segunda-feira, 30 de maio de 2016

Os preparativos para o SGDC

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Brasil se prepara para lançar satélite geoestacionário

Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) está em fase de testes. Profissionais se preparam para controlar o equipamento que vai levar banda larga a todo o País e garantir comunicação segura ao governo brasileiro

30/05/2016

É em Cannes, cidade ao sul da França, que o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) passa, a partir do mês de abril, por testes para simular as condições encontradas no espaço. Com 5,8 toneladas e cinco metros de altura, o satélite será levado para um suporte que o faz vibrar, simulando as condições de lançamento.

Já para os meses de junho e julho está prevista a campanha de testes de comunicações. Dentro de uma câmara anecóica, que não reflete as ondas de rádio, serão avaliadas a qualidade do sistema e das antenas responsáveis por transmitir e receber os sinais. O primeiro teste do satélite, iniciado em março, foi o térmico: o equipamento foi colocado em uma câmara de vácuo e submetido a temperaturas entre -100 °C a 125 °C.

Os testes fazem parte da fase final de preparação para o lançamento, previsto para o segundo semestre de 2016. O SGDC ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo o território brasileiro e o oceano Atlântico.

De lá, o satélite vai se comunicar com uma antena de 18 metros de altura, 13 metros de diâmetro e 42 toneladas, localizada em Brasília (DF). Uma segunda antena, em um centro de controle secundário, ficará no Rio de Janeiro (RJ).

No espaço, por meio da banda Ka, o SGDC terá capacidade para tramitar 54 gigabits por segundo, sendo considerado pelo Governo Federal como prioritário para expandir o acesso à banda larga em regiões remotas do país. Ao mesmo tempo, por meio da banda X, o satélite será utilizado para transmissões militares.

O projeto, uma parceria entre os ministérios da Defesa, das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação, é um investimento da ordem de R$ 1,7 bilhão. A expectativa é entrar em serviço no início de 2017, após um período de ajustes, e permanecer ativo durante quinze anos.

Participação brasileira – De olho no desempenho do satélite estão brasileiros como o Tenente-Coronel Christian Taranti. Engenheiro eletrônico da Força Aérea Brasileira e doutor pela Naval Postgraduate School (EUA), o militar atua na definição dos procedimentos de controle da órbita do satélite, nos procedimentos de voo e na engenharia de sistemas do satélite. “Minha atuação é particular, tanto no segmento de solo quanto no satélite. Isto me permite uma visão global, identificando interdependências entre o satélite, a estação de solo e os clientes, no caso militares e civis”, explica o engenheiro.

A participação dos brasileiros em todas as etapas, construção, montagem e testes, permite a cada um conhecer melhor os procedimentos e também as dificuldades práticas encontradas em cada área de atuação (térmica, mecânica e comunicações). Outros parâmetros devem ser levados em consideração e contornados para que os resultados previstos durante o projeto do satélite, possam ser validados e confirmados durante os ensaios.

São cerca de 30 profissionais brasileiros, oriundos da Agência Espacial Brasileira, Telebras, Visiona, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ministério da Defesa, que acompanham o processo, cada um dedicado a uma área específica. A presença de profissionais brasileiros, militares e civis, faz parte do processo de absorção de tecnologia. O conhecimento detalhado vai permitir que eles identifiquem e resolvam possíveis falhas de funcionamento que possam vir a surgir durante os 15 anos de vida útil do satélite. A expertise também será útil às organizações em projetos futuros de novos satélites.

A visão geral sobre o funcionamento, desenvolvimento e fabricação do SGDC é considerada pelas organizações brasileiras como um passo importante para que o Centro de Operações Espaciais (COPE) possa, futuramente, especificar e contratar novos satélites, tanto em relação à infraestrutura de solo como a parte espacial. “Cada um está sendo exposto não só a novas tecnologias, mas principalmente novos conceitos, novas formas de trabalhar. Diversos pontos do projeto e da operação de satélites vão sendo, aos poucos, compreendidos e desmistificados”, analisa o Tenente-Coronel.

Fonte: FAB, via AEB, com edição do blog.
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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cubesats: testes do ITASAT na Holanda

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ITASAT passa por testes na Holanda

A equipe do ITASAT esteve na Holanda, durante as últimas 4 semanas. O objetivo era realizar a completa integração de sistemas, bem como os testes finais do satélite, antes do lançamento, previsto para setembro deste ano.

O ITASAT segue o padrão cubesat (modelo baseado em cubos de 10x10x10cm) e possui 6U, o que torna o satélite mais complexo. Segundo o gerente do projeto, professor e pesquisador Luís Loures, “Durante o período de integração e testes, procederam-se os ajustes que faltavam, com sucesso”. Os testes aconteceram na Innovative Solutions In Space (ISIS), empresa spin off da Universidade de Tecnologia de Delft e uma das mais especializadas em nanossatélites do mundo. Lá, o ITASAT passou por ensaio de vibração nos 3 eixos, bakeout (submissão do satélite a altas temperaturas a fim de se retirar substâncias voláteis), ensaio de ciclo térmico (variação de baixas para altas temperaturas, -20° a 60°C), ensaio de propriedade de massa, além dos demais ensaios funcionais, que já eram feitos aqui.

“A cada teste ambiental eram realizados testes funcionais para avaliar se havia danos causados por aqueles testes, o que não aconteceu. Nossos resultados eram sempre positivos”, explica Lídia Hissae Shibuya Sato, coordenadora técnica do projeto. “Foram semanas em que a gente conseguiu cumprir todas as atividades previstas, com resultados bastante satisfatórios. A equipe esteve muito unida e aproveitou cada momento de aprendizagem. O apoio da ISIS foi enorme, tanto no suporte logístico quanto técnico. Foi uma experiência incrível”, completa.

Dois revisores da Agência Espacial Brasileira (AEB) foram até a Holanda, a fim de verificar o andamento do projeto para a agência. Eles comentaram com a equipe que ficaram satisfeitos com o desempenho, apesar da juventude do grupo, formado principalmente por bolsistas. Junto estava o professor Valdemir Carrara, que acompanhou o início da missão, como responsável pelo controle de atitude, onde verificou os algoritmos de controle do sistema, desenvolvido por ele próprio.

O lançamento acontecerá na Base Aérea de Vandenberg, na California, Estados Unidos, pela SpaceX. O lançador é o Falcon 9, que levará um satélite de grande porte e mais 80 cubesats, sendo apenas três no padrão 6U, incluindo o ITASAT. “O conhecimento gerado pelo desenvolvimento do ITASAT eleva o ITA a um novo patamar de competência no ensino de engenharia aeroespacial, podendo colaborar com outros projetos nacionais, incluindo os de Defesa”, declara professor Anderson Ribeiro Correia, reitor do ITA.

