terça-feira, 29 de julho de 2014

Ariane 5: 60ª missão bem sucedida

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Foi realizado com sucesso ontem de noite (29), levado ao espaço por um foguete Ariane 5, o lançamento do ATV-5 Georges Lemaître, nave espacial europeia que levará suprimentos e combustível à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês).

Esta foi a 60ª missão bem sucedida do Ariane 5, que também quebrou um recorde: com massa superior a 20 toneladas, o ATV-5 é a carga mais pesada já levada ao espaço pela Europa.

"Com o ATV Georges Lemaître em sua jornada para a Estação Espacial Internacional, meu primeiro sentimento - dado em nome de todos da Arianespace, é de orgulho", declarou Stephanie Israël, presidente da empresa. "Orgulho em ter um ativo tão potente como o Ariane 5, que hoje não tem paralelos no transporte espacial comercial."

Embora o ATV-5 seja o último exemplar (de um total de cinco) construídos para missões à ISS, sua tecnologia e o conhecimento adquiridos no desenvolvimento serão utilizados em novos projetos. Por exemplo, a Airbus Defence and Space está desenvolvendo para a Agência Espacial Europeia o módulo de serviço da nave tripulada Orion, dos EUA. O módulo é primariamente baseado na tecnologia do ATV, fornecendo ao Orion propulsão e energia, e para futuras missões tripuladas, oxigênio, nitrogênio e água.
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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Cooperação Venezuela - China: um terceiro satélite

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Sexta-feira passada (25), falamos sobre o interesse colombiano em adquirir um satélite de observação, próximo de ser realizado. Ainda na América do Sul, surgem também novidades vindas da vizinha Venezuela.

Na última segunda-feira (21), por ocasião da XIII Comissão Mista China - Venezuela, foi assinado um acordo para a construção de um segundo satélite venezuelano de observação terrestre - em 2012, subiu ao espaço o Miranda (também conhecido como Venezuelan Remote Sensing Satellite 1 (VRSS-1)).

A exemplo do Miranda, o segundo satélite será fabricado na China, pela China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), que também respondeu pela fabricação do primeiro satélite geoestacionário da Venezuela, o Simor Bolivar (também conhecido como Venesat-1), colocado em órbita no final de 2008.

Não foram divulgados maiores detalhes, como informações financeiras e características técnicas, ou mesmo se o que foi assinado é um contrato definitivo.
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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Colômbia busca o seu satélite

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Este ano, depois do Peru, a Colômbia deverá ser o próximo país sul-americano a adquirir seu próprio sistema espacial de observação terrestre.

O interesse colombiano em si não é uma novidade e já está em discussão há vários anos, mas o fato novo é que o processo de aquisição estaria bem avançado, com uma decisão final a ser tomada por Juan Manuel Santos, Presidente da República, reeleito em junho.

Segundo informações da imprensa local, empresas da França, Reino Unido, Espanha, Rússia, Israel, Estados Unidos e Argentina apresentaram propostas, com valores que variam de 100 a 200 milhões de euros. Não existem muitas informações sobre as especificações desejadas, mas sabe-se que o satélite terá sensores óticos de alta resolução, para aplicações relacionadas à agricultura, ações em casos de desastres naturais, mineração e defesa, entre outras.

Enquanto à decisão não sai, as empresas que apresentaram propostas lançam esforços junto à imprensa e opinião pública. É o caso da Airbus Defence and Space (Arbus DS), que colocou um de seus vice-presidentes, Christophe Roux, na linha de frente pelo negócio. Em reportagem do jornal "El Tiempo", Roux deu detalhes do que parece estar na oferta da Airbus: o controle do segmento espacial e processamento de dados por colombianos, com capacitação de 50 a 80 engenheiros. Algo similar, aliás, ao que foi negociado com o Peru, no contrato assinado em abril, e com o Chile em julho de 2008.

Outro fabricante, a Israel Aerospace Industries (IAI), diz que "investirá pesadamente" para conquistar o contrato colombiano, de acordo com declarações de seu presidente, Joseph Weiss. Na competição peruana, aliás, a oferta israelense foi classificada em segundo lugar, logo atrás da Airbus DS.

As especulações dão conta de que a Airbus DS e a IAI são as favoritas: a primeira por ser líder de mercado em pequenos satélites de observação terrestre, além de já ter logrado sucessos na região, com o Chile e o Peru; e a segunda em razão de sua significativa presença no mercado colombiano, onde já forneceu aeronaves de combate e reabastecimento, sistemas de C4I, veículos aéreos não-tripulados, dentre outros. Aguardemos os próximos meses.
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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Cooperação Brasil - Argentina: observatório

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Brasil e Argentina terão observatório de radioastronomia

Brasília, 24 de julho de 2014 – Brasil e Argentina reúnem esforços para instalar nos próximos anos um radiotelescópio com antena paraboloide de 12 metros de diâmetro nos Andes argentinos, próximo da fronteira com o Chile e a 4.825 metros de altitude.

Previsto para começar a entrar em operação em 2017, o equipamento de observação astronômica faz parte do projeto Llama – sigla em inglês de Long Latin American Millimetric Array e um trocadilho com o nome na língua indígena quíchua do mamífero ruminante encontrado na América do Sul.

O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva da Argentina e da Universidade de São Paulo (USP), por meio de um convênio entre as instituições que estabelece as condições para a sua execução.

O projeto é coordenado pelo professor Jacques Raymond Daniel Lépine, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e tem a participação de pesquisadores do Instituto Argentino de Radioastronomía (IAR).

“A Fapesp destinará aproximadamente [o equivalente em reais a] US$ 9,2 milhões para a construção do radiotelescópio e, em contrapartida, o ministério argentino aportará volume semelhante de recursos para a construção do observatório e para a realização de obras de infraestrutura, como adequação do terreno onde o radiotelescópio será instalado”, diz Lépine.

O radiotelescópio será instalado em uma montanha nos Altos de Chorrilos, na província argentina de Salta (a 1.600 quilômetros a noroeste de Buenos Aires). Irá operar em comprimentos de ondas milimétricas e submilimétricas, entre a radiação infravermelha e as ondas de rádio do espectro eletromagnético, em frequências entre 100 e 900 Ghz (gigahertz).

O equipamento permitirá estudos em praticamente todas as áreas da Astronomia, incluindo a evolução do Universo, buracos negros, a formação de galáxias e estrelas e o meio interestelar.

“Há muitos objetos e regiões astronômicas que podem ser observados nas frequências entre 100 e 1 mil Ghz que não são possíveis de serem vistos nas faixas abaixo de 100 Ghz. No entanto, há diversos radiotelescópios no mundo operando com frequências de rádio abaixo de 100 Ghz, mas poucos nas faixas entre 100 e 1 mil Ghz”, informa Lépine.

Entre esses objetos e regiões astronômicas que poderão ser observados pelo Llama estão nuvens frias de gás e poeira onde se formam novas estrelas e galáxias, como a Via Láctea.

Com temperaturas de apenas alguns graus acima do zero absoluto, essas nuvens frias no meio interestelar formam “cortinas blackout” que tornam escuras e opacas as regiões do Universo onde são formadas as estrelas e galáxias à radiação no espectro visível, captada pelos telescópios ópticos.

Por meio da radiação milimétrica e submilimétrica captada pelo radiotelescópio do Llama será possível atravessar essas nuvens frias de gás e poeira, enxergar o que está por trás delas e observar objetos de brilho cada vez mais baixo, além de explorar detalhes das fontes de radiação, conta Lépine.

