segunda-feira, 30 de junho de 2014

CBERS 4: e os testes continuam

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CBERS-4 passa por testes na China

Segunda-feira, 30 de Junho de 2014

Os testes de vibração acústica e senoidal do satélite CBERS-4 foram concluídos pelos especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês). No dia 20 de junho, numa câmara acústica reverberante do centro chinês, em Pequim, o satélite sino-brasileiro foi exposto a ruídos acústicos semelhantes ao que enfrentará durante o lançamento, previsto para a primeira quinzena de dezembro.

Em seguida, entre os dias 21 e 23 de junho, com o CBERS-4 na configuração de lançamento, foram realizados testes de vibração nos três eixos para checar a robustez mecânica do satélite e seus subsistemas e a compatibilidade dinâmica com o foguete.

O CBERS-4 já havia passado por outra importante etapa quando, pela primeira vez, o Gerador Solar (SAG) e o satélite foram integrados e testados conjuntamente, durante ensaio realizado no dia 17 de junho.

O SAG, responsável por captar a luz do Sol e convertê-la em energia elétrica, essencial para o funcionamento de todos os sistemas e subsistemas que compõem o satélite, foi enviado à China no início de maio. Com mais de 16 metros quadrados, o gerador que pesa apenas 55 quilogramas foi fabricado pelas empresas brasileiras Cenic e Orbital.

Antes de ser integrado ao corpo principal do satélite, o SAG foi submetido a diversos testes elétricos, de abertura e inspeções visuais, para garantir que não sofreu danos durante o transporte. Para realizar os testes dos painéis do SAG é necessário mantê-lo suspenso a um trilho através de pontos de fixação para também simular a sua abertura quando em órbita. Em seguida, o SAG foi conectado mecânica e eletricamente ao satélite para ambos serem submetidos aos testes de vibração acústica e senoidal.

As próximas atividades serão a retirada dos painéis solares e realização de uma nova checagem dos alinhamentos e a preparação do satélite para o teste em câmara termovácuo.

Uma equipe do INPE está na China e, junto aos técnicos daquele país, trabalha para o lançamento deste que é o quinto satélite desenvolvido pelo Programa CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).

Montagem, integração e testes

No dia 11 de junho, foram concluídos os ensaios que verificam a autocompatibilidade do satélite e a sua compatibilidade eletromagnética com o veículo lançador. Esses testes são necessários para comprovar que um equipamento do satélite não provoca perturbações eletromagnéticas em outro. Além disso, são avaliadas possíveis interferências entre o satélite e o foguete. A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço.

As atividades de balanceamento e medidas de propriedades de massa do CBERS-4 aconteceram no dia 12 de junho. O balanceamento é realizado para atender aos requisitos de posição de centro de gravidade estabelecidos pelo veículo lançador e pelo subsistema de controle de atitude e órbita. O conhecimento preciso das propriedades de massa do satélite é fundamental para o correto desempenho desse subsistema. Antes disso, no dia 7 de junho, foram realizados os testes elétricos do satélite sino-brasileiro.

As atividades de montagem, integração e testes (AIT) do satélite ocorrem no Centro Espacial da CAST, na China. O período de AIT serve para montar o modelo de voo do satélite, demonstrar seu bom funcionamento em condições ambientais semelhantes ao lançamento e órbita e identificar e corrigir eventuais problemas.

O AIT do CBERS-4 teve início em janeiro deste ano com o envio para a China da estrutura de carga útil do satélite, que antes estava no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP). A estrutura do CBERS-4 foi projetada e fabricada pelas empresas brasileiras Cenic e Fibraforte.

Ainda em janeiro, os primeiros equipamentos de voo desenvolvidos, fabricados e testados pela indústria brasileira, juntamente com os equipamentos chineses, foram integrados à estrutura do satélite para que fossem iniciados os testes elétricos.

Devido à complexidade do satélite, os testes elétricos foram realizados por ‘Estados’, chamados de A, B, C e D. O satélite foi progressivamente integrado e testado em cada um de seus Estados.

Após submetido a todos os testes ambientais em infraestruturas especiais (câmaras anecóica, acústica e termovácuo), o satélite estará pronto para a campanha de lançamento, que deve iniciar na segunda quinzena de outubro.

Fonte: INPE


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domingo, 29 de junho de 2014

Antelsat, o primeiro satélite do Uruguai

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A informação quase passou despercebida, mas no mesmo voo que colocou em órbita o cubesat brasileiro NanosatC-Br1, lançado da Rússia em 21 de junho, também voou o primeiro satélite uruguaio, o AntelSat.

Do tipo cubesat, o AntelSat tem massa de dois quilos e conta com dois sensores de imageamento, um que gera imagens a cores e o outro infravermelho, capaz de medir a temperatura terrestre e da água, além da altitude e tipologia das nuvens. Segundo informações locais, o artefato está operando, já tendo enviado dados de telemetria para a estação terrestre.

Projeto iniciado em 2007, o nanossatélite foi construído por uma equipe de 60 pessoas, composta por engenheiros da Antel (empresa estatal de telecomunicações), e da Faculdade de Engenharia da Universidade da República do Uruguai.
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sábado, 28 de junho de 2014

SGDC: capacitação de técnicos na França

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Brasileiros são capacitados em tecnologia espacial na França

Brasília, 27 de junho de 2014 – Um grupo de 26 técnicos e engenheiros brasileiros concluiu este mês, em Cannes, na França, uma parte do curso avançado do programa de absorção e transferência de tecnologia do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).

No mês de julho, 16 daqueles profissionais voltam à França para mais uma etapa do curso, iniciado em abril último, desta vez se integrando, até o início de 2015, a equipes da empresa Thales Alenia, responsável pela construção do satélite.

Além dos engenheiros bolsistas da Agência Espacial Brasileira (AEB), Pedro Luiz Kaled Da Cas, Erlan Rodrigo de Souza Cassiano, Cristiano Queiroz Vilanova e Ronne Toledo, integraram o grupo especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Telebras, da empresa Visiona e dos ministérios da Defesa e Comunicações.

O programa de absorção e transferência de tecnologia, cuja elaboração é de responsabilidade da AEB e Telebras, objetiva construir competência nacional para promover a maior qualificação e inserção das empresas nacionais no mercado de manufatura e serviços de satélites geoestacionários.

Para os bolsistas Kaled e Vilanova, que já estagiaram na área espacial na Ucrânia, está oportunidade na França é uma experiência fantástica. “Na Ucrânia tivemos uma visão mais acadêmica do conjunto espacial, enquanto que no curso em Cannes, conhecemos mais sobre o desenvolvimento na prática empresarial”, explica Kaled. Vilanova diz que o curso também “permite que se faça uma avaliação mais abrangente do estágio tecnológico em que estão ambos os países”.

Aplicação – Cassiano, que teve sua primeira experiência no exterior, acha que o curso incrementa ainda mais os recursos humanos do nosso segmento espacial. “Os conhecimentos acumulados não só estão qualificando pessoas, como dando condições a que venhamos desenvolver e inovar produtos voltados à tecnologia espacial”.

Na visão dos bolsistas, essa massa crítica que está em formação deve impulsionar o governo na direção de aportar mais recursos na área aeroespacial, “até porque o país não pode desperdiçar todo conhecimento que cada integrante do grupo vai absorver nessa experiência”, pensa Cassiano.

Outra possibilidade que entusiasma os bolsistas é oportunidade que terão de repassar a outros profissionais todo aprendizado acumulado no curso. “No caso da AEB poderemos colaborar com mais solidez na formação dos próximos bolsistas”, ressalta Kaled.

Para o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Petrônio Noronha de Souza, a capacitação de profissionais brasileiros impactará positivamente o parque industrial aeroespacial do país. Ele considera que o conjunto de absorção e transferência de tecnologia também terá reflexos relevantes no campo da pesquisa espacial do Brasil.

SGDC – Baseado na plataforma Spacebus 4000, o SGDC terá duas cargas úteis. Uma com 50 transponders banda Ka, oferecendo taxa de transferência de até 80 Gbps, e a outra com sete transponders banda X. O satélite pesa próximo de 5,8 toneladas na decolagem e oferecerá mais de 11 kW de potência. A previsão é de que seja entregue para o lançamento em 2015.

Fonte: AEB
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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Comunicações: árabes de olho no Brasil

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No dia 25, a operadora Yahsat, dos Emirados Árabes Unidos (EAU), divulgou uma nota informando que está prestes a contratar a construção de um satélite geoestacionário de comunicações para oferecer cobertura em banda Ka nas regiões da África e do Brasil, dando continuidade aos seus planos de expansão para além do Oriente Médio.

A empresa não revelou qual posição orbital o satélite, a ser denominado Al Yah 3, ocupará, mas afirmou que este oferecerá 95% de cobertura do território brasileiro, além de outras áreas não especificadas da América Latina e grande parte do continente africano. Sua expectativa é que esteja em órbita até o final de 2016.