Fonte: ITA


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VS-30/IO voa na Austrália

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Foguete brasileiro é lançado na Austrália

23/05/2016

No dia 18/05/2016 foi lançado o foguete suborbital VS-30/IO V12 com a carga útil HiFire 5B do Centro de Lançamento de Woomera - WIR (Woomera Instrumeted Range) - Austrália. O voo do foguete foi nominal (apogeu de 278 km; alcance de 390 km) e o experimento foi realizado com sucesso. A carga útil levou o experimento hipersônico HiFire - Hypersonic International Flight Research Experimentation Program.

Esta foi a primeira vez que um foguete brasileiro é lançado do território Australiano. O próximo voo está previsto para 2017 de um foguete VSB-30 com a carga útil HiFire 4.

Assista ao vídeo do lançamento abaixo:


Fonte: IAE/DCTA
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cooperação Brasil - EUA: visita ao CLA

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CLA recebe embaixadores e Força Aérea dos Estados Unidos

23/05/2016

O Centro de Lançamento de Alcântara recebeu nos dias 19 e 20 de maio, a visita técnica de integrantes da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e da United States Air Force (USAF). A visita teve por objetivo promover a troca de conhecimentos sobre as atividades espaciais desenvolvidas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Participaram da visita o Ministro Conselheiro para Assuntos Comerciais da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Enrique Galindo Ortiz que foi acompanhado de oficiais do Escritório de Ligação Militar do órgão diplomático norte-americano. Pela USAF estiveram presentes o oficial especialista em assuntos espaciais da 12ª Força Aérea (AFSOUTH), Tenente Coronel Banta York, além de representante da Divisão de Operações Espaciais do Air Force Space Command (AFSPC) e do Air Force Research Laboratory (AFRL).

A atividade foi iniciada com uma apresentação institucional da organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB) realizada pelo Coronel Aviador Cláudio Olany Alencar de Oliveira, Diretor do CLA. Na apresentação, o coronel Olany destacou o histórico das atividades espaciais no Brasil, estrutura de funcionamento do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), meios operacionais e de apoio atualmente disponíveis no CLA, principais operações realizadas, futuros lançamentos e desafios enfrentados pelo Centro.

Os visitantes puderam conhecer as instalações operacionais do Centro de Controle – coordenação das operações de lançamento – estações do Setor de Comando e Controle (SCC) como a Meteorologia, Telemedidas e Rastreio. No Setor de Preparação e Lançamento (SPL), a comitiva norte-americana conheceu as novas instalações do Prédio de Segurança e do Prédio de Depósito de Propulsores, essenciais para o aumento da segurança durante as campanhas de lançamentos.

Além dos prédios recém-inaugurados, os visitantes conheceram o mock-up em dimensões reais do foguete suborbital VSB-30, veículo certificado para lançamentos no exterior que já cumpriu mais de 20 operações com sucesso em solo europeu. Também foi visitada, a Casamata, a estrutura mais próxima das plataformas de lançamentos e que abriga em segurança parte das equipes envolvidas com as operações. O primeiro dia de visita foi encerrada na Torre Móvel de Integração (TMI), estrutura de montagem e operação do Veículo Lançador de Satélites (VLS), o maior foguete de desenvolvimento nacional.

O Ministro Conselheiro para Assuntos Comerciais da Embaixada dos Estados Unidos, Enrique Galindo Ortiz, apresentou dados atualizados sobre o setor espacial no mundo e perspectivas de negócios relacionadas à área junto aos Estados Unidos por meio de acordos e parcerias. O subchefe da Divisão de Operações Espaciais do Comando Espacial da Força Aérea (AFSPC), Timothy Leroy, apresentou a política, doutrina e processos de lançamento espacial nos Estados Unidos.

No último dia da visita, o tenente coronel York, especialista em atividades espaciais da 12ª Força Aérea (AFSOUTH) e do Comando Espacial da Força Aérea (AFSPC) fez uma realizou uma apresentação com o histórico das atividades espaciais nos Estados Unidos, contemplando os primórdios da corrida espacial no pós II Guerra Mundial, últimos avanços com o lançamento de veículos reutilizáveis e o futuro do setor espacial. Na sequência, Timothy Leroy, do Comando Espacial da Força Aérea (AFSPC) detalhou as missões da 45ª Ala Espacial/ Grupo de Operações Espaciais e de esquadrões de lançamento nos Estados Unidos, com ênfase na alta operacionalidade das organizações envolvidas na área.

Por fim, o físico de Pesquisa Sênior, Ronald Glen Caton, da Diretoria de Veículos Espaciais do Laboratório de Pesquisas da Força Aérea (AFRL) falou sobre as atividades desempenhadas pela instituição de pesquisas da USAF que desenvolve estudos e pesquisas espaciais por meio dos lançamentos e observações na Estação Espacial Internacional, resultando em novos produtos e melhorias na vida cotidiana de toda sociedade.

“Foi um encontro muito significativo, onde foi criado um diálogo entre os países e compartilhada experiências e práticas desenvolvidas no âmbito do programa espacial para a competitividade dos países, desenvolvimento de indústrias vinculadas à área espacial e criação de emprego e renda”, afirmou Enrique Galindo Ortiz, Ministro Conselheiro para Assuntos Comerciais da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

“Devido as altas cifras envolvidas na atividade espacial, a cooperação mútua é um caminho que as nações vêm seguindo, como forma de reduzir custos e obter máximo desempenho com ganhos compartilhados”, afirmou o coronel aviador Cláudio Olany Alencar de Oliveira, diretor do CLA.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Reunião no CLA discute foguetes e lançadores

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Especialistas discutem projetos da área espacial brasileira em Alcântara (MA)

17/05/2016

O Grupo Interfaces de Lançamento (GIL 1/2016), organizado pela Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 60-1, reuniu-se no primeiro encontro do ano, no período de 2 a 6 de maio, no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), quando foram discutidos os detalhes da Operação Rio Verde e o orçamento da Agência Espacial Brasileira (AEB), para o biênio 2016 e 2017. Também foram apresentadas por especialistas as principais atividades e projetos referentes ao setor espacial brasileiro que estão em andamento.

No encontro aconteceu ainda a Reunião de Acompanhamento de Interfaces (RAI), que abordou os requisitos necessários para o sucesso do lançamento do foguete brasileiro VSB-30, que levará a bordo quatros experimentos científicos e tecnológicos selecionados pelo Programa Microgravidade da AEB.

O VSB-30 é um veículo suborbital com dois estágios de propulsão sólida com capacidade de transportar cargas úteis de 400 kg, para experimentos na faixa de 270 km de altitude. Para experimentos em ambiente de microgravidade, o VSB-30 permite que a carga útil permaneça cerca de seis minutos acima da altitude de 110 km.

A execução da Operação Rio Verde foi apresentada pelo engenheiro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Eduardo Dore Roda. O engenheiro do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Mauro Melo Dolinsky ressaltou a importância de o CLA utilizar uma nova antena de telemetria e a necessidade do retorno da operação do radar meteorológico. O cronograma e a possibilidade de realizar a operação no próximo mês de outubro, foram discutidos pelo grupo.