“As ondas de rádio nas frequências de radiação milimétrica e submilimétrica são absorvidas pelo vapor d’água da atmosfera. Por isso, os radiotelescópios precisam ser instalados em locais com alta altitude e baixa umidade”, explica.

Próximidade – O Llama será um dos observatórios astronômicos mais altos do mundo, ao lado do Alma (sigla em inglês de Atacama Large Milimeter/Submilimeter Array), localizado no planalto de Chajnantor a 5 mil metros de altitude, no deserto do Atacama, no Chile, e do Atacama Pathfinder Experiment Telescope (Apex) – o mais alto observatório da Terra, situado a 5.100 metros de altitude, também no planalto de Chajnantor, e precursor do Alma.

O radiotelescópio do Llama estará localizado a 150 quilômetros de distância em linha reta do Alma e também será construído por uma das empresas que forneceu metade das 66 de antenas de rádio de alta precisão – também com 12 metros de diâmetro e operadas nos comprimentos de onda do milímetro e do submilímetro – do observatório chileno, considerado um dos maiores projetos em radioastronomia em andamento no mundo.

As similaridades da antena do Llama com as do observatório chileno – financiado por países membros do Observatório Europeu do Sul (ESO), além dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Taiwan – e a proximidade dos dois observatórios possibilitarão que operem em conjunto no modo interferométrico, aponta Lépine.

“As antenas do Alma funcionam como um interferômetro, com todas elas interligadas, operando de forma conjunta. Os sinais captados pelas 66 antenas são reunidos, combinados e dão origem a imagens em alta resolução das regiões observadas, similares às que poderiam ser obtidas com um telescópio com 16 quilômetros de diâmetro”, diz.

Segundo o professor do IAG, o posicionamento da antena do Llama a 150 quilômetros de distância das do Alma permitirá que ela opere como mais uma antena do observatório chileno.

Como estará localizado a uma distância maior em relação às 66 antenas do Alma, o radiotelescópio do Llama poderá produzir imagens do Universo com uma resolução angular de imagem muito maior, estima Lépine. “Quanto maior o espaçamento entre as antenas, maior é a definição de imagem”, diz.

Inicialmente, contudo, as observações astronômicas do Llama serão realizadas no modo “antena única”. Isso porque a ideia é começar a fazer observações astronômicas mais simples, com uma antena única, mas que podem ser auxiliares às realizadas no modo interferométrico.

“Há muita ciência astronômica que pode ser feita com uma única antena. Ela pode ser utilizada para realizar mapeamentos de regiões do Universo a fim de identificar potenciais alvos a serem observados posteriormente por meio do Alma”, aponta Lépine.

O Llama também poderá contribuir para credenciar os astrônomos brasileiros e argentinos a utilizar o Alma e a competir pelo tempo de observação nos radiotelescópios do observatório chileno em melhores condições. Possibilitará que brasileiros e argentinos ganhem maior experiência com radioastronomia de altas frequências e apresentem propostas de observações mais fundamentadas ao Alma, indica Lépine.

“Além disso, também poderão observar previamente com o radiotelescópio do Llama regiões do Universo que pretendem explorar com os radiotelescópios do Alma e embasar melhor suas propostas de observação”, aponta.

Fonte: Agência Fapesp, via AEB.
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quarta-feira, 23 de julho de 2014

INPE na 66ª Reunião da SBPC

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66ª Reunião da SBPC acontece em Rio Branco

Terça-feira, 22 de Julho de 2014 

Os 53 anos de atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) serão abordados durante a ExpoT&C 2014, mostra promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) durante sua 66ª Reunião Anual, que acontece de 22 a 27 de julho em Rio Branco (AC), na Universidade Federal do Acre (UFAC).

A palestra sobre o INPE será apresentada às 11h50 de quarta-feira (23/7), por Carlos Alexandre Wuensche de Souza, e faz parte da programação do miniauditório instalado no pavilhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) na ExpoT&C.

A ExpoT&C é uma das mais importantes mostras de ciência, tecnologia e inovação do país, reunindo todos os anos centenas de expositores, como institutos de pesquisa, universidades, agências de fomento, entidades governamentais e outras organizações interessadas em divulgar e difundir novas tecnologias, produtos e serviços. Neste ano, o evento contará uma área de 4.200 m² de pavilhões climatizados, onde ficarão abrigados os estandes dos expositores. A mostra abre no dia 23 de julho às 12h, e funcionará de 23 a 27 de julho, das 10h às 19h.

O INPE também está na programação científica da 66ª Reunião Anual da SBPC com a participação do pesquisador Saulo Freitas na mesa-redonda que abordará o impacto trinacional da queima de biomassa e da fumaça na Amazônia Sul-Ocidental, que acontece às 13h30 de quinta-feira (24/7).

Sobre a 66ª Reunião da SBPC

Com o tema “Ciência e tecnologia em uma Amazônia sem Fronteiras”, a 66ª Reunião Anual da SBPC terá 199 atividades em sua programação e a participação de pesquisadores renomados do Brasil e exterior, e gestores do sistema estadual e nacional de C&T. Haverá 51 conferências, 62 mesas-redondas, 54 minicursos, 16 encontros, 7 sessões especiais e 5 assembleias.

A programação da 66ª Reunião Anual da SBPC foi preparada com o objetivo de levar aos participantes um panorama amplo do que melhor se faz em ciência hoje no Brasil. Entre os temas que serão debatidos nas conferências, estão "Ciência e Tecnologia: Imperativo para o desenvolvimento Brasileiro"; "Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Brasil"; "Reservas Extrativistas 25 anos depois"; "O Brasil no espaço - As aplicações e os serviços oferecidos por satélites"; "Biodiversidade e sociedades tradicionais na Amazônia"; e "O uso de animais em pesquisas e no ensino", entre outras. Entre os temas discutidos nas mesas-redondas estão: "Amazônia: O desafio de formação e fixação de doutores"; "Os impactos socioambientais da exploração de petróleo e gás de xisto no Acre"; “O marco civil da internet”, e outros.

Assim como ocorre em todas as reuniões anuais da SBPC, a de Rio Branco tem como um de seus objetivos principais popularizar e valorizar a produção científica nacional e inseri-la no cotidiano dos cidadãos. Também a exemplo dos eventos anteriores, a 66ª Reunião Anual será um importante fórum para a difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento e um espaço de debates de políticas públicas para a ciência e tecnologia.

Junto com a 66ª Reunião Anual da SBPC serão realizadas também a SBPC Jovem, a ExpoT&C e a SBPC Mirim. A SBPC Jovem teve sua primeira edição em 2003, durante a 55ª Reunião Anual. Desde então, acontece todos os anos. Trata-se de um evento com atividades que visam despertar o interesse dos jovens pela ciência e tecnologia. A programação contará com oficinas, salas temáticas, e apresentações culturais.

A programação completa e outras informações sobre a 66ª Reunião Anual podem ser obtidas no endereço: http://www.sbpcnet.org.br/riobranco/home/

Fonte: INPE
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segunda-feira, 21 de julho de 2014

“Construindo Pontes entre Ciência e Políticas Públicas”

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Secretário do MCTI destaca interface entre Ciência e Políticas Públicas em seminário no INPE

Segunda-feira, 21 de Julho de 2014

A experiência de dois anos e meio no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi compartilhada pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED), Carlos Nobre, em seminário apresentado no dia 18 de julho no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). O evento teve como tema “Construindo Pontes entre Ciência e Políticas Públicas” e integra a programação da pós-graduação do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do INPE.