Em maio, a companhia árabe, por meio da Star Satellite Communications Company, participou de licitação de direitos de exploração promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), na qual as empresas Hispamar e SES foram as vitoriosas.

A Yahsat pertence ao grupo Mubadala Development, uma companhia de investimentos do governo dos EAU. Atualmente, opera o Yahsat 1A e 1B, construídos por um consórcio das europeias Airbus Defence and Space e Thales Alenia Space.
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terça-feira, 24 de junho de 2014

SGDC: primeira etapa da transferência tecnológica

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Militares concluem primeira etapa de transferência de tecnologia na França

24/06/2014 09:48h

Profissionais se preparam para operar o primeiro satélite de comunicações militares brasileiro a ser lançado em 2016

Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) concluíram nessa quinta-feira (19/06) em Cannes, na França, o curso avançado do programa de absorção de tecnologia do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. Esta é a primeira etapa de preparação dos militares que devem operar o primeiro satélite de comunicações militares brasileiro.

Com lançamento previsto para 2016, o satélite atenderá às necessidades do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e uma ampla área comunicações estratégicas nos âmbitos civil e militar.

De acordo com o chefe do Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P), unidade da FAB que vai operar todos os satélites militares brasileiros, Tenente-Coronel Helcio Vieira Junior, o projeto vai mais que dobrar a capacidade de comunicação satelital nacional. “Vamos operar aqui do Brasil com domínio de comando e controle”, afirma.

Entre as novas capacidades, estão o aumento de cobertura das comunicações das Forças Armadas, principalmente em apoio ao SISFRON (Sistema de Monitoramento das Fronteiras Terrestres), ao SISGAAZ (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) e ao SISDABRA (Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro).

Ao longo de dez semanas de aulas, os militares participaram de instruções nos diversos sistemas que envolvem o planejamento, o projeto, a construção, a operação e a validação de Sistemas Espaciais, abordando tecnologias, sistemas e gerência de sistemas.

Além da operação de maneira eficaz, eficiente e segura, garantindo o sigilo das informações trafegadas pelo satélite, a preparação dos militares permite conhecimento para a especificação da constelação satelital para sensoreamento, previsto para 2018. “Estamos participando da construção e aprimorando conhecimento sobre satélites em geral pensando na próxima etapa do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais, o PESE”, explica.

Equipe multidisciplinar – Além dos futuros “pilotos satelitais”, participam da capacitação militares do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e da Marinha do Brasil, além de representantes da Empresa Visiona e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, especificamente a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O programa de absorção de tecnologia tem o objetivo de construir competência nacional para promover a maior qualificação e inserção das empresas brasileiras no mercado de manufatura e serviços de satélites geoestacionários.

Para o curso de Engenharia Espacial do ITA, por exemplo, é uma oportunidade de atualização, com abertura de novas linhas de pesquisa com o objetivo de disseminar os conhecimentos na indústria espacial brasileira. Para o IFI, permitirá cursos de certificação e confiabilidade de produtos, colaborando com a capacitação do Instituto nas áreas de garantia do desempenho, da segurança e da disponibilidade de produtos e sistemas espaciais.

Fonte: FAB
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CBERS 4 avança

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No início desta semana, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram mais notícias sobre os preparativos para o lançamento do CBERS 4 na segunda semana de dezembro, reforçando os indicativos de que sua colocação em órbita é a prioridade número um, dois e três do Programa Espacial Brasileiro para este ano.

De acordo com a AEB, na última segunda (23), foram concluídos na China os testes de vibração, que reproduzem as condições pelas quais o satélite será submetido durante a fase de lançamento. Ainda segundo a Agência, até agosto devem prosseguir os testes ambientais térmicos, realizados na câmara de termo-vácuo. A última etapa, antes do envio para o sítio de lançamento, está prevista para setembro, com a Revisão Final do Projeto.

Testes de compatibilidade com estação de Cuiabá

Já entre os dias 19 e 21 de maio, com a participação de técnicos chineses, foram realizados na estação do INPE localizada em Cuiabá (MT), testes de compatibilidade eletromagnética entre o CBERS 4 e a estação terrena, finalizados com sucesso. Estes abrangeram a verificação da compatibilidade entre o subsistema TTCS (Telemetry, Tracking, and Command Subsystem) do artefato e a estação de TT&C (Tracking, Telemetry and Command) de Cuiabá, e também a checagem do "perfeito entendimento entre o satélite e a estação de recepção e gravação, incluído o software do sistema de ingestão e gravação desenvolvido pela empresa brasileira AMS Kepler".

"Os testes são importantes para garantir a recepção de imagens e, também, para verificar a correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto com a imagem, como as informações de telemetria das câmeras e os dados de órbita e atitude do satélite", informou o INPE em nota.
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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Tecnologia & Defesa nª 137


Está chegando às bancas de todo o Brasil o número 137 da revista Tecnologia & Defesa, principal publicação brasileira sobre os setores aeroespacial, de defesa e segurança pública. Como de praxe, a edição traz reportagens sobre temas espaciais: os planos nacionais para uma missão meteorológica geoestacionária, e um panorama sobre a empresa Optoeletrônica, a "optronics house" brasileira, entre outros.

Destacamos abaixo os principais conteúdos da edição:

- Blindado Guarani: finalmente operacional
- Optoeletrônica: optrônica no "estado-da-arte"
- Missão real no Afeganistão
- Sisfron: o que significa? O que vai trazer? Como está indo?
- Satélite meteorológico: um próximo passo
- Passex Mistral: Brasil e França operando na Marambaia
- Coluna Defesa & Negócios
- E muito mais!
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domingo, 22 de junho de 2014

"Conferência Mundial para discutir Governança Global do Espaço", artigo de José Monserrat Filho

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Conferência Mundial para discutir Governança Global do Espaço 

José Monserrat Filho *

A sociedade civil, a comunidade científica, os governos, o setor privado e outros interessados em todo o planeta estão convocados a considerar a criação de um Grupo de Trabalho para preparar e convocar uma conferência internacional destinada a definir e acordar recomendações aos governos e organizações internacionais relevantes a fim de estabelecer um regime de governança global, pacífica e sustentável, para o estudo, o uso e a exploração do espaço em benefício de toda a humanidade.

Quem convoca é a 2ª Conferência Internacional Manfred Lachs¹ sobre Governança Global do Espaço Exterior, promovida pela renomada Universidade McGill, de Montreal, Canadá, de 29 a 31 de maio passado, por meio da Declaração de Montreal, aprovada por consenso no evento. Participaram do evento mais de 120 especialistas – entre eles, a pernambucana Juliana Scavuzzi) – de 22 países, que lidam com vários aspectos das atividades espaciais e seu ordenamento jurídico.

Trata-se, claramente, de iniciativa inédita concebida para mobilizar a opinião pública mundial no sentido de provocar o mais amplo debate sobre ações e medidas a serem propostas a todos os Estados visando à criação de um novo regime de governança global, pacífica e sustentável, das atividades espaciais em benefício de toda a humanidade.

A Declaração de Montreal começa “reconhecendo que o atual sistema de governança global do espaço, criado durante os anos 1960 e 1970, não foi exaustivamente examinado pela comunidade internacional desde a sua criação”. Essa afirmação, nada frequente, significa que, para todos os participantes da conferência da Universidade McGill, sem exceção, a comunidade de países não cuidou de assumir uma atitude realmente crítica frente aos tratados, declarações e práticas relativos à governança global das atividades espaciais, nas primeiras décadas da Era Espacial.

Assim, os Estados signatários dos tratados espaciais, por exemplo, teriam se limitado a assiná-los e ratificá-los sem um exame mais acurado de suas normas, que buscasse perceber nelas eventuais lacunas e deficiências. Não por acaso, até hoje, nas sessões do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (COPUOS) e seus dois Subcomitês, o Jurídico e o Científico e Técnico, algumas potências invariavelmente bloqueiam as propostas de inclusão na agenda das reuniões de temas que impliquem discutir mudanças e/ou atualizações dos tratados em vigor desde os anos 60 e 70.

A Declaração de Montreal adota um conceito bastante abrangente de governança global, que compreende grande conjunto de variados documentos, entre os quais códigos de conduta, medidas de fomento à confiança, conceitos de segurança, instituições internacionais, tratados internacionais e outros acordos, regulamentos, procedimentos e normas, procurando abarcar o máximo possível de referências.

Leva em conta, também, o intenso desenvolvimento ocorrido no mundo em geral e no setor espacial em particular, com sérias implicações para as atividades espaciais atuais e futuras e para o uso pacífico e sustentável do espaço, em benefício de toda a humanidade, ou seja, do interesse público global pelo espaço.

E conclui haver chegado o momento de avaliar a eficiência do atual regime de governança global do espaço e de propor um novo sistema capaz de abordar os problemas atuais e emergentes.