Experimentos - Os experimentos selecionados pela Comissão de Coordenação do Programa Microgravidade foram apresentados aos participantes pelo tecnologista do IAE, José Bezerra Pessoa Filho. Os experimentos escolhidos para serem observados em ambiente de microgravidade são de pesquisadores e docentes de universidades brasileiras.

O foguete suborbital VSB-30 levará quatro experimentos em seu voo, como a Solidificação de Ligas Eutéticas em Microgravidade, do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Chen Ying An; também serão observados os Efeitos da Microgravidade Real no Sistema Vegetal de Cana-de-Açúcar, da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Katia Castanho Scortecci.

Os outros dois experimentos são: a Plataforma de Aquisição para Análise de Dados de Aceleração II (PAANDA II), do professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Marcelo Carvalho Tosin, e as Novas Tecnologias de Meios Porosos para Dispositivos com Mudança de Fase, da professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marcia Barbosa Henriques Mantelli.

Os serviços básicos desses experimentos, como suporte mecânico, energia, comunicação, estabilização e sistema de recuperação serão fornecidos pela plataforma suborbital que será transportada ao espaço na parte superior do veículo VSB-30.

Orçamento – O diretor da área de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, Marco Antônio Vieira de Rezende, apresentou a situação orçamentária da Agência para 2016 e 2017, e destacou as medidas tomadas para diminuir os prazos de liberação de crédito e os obstáculos enfrentados para captar recursos a serem empregados no Programa Espacial Brasileiro. As dificuldades do planejamento orçamentário devido às incertezas políticas e financeiras que envolvem todo o país, também foram destacadas pelo diretor.

O programa de lançamentos previsto para 2016, a previsão de futuros lançamentos, como por exemplo, a Operação Mutiti, com o VS-30/Orion, para 2017, as missões dos veículos lançadores, como o VLA-1, VS-43, VS-50 e o VLM-1 e projetos afins, além das obras, revitalização e operacionalidade nos Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal (RN) e do CLA foram pautas de discussão deste primeiro encontro.

Participaram da primeira reunião do GIL 2016 cerca de 50 especialistas do setor espacial brasileiro, entre militares e servidores civis pertencentes Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), DCTA, AEB, IAE, e dos centros de lançamento do CLA e do CLBI. A próxima reunião do grupo está prevista para acontecer no segundo semestre deste ano.

Fonte: AEB
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terça-feira, 17 de maio de 2016

Minicurso em Robótica Espacial no ITA

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Professor da MCGill University leciona minicurso em Robótica Espacial

O ITA recebeu, de 9 a 12 de maio, a visita do professor Arun K. Misra, da universidade McGill, uma das mais renomadas do Canadá. Durante a semana, ele ministrou aulas na área de robótica espacial.

O professor Misra é especialista em dinâmica orbital, com foco em robótica espacial e dinâmica e controle de espaçonaves. Também é integrante da International Astronautical Federation, IAF, organização dedicada a estudar como expandir as fronteiras do espaço, bem como promover o desenvolvimento da astronáutica para fins pacíficos.

No ITA, o professor ministrou o minicurso: introdução a dinâmica e controle de robôs espaciais. Trata-se de robótica espacial e foi voltado para alunos de mestrado e doutorado do ITA que tenham interesse nesta área.

A oportunidade do minicurso se deu pela proximidade com o professosr Ijar Fonseca, do ITA, que também é membro do comitê internacional, da IAF. O suporte da visita é oriundo do Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) - para estudos espaciais, bem como do projeto de robótica espacial, no ITA, que obteve suporte da Agência Espacial Brasileira, AEB.

Essa visita ainda visa estreitar o relacionamento com a McGill University, buscando estabelecer uma cooperação com o ITA, a fim de se oferecer oportunidade de nossos estudantes em programas de graduação e pós-graduação sanduíche no Canadá.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do ITA, com edição do blog Panorama Espacial.
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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Especialistas atestam qualidade das imagens do CBERS-4

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Especialistas atestam qualidade das imagens do CBERS-4

Sexta-feira, 13 de Maio de 2016

A qualidade das imagens obtidas pelas câmeras do satélite sino-brasileiro foi atestada durante a Revisão Final de Comissionamento do CBERS-4, realizada nesta quarta-feira (11/5) na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

O CBERS-4 é o quinto satélite do Programa CBERS e conta com quatro câmeras, duas brasileiras (MUX e WFI) e duas chinesas (PAN e IRS). A multiplicidade de sensores torna o CBERS-4 capaz de atender a diversas aplicações, como monitorar desmatamentos, queimadas, o nível de reservatórios, desastres naturais, a expansão agrícola e o desenvolvimento das cidades, entre outras.

“Os principais objetivos da Revisão foram avaliar a qualidade radiométrica e geométrica das câmeras e disponibilizar o satélite para a operação de rotina”, informa Antonio Carlos de Oliveira Pereira Junior, que coordena o Segmento Espacial do Programa CBERS.

Os resultados do período de comissionamento foram avaliados por um Comitê Revisor, que considerou não haver qualquer impedimento para a operação de rotina do CBERS-4.

É chamada de comissionamento a primeira fase de funcionamento em órbita de um satélite, quando seus equipamentos e subsistemas passam por testes e ajustes. Mesmo antes do final do comissionamento, o INPE já vinha disponibilizando as imagens do CBERS-4 no catálogo online.

“Os usuários têm nos dado retorno positivo sobre o uso das imagens”, comenta João Vianei Soares, coordenador do Segmento de Aplicações do Programa CBERS. “Imagens da câmera brasileira MUX foram usadas para avaliar a extensão do desastre em Mariana, por exemplo. A resolução da PAN é ótima para estudos urbanos. A câmera WFI, com 65 m de resolução e quase 900 km de faixa, revisita o mesmo alvo a cada 5 dias , com excelente qualidade tanto geométrica quanto radiométrica, e já está em uso nos projetos DETER e PRODES. A IRS também podem atender a diferentes usos. Cada câmera possui um nível de resolução capaz de gerar imagens no detalhamento necessário conforme a aplicação”.

A Revisão Final de Comissionamento do CBERS-4 contou com a presença do diretor do INPE, Leonel Perondi, e dos coordenadores dos segmentos Espacial, de Aplicações e de Controle do Programa CBERS, além de especialistas do Instituto e da AMS Kepler Engenharia de Sistemas, responsável pelo software utilizado no processamento das imagens do satélite.