A necessidade de se desenvolver um sistema que viabilize a imprescindível interface entre a ciência e a política, como forma de enfrentar os desafios do século 21, no processo de transformação do mundo em direção à sustentabilidade global foi defendida por Nobre. Dentre esses desafios destacam-se: a produção de alimentos para nove bilhões de pessoas mantendo-se dentro de limites planetários sustentáveis; a valorização e a proteção dos serviços da natureza e da biodiversidade; a adaptação a um mundo mais quente e mais urbano; a transição para sociedades de baixo carbono; a redução da pobreza e a educação para a sustentabilidade; o provimento de oportunidades de renda e de inovação via transformações para a sustentabilidade global; a redução dos riscos de desastres; o alinhamento da governança com a gestão responsável.

Esforços nessa direção têm sido promovidos em grandes conferências internacionais, como a Rio +20 e a Planet Under Pressure (Planeta sob Pressão), ambas realizadas em 2012. Esta última destaca, em seu documento final, importância de se estabelecer metas integradas para a sustentabilidade global com base nas evidências científicas, com objetivos que orientem a sociedade. “Os desafios enfrentados por um Planeta sob Pressão exigem uma nova abordagem da investigação, mais integrativa, internacional e orientada para soluções. Precisamos criar elos entre a pesquisa científica de alta qualidade e os esforços de novas políticas interdisciplinares relevantes”, diz o relatório.

Para o secretário da SEPED, a construção de pontes entre o conhecimento científico e as políticas públicas passa, necessariamente, pela atuação do cientista como comunicador. “Precisamos nos conscientizar que a produção do conhecimento e a elaboração de políticas públicas não são, necessariamente, processos estanques”, afirmou.

No seminário, Nobre apresentou dois exemplos bem sucedidos de alinhamento nesse sentido: os programas de monitoramento do desmatamento da Amazônia e de mitigação dos impactos da seca no nordeste brasileiro. Acesse a apresentação

Fonte: INPE
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domingo, 20 de julho de 2014

Nota de Falecimento

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Faleceu hoje (20), em São José dos Campos (SP), Paulo Moraes Júnior, pesquisador do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), aos 66 anos.

Engenheiro aeronáutico, Moraes Júnior atuava desde setembro de 1982 na área espacial do IAE, onde exerceu funções de coordenador do Programa de Veículos Lançadores Cruzeiro do Sul e a gerência do Projeto SARA. Foi membro fundador da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) e também um de seus presidentes (gestão 2011-2013).

Trata-se de uma perda irreparável para a comunidade espacial brasileira. Paulo sempre foi bastante engajado em todos os projetos de que participou, e pessoalmente, tive a oportunidade de trabalhar com ele em iniciativas envolvendo a AAB.

A cerimônia de cremação será esta segunda-feira (21), às 9h00, no Cemitério das Flores, em São José dos Campos.

Minhas condolências e solidariedade a seus familiares.

André M. Mileski
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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Queima de propulsor S30

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Motor para veículo de sondagem passa por ensaio no IAE

Brasília, 18 de julho de 2014 – O propulsor S30 desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP), para ser o primeiro estágio do veículo de sondagem VS-30 e segundo estágio do veículo de sondagem VSB-30, foi testado com sucesso em queima de bancada na terça-feira (15).

A atividade, realizada no âmbito da Operação Acapú, objetivou a medição dos parâmetros de empuxo e pressão do propulsor e avaliar: o desempenho da tubeira, confeccionada com grafite; a temperatura das principais partes metálicas do propulsor e o seu comportamento dinâmico durante o ensaio de queima.

Estas medições foram executadas utilizando dois sistemas distintos de aquisição de dados, telemetria e solo, totalizando 46 canais de medição. Na operação foram envolvidos direta e indiretamente mais de 60 servidores do IAE.

Observação preliminar dos resultados das medições realizadas indica que os objetivos da operação foram alcançados.

Fonte: IAE, via AEB.
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Mais sobre a cooperação com a China

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Brasil e China firmam acordo de cooperação em sensoriamento remoto

Brasília, 17 de julho de 2014 – O presidente da China, Xi Jinping, e a presidente Dilma Rousseff, assinaram hoje (17) 32 atos de cooperação em várias áreas. Entre eles, o de compartilhamento de dados de satélites de sensoriamento remoto, acordado entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Administração Nacional Espacial da China (CNSA).

Em cerimonia no Palácio do Planalto o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, assinou o Memorando de Entendimento sobre a Cooperação em Dados e Aplicações de Sensoriamento Remoto por Satélite entre os dois países.

Entre as formas de cooperação está o sensoriamento remoto gratuito em tempo hábil em caso de desastre natural. As seguintes áreas foram acordadas:

  • Observação da Terra e intercâmbio de dados; 
  • Capacitação de especialistas em atividades de sensoriamento remoto; 
  • Aplicação de dados de satélite, pesquisas e desenvolvimento de produtos e avaliação de dados; recepção, tratamento e distribuição de dados de satélite; 
  • Serviços comerciais internacionais de dados de satélites específicos; 
  • Cooperação internacional com terceiros em atividades de sensoriamento remoto e instrumentos. 

O acordo tem vigência de três anos se será executado pelo Centro de Recursos de Dados e Aplicação de Satélite da China (Cresda) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Fonte: AEB

Nota do blog: é interessante mencionar que além dos acordos e discussões mantidos com a AEB e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o governo chinês também firmou um acordo com o Ministério da Defesa envolvendo "iniciativas de sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia da informação para a defesa e proteção da Amazônia", no âmbito do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Não foram divulgados maiores detalhes sobre o escopo da cooperação.
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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Cooperação Brasil - Índia: dados do Resourcesat-2

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Por conta da reunião dos países que integram o BRICS no Brasil, esta semana foi agitada para o País em se tratando de assinatura de instrumentos de cooperação internacional. O setor espacial foi um dos vários beneficiados, com acordos tendo sido firmados com a China, a Rússia e também a Índia.

O Primeiro Ministro indiano, Shri Narendra Modi, esteve ontem (16) em Brasília (DF) e assinou três instrumentos, um deles, chamado "Ajuste Complementar" na linguagem diplomática, que trata da ampliação de capacidade de recepção de dados de satélites óticos pela estação terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) situada em Cuiabá (MT).

O novo acordo prevê a recepção de dados dos sensores AWiFS (resolução de 56 metros) e LISS-III (resolução de 23,5 metros) do satélite indiano Resourcesat-2 pela estação de Cuiabá, destinados ao gerenciamento de recursos naturais, em base semelhante à que foi acordada para o Resourcesat-1 por meio do Programa de Cooperação assinado em dezembro de 2008 entre a Organização Indiana de Pesquisas Espaciais (ISRO, sigla em inglês), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o INPE. Outros satélites podem vir a ser incluídos no futuro.

De acordo com o Ajuste Complementar, caberá à AEB arcar com "os custos pelos direitos não exclusivos de receber, processar e usar os dados das AWiFS e LISS-III do satélite Resourcesat-2 e de outros dados de satélites SRI, conforme acordado entre as Partes, em bases não comerciais e mais favoráveis, fazendo uso de seus próprios recursos orçamentários aprovados".

