores de bordo para aplicação espacial; materiais; artefatos espaciais; e veículos espaciais.

Uma novidade deste AO é que todos os projetos deverão desenvolver material didático para utilização como ferramenta de divulgação e letramento da população acerca do tema. Serão aceitos textos, vídeos, softwares educacionais, entre outros.

Outras informações na página: uniespaco/aeb.gov.br

Microgravidade - A AEB divulgará na próxima semana o Anúncio de Oportunidades do Programa Microgravidade. O programa tem o objetivo de viabilizar experimentos científicos e tecnológicos nacionais em ambiente de microgravidade e, para isso, fornece o acesso e o suporte técnico necessário. Atualmente, os ambientes de microgravidade disponíveis são voos em foguetes de sondagem brasileiros.

Fonte: AEB
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terça-feira, 7 de maio de 2013

Vega: segunda missão bem-sucedida


Ontem (06) a noite, ocorreu com sucesso a partir do Centro Espacial da Guiana, em Kourou, na Guiana Francesa, a segunda missão de lançamento do foguete europeu Vega, executada pela Arianespace. O lançador colocou em órbita três satélites de pequeno porte, incluindo dois de observação terrestre: o VNREDSat-1, desenvolvido e fabricado pela Astrium para o governo do Vietnã, e o ESTCube-1, primeiro satélite da Estônia, construído por estudantes da Universidade Nacional de Tartu.

A Astrium recebeu a encomenda do programa VNREDSat-1, da Academia de Ciência e Tecnologia do Vietnã (VAST), em julho de 2010, sob um acordo assinado em 2009 entre os governos francês e vietnamita. Nos termos deste contrato, a Astrium é responsável pelo desenvolvimento, construção e lançamento do satélite óptico VNREDSat-1, capaz de capturar imagens da Terra  com uma resolução de 2,5 metros. No Vietnã, a Astrium também foi a contratante principal do projeto e da construção do segmento de controle em terra do satélite e das estações de processamento e recepção de imagens de satélite. A empresa também foi responsável por treinar os 15 engenheiros vietnamitas que vão operar o satélite.

"O VNREDSat-1 é um dos sucessos de exportação da Astrium Satellites", disse Eric Béranger, CEO da Astrium Satellites. "Este novo satélite é mais uma prova de que as nossas equipes estão entre as melhores do mundo. Além de sua expertise tecnológica e gestão de custos exemplar, eles também fornecem excelente suporte ao cliente abrangendo desde o projeto do sistema até o treinamento de operadores no local. Nós pretendemos continuar trabalhando nesse sentido, estimulando ainda mais nossa competitividade e consolidando nossa posição como principal exportadora mundial de satélites de observação da Terra”.

Com mais este sucesso, a Arianespace confirma a sua posição como a única operadora de serviços de lançamento no mundo com capacidade de lançar ao espaço cargas úteis em todos os tipos de órbitas, dos maiores aos menores satélites geoestacionários, a constelações de satélites e missões para a Estação Espacial Internacional.
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sábado, 4 de maio de 2013

Short-list do SGDC


A Telebras informou nesta sexta, 3, que a Visiona Tecnologia Espacial S/A (empresa da qual a estatal de telecomunicações é sócia com 49% do capital, ao lado da Embraer) pré-selecionou as empresas Mitsubishi Electric Corporation (Melco); Space Systems/Loral; e Thales Alenia Space no processo de escolha para o fornecedor do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Trata-se do projeto de um satélite de comunicação e uso militar programado para 2015. Segundo o comunicado, essa primeira pré-seleção considerou requisitos técnicos, operacionais, econômicos e de transferência de tecnologia. Segundo o comunicado, "a próxima etapa será a final e seguirá as especificações da Telebras, operadora do satélite, bem como do Termo de Referência elaborado pelos ministérios das Comunicações, da Defesa e de Ciência, Tecnologia e Inovação".

O projeto do SGDC prevê um satélite com capacidade de operação em banda Ka e banda X. Na banda Ka, que será usada para comunicação de dados pela Telebras, serão 39 spots de 450 km e 10 spots de 900 km de cobertura. Ao todo, a parte de comunicação do satélite terá capacidade de 100 Gbps.