A Declaração de Montreal ainda expressa a expectativa de que a conferência internacional proposta seja realizada  tão logo quanto possível, e conclama o tradicional e prestigiado Instituto de Direito Aeronáutico e Espacial da Universidade McGill a assumir a liderança do projeto, promovendo um estudo preliminar interdisciplinar, que examine as forças condutoras dos regulamentos e normas espaciais em vigor, estudo esse a ser amplamente divulgado antes da conferência internacional e em apoio a ela, tentando alcançar o mais amplo público global.

Ela sugere, ademais, alguns importantes problemas a serem abordados no estudo:

1) as mudanças globais ocorridas nas áreas econômicas, políticas e sociais, e a dependência cada vez maior da infraestrutura espacial; 2) a identificação e avaliação dos perigos espaciais conhecidos; 3) as oportunidades espaciais e a necessidade de pesquisa, uso e exploração sustentável e pacífica do espaço em benefício de toda a humanidade (conforme reza o Art. 1ºdo Tratado do Espaço de 1967, o código maior das atividades espaciais); 4) as lacunas nos campos da segurança, da técnica e operacionais que precisam ser preenchidas; e 5) as normas, regulamentos, acordos e instituições relevantes apropriados de governança espacial para ordenar as questões correntes e emergentes das atividades espaciais.

Com certeza, não será fácil realizar essa ambiciosa conferência mundial, unindo tantos e tão diferentes atores num clima global complexo e tenso como o que vivemos hoje e com interesses tão poderosos e bem estabelecidos globalmente e no universo das atividades espaciais.

Isso dá ao projeto um caráter quase utópico, embora alicerçado em necessidades e demandas objetivas e até urgentes, o que aumenta seu grau de atração e viabilidade.

Ocorrem-me, a propósito, as instigantes reflexões sobre “utopia realista” do internacionalista finlandês Martti Koskenniemi, sempre lucidamente crítico, no artigo “Projeto de Comunidade Mundial,” publicado no livro “Realizing Utopia – The Future of International Law” (Oxford, 2012), editado por Antonio Cassese, professor da Universidade de Florança, Itália.

Alerta Koskenniemi: “A utopia realista só pode começar com uma crítica às atuais instituições – Nações Unidas, Banco Mundial, Protocolo de Kyoto, às operações das grandes empresas multinacionais, às estruturas do direito público e do ordenamento privado que hoje decidem sobre a distribuição dos valores materiais e espirituais. A utopia realista talvez seja melhor vista não como uma instituição, mas como uma mentalidade e uma atitude que buscam destacar a contingência e contestabilidade das instituições globais e suas consequências distributivas.”

Mas Koskenniemi vai além: “Para maximizar a liberdade, haverá que convocar a maior participação possível de todo o mundo, mas especialmente aqueles do Sul global, para reorientar o trabalho das instituições globais, incluindo as instituições de direito e ordenamento privado –, de modo a beneficiar quem foi marginalizado. Haverá que redescrever as formas de conhecimento global, como tipos de poder político, não menos contestáveis que qualquer outro tipo de poder. Os participantes desta 'repolitização' poderiam muito bem estar inspirados por um "sentimento oceânico", mas isso não é necessário. Afinal, a crítica e a contestação raramente se dão bem com esse tipo de sentimentalismo romântico.”

O livro de Cassese sobre a relação entre utopia e o futuro do Direito Internacional também defende “a necessidade do pensamento imaginativo”. Aos autores dos ensaios da obra, Cassese pediu, não que se engajassem numa “especulação selvagem” sobre o futuro da sociedade mundial, mas que, modestamente, refletissem sobre as condições de alguns dos principais problemas jurídicos desta sociedade e analisassem sucintamente as inconsistências e imperfeições do direito vigente. Pediu, também, que destacassem os elementos – mesmo que menores, ocultos, incipientes ou ainda por serem feitos (in fieri) – capazes de conduzir a futuras mudanças ou aperfeiçoamentos, e sugerissem como esses elementos poderiam ser desenvolvidos, aprimorados e concretizados em duas ou três décadas, com vistas a conquistar uma arquitetura melhorada da sociedade mundial ou, no mínimo, a reformulação de alguns dos aspectos essenciais das relações internacionais.

Por sua vez, Geraldo Zahran, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), faz oportuno comentário, no prefácio do livro “Dom Quixote reencontra Sancho Pança – Guerra Fria, Relações Internacionais e Direito Internacional” (Apicuri, 2014), de Igor Abdalla Medina de Souza: “Reconhecer a subjetividade e a arbitrariedade das instituições internacionais, dos padrões de comportamento por elas definidos, e da produção de conhecimento a seu respeito, é elementos imprescindível para imaginarmos e desenvolvermos  ações de política externa inovadoras, efetivas e que possam oferecer soluções aos profundos dilemas do mundo em que vivemos.” É preciso, pois, buscar mais objetividade, mais espírito púlico na atuação das instituições internacionais.

 Para Igor Abdalla Medina de Souza, Dom Quixote representa o idealismo do direito internacional e Sancho Pança, o realismo das relações internacionais. E “a identidade de ambos é consolidada por meio da contraposição entre o desejo de mudança, que, com a perda de contato com a realidade, se converte em loucura, e o pragmatismo, que, com um ceticismo radical, se converte em apologia irrestrita, ainda que por vezes involuntária, das condições presentes.” A mensagem é clara: não se pode desejar a mudança a ponto de perder contato com a realidade, nem se pode ser tão pragmático a ponto de aceitar e até elogiar sem restrições a situação existente. Ou seja, nem Dom Quixote, nem Sancho Pança. Uma boa pitada de cada um é o mais racional e conveniente.

Todas essas observações me parecem válidas para o magno evento proposto. Ainda mais que tudo indica estar se processando um considerável reordenamento das forças econômicas e políticas globais. Basta dizer que, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por volta de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) da China e o da Índia, somados, serão maiores do que os PIBs de todos os países do G7 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Itália e Canadá). Para Ram Jakhu, Professor do Instituto de Direito Aeronáutico e Espacial da Universidade McGill e um dos autores da Declaração de Montreal e do projeto de conferência mundial sobre nova governança global do espaço, essa mudança fundamental da economia global produzirá importante reequilíbrio geopolítico e terá implicações significativas no domínio espacial.

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica e atual Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB).

1) Manfred Lachs (1914-1993), jurista e diplomata polonês, especialista em Direito Internacional e Direito Espacial, ex-Juiz (1967-1993) e ex-Presidente da Corte Internacional de Justiça, ex-Presidente do Instituto Internacional de Direito Espacial, e autor dos livros “Direito do Espaço Exterior – Uma Experiência Contemporânea de Criação do Direito” (1972) e “O Professor de Direito Internacional” (1982). Desde 1993, dá nome ao Juri Simulado promovido anualmente pelo Instituto Internacional de Direito Espacial sobre temas espaciais.

Anexos – Leia, a seguir, o texto original da Declaração de Montreal em inglês e sua versão em português, de que o autor deste artigo é o responsável:

The Montreal Declaration

The 2nd Manfred Lachs International Conference on Global Space Governance, held at McGill University, in Montreal, Canada, on 29-31 May 2014:

Having brought together over 120 experts from 22 countries (space-faring and non-space faring nations) involved in various aspects of space activity and regulation;

Having served as an objective venue for the conduct of international and interdisciplinary deliberations on different aspects and perspectives of global space governance;

Recognizing that the current global space governance system that was created during the 1960s and 1970s has not been comprehensively examined by the international community since its establishment;

Recognizing that the concept of global governance is comprehensive and includes a wide range of codes of conduct, confidence building measures, safety concepts, international institutions, international treaties and other agreements, regulations, procedures and standards;

Noting that numerous developments have occurred in the world in general, and the space sector in particular, with serious implications for current and future space activities and for the sustainable use of space for peaceful purposes for the benefit of all humankind (i.e. the global public interest in outer space),

Believing that the time has come to assess the efficacy of the current regime of global space governance and to propose an appropriate global space governance system that addresses current and emerging concerns;

HEREBY resolves by consensus to:

# call upon civil society, academics, governments, the private sector and other stakeholders to consider establishing a Working Group to prepare for and convene an international conference to deliberate and agree upon recommendations to governments and relevant international organizations aimed at the establishment of a global governance regime for peaceful and sustainable space exploration, use and exploitation for the benefit of all humankind;

# ensure that the proposed international conference is held as soon as possible with global participation by all key stakeholders (i.e., state and non-state actors) including: international intergovernmental organizations; relevant regional organizations; non-governmental organizations; appropriate state ministries (departments) and space agencies; academic institutions; appropriate commercial enterprises; and concerned individuals;

# call upon the McGill University Institute of Air and Space Law to take the lead in initiating, completing and broadly distributing through all forms of media, an international interdisciplinary study that examines drivers of space regulations and standards prior to, and in support of, the proposed international conference, targeting a global audience;

# ensure that the above-mentioned study examines, inter alia:

(i) changing global economic, political and social conditions and space infrastructure dependence;
(ii) identification and assessment of all known space threats;
(iii) space opportunities and the need for sustainable and peaceful use, exploration and exploitation of space for all humankind;
(iv) safety, technical and operational gaps to be filled; and
(v) appropriate space governance standards, regulations, arrangement, agreements and institutions relevant to current and emerging issues of space activities.