O Resourcesat-2 foi lançado ao espaço em abril de 2011, tendo vida útil estimada em cinco anos. Desde a época de seu lançamento, já havia interesse brasileiro em ter acesso aos dados gerados por seus sensores (veja a postagem "INPE considera Resourcesat-2 para a Amazônia", de julho de 2011).
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Brasil e China construirão CBERS 4A

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Nota do blog (18/07, 11h40, hora de Brasília): a AEB corrigiu a nota anteriormente divulgada, informando que a denominação do próximo CBERS será 4A e não 4B como havia sido anteriormente divulgado.

Chineses aceitam proposta brasileira de construção do CBERS-4A

Brasília, 17 de julho de 2014 – O ministro da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa da República Popular da China, Xu Dazhe, afirmou nesta quarta-feira (16) que seu país concorda com a proposta brasileira de construção do exemplar 4A do Satélite Sino-Brasileiro de Sensoriamento Remoto (Cbers, na sigla em inglês).

O assunto foi tratado com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, e com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, nas visitas que o dirigente chinês fez a AEB e ao MCTI. Dazhe também disse que a continuidade do programa Cbers, com a produção dos satélites 5 e 6, deve ser incluída no Plano Decenal firmado entre Brasil e China e que será discutido em reunião até o final do ano.

Quanto ao Cbers-4, o ministro chinês disse seu processo de integração, compartilhado por técnicos dos dois países, está dentro do cronograma e o lançamento programado para 7 de dezembro próximo. Na oportunidade, Dazhe convidou o ministro Campolina a ir à China acompanhar o lançamento.

Na parte da manhã, quando visitou a AEB, o ministro chinês ainda manifestou interesse no programa Ciência sem Fronteiras Espacial (CsF-Espacial) afirmando que seu país tem interesse em aumentar as oportunidades para bolsistas brasileiros em suas instituições de ensino. Disse também que há o manifestou interesse de cientistas da China em desenvolver estudos junto com grupos de pesquisas em unidades brasileiras.

Dazhe destacou que a China também tem interesse na presença brasileira no plano de desenvolvimento de infraestrutura espacial para alta tecnologia em formatação pelo país. Manifestou ainda a satisfação para os chineses em ter uma presença mais ampla de brasileiros na sexta unidade do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (Unoosa), que será instalada na China em novembro deste ano. Hoje, existem duas representações na África, uma na América Latina, da qual o Brasil já faz parte, uma na Ásia e uma no Pacífico.

Além do presidente da AEB também participaram do encontro na sede da instituição os diretores Petrônio Noronha de Souza, de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Marco Antônio de Rezende, de Transporte Espacial e Licenciamento, e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho.

Nesta quinta-feira (17) o presidente da Agência Espacial participou de solenidade no Palácio do Planalto, quando assinou Memorando de entendimento entre a AEB e a Administração Nacional Espacial da China (CNSA) sobre cooperação em dados e aplicações de sensoriamento remoto por satélite.

Cooperação – O Unoosa é o órgão das Nações Unidas (ONU) responsável pela promoção da cooperação internacional nos usos pacíficos do espaço exterior estando ligado as atividades do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (Copuos).

Por meio do Programa das Nações Unidas sobre Aplicações Espaciais, o Unoosa promove workshops internacionais, cursos de formação e projetos-piloto sobre temas que incluem sensoriamento remoto, navegação por satélite, meteorologia por satélite, tele-educação e ciências espaciais básicas para o benefício dos países em desenvolvimento.

Ele também mantém uma linha direta 24 horas como o ponto focal das Nações Unidas para os pedidos de imagens de satélite durante desastres e gerencia a Plataforma das Nações Unidas para a informação baseada em Espaço de Gestão de Desastres e Resposta de Emergência (ONU-Spider).

Fonte: INPE

Comentário do blog: a construção de um terceiro satélite de segunda geração do programa CBERS era considerada quase certa dentro da AEB e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e ganhou ainda mais força após a falha com o CBERS 3, em dezembro do ano passado. O CBERS 4A deverá aproveitar certos subsistemas produzidos em duplicidade, a exemplo do CBERS 2B.
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Brasil - Rússia: "aproximação de indústrias espaciais"

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Russos propõem aproximação de indústrias espaciais

Brasília, 17 de julho de 2014 – A realização de um evento conjunto entre Brasil e Rússia reunindo representantes da área industrial aeroespacial dos dois países foi proposta pelo vice-presidente da Agência Espacial Russa (Roscomos), Sergei Saveliev, na terça-feira (15) em encontro com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, em Brasília (DF).

Do encontro, a ser organizado até o final do ano no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), também participariam pesquisadores, acadêmicos e estudantes em formação na área espacial, uma vez que a formação de recursos humanos para o setor integraria a programação do evento.

Saveliev disse ao presidente que a Rússia tem interesse em aumentar as vagas em suas universidades para bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras Espacial (CsF-Espacial), bem como as oportunidades de estágios e pesquisa em laboratórios e empresas do segmento espacial.

Outros dois convites feitos pelo dirigente da Roscomos foram para que AEB incentive as instituições nacionais envolvidas em pesquisa espacial a participarem dos estudos e prospecções desenvolvidas na Rússia em relação ao espaço profundo; e para que se envolvam de forma mais ampla nas atividades científicas realizadas no módulo de pesquisa que o país mantem agregado a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Participação – A instalação e o aproveitamento científico de estações de calibragem do sistema de navegação por satélite de tecnologia russa (Glonass) na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e no Instituto Tecnológico de Pernambuco (Intep), em Recife, e a que já foi inaugurada na Universidade de Brasília (UnB), também foram itens da reunião.

A Rússia também tem interesse na implantação de uma estação de rastreio de detritos espaciais junto ao Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Também participaram do encontro o diretor da área de satélites da AEB, Carlos Gurgel, o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, o vice-diretor da área internacional da Roscomos, Alexander Bochkarev, e Juri Roy, representante de uma empresa russa da área espacial.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cooperação Brasil - China

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Brasil e China projetam novas parcerias para a indústria de defesa

Brasília, 16/07/2014 – Brasil e China trabalham para ampliar as cooperações no desenvolvimento de produtos industriais de defesa. Nesta quarta-feira (16), o ministro da Defesa, Celso Amorim, se encontrou com o ministro da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa da República Popular da China, Xu Dazhe, em reunião preparatória visando à celebração de parcerias nas áreas de sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia. O acordo deverá ser assinado nesta quinta-feira (17) entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente chinês, Xi Jinping, no âmbito da VI Cúpula dos Brics, em Brasília.

No encontro, Amorim destacou que o acordo abre novas oportunidades de cooperação e de projetos conjuntos na área de defesa. O ministro destacou que Brasil e China são parceiros de longa data na produção de satélites de observação da Terra. “Outras áreas podem se abrir, como proteção marítima e de vigilância da fronteira terrestre”, afirmou.

O ministro disse ainda que o Brasil tem interesse em conhecer aspectos relativos à segurança nuclear e na área de defesa cibernética. Amorim afirmou que, em uma próxima reunião do comitê bilateral, pode ser debatido uma aproximação entre os centros de pesquisas e empresas dos dois países.

Já o ministro chinês fez questão de lembrar que a parceria entre os dois países remonta 40 anos de cooperação. Xu Dazhe também recordou o projeto do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers). “Temos características diferentes em nossos países, mas temos pontos fortes, num diálogo de alto nível”, mencionou o ministro chinês.

Segundo o ministro Xu Dazhe, seu país tem interesse em expandir a cooperação em programas brasileiros de proteção aos recursos naturais, como o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz), além de dar continuidade à parceria espacial.