Lançado em dezembro de 2014, o satélite CBERS-4 é resultado do esforço pela capacitação e crescimento do mercado de alta tecnologia no país. Mais informações sobre o Programa CBERS (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite) estão disponíveis na página www.cbers.inpe.br

Fonte: INPE
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terça-feira, 10 de maio de 2016

Cooperação Brasil - China

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INPE e Academia Chinesa de Ciências avaliam atividades de laboratório conjunto de clima espacial

Terça-feira, 10 de Maio de 2016

Dirigentes e pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS), do Observatório Astronômico de Xangai (SHAO) e do Centro Nacional Chinês para Ciência Espacial (NSSC) estiveram em 3 de maio no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Durante a visita, foram discutidas atividades em prol do China-Brazil Joint Laboratory for Space Weather. Instalado em agosto de 2014 na sede do INPE, em São José dos Campos (SP), o laboratório conjunto tem fomentado a cooperação entre o Brasil e a China em pesquisa, desenvolvimento científico e formação de recursos humanos.

Entre as ações em curso por meio desta parceria, destaca-se o estabelecimento, na região Sul do Brasil, de um Observatório do Clima Espacial.

Por ocasião da visita, o INPE e as instituições chinesas também manifestaram interesse em explorar novos setores de cooperação na área de ciências atmosféricas, monitoramento de lixo espacial, entre outros, bem como o intercâmbio de cientistas entre os dois países e a formação de pós-doutorandos.

Foi proposta ainda a realização de workshop científico no âmbito do China-Brazil Joint Laboratory for Space Weather. Além de INPE e CAS, o evento teria a participação de outros institutos de pesquisa e universidades do Brasil e da China, com o objetivo de estender a parceria em áreas de interesse mútuo.


Fonte: INPE
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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Projeto Incra Sat: a gênese

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Conforme divulgado pelo blog Panorama Espacial na semana passada, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assinaram em 5 de maio um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de um sistema espacial de observação da Terra, denominado Incra Sat. Apresentamos a seguir mais informações sobre o projeto.

Ao menos desde o ano passado, o Incra tem analisado com maior atenção a ideia de contar com um sistema próprio de observação terrestre, formado por veículos aéreos não tripulados (VANT) e satélites, análises estas que têm contado com a participação da Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal Telebras.

Embora constituída inicialmente com o propósito de viabilizar o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) e atuar como prime contractor de missões satelitais do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), a Visiona ampliou seu escopo de atuação em novembro de 2015, quando do lançamento de serviço de sensoriamento remoto por satélite, baseado na comercialização de imagens geradas por satélites de parceiros internacionais dos EUA, Japão, França e Alemanha.

A análise de notícias e relatórios divulgados pelo Incra em seu website dão uma breve noção sobre a gênese do Incra Sat, projeto cujas primeiras linhas foram delineadas em 2015.

A exemplo de outros órgãos e autarquias do governo federal, o Incra faz uso em suas atividades de imagens geradas por satélites, adquiridas de fornecedores privados. Neste sentido, técnicos da Visiona desenvolveram estudo sobre as ações conduzidas pelo Instituto, que poderiam ser aperfeiçoadas a partir de soluções customizadas de sensoriamento remoto. Com base nesse estudo e em discussões com a Visiona, a direção do Incra chegou à conclusão de que, “em virtude do volume de imagens a serem adquiridas para fins diversos e da importância do sensoriamento remoto para suas ações”, seria viável um acordo com outras instituições públicas para o investimento em um satélite próprio.

Com base nesta demanda, um estudo de viabilidade técnica tem sido executado pela Visiona e Incra e deverá ser apresentado para potenciais parceiros, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Dando continuidade às discussões, em 9 de março, representantes do Incra e da Visiona se reuniram novamente para tratar do uso de tecnologias de geoprocessamento para gestão territorial, dando continuidade ao projeto do Instituto "de modernização tecnológica [...] com a utilização de sistemas de sensoriamento para desenvolvimento das ações de cadastro, certificação e regularização de imóveis rurais, obtenção de terras para reforma agrária, fiscalização e gestão ambiental de assentamentos, revisão ocupacional e planejamento de infraestrutura nas áreas de reforma agrária."

Um novo encontro foi agendado para 30 de junho, ocasião em que deverá ocorrer a apresentação das especificações do projeto, plano de negócio (considera-se a comercialização de imagens excedentes geradas pelo satélite) e cronograma de desenvolvimento da parceria entre Incra e Visiona. Presume-se que a AEB passará a ter algum envolvimento direto nesta fase, tendo em vista o acordo firmado no início de maio.

Breves comentários

Alguns pontos relacionados ao Incra Sat merecem comentários específicos:

- Um único satélite? É interessante observar que as notícias até então divulgadas mencionam apenas um satélite (no singular), e não uma constelação (ao menos dois satélites). Tendo em vista que satélites de sensoriamento são posicionados em órbitas baixas, quanto maior o número de satélites, maior o número de revisitas a uma mesma área, característica essencial para determinadas aplicações.

- Um satélite construído localmente? Apesar de ainda esta em fase embrionária, cabe a especulação de se o satélite, uma vez contratado, seria construído localmente ou adquirido diretamente no exterior. Imagina-se que questões como custos, prazos e capacitação tecnológica serão essenciais nessa decisão. O Incra Sat poderia vir a ser a primeira experiência real da Visiona como prime contractor da indústria espacial brasileira?

- Deficiências na estrutura e governança do Programa Espacial Brasileiro. Apesar de louvável em certos aspectos, o lançamento do projeto Incra Sat escancara mais uma vez sérias deficiências na estrutura e governança atuais do Programa Espacial Brasileiro, em particular, do PNAE. É inegável que existe enorme demanda governamental (e das forças armadas) por dados gerados a partir do espaço. Caso tal demanda fosse devidamente organizada e centralizada, haveria, em tese, maior racionalização dos recursos e investimentos, viabilizando projetos como a compra e/ou desenvolvimento de satélites próprios.
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Seleção de Diretor do INPE: nomes da lista tríplice

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Nomes da lista tríplice para ser o novo diretor do INPE

Redação SindCT
6 de maio de 2016, atualizado em 07/05 - 10:00

Embora ainda não tenha sido divulgada oficialmente, chegou a nossa redação a informação dos nomes selecionados pelo Comitê de Busca para compor a lista tríplice de candidatos a assumir a direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Um deles será escolhido pela ministra em exercício da Ciência, Tecnologia e Inovação, Emília Ribeiro, para ser o novo diretor ou diretora do Instituto.

São eles: César Celeste Ghizoni,  Ricardo Magnus Osório Galvão e Thelma Krug.

Não sabemos qual foi a ordem escolhida pelo Comitê. Geralmente os ministros nomeiam o primeiro da lista.

Em breve, mais detalhes.

Fonte: SindCT.