Done in Montreal, this 31st day of May 2014.

Declaração de Montreal

A 2 ª Conferência Internacional Manfred Lachs sobre Governança Global do Espaço Exterior, realizada na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, de 29 a 31 de maio de 2014,

Tendo reunido mais de 120 especialistas de 22 países (com e sem programas espaciais) envolvidos em vários aspectos das atividades espaciais e sua regulamentação;

Tendo servido como local neutro para conduzir deliberações internacionais e interdisciplinares sobre diferentes aspectos e perspectivas da governança global do espaço;

Reconhecendo que o atual sistema de governança global do espaço, criado durante os anos 1960 e 1970, não foi exaustivamente examinado pela comunidade internacional desde a sua criação;

Reconhecendo que o conceito de governança global é abrangente e inclui ampla gama de códigos de conduta, medidas de fomento à confiança, conceitos de segurança, instituições internacionais, tratados internacionais e outros acordos, regulamentos, procedimentos e normas;

Observando que intenso desenvolvimento ocorreu no mundo em geral e no setor espacial em particular, com sérias implicações para as atividades espaciais atuais e futuras e para o uso sustentável do espaço para fins pacíficos, em benefício de toda a humanidade (ou seja, o interesse público global no espaço exterior),

Acreditando que é chegado o momento de avaliar a eficácia do atual regime de governança espaço global e propor um sistema apropriado de governança global do espaço que aborda questões atuais e emergentes;

Resolve por consenso:

# Conclamar a sociedade civil, acadêmicos, governos, setor privado e outros interessados a considerar a criação de um Grupo de Trabalho com a tarefa de preparar e convocar uma conferência internacional para deliberar e acordar recomendações aos governos e organizações internacionais relevantes para o estabelecimento de um regime de governança global, pacífica e sustentável, para a pesquisa, uso e exploração do espaço em benefício de toda a humanidade;

# Assegurar que a conferência internacional proposta seja realizada no mais breve prazo possível com a participação global de todos os principais intervenientes (isto é, estatais e não-estatais), incluindo organizações internacionais intergovernamentais; organizações regionais relevantes; organizações não governamentais; ministérios apropriados (departamentos) e as agências espaciais; instituições acadêmicas; empresas comerciais pertinentes; e indivíduos interessados;

# Conclamar o Instituto de Aeronáutica e Espaço de Direito da Universidade McGill a assumir a liderança na tarefa de iniciar, completar e difundir amplamente, através de todas as formas de mídia, um estudo interdisciplinar internacional que examine as forças condutoras de regulamentos e normas espaciais antes da, e em apoio à, conferência internacional proposta, tendo como alvo um público global;

# Assegurar que o referido estudo aborde, entre outros, os seguintes problemas:

(I) as mudanças nas condições econômicas, políticas e sociais globais e a dependência da infraestrutura espacial;
(II) identificação e avaliação de todas as ameaças espaciais conhecidas;
(III) as oportunidades espaciais e a necessidade de uso, pesquisa e exploração sustentável e pacífica do espaço para toda a humanidade;
(IV) as lacunas de segurança, de técnica e operacionais a serem preenchidas; e
(V) as normas, regulamentos, entendimentos, acordos e instituições apropriados relevantes à governança espacial das questões correntes e emergentes das atividades espaciais.

Feito em Montreal, neste dia 31 de maio de 2014.
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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mais sobre o NanosatC-BR1

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NanosatC-BR1 é lançado com sucesso e estação já recebe sinais do primeiro cubesat nacional 

Sexta-feira, 20 de Junho de 2014

Após o bem-sucedido lançamento, a estação de Santa Maria (RS) já recebe dados do NanosatC-BR1, o primeiro cubesat do Brasil. Radioamadores em vários países, colaboradores do projeto, também confirmaram a recepção de sinais do “nanossatélite”, um cubesat que pesa aproximadamente 1 Kg.

O NanosatC-BR1 foi lançado às 16h11 (horário de Brasília) desta quinta-feira (19/6)  da base de Yasny, na Rússia, pelo foguete Dnepr, também de origem russa. Além do cubesat brasileiro, na mesma missão foram colocados em órbita cerca de 30 artefatos de vários países.

Os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Otávio Durão e Nelson Schuch, estavam na base russa para acompanhar o lançamento.  Pouco depois, o recebimento dos primeiros sinais foi comemorado pela equipe da estação terrena de Santa Maria, onde também está localizado o Centro Regional Sul (CRS) do INPE.

O primeiro cubesat nacional foi desenvolvido pelo INPE e Universidade de Santa Maria (UFSM). A parceria permitiu que estudantes tivessem a supervisão de especialistas do INPE e atuassem diretamente em todas as fases para construir e colocar um satélite em órbita - desde a especificação e desenvolvimento do NanosatC-BR1, passando pela montagem, integração, testes e, a partir de agora, pela sua operação e recepção de dados.

O diretor do INPE, Leonel Perondi, parabenizou a todos pelo lançamento com sucesso e recepção do sinal do NanosatC-BR1. “Trata-se, certamente, de grande estímulo para a difusão e o engajamento nas atividades espaciais no país”.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 19 de junho de 2014

NanosatC-BR1 em órbita

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O NanosatC-BR1, primeiro cubesat brasileiro, foi lançado ao espaço hoje (19), por um foguete russo Dnepr, a partir da base de lançamentos de Yasny, na Rússia. Muito embora seja um artefato de pequenas dimensões e poucos quilos, o lançamento quebra um jejum brasileiro de quase sete anos em missões espaciais governamentais bem sucedidas. A mais recente aconteceu em 19 de setembro de 2007, com a colocação em órbita do CBERS 2B, de observação terrestre, construído em parceria com a China.

Até a preparação desta nota, ainda não havia sido divulgadas informações oficiais sobre o status do cubesat, mas alguns websites internacionais afirmaram que o nanossatélite nacional havia enviado sinais momentos após sua inserção em órbita.

A missão do lançador russo, aliás, marcou um recorde pelo número de cargas úteis colocadas no espaço - 33 ao todo, de 17 países diferentes, como Rússia, Japão, EUA, Canadá e Arábia Saudita, entre outros. Outras 4 cargas úteis devem ser inseridas nesta sexta-feira (20).
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quarta-feira, 18 de junho de 2014

NanosatC-BR1: lançamento esta quinta-feira

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NanosatC-BR1 será lançado nesta quinta. 1° cubesat nacional foi desenvolvido em parceria com universidade

Quarta-feira, 18 de Junho de 2014

Às 16h15 (horário de Brasília) desta quinta-feira (19/6) será lançado da base de Yasny, na Rússia, o primeiro cubesat nacional. O NanosatC-BR1 foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Uma equipe acompanhará o lançamento e início da operação do NanosatC-BR1 na estação terrena de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde também está localizado o Centro Regional Sul (CRS) do INPE.

A capacitação de recursos humanos para a área espacial é um dos principais objetivos do projeto, cuja missão científica é o estudo de distúrbios na magnetosfera, principalmente na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, e do setor brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico.

Além disso, o NanosatC-BR1 permitirá testar, em voo, circuitos integrados resistentes à radiação projetados no Brasil, para utilização em futuras missões de satélites nacionais de maior porte.

Sob a supervisão de especialistas do INPE, alunos de Física, Engenharia e Computação da UFSM tiveram a oportunidade de atuar em todas as fases do projeto, desde a sua especificação e desenvolvimento até a montagem, integração e testes do NanosatC-BR1.

O cubesat possui três cargas úteis: um magnômetro para utilização dos seus dados pela comunidade científica; um circuito integrado projetado pela Santa Maria Design House da UFSM; e o hardware FPGA, que deve suportar as radiações no espaço em função de um software desenvolvido pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O projeto conta ainda com a participação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que possui em São José dos Campos (SP) uma estação terrena que também receberá dados do NanosatC-BR1.

Confira aqui a página do projeto.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Airbus e Safran juntas em lançadores

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As companhias europeias Airbus e Safran anunciaram hoje (16) a assinatura de um memorando de entendimentos prevendo a criação de uma joint-venture reunindo suas atividades em veículos lançadores. Neste contexto, os dois grupos concordaram em combinar numa nova empresa, cada qual com participação de 50%, suas respectivas tecnologias em lançadores (hoje na Airbus Defence and Space, anteriormente Astrium) e propulsão (SNECMA, unidade da Safran).

Conforme destacado em nota conjuntas, a "fusão" leva em conta iniciativas industriais em lançadores atualmente em andamento na Europa, como o desenvolvimento do Ariane 5 ME, uma evolução lógica do Ariane 5 baseada num estágio superior de maior capacidade equipado com o motor Vinci, e a definição da configuração do Ariane 6, que no futuro sucederá o Ariane 5 / 5 ME.