Fonte: Ministério da Defesa
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Cooperação Brasil - Equador

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Equador busca apoio e parceria em área espacial com o INPE

Brasília, 15 de julho de 2014 – A colaboração em projetos de pesquisa e desenvolvimento espacial estiveram entre os itens discutidos nesta segunda-feira (14) pelo vice-ministro da Defesa Nacional do Equador, Carlos Larrea Dávila, e pelo chefe de gabinete do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Alexander Wuensche, na sede da instituição em São José dos Campos (SP).

Em nota, o Ministério da Defesa do Equador informou que Dávila e Wuensche conversaram sobre o apoio e capacitação no âmbito dos recursos humanos, da análise e avaliação de sistemas e projetos de pesquisa e da transferência de conhecimento e tecnologia.

Segundo o comunicado, todas estas temáticas são de especial interesse para o Equador, que deseja estreitar uma ativa relação de trabalho com o Inpe.

O inpe se comprometeu a analisar as possibilidades de colaboração com o Instituto Espacial Equatoriano (IEE) para concretizar áreas de trabalho que ampliem os benefícios de suas pesquisas no âmbito espacial sobre a base da igualdade, solidariedade, complementaridade e integração regional, acrescentou o comunicado do ministério.

Fonte: Terra, via website da Agência Espacial Brasileira.
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cooperação Brasil - Rússia

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Durante a visita ao Brasil do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, em 14 de julho, foram assinados diversos atos de cooperação entre os dois países. Um dos instrumentos firmados trata de cooperação no âmbito espacial, mais especificamente, acerca da instalação de estações de calibração do sistema de posicionamento por satélite GLONASS no território brasileiro. Abaixo, reproduzimos o trecho que descreve os termos do ato, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores:

"a) MEMORANDO DE ENTENDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE ESTAÇÃO DO SISTEMA GLONASS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA E MEMORANDO DE ENTENDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE ESTAÇÃO DO SISTEMA GLONASS NO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE PERNAMBUCO

Esses acordos estipulam a instalação, nas áreas da Universidade de Santa Maria e do Instituto Tecnológico de Pernambuco, de estações de calibração do sistema de navegação por satélite de tecnologia russa GLONASS, que permitirá melhor definição de imagem do sistema russo no hemisfério ocidental. Os acordos preveem troca de informações técnicas e científicas obtidas durante o uso das estações. A primeira estação de calibragem do sistema GLONASS (equivalente ao sistema GPS) em território sul-americano foi instalado em 2013, na Universidade de Brasília."

No "Plano de Ação para a Cooperação Econômica e Comercial Brasil - Rússia (2014-2015)", também assinado durante a visita, há referência à oportunidade de desenvolvimento e uso no Brasil de serviços e tecnologias da rede GLONASS, algo que, aliás, tem sido objeto de algum esforço diplomático e comercial da Rússia já há alguns anos. Veja o trecho abaixo

"7. As Partes identificaram as seguintes oportunidades de projetos conjuntos no setor de inovação e de alta tecnologia:

7.1 Desenvolvimento e uso no Brasil do complexo de serviços e tecnologias do sistema de navegação por satélite GLONASS;"
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Pesquisador do INPE na diretoria de entidade de Clima Espacial

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Brasileiro integra diretoria de órgão internacional para monitoramento do clima espacial

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014

Clezio Marcos De Nardin, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi eleito vice-diretor do ISES (International Space Environment Service), órgão que congrega centros de alerta regionais para Clima Espacial existentes em várias regiões do planeta. É a primeira vez que um brasileiro fará parte da diretoria do ISES.

Pesquisador da Divisão de Aeronomia da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas do INPE, Clezio Marcos De Nardin atualmente gerencia o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do Instituto.

O Embrace/INPE é o centro de pesquisa e desenvolvimento responsável pelo monitoramento e previsão do Clima Espacial no Brasil.

“Esta escolha pela comunidade internacional reflete o amadurecimento de nosso país nesta área", disse o pesquisador do INPE sobre a eleição no ISES. “Será também um prazer poder servir ao ISES juntamente com o diretor Terry Onsager (NOAA, Estados Unidos)". A posse da nova diretoria do ISES será no mês de agosto em Moscou, Rússia, durante a reunião anual do órgão.

Mais informações sobre o ISES na página www.ises-spaceweather.org

Clima espacial

Por meio de estudos sobre os processos eletrodinâmicos da ionosfera equatorial e de baixas latitudes, os pesquisadores do INPE monitoram parâmetros físicos como características do Sol, do espaço interplanetário, da magnetosfera, ionosfera e da mesosfera.

O Embrace/INPE oferece informação em tempo real, na internet, e realiza previsões sobre o sistema Sol-Terra para diagnósticos de seus efeitos sobre diferentes sistemas tecnológicos, em áreas como navegação e posicionamento por satélite (aeronaves, embarcações, plataformas petrolíferas, agricultura de precisão), comunicação (satélites geoestacionários, aeronaves), distribuição de energia (linhas de transmissão, dutos de distribuição de gás natural e petróleo), além dos sistemas de defesa nacional.

Mais informações na página www.inpe.br/climaespacial

Fonte: INPE
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sexta-feira, 11 de julho de 2014

AEL Sistemas entrega subsistema para o SIA

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A gaúcha AEL Sistemas entregou no final de junho os primeiros modelos do computador de bordo (on board computer - OBC) da plataforma orbital do Projeto SIA (Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial), iniciativa liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos (SP).

Segundo Marcos Arend, Diretor de Tecnologia da AEL Sistemas, a entrega compreendeu duas unidades do OBC, além de um sistema automático de testes, capaz de avaliar as interfaces entre as diferentes unidades que compõem o subsistema.

Arend destacou ao blog Panorama Espacial as principais características do OBC, que “tem uma complexidade razoável”.  O equipamento nacional foi projetado para ser a prova de falhas simples, resistente à radiação e fez uso extensivo de novas tecnologias a fim de reduzir massa e volume.

Outra característica importante foi o uso massivo de hardware reconfigurável, permitindo a alteração ou acréscimo de novas funcionalidades, aumentando o ciclo de vida do equipamento.

O OBC é composto por dez sub-unidades, sendo as cinco principais: a de processamento (UPC); a interface de telecomando e telemetria (UTMC);  de diagnósticos e supervisão do subsistema (UR); a unidade de controle e distribuição de potência (UDP); e a de comunicação interfaces (UAT) com os demais componentes do sistema inercial, como o giroscópio, sensor de estrelas e atuadores.

O equipamento tem vida útil estimada em quatro anos com confiabilidade de 0.99.

Marcos Arend revelou que para o desenvolvimento do OBC, a AEL Sistemas fez um investimento interno considerável, tendo expectativa de no futuro ter um modelo qualificado para aplicações em plataformas orbitais.

Os modelos entregues devem ser submetidos a vários testes nos laboratórios do INPE e receberão os algoritmos de controle de atitude órbita desenvolvidos pelo grupo do projeto SIA. A expectativa é que no próximo ano ocorra a contratação de modelos de qualificação e de voo.

Outras iniciativas em espaço

O trabalho da AEL Sistemas no campo espacial não se resume ao OBC. A empresa participa de projetos de satélites brasileiros, fornecendo os subsistemas de suprimento de energia (11 diferentes dispositivos), sendo o maior fornecedor em número de equipamentos.

No ano passado, a AEL trabalhou ativamente junto com outros parceiros do Rio Grande do Sul na elaboração de uma proposta de desenvolvimento de um microssatélite multimissão para aplicações militares (MMM), no âmbito do Inova Aerodefesa.

