sexta-feira, 30 de setembro de 2016

FAB debate oportunidades da área espacial

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Capacidades futuras da FAB são abordadas em evento no ITA

Em palestra de abertura, Vice-chefe do EMAER apresenta necessidades operacionais da FAB para os próximos 25 anos

29/09/2016 17h00, por Ten Jussara Peccini

As características do poder aéreo do futuro deverão orientar as pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Esse foi o tema da palestra de abertura da 18ª edição do Simpósio de Aplicações Operacionais de Defesa que se encerra nesta sexta-feira (30/09) em São José dos Campos (SP). O evento conta com 340 inscritos, 13 palestras técnicas, cinco minicursos e 58 trabalhos acadêmicos.

“Eu trago uma proa geral para que os trabalhos, as soluções, saiam daqui”, afirmou o Vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior. “A própria Concepção Estratégica [Força Aérea 100] lança essas capacidades de uma força aérea mais moderna, mais integrada com as forças co-irmãs, de uma capacidade dissuasória capaz de desmotivar possíveis hostilidades. Aqui no ITA, temos uma atividade específica para se estudar a parte operacional de emprego da força aérea como um poder aéreo de combate”, detalhou.

O oficial-general também enfatizou o deságio de explorar a área espacial nos próximos anos. De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, a área de defesa cibernética está com o Exército Brasileiro, a nuclear com a Marinha e a espacial com o Comando da Aeronáutica. “A partir de agora isso será intensificado”, disse ao lembrar que a instituição sempre esteve envolvida com os projetos da área, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS).

Desafios e oportunidades da área espacial – A mesa de debates reuniu as principais instituições brasileiras da área para debater desafios e oportunidades de capacitação da área aeroespacial, como Agência Espacial Brasileira (AEB), Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P).

O representante do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marco Chamon, defendeu as pesquisas do programa espacial para a formação de recursos humanos. Para o pesquisador, na área espacial “se aprende fazendo”. “A capacitação de recursos humanos precisa do programa espacial e vice-versa”, explicou. Ele também observou que há um “hiato” em áreas de conhecimento da engenharia e entre gerações de profissionais.

Este aspecto também foi abordado pelo coordenador da pós-graduação do ITA. De acordo com o professor Angelo Passaro, para suprir o lapso temporal na formação de profissionais, desde 2012, o ITA criou um programa de especialização em conjunto com os Institutos de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Estudos Avançados (IEAV).

 “Os aprendizes de feiticeiros precisam aprender com os feiticeiros”, comparou sobre as aposentadorias iminentes de uma geração de profissionais brasileiros que construíram o conhecimento da área espacial do país. A partir de 2017, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também passará a oferecer o curso dentro do PPGAO.

Sobre o programa de pós-graduação de aplicações em defesa - O Programa de Pós-Graduação de Aplicações Operacionais (PPGAO) surgiu da análise do Estado-Maior da Aeronáutica de que era necessário estudar o emprego operacional da FAB. Hoje, dispõe de cinco linhas de pesquisa nas áreas de comando e controle e defesa cibernética; sistema de armas; guerra eletrônica; análise operacional e engenharia logística; bioengenharia e defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN). Neste ano, conta com 27 alunos das Forças Armadas. Outros 20 candidatos estão aguardando seleção para ingressar em 2017 no curso.

Fonte: Agência Força Aérea.
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terça-feira, 27 de setembro de 2016

INPE: balanço da gestão de Leonel Perondi

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Perondi faz balanço e agradecimentos no encerramento de sua gestão

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016

Leonel Perondi encerrou sua gestão nesta segunda-feira (26), durante a solenidade de aniversário do INPE, quando Ricardo Galvão tomou posse como diretor do Instituto.

Em seu discurso de despedida, Perondi, que assumiu em maio de 2012, fez um balanço dos quatro anos em que dirigiu o INPE.

Confira aqui a mensagem de Perondi sobre os 55 anos do INPE.