Comentários do blogCesar Celeste Ghizoni é engenheiro eletrônico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com passagens pelo INPE e indústrias do setor espacial. Fundou a Equatorial Sistemas, de São José dos Campos (SP). Ricardo Magnus Osório Galvão é físico e engenheiro, professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é presidente da Sociedade Brasileira de Física. Thelma Krug é graduada em Matemática pela Roosevelt University, dos EUA. É pesquisadora do INPE, estando atualmente cedida ao Ministério do Meio Ambiente como diretora do Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento.
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domingo, 8 de maio de 2016

DETER-B: novo sistema de alerta de desmatamento na Amazônia

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INPE aprimora sistema de alerta de desmatamento na Amazônia

Quinta-feira, 05 de Maio de 2016

O DETER-B, novo sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para gerar alertas em tempo quase real sobre o desmatamento na Amazônia, foi apresentado na tarde desta quinta-feira (5/5) no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, durante o lançamento da Estratégia do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros.

Baseado em dados de satélite com resolução de 60 metros, o DETER-B é capaz de discriminar polígonos superiores a 6,25 hectares (ha), revelando o corte raso, desmatamento com vegetação, áreas de mineração ilegal, além do processo de degradação em diferentes intensidades, cicatrizes de incêndio florestal e o corte seletivo.

O novo sistema é um aprimoramento do DETER lançado em 2004 (agora chamado de DETER-A), que identifica ocorrências de desmatamento e degradação na Amazônia a partir de 25 ha por meio de sensores com resolução de 250 metros.

Assim como seu antecessor, o DETER-B é uma ferramenta para orientar a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que recebe alertas diários gerados pelo sistema do INPE.

"O DETER-B é essencial para coibir a nova estratégia adotada pelos desmatadores ilegais, concentrada em pequenas áreas. Verificamos mais polígonos de menores dimensões: 84% das detecções foram geradas para áreas inferiores a 25 ha, o que corresponde a mais de 52% da área total desmatada", destaca Igor Narvaes, pesquisador do Centro Regional da Amazônia (CRA) do INPE e coordenador técnico do projeto DETER-B.

De agosto a dezembro de 2015, a nova ferramenta já mapeou cerca de 26 mil polígonos. No período, as áreas consideradas de alerta – corte raso, desmatamento com vegetação ou mineração - corresponderam a 251.70 ha ou 2.517 km². A classe mais representativa foi de desmatamento com corte raso, equivalente a 238.92 ha (12,6% do total de alertas mapeados).

As maiores emissões de alertas do DETER-B foram no Pará (35,37%), Mato Grosso (24,30%), Rondônia (18,27%) e Amazonas (13,29%), correspondendo a aproximadamente 90% do número total.

O INPE mantém em operação o DETER-A, simultaneamente ao DETER-B. Além disso, já atua no desenvolvimento do DETER-C, sistema ainda mais preciso com resolução espacial de 30 metros, a mesma do PRODES, projeto também do Instituto para o cálculo da taxa anual do desmatamento na Amazônia.

Monitoramento de biomas

Coordenado pelo MMA, o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros será realizado em parceria pelos especialistas do INPE, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ibama. O programa elenca ações, prioridades e metodologias para o mapeamento e classificação da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal.

Ao longo dos anos o INPE vem aperfeiçoando programas e estudos que verificam desmatamentos, a degradação florestal e, também, a ocorrência de queimadas. Suas tecnologias de monitoramento baseadas em dados espaciais são reconhecidas pela sociedade, governo e comunidade científica. Esta experiência será utilizada no programa interinstitucional de monitoramento dos biomas, que mapeará o uso e a cobertura da terra e suas mudanças, as queimadas, a extração seletiva de madeira e a recuperação da vegetação.

Segundo o MMA, os resultados do Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros permitirão acompanhar o desempenho das políticas públicas para atingir a meta de redução das emissões totais de gases de efeito estufa, conforme compromissos assumidos junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Também permitirão acompanhar o desempenho das ações associadas às Metas Nacionais de Biodiversidade para 2020, correspondentes às Metas de Aichi da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Junto com o anúncio do DETER-B e, ainda, a apresentação de novos dados do TerraClass, o programa para o monitoramento dos biomas foi lançado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pelos presidente da Embrapa e diretor do INPE, respectivamente, Maurício Antônio Lopes e Leonel Perondi.

Fonte: INPE
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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Proposta de compra da Opto Eletrônica: nota da Akaer

A Akaer divulgou ontem (5) uma nota sobre a apresentação de proposta para a compra da unidade de Espaço & Defesa da empresa Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), conforme antecipado pelo blog Panorama Espacial no início desta semana (veja aqui). Reproduzimos abaixo:

AKAER APRESENTA PROPOSTA PARA COMPRA DAS UNIDADES DE ESPAÇO E DEFESA DA OPTO ELETRÔNICA

05/05/2016

A Akaer apresentou no dia 02/05/2016 uma proposta de aquisição da Divisão de Espaço e Defesa (E&D) da recuperanda Opto Eletrônica S.A.

O objetivo da Akaer é garantir que as tecnologias optrônicas desenvolvidas pelo Opto ao longo de décadas sejam mantidas sob domínio de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED), de forma que possam ser utilizadas nos programas nacionais de espaço e defesa programados para os próximos anos. Além disso, a Akaer ampliará o acesso desta empresa a mercados internacionais para que a mesma se mantenha sustentável financeiramente e para que possa expandir suas tecnologias.

“Fico muito contente com a demonstração de coragem e visão da Akaer, que soube enxergar o valor das tecnologias e capacidades desenvolvidas pela Opto. Nossa equipe está revigorada e ansiosa para dar início a esta nova fase junto à Akaer”, disse o Sr. Mario Stefani, sócio e fundador da Opto.

“Esse investimento faz parte da nossa estratégia de crescimento e diversificação, e está alinhado com os interesses de Defesa nacionais”, ressaltou o Sr. Cesar Augusto T. Andrade e Silva, presidente e CEO da Akaer.

Sobre a Akaer

A Akaer é uma das maiores empresas brasileiras no desenvolvimento de projetos aeronáuticos e conta com mais de 320 funcionários. Fundada em 1992, a empresa é especializada no fornecimento de soluções tecnológicas em diferentes áreas de atuação como aeroespacial, defesa, energia e automotiva.

Sobre Unidades de Espaço e Defesa da Opto Eletrônica

A Opto Eletrônica é uma empresa de tecnologia no ramo de optoeletrônica, com atuação nas áreas médica, industrial, de componentes ópticos, aeroespacial e de defesa. Fundada em 1985, investiu décadas de pesquisa e mais de R$200 milhões no desenvolvimento de tecnologias de base e produtos optrônicos, sendo a única empresa de capital nacional detentora destas tecnologias estratégicas para o Brasil.

Fonte: Akaer
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quinta-feira, 5 de maio de 2016

AEB e Incra lançam o projeto Incra Sat

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Incra e Agência Espacial Brasileira assinam acordo para elaboração do sistema Incra Sat

05/05/2016

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) assinaram nesta quarta-feira (4), na sede da autarquia agrária, em Brasília (DF), acordo de cooperação técnica para desenvolvimento de sistema espacial de observação da terra, denominado Incra Sat.