Segundo Arend, a empresa mantém o interesse em pequenas plataformas para aplicações espaciais, considerando as várias iniciativas e projetos que estão surgindo no Brasil, inclusive no Rio Grande do Sul. Vale citar o caso do NanosatC-Br-1, primeiro cubesat nacional, que conta com envolvimento significativo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Nota do blog: para mais informações sobre o OBC, veja a reportagem "Desenvolvimento do primeiro computador de bordo brasileiro para satélites é concluído", da Agência O Globo.
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Panorama sobre o satélite ITASAT-1

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O satélite universitário ITASAT-1, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), poderá ser lançado no próximo ano. O projeto soma esforços de cinco universidades brasileiras e, em 2013, passou por readequações estratégicas na filosofia de desenvolvimento e na estrutura do equipamento. Mais leve e moderno, o ITASAT-1 terá módulos compatíveis com diversas plataformas e realizará cinco experimentos científicos em voo.

A proposta de desenvolver e operar um satélite universitário nasceu em meados de 2005. Até 2008, uma primeira fase do projeto ITASAT-1 buscou consolidar a formação de recursos humanos e o envolvimento de estudantes de graduação e pós-graduação. A partir de 2009, as ações passaram a se voltar para o desenvolvimento do satélite em si, com a realização de revisões periódicas formais, supervisionadas por especialistas do Brasil e do exterior, com experiência no desenvolvimento de microssatélites.

No decorrer dos últimos dois anos, no entanto, tanto a filosofia de desenvolvimento quanto a estrutura do satélite tiveram seus escopos readequados. De uma abordagem mais rígida, próxima dos satélites operacionais e com o desenvolvimento de todos os subsistemas e equipamentos do satélite, o projeto ITASAT-1 passou a focar na integração de sistemas e na aplicação de métodos de validação e verificação, bem como, no treinamento dos estudantes em Engenharia e Desenvolvimento de Sistemas. “Os estudantes passaram a trabalhar de forma integrada, conhecendo todas as etapas do projeto. Com isso, saem daqui aptos a trabalhar nas empresas da área espacial que estão surgindo”, explicou Lídia Hissae Shibuya Sato, Pesquisadora Científica do projeto. Também foram propostas mudanças estruturais relativas ao tamanho e peso do equipamento, aos sistemas de comunicação e de controle de altitude. “Inicialmente, o ITASAT-1 foi pensado para ter de 80 a 100 kg. Na sua nova configuração, ele deverá ter menos de 10 kg”, disse.

Tão logo consolidada a construção do ITASAT-1, o projeto caminhará para a fase de escolha do foguete que levará o satélite ao espaço, considerando uma janela de lançamento de setembro a dezembro de 2015

Dentre os seus objetivos, o projeto ITASAT-1 também tem como proposta desenvolver um modelo de engenharia que permaneça em solo para a realização de testes e simulações do treinamento de operadores de estação. Com isso, seria possível simular com exatidão o que acontece no espaço, corrigindo eventuais problemas em voo, a partir de soluções desenvolvidas em terra. “Se acontece um problema no espaço, a partir de uma versão idêntica em solo, podemos simular o ocorrido, estudar a solução e só depois disso, tomar as medidas necessárias para que as correções sejam realizadas em voo”, explicou Lídia.

O ITASAT-1 é um satélite experimental científico com cinco funções principais (cargas úteis) e vida útil de um ano. Nesse período, o equipamento devera testar em órbita: o transponder de coleta de dados (DCS), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com o Centro Regional do Nordeste (CRN); o GPS Orion, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o IAE; a placa de sensores para medidas de caracterização do campo magnético terrestre, desenvolvida pela Universidade de Santa Maria (RS); o funcionamento de uma câmera fotográfica para satélites de pequeno porte, utilizada em missões estratégicas; e um experimento de comunicação e transferência de dados com a comunidade de radioamador. Para atender aos objetivos da missão, a plataforma conta com os seguintes subsistemas: estrutura, painéis solares, unidade de condicionamento e distribuição, computador de supervisão de bordo, interfaces de expansão, GPS, computador de controle de altitude, sensores solares e magnéticos, atuadores, sistema de telemetria, rastreamento e comando (TT&C).

Criar uma réplica em solo para recuperar problemas em voo e treinar profissionais para futuras missões são objetivos centrais do projeto ITASAT, entretanto, a visão estratégica vai além, e já vislumbra a possibilidade de realizar serviços estratégicos em regiões onde a presença de satélites maiores ofereceriam custos proibitivos. Mesmo sendo um satélite para a realização de experimentos científicos, o ITASAT-1 poderá contribuir com diversos setores a partir da utilização dos dados coletados. Exemplo disso são as informações que serão obtidas pela carga útil do Transponder Digital de Coleta de Dados desenvolvido pelo INPE/CRN e poderão ser utilizadas pelo Sistema Brasileiro de Coletas de Dados Ambientais.

Outra contribuição importante do projeto destacado pela pesquisadora do ITASAT-1 é a estação solo instalada no ITA. “Já operacional, nossa estação rastreia o satélite NanoSatC-Br1, desenvolvido pelo INPE em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e lançado recentemente, em 19 de junho” disse a pesquisadora Lídia. Ainda segundo o gerente do projeto, o Capitão Elói Fonseca, instrutor do ITA: “Esta estação foi adquirida pelo projeto do NanosatC-BR1 e instalada no ITA, sendo operada pelo pessoal do ITASAT-1. Desta forma já temos o pessoal capacitado e a infraestrutura pronta para o monitoramento e controle do ITASAT-1, o qual poderá ser monitorado também pelos radioamadores como ocorre com o NanosatC-BR1. A estação de solo de Santa Maria também servirá de apoio no monitoramento do ITASAT-1, assim como nossa equipe apoia atualmente o NanosatC-BR1, assim estamos com uma estrutura de trabalho prevendo a plena integração das equipes e projetos NanosatC-BR1, BR2, AESP-14 e ITASAT-1”.

Fonte: ITA/DCTA, 08/07/2014.
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Curso do INPE sobre Tecnologias Espaciais

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Universitários aprendem sobre tecnologias espaciais 

Quinta-feira, 10 de Julho de 2014 

De 14 de julho a 1° de agosto, alunos de graduação de todo o Brasil estarão no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), aprendendo sobre engenharia de sistemas, projeto, montagem, testes e operação de satélites.

O “Curso de Inverno 2014 – Introdução às Tecnologias Espaciais” oferece aulas intensivas, visitas dirigidas e um estágio, oportunidade única de aproximação entre os experientes técnicos e engenheiros do INPE e os futuros profissionais do país.

Totalmente gratuito, o Curso de Inverno vem sendo realizado todos os anos, no período das férias escolares de julho, para disseminar a tecnologia espacial e despertar o interesse dos jovens brasileiros pelo setor.

As aulas apresentam desde as missões espaciais em desenvolvimento no INPE, fornecendo aos participantes um panorama de futuro em termos nacionais, até a descrição detalhada de um sistema espacial e todos os subsistemas a bordo de um satélite.

São apresentadas as diversas restrições e cuidados no projeto e construção de equipamentos, bem como os meios de qualificação exigidos para o lançamento e a operação em ambiente espacial. Também há palestras nas áreas de Computação, Ciência Espacial e de Observação da Terra.

Os universitários terão ainda a oportunidade de conhecer várias instalações do INPE, como o Laboratório de Integração e Testes (LIT), o Centro de Controle de Satélites (CCS) e o Miniobservatório Astronômico.