E aqui sua mensagem de encerramento de gestão.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Entrevista de Ricardo Galvão, novo diretor do INPE


Novo diretor do INPE quer eliminar entraves e avançar com o programa espacial brasileiro

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, deu posse ao novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, na manhã desta segunda-feira (22), durante solenidade em comemorarão aos 55 anos do INPE, em São José dos Campos (SP).

Escolhido pelo ministro Gilberto Kassab a partir de lista tríplice, o engenheiro de telecomunicações Ricardo Galvão é mestre em engenharia elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em física de plasmas aplicada pelo Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos. Professor da Universidade de São Paulo, foi presidente da Sociedade Brasileira de Física e é membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências, além do Conselho da Sociedade Europeia de Física.

Na entrevista a seguir, realizada pelo Portal do MCTIC, Ricardo Galvão falou dos principais desafios do INPE, como a redução do quadro de servidores e a recomposição orçamentária, da necessidade de sinergia com a Agência Espacial Brasileira (AEB), entre outras questões.

MCTIC: Qual é o maior desafio do INPE?

Ricardo Galvão: Não existe um 'maior desafio', mas vários desafios a serem enfrentados na próxima gestão. O primeiro deles é a gravíssima situação de acentuada redução do quadro de servidores do INPE, em particular analistas e assistentes de gestão. Enquanto alguns pesquisadores, tecnologistas e técnicos permanecem na instituição mesmo após terem atingido as condições para aposentadoria, atraídos pela participação em projetos de pesquisa e desenvolvimento, até com a possibilidade de usufruir de bolsas de produtividade do CNPq em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, atrativos semelhantes não existem para o pessoal administrativo. Esta é uma situação que afeta não somente o INPE, mas praticamente a totalidade das unidades de pesquisa do MCTIC. A solução definitiva deste problema está além da governança do diretor e exigirá uma ação integrada entre os diretores de todas as unidades e o ministério para, gradualmente, trabalhar junto ao Ministério do Planejamento para conseguir abertura de novos concursos.

MCTIC: O que é possível fazer para contornar a situação?

Ricardo Galvão: Como solução paliativa, pretendo estudar reativar propostas de incentivo para servidores que permanecem na ativa após terem atingido a condição para aposentadoria. No entanto, não estou seguro de que isto seja possível no governo federal. Continuando, o segundo desafio é certamente a questão orçamentária, neste cenário de crise econômica que afeta o país. Aqui também, embora a solução definitiva esteja além da governança do diretor, existem algumas possibilidades a serem mais bem exploradas com relação à obtenção de recursos complementares, através de programas mais ambiciosos junto às agências de fomento, como, aliás, a atual gestão implementou para a área espacial com a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] e a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], e o aumento das atividades de prestação de serviços, implementadas através da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate). Neste quesito, os diferentes laboratórios do INPE têm grande potencial, e a nova Lei 13.243/2016 [Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação] introduziu mecanismos jurídicos que facilitam bastante a prestação de serviços técnicos a instituições públicas ou privadas. Além disso, algumas coordenações do INPE, como a de Observação da Terra, por exemplo, têm convênios com outros órgãos e agências do governo federal que promovem a entrada de recursos na instituição. Essas atividades devem ser estimuladas, desde que não sejam executadas em detrimento às de pesquisa científica e que uma parcela dos recursos obtidos seja repassada à instituição como 'custos de manutenção e operação'.

MCTIC: O senhor mencionou a área espacial. Como é a relação com a Agência Espacial Brasileira (AEB)?

Ricardo Galvão: Esse é o terceiro desafio que temos no INPE, ou seja, melhorar a interação com a AEB no que se refere à execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O programa de satélites foi inicialmente todo desenvolvido sob a governança do INPE. No entanto, com a publicação do Decreto 1.332, estabelecendo a Política de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE), e a sanção da Lei 8.854, criando a AEB, o INPE perdeu parcialmente a autonomia para estabelecer, de forma independente, sua política de desenvolvimento de satélites. De fato, o artigo 30 da referida lei estabelece que 'compete à AEB executar e fazer executar a PNDAE, bem como propor as diretrizes e as ações dela decorrentes'. Como é bem conhecido na comunidade espacial brasileira, essa alteração não foi fácil e amplamente aceita pelo corpo técnico do INPE.