O projeto reúne a autarquia responsável pelo ordenamento fundiário das propriedades rurais no país com a agência responsável pelo sistema nacional de atividades espaciais. O objetivo do acordo é reunir a experiência técnica da AEB com as necessidades do Incra por informações geradas com sistemas de georreferenciamento, geomática e sistemas de informações geoespaciais por meio de satélites como cobertura vegetal, análise de solo, e a execução de georreferenciamento por meio de sistemas de geoposicionamento feitos por satélites geoestacionários como o GPS (Global Positioning System) e o Glonass (Global Navigation Satellite System).

De acordo com a presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón, a iniciativa vai implementar ao final de 2021 o sistema o Incra Sat. “Independente de quem estará à frente desta autarquia em 2021 e para além das questões políticas, trata-se de uma medida de aprimoramento institucional e tecnológico, que vai qualificar e melhorar as condições de trabalho dos servidores, dotar a autarquia de inteligência gerencial e sobretudo lançar as bases para um uso efetivo das tecnologias, melhorando o controle da malha fundiária e do cadastro de todos os imóveis rurais do Brasil.”

Já o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, ressaltou a importância de levar as ferramentas geoespaciais para outros setores da sociedade que não apenas centros de pesquisa e universidades. “Este acordo só denota que o programa espacial está cumprindo a sua missão. O Incra é um cliente de informações georreferenciais de larga escala, um parceiro para aprimorar e disseminar a cultura do uso de ferramentas aeroespaciais como satélites, o que está inserido no programa aeroespacial brasileiro.

O cronograma prevê a realização de oito etapas, com prazo de conclusão até 2021. Dentre as etapas estão o desenvolvimento de sistema de gerenciamento de informações geoespaciais específico para as necessidades do Incra. Entre as etapas em estudo estão o lançamento de satélite em parceria com outras instituições públicas para a geração de dados e uso compartilhado da informação.

Soberania territorial

A presidente do Incra agradeceu à equipe da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária da autarquia pelo esforço e dedicação na condução do projeto. O diretor Richard Torsiano ressaltou na reunião a importância do levantamento correto das informações com o uso de tencologia para assegurar a soberania do território. “O conhecimento fundiário é a base para avançar de forma objetiva, coerente e com transparência sobre o uso do território para compreendermos melhor as potencialidades e os entraves ao desenvolvimento.”

Fonte: INCRA.

Comentário do blog: em breve, postaremos mais informações sobre o envolvimento da iniciativa privada no projeto do Incra Sat.
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quarta-feira, 4 de maio de 2016

INPE: qualificação de técnicos para o monitoramento de florestas tropicais

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INPE qualifica novos técnicos para o monitoramento de florestas tropicais

Quarta-feira, 04 de Maio de 2016

Técnicos da Bolívia, Colômbia e Peru participam, até o dia 6 de maio, da primeira edição de 2016 do Curso Internacional de Monitoramento de Florestas Tropicais, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nas instalações de seu Centro Regional da Amazônia (CRA), em Belém (PA). O treinamento, que iniciou em 25 de abril, é realizado em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Ser um centro de referência mundial no monitoramento de florestas tropicais é a missão do CRA/INPE, que desde 2010 promove cursos de capacitação nacional e internacional.

O programa desta edição do curso aborda, entre outros, o Projeto TerraClass, único no mundo a fazer o levantamento de informações sobre áreas já desmatadas da Amazônia Legal Brasileira, qualificando o desflorestamento. Também é apresentado o Projeto Queimadas, enfatizando as metodologias de mapeamento e monitoramento de cicatrizes de áreas de incêndios florestais desenvolvidas no CRA e na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).

Durante o curso, o CRA/INPE oferece sua tecnologia de monitoramento baseada em imagens de satélites aos profissionais de países interessados em cuidar de suas florestas. Os técnicos estrangeiros aprendem a utilizar o software TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo INPE em parceria com a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE) e disponibilizado gratuitamente.

A engenheira florestal e integrante da Sala de Observação do Peru, Ethel Llanos, destacou as facilidades para o uso do TerraAmazon. “Nós já trabalhamos no Peru com tecnologias de monitoramento, mas este curso com informações do TerraClass nos dá uma visão mais ampla das ferramentas que podemos utilizar. O TerraAmazon é muito útil, porque possibilita se trabalhar mais com imagens e melhorar o que já se faz”, declarou Llanos. Para a engenheira, uma das dificuldades quando se atua com monitoramento é trabalhar com sistemas não gratuitos e o TerraAmazon, além de toda a sua praticidade, por não ser pago se torna uma alternativa ainda mais adequada.

O Projeto de Capacitação em Monitoramento de Florestas por Satélite – Capacitree é uma iniciativa inovadora do INPE em parceria com organismos internacionais como a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e a OTCA. Por meio do Capacitree, o INPE gera material didático e capacita técnicos para operar o sistema TerraAmazon e os habilita ao mapeamento de corte raso, uso e cobertura da terra.

Junto ao CAF, o projeto Capacitree transformou em vídeo-aulas cursos de capacitação já realizados pelo CRA/INPE desde 2010. Já foram habilitados mais de 450 técnicos de países da América Latina, Ásia e África, a partir das tecnologias de mapeamento e monitoramento com o sistema TerraAmazon. Destaca-se que as vídeo-aulas podem, inclusive, ser utilizadas em salas de aula de graduações e pós-graduações, facilitando a divulgação de ferramentas e repassando capacitação de forma didática.

Gratuito e acessível a qualquer país,  o Capacitree está disponível em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e francês, contribuindo para que o INPE entre para a história do monitoramento de florestas tropicais.

Para o INPE, a capacitação de pessoal é uma demanda constante, nacional e internacional. O Instituto aperfeiçoa seus sistemas continuamente e, a cada atualização, mais tem a ensinar.

Fonte: INPE


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terça-feira, 3 de maio de 2016

Exclusivo: Akaer apresenta proposta para compra da Opto Eletrônica

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A Opto Eletrônica, uma das principais indústrias nacionais do setor de Defesa e Espaço e em recuperação judicial desde dezembro de 2014, recebeu proposta para compra de parte de seus negócios pela Akaer, empresa de engenharia aeroespacial com sede em São José dos Campos (SP).

A informação consta da decisão proferida pelo juiz da 2ª Vara Cível de São Carlos (SP), divulgada hoje (03) e reproduzida abaixo, na qual foi revelada a proposta feita pela Akaer pela unidade de Espaço & Defesa (E&D) da Opto, no valor de R$31,5 milhões. A Avibras também estava interessada, mas optou por não oferecer um lance no leilão organizado pela Justiça. Nos bastidores, comenta-se que a Avibras teria considerado uma oferta em parceria com um grupo de origem francesa.