A primeira etapa da "união", prevista para ser concluída até o final deste ano, envolverá a constituição de uma empresa de programas conjuntos, na qual serão aportadas os contratos de programas civis e participações relevantes relacionadas ao segmento civil de cada um dos grupos. Subsequentemente, os ativos industriais em lançadores da Airbus e Safran serão contribuídos à nova empresa.

E a Avio?

A "fusão" da Airbus e Safran formalizará uma relação que já existe há décadas, iniciada com o bem sucedido programa Ariane. Será interessante acompanhar os eventuais desdobramentos deste processo de consolidação, em especial considerando as capacidades italianas nesta área, detidas pela Avio Space, prime contractor do foguete de médio porte Vega. A empresa italiana, controlada pelo grupo Finmeccanica e por uma firma de private equity, é frequentemente citada como estando à venda, com interessados como a Airbus e a Safran.

Reflexos no Brasil

A consolidação do segmento europeu de lançadores pode ter também algum reflexo nos futuros planos do Brasil em termos de acesso autônomo ao espaço. Ainda que em fase bem menos avançado que outras iniciativas espaciais (como o SGDC e o PESE, apenas para citar alguns), as intenções brasileiras nesse segmento são conhecidas e têm algumas ações discretas. Nos bastidores, empresas como a Avibras e a Odebrecht Defesa e Tecnologia são citadas como interessadas em assumir papéis relevantes em tais projetos, que necessariamente, por razões de natureza tecnológica, terão parceiros estrangeiros.

Dentro deste contexto, recomendamos também a leitura da nota "AEB, Airbus DS e Safran juntas em educação espacial", sobre um projeto de cooperação anunciado pela Agência Espacial Brasileira na semana passada.
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domingo, 15 de junho de 2014

Cooperação Brasil - China: resultados da reunião em São José dos Campos

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Reproduzimos abaixo artigo enviado ao blog Panorama Espacial pelo Prof. José Monserrat Filho sobre os resultados da 2ª Reunião do Grupo de Trabalho da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), que se reuniu em São José dos Campos nos dias 9 e 10 deste mês para discussões sobre a continuidade da cooperação dos dois países no campo espacial. Há várias informações interessantes.

Plano Decenal Brasil-China de Cooperação Espacial: Resultados da 2ª Reunião do Grupo de Trabalho

José Monserrat Filho *

Brasil e China vão firmar Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Dados de Observação da Terra e suas Aplicações. O CBERS-04, a ser lançado em dezembro, vai muito bem, obrigado. Criados dois Grupos de Trabalho: um para estudar o projeto CBERS-04A e outro para examinar o projeto de satélite geoestacionário de meteorologia.

O Grupo de Trabalho encarregado de desenvolver e detalhar o Plano Decenal de Cooperação Espacial entre Brasil e China reuniu-se nos dias 9 e 10 de junho, sob a condução do Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Petrônio de Souza, e do Vice-Diretor Geral do Departamento de Sistema de Engenharia da Agência Espacial chinesa (CNSA), Li Guoping. Participaram ativamente o Presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi. O encontro teve lugar no auditório central no INPE, em São José dos Campos, SP.

A delegação da China tinha 18 membros: três da CNSA, um da Academia Chinesa de Ciência (CAS), um da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC), quatro da  Academia de Ciência e Tecnologia da China (CAST), três da Academia de Tecnologia de Voos Espaciais de Xangai (SAST), três da Corporação Industrial Chinesa A Grande Muralha (CGWIC), três do Centro Chinês de Recursos Satelitais: Dados e Aplicações (CRESDA).

A delegação do Brasil era composta por 26 membros. A AEB contou, além do Presidente e do Diretor de Política Espacial, com a participação do Diretor de Planejamento, Orçamento e Administração (DPOA), José Iram M. Barbosa, do Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, e da Chefe de Gabinete da Presidência, Maria do Socorro de Medeiros. O INPE, por sua vez, participou, além do diretor já citado, com os tecnólogos e engenheiros Antônio Carlos de Oliveira Pereira Júnior (Coordenador do Segmento Espacial do Programa CBERS), Geilson Loureiro (Chefe do Laboratório de Integração e Testes), Leila Maria Garcia Fonseca (Coordenadora Geral de Observação da Terra), Pawel Rozenfeld (Chefe do Centro de Rastreio e Controle de Satélites), João Vianei Soares (especialista em Monitoramento Global da Agricultura e ex-Membro Executivo do Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), Amauri Silva Montes (Coordenador Geral de Engenharia e Tecnologia Espacial), Marco Antonio Bertolino (Tecnologista Sênior III e responsável pelo Subsistema WFI do Programa CBERS), Renato Henrique Ferreira Branco, Milton de Freitas Chagas Junior, Hilceia Santos Ferreira, Jun Tominaga, Clezio Marcos de Nardin (pesquisador da Geofísica Espacial-Aeronomia Equatorial), Antonio Carlos Teixeira de Souza, Heyder Hey, Douglas Francisco Marcolino Gheardi (Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto), Joaquim Eduardo Resende Costa (Chefe da Divisão de Astrofísica), Marcelo Banik de Pádua (especialista em Sistemas de Navegação Espacial – GNSS, José Antônio Aravéquia (Coordenador-Geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) e Rozani Fonseca Silva (Assessora de Cooperação Internacional).

Principais resultados da reunião do GT:

# O Brasil e a China assinarão um Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Dados de Observação da Terra e suas Aplicações. O acordo é visto como de tão alta relevância para a implementação do Plano Decenal, que os dois países solicitarão às respectivas chancelarias a inclusão da cerimônia de assinatura do Memorando na agenda de atividades do Presidente da China, Xi Jinping, em Brasília, no dia 14 de julho.

# A China vai sugerir mudanças na proposta brasileira de Governança do Plano Decenal, baseada na longa experiência do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Os chineses preferem substituir o sugerido PGCC (Program General Coordination Comission – Comissão Coordenadora Geral do Programa) mais específico, por Sub Comissão de Cooperação Espacial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). O assunto será discutido na próxima reunião, marcada para setembro vindouro.

# Os preparativos para o lançamento do CBERS-04 em dezembro deste ano foram examinados em detalhes. Todas as suas etapas de montagem, integração e testes têm sido cumpridas normalmente. O satélite passará pela Revisão Final de Projeto (FDR, na sigla em inglês) no início de setembro, para depois ser enviado ao centro de lançamento de Tayuan, na China. O lançamento do CBERS-4 foi antecipado de dezembro de 2015 para dezembro de 2014, após a falha no lançamento do foguete chinês Longa Marcha 4B, em dezembro de 2013, que causou a perda do CBERS-3. Três satélites CBERS já foram lançados com êxito: o 01, em 1999, o 02, em 2003, e o 2B, em 2007. O Programa CBERS, desde o início, desempenha papel essencial no desenvolvimento da indústria espacial brasileira. A política industrial brasileira no setor qualifica fornecedores e encomenda serviços, componentes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.

# A China estudará as propostas da AEB e do INPE de cooperação na formação de recursos humanos para a área espacial. A meta da AEB é enviar estudantes brasileiros pós-graduados, engenheiros, tecnólogos e pesquisadores a instituições chinesas científicas, tecnológicas e industriais com base em acordos. O programa inclui a possibilidade de trazer pesquisadores e especialistas chineses para trabalhar em universidades e indústrias brasileiras durante certo tempo. A iniciativa da AEB é financiada por bolsas do Programa "Ciência sem Fronteiras", do Governo do Brasil. O INPE também propõe intercâmbio de estudantes e pesquisadores em diferentes áreas espaciais na base de iniciativas bilaterais estabelecidas em parceria com instituições espaciais chinesas.

# A China consultará seus usuários internos e os órgãos de governo pertinentes sobre a viabilidade do satélite CBERS-04A, proposto pela AEB. Um Grupo de Trabalho especial foi criado para estudar o projeto e apresentar relatório até meados de julho próximo.

# No campo das aplicações do sensoriamento remoto, Brasil e China promoverão campanha de calibração conjunta e cooperação na definição de produtos, suas especificações e formatação. Seguirão também discutindo a distribuição de dados do CBERS-4 com base no Memorando de Entendimento a ser assinado. E ainda promoverão pesquisa conjunta com outros parceiros do Brasil e da China em diferentes campos de aplicação.

# Quanto à cooperação em clima espacial, o Plano Decenal terá duas fases:

I – Conclusão de um acordo até 2016, criando um laboratório bilateral, dotado de central para os dados coletados nas pesquisas conjuntas; um escritório e um local para a instalação de receptores GPS, um Lidar (tecnologia de sensoriamento remoto que mede distâncias iluminando o alvo com laser e analisando a luz refletida), uma sonda digital e um magnetômetro (instrumento que mede a intensidade, direção e sentido de campos magnéticos em sua proximidade); e

II – Elaboração de um Programa Avançado de Pesquisa; um Estudo de Longo Prazo sobre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul; a criação de um banco de dados baseado nas informações do Monitor do Ambiente Espacial a bordo do CBERS e de outras fontes de aplicação satelital; e promoção de campanhas de coleta de dados de satélite no Brasil e na China, entre outros itens de cooperação.