MCTIC: Quais são os entraves?

Ricardo Galvão: Parece-me que parte dessas dificuldades decorre de que as competências para execução do PNAE, no que concerne objetivos científicos e técnicos, projetos conceituais e de engenharia de satélites, construção por encomenda à indústria ou a instituições governamentais, como também integração e testes, não estão ainda satisfatoriamente acordadas e detalhadas. Enquanto considero uma premissa fundamental a competência da AEB para "executar e fazer executar" o PNAE, é evidente que boa parcela da competência científica e técnica nessa área está concentrada principalmente no INPE. Assim, se não houver perfeita integração entre a agência e o instituto, desde a fase de projeto conceitual dos satélites, é evidente que sua execução pode ser prejudicada por desconfianças e diversidade de visões. Assim, julgo essencial eliminar entraves e costurar um relacionamento construtivo e colaborativo entre o INPE e a AEB. A equipe técnica do INPE deverá ter participação efetiva na definição de projetos de satélites que fiquem sob sua responsabilidade, principalmente os para aplicações científicas. Em contrapartida, deverá assumir o compromisso de seguir estritamente a execução dos projetos como acordado com a AEB.

Finalmente, outro desafio importante é reverter a aparente existência de certa atitude de isolamento e independência de alguns grupos de pesquisa básica em ciência espacial do INPE com relação a outros grupos nacionais. Especificamente, julgo que a liderança científica de unidades do MCTIC possa ser almejada somente se promover uma efetiva colaboração sinergética com outros grupos nacionais, permitindo que sua infraestrutura administrativa e técnica possa ser utilizada para viabilizar projetos científicos de maior envergadura, em particular em colaborações internacionais.

Isso ficou muito bem estabelecido no objetivo de um dos programas do Plano de Ação 2007-2010 do então Ministério da Ciência e Tecnologia, "aperfeiçoar e consolidar o papel das Unidades de Pesquisa do MCT como instituições líderes de C,T&I, atuando como centros de pesquisa em áreas estratégicas, como laboratórios nacionais com instalações de maior porte e ambiente científico que atraiam a comunidade científica, como âncoras de projetos mobilizadores e redes de pesquisa, ...".

Portanto é necessário estimular fortemente a pesquisa básica em ciência espacial e áreas correlatas, mas de forma coordenada, não somente entre os diversos grupos do INPE, mas também com a comunidade externa, fazendo com que boa parte de suas instalações opere de fato como laboratórios multiusuários.

MCTIC: Falando em setor aeroespacial, está previsto para 2018 o lançamento de um novo CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres. Qual é o objetivo?

Ricardo Galvão: Os objetivos do CBERS estão bem definidos no Programa Nacional de Atividades Espaciais 2012 – 2021, que são ampliar a capacidade de observação e monitoramento do território nacional, além de dar continuidade e ampliar a cooperação com a China no desenvolvimento da tecnologia espacial. O CBERS 4 foi lançado com grande êxito em dezembro de 2014 e está em operação regular, operando uma câmera de muito boa resolução desenvolvida por empresa brasileira. O novo CBERS dará continuidade ao programa, aumentando a resolução das imagens obtidas.

MCTIC: O INPE faz o monitoramento da Amazônia brasileira por satélite. Como esses dados têm ajudado a combater o desmatamento?

Ricardo Galvão: Na realidade, o INPE tem vários programas de extrema importância para o país no que se refere ao monitoramento e preservação ambiental, como o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), além do Degrad. Embora as imagens utilizadas para estes programas sejam provenientes não somente de satélites brasileiros, mas também de outras constelações de satélites, no Programa Nacional de Atividades Espaciais está programado o lançamento de satélites da série Amazônia justamente para ampliar a capacidade do país no monitoramento da região. O Amazônia 1 será um satélite inteiramente concebido e desenvolvido no país, contribuindo substancialmente para o nosso avanço no domínio da tecnologia espacial.