Segundo os organizadores do curso, o objetivo é despertar o interesse dos alunos pelas atividades espaciais, inclusive área acadêmica – o INPE oferece cursos de mestrado e doutorado em Engenharia e Tecnologia Espacial, entre outros programas de pós-graduação.

Mais informações: www.inpe.br/ci/2014

Fonte: INPE
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terça-feira, 8 de julho de 2014

NanosatC-Br1: testes em órbita

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Nassossatélite nacional continua com testes em órbita

Brasília, 8 de julho de 2014 – Próximo de completar um mês em órbita o NanosatC-Br1, primeiro CubeSat brasileiro, ainda não completou toda a série de testes de modos de funcionamento. De acordo com os técnicos envolvidos no projeto entre os testes a serem aplicados estão o de repouso e o de estabilização.

Com o propósito de coletar dados do campo magnético terrestre, principalmente na denominada região da Anomalia Magnética da América do Sul (Amas) e do setor Brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico, o NanosatC-Br1 tem quatro modos de funcionamento: Safe-Seguro, modo utilizado no seu lançamento; Nominal, normal com operação de dados; Repouso, baixa quantidade de envio de informações e Estabilização, correção da velocidade em caso de alta rotação.

A Estação Terrena de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, é a única que pode enviar telecomandos ao nanossatélite. Ela o monitora em conjunto com a Estação Terrena do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), ambas recebem os dados de rádio amadores para serem decodificados e disponibilizado aos pesquisadores.

“Para um dos projetos já há subsídios completos, para os demais ainda faltam decodificar dados para conclusão das informações iniciais”, explica Ótavio Durão, gerente do projeto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Missão – O CubeSat  tem também a finalidade de testar em voo Circuitos Integrados (CIs), projetados no Brasil, quanto a resistência à radiação. O objetivo é o de utilizá-los futuramente em satélites nacional de maior porte a exemplo da Plataforma Multi Missão (PMM), em desenvolvimento pelo Inpe. Ainda compõe a carga útil do NanoC-Br1o Field Programmable Gate Array (FPGA), software imune a radiação ionizante.

São, portanto, dois métodos distintos de proteção à radiação ionizante para componentes que poderão futuramente ser aplicados em projetos espaciais: por projeto com aplicação em hardware e por software.

O projeto do NanossatC-Br1, financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), tem ainda uma vertente educacional que envolve parceria entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Inpe com a participação de outras entidades como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O nanossatélite teve o custo total, incluindo o seu lançamento, de US$ 860 mil. Até o fim do ano estão previstos o lançamento de mais três CubeSats nacionais: Aesp-14, Serpens e CanSat, este último desenvolvido por alunos de uma escola pública de Ubatuba (SP).

Fonte: AEB
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segunda-feira, 7 de julho de 2014

"Satélite meteorológico: um próximo passo"

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Satélite meteorológico: um próximo passo

Após contratar um satélite de comunicações, o Brasil começa agora a planejar uma missão meteorológica própria

André M. Mileski

Em qualquer apresentação sobre a importância da exploração espacial para a Humanidade, é quase certo que os satélites meteorológicos venham a ser mencionados como um dos grandes benefícios gerados a partir do espaço. Afinal, seus dados são hoje largamente usados para uma imensa variedade de aplicações, do cotidiano a questões de forte cunho comercial e estratégico, como no planejamento, estimativa e controle de safras, prevenção a desastres naturais, rotas aéreas, missões militares, apenas para citar algumas.

Não faltam exemplos da importância da meteorologia para as atividades atuais. No teatro militar, um caso conhecido, que demonstra o risco oferecido pela não autonomia na geração de seus próprios dados a partir do espaço, aconteceu no Atlântico Sul, durante a Guerra das Falklands/Malvinas, em 1982. Um dos satélites geoestacionários da série GOES, operados pelos Estados Unidos, foi reposicionado, causando prejuízos no fornecimento de imagens utilizadas para as previsões brasileiras ao longo de um período de dois meses.

A história recente também tem outros casos envolvendo a América do Sul. Em 2010, o Brasil se viu novamente em cheque. Com a desativação do satélite norte-americano GOES-10, operado pela Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), as imagens do subcontinente, antes produzidas a cada 15 minutos, passaram a ser geradas a cada 30 minutos por seu sucessor, o GOES-12. Eventualmente, por necessidades internas dos Estados Unidos para o monitoramento de tornados, furacões ou tempestades severas, como aconteceu em 2005 com o furacão Katrina, em New Orleans, os satélites da série GOES podem ser reposicionados, reduzindo a frequência de imageamento de sua área inicial de cobertura.

Por um acordo internacional no âmbito da Organização Mundial de Meteorologia (WMO), da qual o Brasil faz parte, a geração e disponibilização de imagens meteorológicas por satélite no período mínimo de cada três horas está garantida, sem custos. Mas, muitas das previsões e aplicações hoje existentes para dados espaciais demandam frequências maiores de imageamento, o que coloca os países que não contam com meios próprios em relativa situação de vulnerabilidade.

A situação atual

Atualmente, o Brasil conta com duas instituições governamentais principais responsáveis por receber dados, processá-los e disponibilizar previsões meteorológicas para os usuários, que atuam de forma coordenada em seus propósitos: o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), com sede em Brasília (DF) e subordinado ao Ministério da Agricultura.

Para a produção de previsões, o sistema de computação do CPTEC é alimentado por informações de média resolução oriundas dos satélites estrangeiros GOES (norte-americano) e METEOSAT (europeu), da rede de dados da WMO e das redes nacionais sob a responsabilidade do INMET, além de outras fontes como sensores dos Comandos da Aeronáutica e da Marinha, entre outros.

No caso dos METEOSAT, operado pela organização intergovernamental europeia EUMETSAT, o Brasil tem acesso a seus dados, mas, em razão de suas localizações em órbita, na intersecção entre o Meridiano de Greenwich com a Linha do Equador, sobre a costa africana, suas imagens são geralmente adequadas apenas para o imageamento de fenômenos e intempéries no nordeste do País.

Os dados obtidos são então processados pelo CPTEC, em Cachoeira Paulista (SP), por meio de um supercomputador, o Tupã (trovão, na língua indígena Tupi). Instalado em dezembro de 2010 ao custo de cerca de R$50 milhões, o Tupã é um modelo XT6, da Cray, capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo, sendo considerado um dos mais poderosos do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.

As informações geradas diariamente pelo CPTEC são indispensáveis para muitos setores socioeconômicos, tais como agricultura, defesa civil, geração e distribuição de energia elétrica, transporte e meio ambiente. Ainda, cabe ao CPTEC realizar o monitoramento de ocorrência de tempo severo e fornecer imagens de satélites meteorológicos e ambientais para usuários brasileiros e estrangeiros.

Um satélite próprio

De tempos em tempos, a busca brasileira por relativa autonomia no imageamento espacial para finalidades meteorológicas ganha um novo ímpeto e, de fato, uma missão geoestacionária consta formalmente da última versão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), referente ao período de 2012 a 2021. Tratou-se da primeira versão do documento, basilar para as atividades espaciais brasileiras, que conta com uma missão geoestacionária específica de meteorologia, fato que, por si só, já indica o caráter estratégico outorgado a esta demanda.