# O Brasil e a China também resolveram formar um GT para discutir a cooperação em satélites de meteorologia, que deverão ser desenvolvidos e construídos em conjunto por ambos os países. E, ainda, seguir examinando a fundo, em futuro próximo, a cooperação em satélites de comunicação, buscando encontrar meios, formas e canais para efetivar essa cooperação.

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica e atual Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.
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Propulsão: ensaio de gerador de gás do L75

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Ensaio do Gerador de Gás do Motor L75 realizado com sucesso

13/06/2014

Os ensaios a quente do Gerador de Gás do Motor L75 foram realizados com êxito no banco de ensaios da Divisão de Propulsão Espacial (APE), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP).

O gerador de gás é uma parte importante do Motor L75, pois serve para acionar a turbina que movimenta as bombas de propelentes líquidos, etanol e oxigênio líquido.

Esses ensaios serviram para verificar a sequência de partida e desligamento, o processo de combustão e validar os modelos termodinâmicos adotados no projeto, cujo regime de funcionamento é muito diferente daqueles usuais em motores a líquido. Ensaios semelhantes não haviam sido realizados ainda no País e não são conhecidos similares que funcionem com o par oxigênio líquido e etanol.

Fonte: IAE/DCTA, com edição do blog Panorama Espacial.
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sábado, 14 de junho de 2014

Cooperação Brasil - China: reunião da COSBAN

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Comissão sino-brasileira de alto nível se reúne no INPE

Quinta-feira, 12 de Junho de 2014

A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) reuniu-se no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), nos dias 9 e 10 de junho, para discutir a viabilidade da missão do CBERS-4A e a continuidade do programa sino-brasileiro de satélites com o desenvolvimento dos CBERS-5 e CBERS-6.

O andamento dos preparativos para o lançamento do CBERS-4, que deve ocorrer na primeira quinzena de dezembro, foi, também, tema da reunião. A perda do satélite CBERS-3, causada por falha do foguete chinês, em 9 de dezembro de 2013, levou ambos os países a decidirem adiantar o CBERS-4.

De acordo com os especialistas brasileiros e chineses, todas as etapas da montagem, integração e testes do CBERS-4 estão sendo cumpridas normalmente. No início de setembro, o satélite deverá passar pela Revisão Final de Projeto (FDR, na sigla em inglês), que antecede o envio do satélite para o lançamento, a partir da base de Tayuan, na China.

Participaram da reunião do Grupo de Trabalho da COSBAN especialistas e dirigentes do INPE, da Agência Espacial Brasileira (AEB) e de órgãos chineses ligados ao desenvolvimento de atividades espaciais, como a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês), contraparte chinesa do INPE na execução do Programa CBERS.

Intercâmbio

O Brasil aproveitou a reunião da COSBAN para apresentar proposta de plano de cooperação na área de educação e formação de recursos humanos. O objetivo é facilitar o intercâmbio de estudantes entre os dois países. Para o diretor do INPE, Leonel Perondi, é importante que os jovens tenham a oportunidade de participar de atividades não apenas em universidades estrangeiras, mas também em empresas de alta tecnologia no exterior. “Além de instituições de ensino, esse intercâmbio poderia incluir as indústrias”.

Programa CBERS

O Programa CBERS (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite) foi instituído por Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra. O lançamento do CBERS-4 foi antecipado para dezembro de 2014 após a falha ocorrida com o foguete chinês, no final de 2013, que causou a perda do CBERS-3. Antes, foram lançados com sucesso o CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003) e CBERS-2B (2007).

As imagens obtidas a partir dos satélites da série CBERS permitem uma vasta gama de aplicações – desde mapas de queimadas e monitoramento do desflorestamento da Amazônia, da expansão agrícola, até estudos na área de desenvolvimento urbano.

O Programa CBERS é um exemplo bem-sucedido de cooperação em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China.

Graças à política de acesso livre às imagens, uma iniciativa pioneira do INPE, as imagens do CBERS são distribuídas gratuitamente a qualquer usuário pela internet, o que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro.

O CBERS também é importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro, que se qualifica e moderniza para atender aos desafios do programa espacial. A política industrial adotada pelo INPE permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais. Assim, além de exemplo de cooperação binacional em alta tecnologia, o CBERS se traduz na criação de empregos especializados e crescimento econômico.

Mais informações: http://www.cbers.inpe.br/

Fonte: INPE
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quarta-feira, 11 de junho de 2014

AEB, Airbus DS e Safran juntas em educação espacial

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AEB firma programa de cooperação em educação espacial

Brasília, 11 de junho de 2014 – Com a finalidade de criar e implementar um projeto de educação espacial sob a forma de cooperação a Agência Espacial Brasileira (AEB) firmou nesta quarta-feira (11) um programa de cooperação em educação espacial com três instituições francesas e duas nacionais.

Pela França participam a Astrium SAS – BU Space Transportation, a Safran S.A. e o Instituto Superior de Aeronáutica e do Espaço (Isae) e pelo Brasil o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Fundação Universidade de Brasília (FUB).

O principal objetivo do programa é estabelecer missões de ensino e tutoria, com cursos de treinamento e workshops para estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) no âmbito do Projeto de Veiculo Lançador da Astrium e Safran para Estudantes Brasileiros.

O programa será coordenado e implementado por um comitê composto por representantes das seis entidades envolvidas.

A Astrium e a Safran pretendem promover o incremento de cooperações em pesquisa com o ITA, FUB e o Isae e desenvolver projetos de Pesquisa e Desenvolvimento envolvendo seus alunos. Tais projetos devem ser discutidos em base bilateral entre os parceiros e ser implementados com acordos de cooperação específicos.

Para o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, essa parceria tem um significado especial porque reúne duas questões fundamentais para que um empreendimento tenha sucesso que é a soma de objetivos comuns e o trabalho conjunto.

Em sua opinião, o programa firmado é de fundamental importância, pois “responde ao esforço nacional de formar recursos humanos para enfrentar os desafios tecnológicos impostos pelos avanços do mundo moderno”.

O reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, lembrou que França e Brasil têm uma longa trajetória de cooperação na área educacional e o acordo assinado vem ampliar a qualidade e o intercâmbio entre os dois países. Segundo ele, o programa também permite aumentar as oportunidades de intercâmbio para estudantes das duas nações.

O representante da Astrium, Jean Noel Hardy, disse que hoje é fundamental para todos os países o investimento na capacitação de recursos humanos, “dai a grande importância da parceria que estamos firmando”.

Na mesma direção se posiciona Michel Provost, representante da Safran, que considera esse acordo como um reforço no interesse que Brasil e França têm na área educacional ao mesmo tempo em que “convida dirigentes de outras instituições de ensino e pesquisa a se integrarem a essa iniciativa”.

O reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Marques de Camargo, foi representado na solenidade pela professora Ana Flávia Granja e Barros. Participaram ainda do evento os diretores da AEB, Carlos Gurgel, de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento; Petrônio Noronha de Souza, de Política Espacial e Investimentos Estratégicos; Marco Antônio Vieira de Rezende, de Transporte Espacial e Licenciamento; o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, e o Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Jean Robert Batana.

Fonte: AEB

Comentários do blog: embora ainda mantenha sua estrutura jurídica como Astrium, esta, desde o início do ano, faz parte da Airbus Defence and Space (Airbus DS), unidade do grupo europeu criada a partir da "fusão" entre a Cassidian (defesa), Airbus Military (aviões militares) e Astrium (espaço). É também interessante observar o enfoque no acordo de cooperação, direcionado em veículos lançadores. Como já abordamos em algumas ocasiões, há a alguns anos no governo discussões de alto nível envolvendo uma possível parceria internacional para o desenvolvimento de projetos de lançadores, com países como a França, Itália ou Rússia.
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Entrega do gravador de dados do CBERS 4

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Odebrecht Defesa e Tecnologia e Mectron entregam equipamento para o CBERS 4

Gravador digital de dados auxilia no monitoramento e controle de desmatamento

A Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) e sua controlada Mectron concluíram o terceiro modelo de voo do equipamento DDR - Gravador Digital de Dados para o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS 4, encomendado pela AEB - Agência Espacial Brasileira e pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O desenvolvimento do DDR é uma grande conquista para a indústria espacial brasileira, sendo o primeiro equipamento deste tipo a ser completamente desenvolvido e fabricado no Brasil.

O DDR concebido e entregue ao Cliente é responsável pelo armazenamento das imagens terrestres captadas pelas câmeras do satélite.