Fonte: MCTIC, via INPE.
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Bolívia planeja segundo satélite de comunicações

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O governo da Bolívia planeja o lançamento em 2021 de um segundo satélite de comunicações, segundo declarações dadas à imprensa local por Ivan Zambrana, diretor da Agência Boliviana Espacial (ABE). O novo satélite deverá se chamar Tupac Katari II, dando sequência ao Tupac Katari, construído na China e lançado ao espaço em 2013.

A expectativa é de que os estudos para a aquisição do novo satélite sejam concluídos em 2017, com lançamento planejado entre 2020 e 2021, num investimento estimado em 200 milhões de dólares, montante significativamente inferior ao investido no projeto do primeiro modelo, que demandou recursos superiores a 300 milhões de dólares.


Segundo Zambrana, cerca de 70% da capacidade do Tupac Katari é usada pelo governo e 25 clientes diretos, devendo gerar este ano uma receita de 25 milhões de dólares.
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domingo, 25 de setembro de 2016

Teletime: atualizações sobre o SGDC

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SGDC terá como foco principal o atendimento do mercado de provedores, diz Telebras

sábado, 24 de setembro de 2016 , 00h48

SAMUEL POSSEBON | samuca@convergecom.com.br

A Telebras parece ter definido que a prioridade das aplicações comerciais do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), a ser lançado em fevereiro de 2017, será mesmo o atendimento ao mercado de provedores de acesso em localidades com pouca capacidade. A estatal mandou mensagens erráticas ao mercado nos últimos anos sobre o uso do SGDC. Em um momento, insinuou que faria oferta direta ao consumidor, depois se colocou exclusivamente como uma prestadora de serviços ao governo. Agora, ao que tudo indica, voltou ao plano original. Quem apresentou esse planejamento foi Alex Magalhães, novo diretor comercial da estatal, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites. Segundo ele, a venda direta só vai no caso da população não atendida pela operadoras, e mesmo assim não será prioridade. "Vamos começar com os maiores parceiros terrestres, mas queremos chegar aos menores que ainda não sejam clientes", disse. Sobre o uso pelo governo, ele diz que é algo que está distante ainda porque é preciso avaliar para que tipos de aplicações o satélite pode ser utilizado, em função da latência e da disponibilidade do serviço. A parte comercial do SGDC tem capacidade de 58 Gbps em banda Ka.

Durante o evento, a StarOne até indicou que teria a disposição de contratar capacidade do SGDC para complementar a sua cobertura, já que o satélite brasileiro tem cobertura em todo o território. Magalhães disse que todas as possibilidades poderão ser olhadas, mas que a prioridade é o atendimento aos ISPs.

Sobre os eventuais atrasos no projeto em função da determinação do Tribunal de Contas da União para suspender a licitação de contratação das gateways e hubs, Magalhães reconheceu que isso tem o potencial de prejudicar o cronograma de início de operações, mas que a estatal está tentando contornar o problema correndo em outras etapas para compensar o atraso e manter os prazos finais. Ele não explicou como a Telebras pretende convencer o TCU a liberar a contratação dos equipamentos licitados.

Defesa

Já as aplicações militares decorrentes do uso da banda X do SGDC, segundo o Coronel Hélcio Vieira Júnior, comandante do Núcleo de Operações Espaciais, devem ser muito parecidas com as atuais. "Não vamos ver nenhuma mudança qualitativas das aplicações, mas quantitativa. A rede de comando e controle chegará a níveis mais intermediários, com aumento quantitativo significativo. E serviços que demandam mais banda serão providos em capacidade maior", explicou.

"As forças armadas das nações mais desenvolvidas têm um projeto chamado soldado digital, em que o combatente tem o máximo de informação possível na ponta. Com o SGDC a gente chega no nível intermediário de comando e controle, mas ainda precisamos chegar na ponta, inclusive com outras bandas que não sejam a banda X".