O leilão para alienação da unidade de E&D da Opto foi realizado no âmbito do plano de recuperação judicial apresentado à Justiça em março de 2015 e aditado em novembro do mesmo ano, que determinava sua venda através de propostas fechadas, apresentadas ao juiz responsável, tomando por base o valor mínimo de R$30 milhões. A operação envolve a venda da divisão de E&D, que será desmembrada da empresa em recuperação, abrangendo todo o acervo tecnológico necessário para operação dos projetos vigentes e das tecnologias desenvolvidas. Os passivos relacionados aos financiamentos obtidos junto ao BNDES e à FINEP serão assumidos pela unidade desmembrada.

A Akaer

Com mais de 300 funcionários e com novas instalações no Parque Tecnológico de São José dos Campos, inauguradas este ano, a Akaer participa de projetos como o do cargueiro militar KC-390, da Embraer, e do programa do caça Gripen, da sueca Saab, adquirido pela Força Aérea Brasileira. Em 2015, a Saab adquiriu uma participação minoritária (15%) no capital da empresa.

No início da década de noventa, a Akaer chegou a participar do programa CBERS, em projetos estruturais, mas desde então estava focada em programas aeronáuticos nos segmentos comercial, executivo e militar. Caso concretizada, a aquisição da divisão de E&D da Opto Eletrônica representará o retorno da Akaer ao setor espacial e também a ampliação de sua atuação em projetos de Defesa não apenas aeronáuticos, como mísseis e sensores óticos, que também são de grande interesse de sua acionista Saab.

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Abaixo, trecho da atualização da movimentação processual, de 03/05/2016, disponível para consulta no sistema de acompanhamento da Justiça Estadual:

"Teor do ato: A seguir, pelo MM Juiz de Direito foi proferida a seguinte DECISÃO: " o edital para alienação foi expedido às fls. 2844/2846, aos 19 de fevereiro de 2016. A primeira audiência para a indicação de propostas ocorreu aos 28/03/2016 (fls. 3116/3117), com deliberação no sentido da prorrogação do prazo para avaliação das unidades, instalações e demais componentes de um futuro contrato, para a data de hoje (02/05/2016). Nessa primeira audiência também estiverem presentes representantes do Ministério da Defesa, sendo a delegação composta por 3 integrantes. Houve tempo mais do que suficiente para que manifestação fosse apresentada em tempo hábil, sendo inadimissível o protocolo na data de hoje, pouco mais de 20 minutos antes da audiência. Não obstante, o pleito deve ser apreciado. Os participantes interessados e todos os envolvidos, inclusive os credores, tem o direito de ver o seguimento do processo que não pode ser postergado indefinidamente. Dessa forma, e sem prejuízo da apreciação de futuras manifestações, seja do Ministério da Defesa e de outros interessados, as propostas serão recebidas e colhidas na data de hoje. Dada a complexidade dos bens, o número de interessados, e mesmo o interesse da União, cada um dos participantes terá o prazo de 5 dias para ofertar manifestação escrita, inclusive sobre possíveis impugnações quanto aos lances, vindo os autos, após, para decisão. De início, deverá falar o representante da Opto, em seguida o Dr. Jorge T, Uwada, após as ofertantes, e por fim, o Ministério Público. Nesse prazo, o juízo, com prazer, receberá concretas manifestações da PGFN e de outros interessados, por parte da União". Em prosseguimento, foi apresentado um única PROPOSTA: 1) R$ 31.500.000,00, proposta esta condicional feita por AKAER Engenharia S/A. Pela AVIBRAS Indústria Aeroespacial S/A foi apresentada uma petição indicando que não ofereceria lance. Pelo MM Juiz foi dito: "Essa petição veio na forma física, acompanhada de procuração do diretor adjunto que a representou nesta data, cabendo ao cartório providenciar a digitalização para juntada ao processo. A primeira via da 'Proposta de compra da UPI E&D da Opto Eletrônica S.A.' foi rubricada pelo representante do Ministério Público Dr. Osvaldo Bianchini Veronese Filho, pelo administrador judicial Jorge T. Uwada, e pelo advogado da Opto Dr. Nelson Marcondes Machado, sendo essa a via que deve ser juntada digitalmente aos autos, assim como todos os demais documentos e declarações presentes no envelope aberto nesta data. Não havendo mais interesse dos presentes em se manifestar, declaro encerrado o ato. Após o cumprimento das determinações supra, tornem o feito para deliberação. Publicado em audiência, saem os presentes devidamente cientes e intimados. Sem prejuízo, publique-se na imprensa oficial"."
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Lançadores: Reunião do Grupo de Interfaces de Lançamento

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CLA sedia encontro que define atividades espaciais no Brasil

03/05/2016

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) recebe nesta segunda-feira 2 de maio a primeira edição do ano da Reunião do Grupo de Interfaces de Lançamento (GIL1/ 2016).

Durante uma semana, especialistas da área espacial do  Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), da Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e dos Centros de Lançamento de Alcântara (CLA) e da Barreira do Inferno (CLBI) irão discutir  os próximos passos da atividade espacial.

Ao decorrer da semana de reunião, assuntos relacionados aos futuros lançamentos para os anos de 2017 e 2018, programa microgravidade, apresentações abordando os Veículos Lançadores de Satélites  em desenvolvimento ou em fase de estudos no IAE, incluindo os Projetos VLM-1 e VS-50, atual situação do cronograma para o lançamento do VSB-30 com carga útil MICROG-2 na Operação Rio Verde, foguetes de treinamento (FOGTREIN) com os lançamentos dos Foguetes de Treinamento Básico (FTB) e Intermediário (FTI).

A atualização das obras inauguradas do CLA com impactos em lançamentos futuros também será um tema abordado, bem como, a 1ª Reunião de Acompanhamento de Interfaces (RAI) da Operação Rio Verde. Ao término do GIL, um relatório final será produzido com conclusões e sugestões visando orientar as ações na área espacial em médio prazo.

Para o Coronel Aviador Cláudio Olany Alencar de Oliveira, Diretor do CLA, a reunião do Grupo de Interfaces de Lançamento irá propor adequações que norterão melhorias e avanços na Área Espacial Brasileira.

GIL - O Grupo de Interfaces de Lançamento (GIL) é regulado pela Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 60-1 e se reúne até três vezes ao ano para discutir, dar encaminhamentos e propor soluções para o andamento da atividade espacial no Brasil. Além do presidente, fazem parte do grupo integrantes do DCTA, AEB, IAE, IFI e dos Centros de Lançamentos em território nacional.

Fonte: CLA, via AEB.
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segunda-feira, 2 de maio de 2016

"Nas atividades espaciais cabe ao Estado deixar fazer", artigo de José Raimundo Braga Coelho

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Nas atividades espaciais cabe ao Estado deixar fazer

02/05/2016

Uma das iniciativas de estabelecimento de um programa espacial no Brasil ocorreu quando brasileiros e franceses discutiram a possibilidade de criação de uma Missão Espacial Brasileira, que seria executada em parceria com o CNES (a Agência Espacial Francesa). É interessante observar um pressuposto já estabelecido naquela época, ­final dos anos 1970: a implantação de uma empresa que gradativamente deveria transformar-se em uma Integradora, também denominada Contratante Principal.