O equipamento já foi embarcado para a China, onde será integrado ao novo satélite previsto para ser lançado na segunda semana de dezembro deste ano. O DDR é composto por duas unidades: o SRR, um gravador de estado sólido, com cinco canais para dados de imagem e com capacidade de armazenamento de imagens digitais de 40 Gbytes, e o DSS, uma unidade de chaveamento de sinais.

Após serem captadas pelas câmeras, as imagens permanecem temporariamente armazenadas no DDR até que o satélite entre em “visada” com a estação de controle em solo, quando então são disponibilizadas aos transmissores do satélite que as enviam à estação de controle. Posteriormente, tais imagens serão utilizadas em importantes atividades como o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo e inúmeras outras aplicações.

Importância do CBERS e sua utilização dual

No Brasil, praticamente todas as instituições ligadas ao meio ambiente e recursos naturais são usuárias das imagens do CBERS. Esta família de satélites é considerada fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como o PRODES, de avaliação do desflorestamento na Amazônia, o DETER, de avaliação do desflorestamento em tempo real, e o CANASAT, monitoramento das áreas canavieiras, entre outros.

Fonte: Odebrecht Defesa e Tecnologia
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terça-feira, 10 de junho de 2014

Ciência & Tecnologia e desenvolvimento nacional

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Nova edição dos INCTs visa a reforçar o desenvolvimento no país

Brasília, 9 de maio de 2014 - O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, anunciou na sexta-feira (6), a continuidade de um robusto programa federal de ciência e tecnologia (C&T) para incentivar o desenvolvimento nacional, em cerimônia na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília (DF), que divulgou a nova edição do programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

Com isso se espera uma integração maior entre os projetos do governo com o setor empresarial, que é o responsável direto pela inovação no país.

“Esse programa está em construção. A proposta é combinar educação, ciência e tecnologia com o sistema empresarial, para pensar de forma sólida um projeto de desenvolvimento para o país. Estamos acompanhando todas as experiências internacionais e entendemos que essa mobilização é necessária, não só na área governamental, mas também no empresariado, porque quem materializa a inovação é o sistema produtivo”, disse Campolina.

Segundo o ministro, o trabalho é feito em parceria com os ministérios da Educação (MEC) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) para atender as diversas áreas que o programa pretende atingir. “A intenção é um programa de longo prazo, a depender de cada área. Estamos acompanhando as experiências mundiais, como se constrói plataformas para serem consistentes, como se realiza o casamento da política com C&T, e a aplicação prática”, explicou.

Recurso – A nova fase do programa dos INCTs destina R$ 641,7 milhões para a consolidação das unidades de pesquisa que ocupam posição estratégica no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) e estimular a formação de outras redes de cooperação científico-institucional de caráter nacional e internacional.

O edital foi publicado na sexta-feira (6) no Diário Oficial da União e a apresentação das propostas começa em 7 de julho e termina em 8 de setembro, com limite de previsão orçamentária de R$ 10 milhões para cada projeto. O resultado da seleção deve ser divulgado a partir de março de 2015 com a implementação dos projetos prevista para abril.

Do total dos recursos, R$ 300 milhões são do governo federal, por meio do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Os outros R$ 341,7 milhões são oriundos de 14 fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), do Amazonas, Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e da Bahia.

Outras entidades, públicas ou privadas, podem compor o grupo de financiadores das propostas, mesmo após a contratação dos projetos nos quais tenham interesse em aportar valores adicionais.

Resultados – Lançado em julho de 2008 com o objetivo de mobilizar os INCTs, com atuação em redes, o programa já articulou 1.937 instituições, com a participação direta de 6.794 pesquisadores e a publicação de 905 livros, 7.995 artigos em periódicos nacionais indexados e 26.215 artigos em periódicos internacionais indexados, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Foram requeridas 578 patentes pelos INCTs, das quais 265 já foram concedidas

A iniciativa, coordenada pelo MCTI e operacionalizada pelo CNPq, teve aproximadamente R$ 850 milhões, distribuídos em editais de 2008 e 2010. O prazo de conclusão dos projetos em andamento termina em 2015.

Os temas preferencialmente apoiados são: tecnologias ambientais e mitigação de mudanças climáticas; biotecnologia e uso sustentável da biodiversidade; agricultura; saúde e fármacos; espaço, defesa e segurança; desenvolvimento urbano; segurança pública; fontes alternativas de energias renováveis, biocombustíveis e bioenergia; nanotecnologia; pesquisa nuclear, tecnologia da informação e comunicação e controle e gerenciamento de tráfego aéreo.

Fonte: Agências Brasil e Gestão CT&I, via AEB
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domingo, 8 de junho de 2014

Thales Alenia Space e o mercado de comunicações

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Em 5 de junho, a companhia europeia Thales Alenia Space (TAS) anunciou ter firmado um contrato para a construção de um poderoso satélite geoestacionário de comunicações, o Europasat / Hellas-Sat 3, uma missão conjunta para as operadores Inmarsat e Hellas-Sat.

Após alguns anos difíceis para a TAS, que praticamente saiu do segmento comercial de missões geoestacionárias, perdendo terreno para as americanas SSL, Boeing e a europeia Airbus Defence and Space (antiga Astrium), 2014 se mostra um momento de recuperação. Além do Europasat, em maio a companhia franco-italiana fechou um negócio para a construção de dois satélites geoestacionários de médio porte para a operadora coreana KT Sat, previstos para serem lançados ao espaço em 2017. E tem adotado uma estratégia para buscar novos negócios no segmento comercial. No final de maio, a TAS e a francesa Snecma, do grupo Safran, firmaram um acordo para o desenvolvimento de uma plataforma Spacebus de nova geração dotada de propulsão totalmente elétrica, a tecnologia do "momento' em matéria de satélites geoestacionários.

No segmento governamental e de comunicações militares, a conquista mais recente da TAS foi no Brasil, com o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), contratado pela Visiona Tecnologia Espacial em dezembro do ano passado.

Thales Alenia Space no Brasil

Além do SGDC, a TAS está atenta a outras oportunidades no País, como o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), do Ministério da Defesa, o satélite meteorológico (ver reportagem na edição n.º 137 de Tecnologia & Defesa, que logo chegará às bancas), entre outras.

Joel Chenet, um executivo sênior com reporte direto ao presidente mundial da TAS, Jean-Louis Galle, tem liderado as ações da joint-venture no País.

O grupo francês Thales, que detém 67% da TAS (os demais 33% são detidos pelo grupo italiano Finmeccanica), tem forte presença local no Brasil, inclusive industrial, como a Omnisys, de São Bernardo do Campo (SP), que inclusive atua em alguns projetos do Programa Espacial Brasileiro (programa CBERS e satélite Amazônia-1, além de radares de rastreio dos centros de lançamento brasileiros). Em breve, a Thales deverá anunciar a abertura de uma unidade no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), onde já estão a Boeing e a Airbus.
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quinta-feira, 5 de junho de 2014

INPE deposita patente no exterior

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Pedido de patente do INPE é publicado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual

Quinta-feira, 05 de Junho de 2014

Criado por Luiz Antonio Waack Bambace, Paulo Giácomo Milani e Ulisses Thadeu Vieira Guedes, da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o “Método de Voo ou Reentrada na Atmosfera Utilizando Rotação“ teve seu pedido de patente recentemente publicado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês). Isto permitirá que empresas de outros países conheçam a tecnologia.

O pedido desta patente foi anteriormente depositado no Brasil e, também, através do PCT - Patent Cooperation Treaty (Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes).

“O depósito no PCT permite ao INPE obter uma busca internacional nas bases de patentes de todo o mundo para avaliar a invenção quanto a sua novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. É necessária a publicação pela WIPO para posteriormente ter efeito o seu depósito nos países membros deste Tratado”, explica João Ávila, do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do INPE.

Segundo o NIT/INPE, o instituto já recebeu relatório desta busca internacional e opinião escrita oficial favorável, o que deve permitir licenciamento ou transferência da tecnologia a empresas interessadas. O edital de oferta pública está em análise pela Direção do INPE e deve ser submetido à Consultoria Jurídica da União (CJU).

“A partir deste licenciamento o INPE terá condições de, através da empresa que ganhar o edital, depositar este pedido de patente nos vários  países cobertos pelo Tratado e solicitar a proteção desta tecnologia”, completa Ávila.

Fonte: INPE
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quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Espaço e Segurança Nacional", artigo de José Monserrat Filho

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Espaço e Segurança Nacional

José Monserrat Filho *

“Reconhecendo o interesse que apresenta para toda a humanidade o programa de exploração e uso do espaço cósmico para fins pacíficos...” Segundo item do Preâmbulo do Tratado do Espaço de 1967

As atividades espaciais – observação da Terra, monitoramento dos recursos naturais, previsão do tempo e estudos climáticos, alerta e mitigação dos desastres naturais, telecomunicações, cartografia, planejamento urbano, planejamento agrícola e pastoril, sistemas de navegação e localização, exploração do espaço profundo etc. – tornaram indispensáveis à vida diária dos habitantes do nosso Planeta, ao progresso da ciência, tecnologia e inovação, e à evolução da civilização humana.