Fonte: Teletime

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Entrevista com o novo presidente da Arianespace


Abaixo, reproduzimos uma entrevista com o novo diretor-presidente (CEO) e chairman da Arianespace, Stéphane Israël, publicada no final de abril no website da companhia europeia. A entrevista foi livremente traduzida e adaptada pelo Blog Panorama Espacial (para acessar o original em inglês, clique aqui).

Stéphane Israël, que antes ocupava o cargo de chefe de gabinete do Ministério de Renovação Industrial da França e teve passagens na EADS e Astrium, fala sobre suas perspectivas iniciais na companhia, e discute a posição competitiva da companhia num mercado de serviços de lançamento em mudanças.

Como o senhor vê sua função como sucessor de Jean-Yves Le Gall?

Eu estou seguindo os passos de um verdadeiro visionário do setor espacial! Jean-Yves colocou a Arianespace no caminho de sucesso de longo prazo com sua ênfase em qualidade e confiabilidade - algo que crescentemente nos coloca hoje a frente de nossos competidores - além da chegada do Soyuz e do Vega em Kourou, que se somam ao Ariane criando uma família única de veículos lançadores. Eu desejo todo o melhor à Jean-Yves em sua nova posição como chefe da Agência Espacial Francesa (CNES). Em conjunto com a indústria e a Agência Espacial Europeia, trabalharemos juntos e próximos a ele.

Quais são seus primeiros pensamentos sobre a Arianespace?

Eu estou impressionado com o profissionalismo e entusiasmo de todos que eu encontrei. Claramente, esta companhia é orientada aos clientes ("customer-oriented") - prontas para entregar seus compromissos por meio de seu conhecimento operacional. Há uma razão para que a Arianespace seja a líder: sua dedicação à excelência, das nossas equipes de lançamento no centro espacial aos representantes comerciais ao redor do globo; daqueles que estão na sede em Evry, às nossas equipes nos escritórios internacionais localizados em Cingapura, Tóquio, Washington e na Guiana Francesa.

Quais são as suas próximas prioridades?

Primeiramente, eu buscarei me reunir com nossos clientes ao redor do mundo, dando continuidade a ação de Jean-Yves em fortalecer nosso posição privilegiada. Também coloco uma ênfase particular em relacionamentos pessoais, que eu buscarei ativamente com os atores-chave de nossa indústria. Outra prioridade principal é passar algum tempo no centro de lançamento e ver a família completa de lançadores da Arianespace em ação, e ouvir o "feedback" de toda a comunidade da Arianespace em Evry e Kourou, e, mais genericamente, de toda a comunidade espacial que tem tornado a Arianespace um sucesso!

Como você vê a posição competitiva da Arianespace hoje?

Eu concordo integralmente com o mote não oficial da Arianespace: "lançamentos falam mais alto que palavras." Nossos clientes - sejam eles operadores de satélites de comunicações, construtores de espaçonaves, agências espaciais e instituições internacionais - confiam na Arianespace para entregar suas cargas em órbita com segurança e com a precisão demonstrada por nossa família de lançadores, missão após missão. A consideração do mercado do valor de nossos serviços é confirmada, ano após ano, pelos sucessos comerciais que alcançamos. Sob minha liderança, a Arianespace continuará a falar com a mesma voz na entrega da mensagem, que é alta e clara - baseado no tempo de sucessos e desejo de excelência que têm norteado nossa companhia pelas últimas três décadas.
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Nanossatélites sul-americanos em órbita



Na última sexta-feira (26 de abril), dois nanossatélites sul-americanos foram lançados com sucesso ao espaço por um foguete Longa Marcha 2, a partir do centro espacial de Jiuquan, na China: o CubeBug-1, da Argentina, e o NEE-01 Pegaso, o primeiro satélite da história do Equador.

O CubeBug-1 tem 2 kg de massa e foi concebido, projetado e fabricado na Argentina, num investimento próximo de 6,3 milhões de pesos. Participaram do projeto a empresa Satellogic e a estatal INVAP, numa ação de desenvolvimento estratégico espacial por meio de uma cooperação público-privada. O CubeBug-1, também conhecido como "Capitán Beto", tem finalidades educativas e científicas, e tem por objetivo demonstrar o funcionamento em órbita da plataforma.