A ideia de organizar o que se tornaria o Programa Espacial Brasileiro, como um sistema, foi lançada ainda nos anos 70, com a criação, no âmbito do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae). Coube à Cobae conceber e implementar a então denominada Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) – um programa integrado que tinha como meta o estabelecimento de autonomia na área espacial, ou seja, colocar satélites brasileiros em órbita, com foguetes nacionais, a partir de um Centro de Lançamentos próprio. A parceria com o CNES, à época, foi deixada de lado.

A MECB foi a tônica do programa espacial nos anos 80 e início dos anos 90, responsável por lançar as bases da infraestrutura e dos quadros técnicos que permanecem até hoje, assim como dos primeiros resultados concretos na área de satélites: o SCD1 e o SCD2 (Satélites de Coleta de Dados).

Em 1988, Brasil e China decidiram desenvolver uma família de Satélites de Observação da Terra (CBERS), dando início a um outro tipo de integração – a integração por oportunidade, valendo-se de parcerias estratégicas, baseadas em dois fatores considerados de suprema importância – os benefícios mútuos e o desenvolvimento conjunto.

Em 1994 foi criada a Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia federal de natureza civil, hoje vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com a incumbência de executar e fazer executar a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE). Coube à AEB a responsabilidade de dar continuidade aos projetos concebidos no âmbito da MECB, integrada à nova agenda decenal estratégica do Programa Espacial Brasileiro, denominada Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Juntos à AEB, responsável pela coordenação geral do programa espacial, o Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Sindae) conta com dois principais órgãos setoriais: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo desenvolvimento de tecnologias e sistemas satelitais, e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), onde está o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que desenvolve tecnologias para os sistemas de lançadores. Agregam-se a esses segmentos, a Indústria Nacional Espacial, as universidades e, mais recentemente, os usuários e parceiros, que utilizam diretamente os benefícios dos empreendimentos.

A despeito da atribuição legal de coordenação concedida à AEB, o Programa Espacial Brasileiro de hoje ultrapassa as fronteiras do PNAE. Estende-se a necessidades ditadas por segmentos importantes da nação. A segurança nacional, com sua envoltória operacional abrangente, é um dos mais ilustres exemplos.

Foi assim que acolhemos a ideia do SGDC (o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica), onde a participação do MCTI deve-se à decisão de Estado de que era fundamental aproveitar esta oportunidade para beneficiar o setor espacial brasileiro com conhecimentos e tecnologias, a serem garantidos durante o processo de aquisição dos sistemas.

A AEB foi incluída na gestão do planejamento, da construção e do lançamento do SGDC, e está empenhada nas ações do Plano de Absorção e Transferência de Tecnologia, com isto preparando a base industrial e as nossas instituições para um comprometimento progressivo e efetivo nas próximas missões. A criação no âmbito desse programa de Empresa Integradora, Contratante Principal, em uma articulação entre a Telebrás e a Embraer, atendeu ao princípio que para nós inspira muito sucesso – a Parceria Público Privada (PPP).

É esse, em poucas palavras, o cenário de desenvolvimento da tecnologia espacial que buscamos alcançar. No entanto, cabe ressaltar três desafi­os fundamentais, que se adequadamente superados, poderão contribuir para reverter a percepção sobre os resultados efetivos do nosso programa espacial.

Primeiro: é necessário reconhecer que o orçamento hoje destinado às atividades espaciais brasileiras é muito reduzido, tanto em termos absolutos, quanto em termos relativos. Programas espaciais são exigentes por sua própria natureza, mas os benefícios auferidos não se comparam aos montantes investidos.

Segundo: as instituições públicas executoras dos projetos continuam sufocadas pela burocracia, pelas incertezas jurídicas, pelo temor dos administradores frente aos órgãos de controle, e principalmente, por um aparente e incontornável declínio em seus quadros de servidores técnicos e administrativos. O modelo que rege tais organizações precisa ser mudado, para que haja esperanças de uma reversão da realidade atual.

Terceiro: programas de Estado, via de regra, como os programas espaciais, sempre exigirão a presença e competência do Estado, para formular os requisitos dos sistemas e missões, e contratar sua execução. A opção de fazer ele próprio vem se mostrando cada vez menos efi­caz. Torna-se fundamental que o Brasil entenda que não há alternativa fora da plena atribuição à indústria nacional da responsabilidade pelo desenvolvimento dos projetos em sua fase industrial. Ao Estado não cabe mais fazer, mas deixar fazer, em seu próprio benefício.

José Raimundo Braga Coelho, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Fonte: edição de abril do Jornal da Ciência, publicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
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domingo, 1 de maio de 2016

Resultados da Embraer: destaques da área espacial

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A Embraer divulgou na última sexta-feira (29) os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano. A empresa teve um lucro líquido de R$385,7 milhões, revertendo perdas de R$196,1 milhões no mesmo período de 2015, e um carteira de pedidos firmes (backlog) de US$21,9 bilhões.

O press release com os resultados traz também algumas informações sobre seus negócios no setor espacial, sob responsabilidade da Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal Telebras. Poupado dos cortes orçamentários, o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) segue em linha com o seu cronograma. Sobre o serviço de fornecimento de imagens de satélites, lançado pela Visiona em novembro de 2015 (veja o artigo "A Visiona de olho na Terra"), consta a informação de que já foram firmados seis contratos de fornecimento de imagens ao longo deste ano. Veja abaixo alguns trechos do press release:

"O Programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), cuja integração está sob responsabilidade da Visiona Tecnologia Espacial, continua com o seu cronograma, bem como todas as entregas contratuais, aderente ao planejado. A plataforma do satélite encontra-se na câmara termo vácuo para teste ambiental, as duas antenas de 13 metros foram instaladas em Brasília e Rio de Janeiro e o sistema de solo está em fase final de instalação e validação em Brasília.

Recentemente, a Visiona lançou o serviço de fornecimento e análise de imagens de satélites, por meio de uma constelação de 22 satélites, com o objetivo de desenvolver grandes projetos de sensoriamento remoto no Brasil e países vizinhos. Em 2016, a Visiona já celebrou seis contratos."
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Recursos humanos para a AEB

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O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) autorizou a Agência Espacial Brasileira (AEB) a realizar nomeações, asseguradas pela aprovação em concursos públicos, conforme portaria publicada no Diário Oficial da última sexta-feira (29).

A Portaria nº 141 autorizou a convocação de 44 aprovados na AEB, referente a concurso autorizado em 2014. O órgão poderá chamar 17 candidatos aprovados para o cargo de tecnologista, 19 para o cargo de analista em Ciência e Tecnologia e oito para o cargo de assistente em Ciência e Tecnologia.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Planejamento, e edição do Blog Panorama Espacial.
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