Segundo a descrição do PNAE, a missão do Satélite Meteorológico Brasileiro (GEOMET), como é conhecida, será destinada à “produção de imagens da atmosfera terrestre a partir do espaço para gerar dados indispensáveis aos sistemas de previsão do tempo”, tendo os seguintes objetivos estratégicos: (i) tornar o País capaz obter dados e informações meteorológicas do território nacional e outras regiões da Terra, de forma autônoma; e (ii) tornar a indústria nacional tecnologicamente mais competente, inovadora e competitiva nos mercados interno e externo. Segundo o programa, o GEOMET deverá estar operacional em 2018, data alvo bastante arrojada e que muito provavelmente não será cumprida.

O documento relaciona ainda alguns dos potenciais usuários dos dados gerados pelo futuro GEOMET, como o INPE e os ministérios da Agricultura, Integração Nacional, e Defesa, revelando o caráter multiministerial adotado para a estruturação de projetos complexos, seguindo o caminho trilhado com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), contratado no final de 2013.

“A percepção da necessidade é antiga. É uma unanimidade”, afirmou à reportagem Petrônio Noronha de Souza, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB). No entanto, ainda que a ideia de uma missão esteja capturada no PNAE, neste momento não existe nada de muito concreto, como a definição de requisitos, do cronograma e da arquitetura industrial, passos iniciais para o lançamento de uma missão espacial. “Não está indo na velocidade que todos gostariam”, disse Souza, que citou outros projetos em andamento no Programa Espacial, que consomem recursos humanos e financeiros – ambos escassos, como o lançamento do CBERS-4, previsto para dezembro deste ano, o SGDC e o satélite de observação Amazônia-1.

Segundo o dirigente, “será um desafio na hora de desenvolver os requisitos deste satélite”, considerando-se especialmente os aspectos técnicos, como as especificações dos sensores, conciliando-se as necessidades nacionais, em busca de alguma autonomia, com a continuidade do País no âmbito da rede meteorológica internacional já existente. “Não deve haver um passo atrás”. Para superar este desafio, a Agência reunirá todas as partes interessadas, desde o governo, usuários, indústria e academia, em linha com os projetos que têm sido lançados.

Outro aspecto desafiador será a busca por alguma participação da incipiente indústria espacial brasileira, que reúne certa capacidade em determinados elementos, como em sensores de imageamento. Invariavelmente, será colocada sobre a mesa a escolha entre a transferência tecnológica e/ou a efetiva participação e capacitação industrial.

Estudo de caracterização

Apesar de o diretor da Agência reconhecer que a velocidade dos avanços do GEOMET não é a ideal, já existem algumas ações planejadas para os próximos anos. Antes da falha no lançamento do CBERS-3, na China, em dezembro de 2013, a AEB trabalhava com o plano de iniciar o chamado estudo de caracterização do GEOMET ainda em 2014. Com os esforços agora concentrados principalmente no voo do CBERS-4, o início dos estudos deve escorregar algo como um ano. “Não pode passar de 2015”, destacou.

O estudo de caracterização seria nada mais do que um primeiro passo em direção à especificação e definição da missão meteorológica, etapa precedente à definição da modelagem de contratação, possivelmente seguindo o conceito de prime contractor adotado no SGDC, em que uma empresa principal é contratada para a construção do sistema – no caso do satélite de comunicações, a Visiona Tecnologia Espacial. “No nível industrial, não se contempla possibilidade em que não haja um prime contractor”.

Em alguns pontos, o GEOMET se assemelha ao SGDC, como na modelagem industrial pretendida e no caráter multiministerial do projeto que envolve as Comunicações, Defesa e Ciência, Tecnologia e Inovação. No caso do GEOMET, o número de ministérios envolvidos será ainda maior, dada a quantidade de usuários de dados meteorológicos no governo, o que abre também maiores e melhores oportunidades para o seu financiamento. Destaque-se ainda a sua provável conexão com outras iniciativas espaciais, como o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) (ver T&D n.º 136), que contempla missões meteorológicas de órbita polar, complementares à órbita geoestacionária, como é o caso do GEOMET. Para a sua viabilização, o Brasil também não descarta parcerias com países amigos, seguindo a estratégia adotada noutras missões espaciais, como o programa CBERS, com a China, e o SABIA-MAR, com a Argentina.

Um destes parceiros pode vir a ser a China, com quem o Brasil já colabora no campo espacial há mais de 25 anos. Em novembro de 2013, durante a Terceira Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), em Cantão, na China, um dos pontos incluídos para discussão futura na agenda de cooperação espacial para os próximos dez anos foi o desenvolvimento de um satélite geoestacionário meteorológico. À época, consultado por Tecnologia & Defesa, o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, esclareceu que uma nova missão com os chineses estaria sujeita a discussões internas, deixando aberta a possibilidade de cooperações com outros países.

Fonte: Tecnologia & Defesa n.º 137, junho de 2014.
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sábado, 5 de julho de 2014

Vídeo: panorama sobre o DCTA

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A mais recente edição do programa "FAB em Ação", do setor de comunicação do Comando da Aeronáutica, trata do papel do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), de São José dos Campos (SP).


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Argentina: ARSAT-1 aprovado para voo

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Em 27 de junho, foi concluído com sucesso a Revisão de Pré-Embarque (Pre Shipment Review - PSR) do satélite geoestacionário de comunicações ARSAT-1, construído pela companhia INVAP, da Argentina, para a operadora ARSAT. Esta é a última etapa antes do envio do satélite para o centro de lançamento, localizado em Kourou, na Guiana Francesa.

O PSR, realizado na sede da fabricante, em San Carlos de Bariloche, foi concluído com a aceitação em terra do artefato pela ARSAT e também demonstrou que o segmento espacial está apto em nível de sistema, seus processos estão devidamente registrados e de que não há problemas. O evento marcou ainda a finalização da fabricação dos componentes, integração e ensaios.

A previsão é que o ARSAT-1 seja lançado ao espaço no mês de setembro, a bordo de um lançador Ariane 5, operado pela Arianespace. O ARSAT-1, o primeiro satélite geoestacionário construído na Argentina (e na América Latina), transmitirá dados em banda Ku, com cobertura de todo o território nacional. Sua vida útil é estimada em quinze anos.
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terça-feira, 1 de julho de 2014

CLA: testes com combustível líquido

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CLA realiza testes com combustível líquido de foguetes

Brasília, 01 de julho de 2014 – O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, promoveu na primeira quinzena de junho treinamento de pessoal e verificação dos meios na armazenagem, preparação, transferência e carregamento de combustível líquido para foguetes.

A atividade foi coordenada pela Divisão de Propulsão Espacial do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP), que enviou pessoal especializado no manuseio desse tipo de combustível.

Para receber o material, o Setor de Preparação e Lançamento (SPL) passou por adequações no Prédio de Carregamento de Propelente Líquido (PCPL). As equipes de resgate médico e combate a incêndio passaram por treinamento visando à atuação em operações envolvendo o manuseio de combustível líquido no CLA.

Ainda se procedeu à transferência do combustível líquido utilizado em foguetes para um novo tanque de armazenamento e feito a neutralização do tanque antigo. Foi feita também a descontaminação da substância e simulação de carregamento do combustível. Parte do material retornou em aeronave da FAB até São José dos Campos, onde ficará no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

De acordo com o diretor do CLA, coronel engenheiro César Demétrio Santos, a atividade é importante para o Centro em futuras operações. “Com a operação, preparamos o CLA para atividades de lançamento nos próximos anos que demandarão o manuseio de combustível líquido em nossos foguetes, a exemplo dos modelos mais avançados do Veículo Lançador de Satélites (VLS) em suas versões Alfa e Beta”, destacou Santos.

Fonte: CLA, via website da AEB.
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