Logo, nada mais justo, oportuno, apropriado e necessário do que considerar as atividades espaciais como de segurança global e de segurança nacional.

A segurança global pode ser entendida como a soma dos tratados, políticas públicas, programas, medidas e ações internacionais conduzidas pelos Estados e organizações intergovernamentais, como o sistema das Nações Unidas, bem como as iniciativas das organizações não governamentais, visando a promover a convivência pacífica e construtiva de toda a comunidade de Estados, fomentar um clima de confiança entre eles, assegurar a paz e a estabilidade nas relações internacionais, além de estimular a cooperação internacional nas áreas imprescindíveis à defesa e preservação da Terra e ao desenvolvimento nacional sustentável de todas as nações.

Isso inclui, em primeiro plano, a Carta das Nações Unidas, de 1945, que define como objetivo da organização “manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medidas coletivas eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão, ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos, e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, a um ajustamento ou solução das controvérsias ou situações internacionais que possam levar a uma perturbação da paz”. Eis a base da concepção de segurança coletiva, inovação histórica e missão maior das Nações Unidas.

A segurança nacional, por sua vez, pode ser definida como o conjunto de leis, políticas públicas, programas, projetos e ações destinadas a promover a exploração e o uso do espaço exterior para fins pacíficos, e o desenvolvimento científico, tecnológico, industrial, econômico, social e cultural do País, bem como a defesa dos legítimos interesses de proteção, paz, tranquilidade e bem estar da população brasileira.

Trata-se de um novo conceito, amplo e abrangente, que vai muito além da visão limitada que predominou entre nós há algumas décadas e que precisa ser superada por inteiro, em perfeita sintonia com os imperativos dos novos tempos, em pleno século 21, quando se desenvolvem teorias e práticas sobre segurança alimentar, segurança ecológica, segurança econômica, segurança jurídica, segurança global, entre outras.

Como, por exemplo, tratar da Amazônia e suas imensas riquezas, em todos os seus múltiplos e complexos aspectos, inclusive e sobretudo do ponto de vista espacial, a não ser em termos de segurança nacional?

Assim, alinhar as atividades espaciais no âmbito da segurança nacional se justifica perfeitamente, com o benefício inestimável de dar a elas o mais alto grau de
prioridade e as facilidades operacionais que merecem e necessitam, mais do que nunca, em nosso País.

Como se não bastasse, há ainda a vantagem crucial de unir e alavancar os programas espaciais de natureza civil e de defesa. O Brasil não tem problemas de guerra no nosso continente e em qualquer lugar do mundo. Somos um país com longa tradição na defensa da paz e da solução pacífica das controvérsias.

Logo, nossas atividades espaciais de defesa e nossas atividades espaciais civis podem constituir um único grande programa, mais objetivo, mais eficiente, mais econômico, atendendo melhor as crescentes demandas de desenvolvimento nacional no setor, e obedecendo a uma política de Estado, de longo prazo e largas perspectivas.

Creio que vale a pena pensar sobre estas hipóteses.

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica, Membro do Comitê Espacial do Internacional Law Association (ILA) e, atualmente, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB). Este artigo expressa apenas as ideias do autor e não reflete posições da AEB, nem de nenhuma outra instituição aqui mencionada.
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terça-feira, 3 de junho de 2014

Workshop Brasil - União Europeia

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Workshop Brasil-União Europeia debate Observação da Terra

Brasília, 3 de junho de 2014 – O evento, organizado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pela União Europeia (UE), se realiza na sexta-feira (6), como parte da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), marcada para os dias 5 e 6, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).

A intenção é mobilizar as instituições de ensino e pesquisa, bem como as empresas do segmento aeroespacial do Vale do Paraíba. Participam da abertura os diretores da área de empresas da UE, Philippe Burnet, de Política Espacial e Investimentos da AEB, Petrônio Noronha de Souza, e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi.

Na programação estão nove palestrantes indicados pela UE e nove brasileiros, ligados ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), Secretaria do Meio Ambiente de São José dos Campos, Inpe, Embrapa, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Agência Nacional de Águas (ANA), e empresa Geoambiente

O workshop inclui a discussão dos seguintes temas: Observação da Terra – Disseminação de Dados de Infraestruturas Espaciais; Pesquisa e Indústria; Segurança Alimentar e Monitoramento de Culturas; Desastres Naturais; Serviços e Usuários; Monitoramento Ambiental; e Recursos Hídricos.

Especial relevância terá nas apresentações europeias, o Programa Copernicus, constelação de satélites de observação da Terra de cobertura global, cujo primeiro satélite, Sentinel-1, foi lançado em 3 de abril último.

Confira a programação completa em: http://www.sbpcnet.org.br/valeparaiba/atividades/

Fonte: SBPC, via website da AEB.
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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Diretor da AEB é premiado

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Diretor da AEB recebe prêmio de instituição Internacional

Brasília, 02 de junho de 2014 – O chefe da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI) da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho, recebeu o prêmio Serviços Relevantes – 2014, do Instituto Internacional de Direito Espacial (IISL, na sigla em inglês), entidade sediada em Paris, na França.

De acordo com o seu vice-presidente, K.R.Sridhara Murthi, Monserrat foi escolhido não só pela valiosa contribuição que tem dispensado à instituição, mas pela dedicação e serviços desenvolvidos junto a IISL em prol do uso pacífico das atividades espaciais pelos países.

O prêmio será entrega no 65º Congresso Internacional de Astronáutica, que se realiza de 29 de setembro a 3 de outubro próximos em Toronto, no Canadá. Além do IISL, Monserrat também é membro do Comitê de Direito Espacial da International Law Association (ILA), coordenador do Núcleo de Estudos de Direito Espacial (Nede) e vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA).

Fonte: AEB
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domingo, 1 de junho de 2014

Reunião regional da SBPC e cooperação com a Europa

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Entre os dias 5 e 6 de junho, acontecerá no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Vale do Paraíba, que tratará de algumas temáticas aeroespaciais.

No primeiro dia, acontecerá a mesa-redonda "Sistemas e Desafios da Indústria Espacial", que contará com a participação de representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e indústria. No dia 6, outra mesa-redonda, "O Novo caça da Força Aérea Brasileira e seu Impacto na Indústria Aeronáutica", reunirá especialistas da Força Aérea Brasileira e Embraer, entre outros.

Paralelamente ao evento, dirigentes da AEB se reunião com representantes da União Europeia para discutir propostas de utilização de dados de observação terrestre gerados do espaço, entre outros assuntos. Uma das possibilidades em discussão envolve o acesso gratuito por parte de instituições brasileiras dos dados gerados por satélites do programa Copernicus, executado pela Agência Espacial Europeia.

Para mais informações sobre a Reunião Regional, acesse http://www.sbpcnet.org.br/valeparaiba
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2ª edição do Simpósio Aeroespacial Brasileiro

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2ª edição do Simpósio Aeroespacial Brasileiro tem público recorde

30/05/2014

Após três dias de atividades, chegou ao fim na última quinta-feira, dia 29, a 2ª edição do Simpósio Aeroespacial Brasileiro, promovido pela Associação Brasileira Aeroespacial. Durante o encontro, foram apresentados 49 trabalhos técnico-científicos e promovidas três palestras, além de uma mesa redonda com pesquisadores argentinos, com o intuito de estreitar relações e criar possibilidades de cooperação.

Dentre as pesquisas apresentadas, 25 são provenientes do projeto Uniespaço, através do qual a Agência Espacial Brasileira (AEB) aloca recursos nas universidades e outras instituições de ensino públicas, de forma a trazê-las para dentro do Programa Espacial Brasileiro. É o caso dos mestrandos Diego Fernandes Moro e Antônio Carlos, que vieram de Curitiba para representar a Universidade Federal do Paraná (UFPR), pela segunda vez. “Só o nosso grupo de pesquisa vai apresentar seis trabalhos. Simpósios, seminários e congressos na área aeroespacial são muito raros no Brasil, então esta é uma oportunidade única de conversar com outros pesquisadores e estabelecer novas parcerias.

Segundo o organizador do evento, Paulo Moraes, embora não se tenha trabalhado para aumentar o número de inscritos, houve acréscimo em relação ao Simpósio anterior, realizado em 2012. “Este é um momento importante de circulação de ideias, estabelecimento de contatos e a possibilidade de integração entre alunos, pesquisadores, instituições de pesquisa e indústria, ou seja, entre os vários atores envolvidos no processo. E não poderíamos ter um espaço melhor que o Memorial Aeroespacial Brasileiro para as atividades, onde se encontra tudo que foi feito nos últimos 60 anos, nas áreas de aeronáutica e espaço”, afirma Moraes.

Fonte: DCTA
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