O NEE-01 Pegaso (foto acima), por sua vez, é um nanossatélite com massa em torno de 1,2 kg, dotado de dois pequenos painésis solares. É dotado de uma câmera dual, capaz de gerar imagens normais e infravermelhas em fotos e vídeos em tempo real. Este foi o primeiro projeto de satélite do Equador, desenvolvido pela Agência Espacial Civil Equatoriana (EXA).
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Astrium: plataforma Eurostar bate recorde em órbita


O PRIMEIRO SATÉLITE EUROSTAR DA ASTRIUM BATE RECORDE DE LONGEVIDADE EM ÓRBITA

O satélite Inmarsat-2 F1 foi aposentado após mais de 22 anos e meio em operação bem sucedida, em órbita geoestacionária, sobrevivendo por muito mais tempo que a vida útil projetada que era de 10 anos

30 de abril de 2013 – O primeiro satélite Eurostar, o Inmarsat-2 F1, projetado e construído pela Astrium, empresa líder em tecnologia espacial da Europa, foi aposentado do serviço operacional nesta semana e descontinuado com segurança depois de ter completado uma longa e impecável missão em órbita geoestacionária. Ele permaneceu em operação por 22 anos e meio – sobrevivendo por muito mais tempo que a vida útil projetada que era de 10 anos.

Lançado em outubro de 1990, o Inmarsat 2 F1 foi o primeiro satélite Eurostar da Astrium, e o primeiro satélite comercial do mundo a contar inteiramente com um sistema digital que poderia ser reprogramado em órbita. Os operadores foram beneficiados com um novo conceito de facilidade de operações de satélites, com a navegação solar e autonomia, proporcionando um risco muito menor de erros operacionais, resultando em um excelente histórico de disponibilidade para esta classe de satélite.

O Inmarsat-2 F1 foi o primeiro de uma série de quatro satélites Eurostar E1000 construídos para a Inmarsat. Todas as quatro espaçonaves superaram em muito os seus requisitos de projeto, ultrapassando largamente suas vidas úteis projetadas para 10 anos em órbita: os Inmarsat 2 F3 e F4 foram descontinuados com segurança após mais de 15 e 20 anos em operação, respectivamente, e o F2 ainda está em operação há mais de 22 anos depois de seu lançamento, em março de 1991.

Eric Béranger, CEO da Astrium Satellites, comentou: “A longevidade de 22 anos e meio do Inmarsat-2 F1, inicialmente projetado para uma vida útil de 10 anos, é uma grande conquista que demonstra a expertise das operações da Inmarsat e das equipes de engenharia e apoio da Astrium. A plataforma Eurostar tem evoluído ao longo dos anos, sua performance e sua capacidade foram consideravelmente aprimoradas, mais de 15 anos de vida agora, mas, mais do que nunca, o nosso produto estrela conta com uma forte habilidade de projeto, processos de qualidade e organização, que são fundamentais para garantir a confiabilidade dos nossos produtos.”

O Eurostar é o principal produto carro-chefe da Astrium para satélites geoestacionários de comunicações, no qual muitos satélites bem sucedidos foram construídos, incluindo a altamente sofisticada constelação Inmarsat-4, que oferece serviços de banda larga em uma escala global, de transmissão em alta capacidade e os satélites de banda larga para operadoras líderes em todo o mundo, bem como os satélites de comunicações militares seguras Skynet 5.

Um total de 54 satélites Eurostar foram lançados com sucesso, até hoje, e provam uma alta confiabilidade em órbita. Nenhum jamais foi perdido em órbita. Treze foram aposentados do serviço operacional após ter concluído com sucesso sua missão, excedendo vida útil projetada em média 79%. Quarenta e um deles ainda estão em serviço, incluindo 10 em operação em média 27% além de sua vida útil projetada. Ao todo, os satélites Eurostar da Astrium acumulam mais de 470 anos de operações bem sucedidas em órbita, incluindo 125 anos para o mais avançado modelo Eurostar E3000, colocado em órbita em 2004, e, agora, um best-seller em sua classe. A Astrium entregou e lançou uma média de mais de quatro satélites Eurostar E3000 por ano, durante os últimos cinco anos, e é o que espera fazer nos próximos anos: 12 satélites Eurostar E3000 estão atualmente em vários estágios de produção em instalações da Astrium.

Fonte: Astrium
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