Em relação ao planejamento de um segundo satélite, tanto Telebras quanto a Defesa acreditam que o lançamento do primeiro satélite deve provocar essa discussão dentro do governo. Segundo o comandante, ainda é preciso ter redundância nessa comunicação, o que em parte é feito com a capacidade contratada da StarOne. "Mas precisamos de um backup, porque quem tem um não tem nenhum. Qual é a prioridade disso em relação às comunicações é algo a ser discutido ainda. E com o sucesso do SGDC 1 e sua operação, nós vamos sentar com os demais players do governo e refletir. Espero que o lançamento seja uma luz para outras áreas. Mas a necessidade de redundância se coloca já", disse.

Ele lembrou que em função dos cortes orçamentários e a prioridade ao pagamento da construção do satélite, os dois centros de operação funcionarão em instalações provisórias num primeiro momento, mas que já estão abrigando os treinamentos práticos dos controladores, com plenas condições. Segundo ele, o aprendizado das equipes que acompanharam a construção do SGDC (cerca de 30 pessoas) foi extremamente valioso em termos de transferência de conhecimento e experiência e que isso será fundamental na fase operacional do satélite.

Fonte: Teletime.
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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Brig. Rossato: “um dia, teremos que olhar para o espaço”.


Comandante da Aeronáutica cobra mais investimentos em sistemas aeroespaciais

22/09/2016
Alex Rodrigues

Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, o governo israelense cedeu às forças de segurança do Brasil o acesso às imagens de um satélite, o Eros-B, usadas para reforçar a segurança do evento esportivo.

Operando a uma distância mínima de 450 quilômetros de distância da Terra, o satélite é capaz de mapear o terreno e captar imagens com até 70 centímetros de resolução, permitindo, por exemplo, a identificação da placa de um veículo. Policiais federais e militares das três Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica) viajaram para Israel para aprender a utilizar a tecnologia, que, em breve, não estará mais disponível gratuitamente.

Além de auxiliar na proteção dos atletas israelenses e das demais delegações, o gesto israelense revelava intenções comerciais.

Tudo porque, segundo o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, “os israelenses sabem que o Brasil tem se negado” a olhar para o espaço e investir em sistemas aeroespaciais autônomos. As Forças Armadas, por exemplo, continuam usando plataformas baseadas em tecnologias internacionais, deixando de desenvolver tecnologia própria.

“Nos negamos a olhar para o espaço […] A Índia investe anualmente US$ 1,1 bi no setor. Com isso, gera 17,5 mil empregos diretos e já tem mais de 30 satélites em órbita. Além disso, vende satélites para outros países. Enquanto isso, estamos igual caranguejos, andando de um lado para o outro, sem avançar”, comentou o comandante.

De acordo com o brigadeiro, a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais, de 1994 e coordenada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), está longe de atingir seus objetivos. Para o comandante, o episódio envolvendo o satélite israelense demonstra que, “um dia, teremos que olhar para o espaço”.

“Temos [Aeronáutica e Ministério da Defesa] um projeto pronto, mas ele não consegue ser aquinhoado com recursos financeiros básicos”, declarou Nivaldo Rossato em referência ao Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), sistema do Ministério da Defesa criado para atender demandas das Forças Armadas e programas dos demais ministérios.

Projetos

No cargo desde janeiro de 2015, o brigadeiro Rossato afirmou que o investimento em tecnologia aeroespacial impacta positivamente outros setores da economia e da sociedade.

“Imagine toda essa tecnologia voltada para monitorar nossas áreas de fronteira ou nossas águas territoriais [faixa costeira que atinge até 22 quilômetros a partir do litoral], onde é possível distinguir o tipo de embarcação visualizada”, sugeriu o comandante, afirmando que a Argentina gasta muitas vezes mais que o Brasil em pesquisa e desenvolvimento aeroespacial.

“Estados Unidos, Rússia e China não gastam o dinheiro que gastam à toa. Eles sabem a importância disso. A Argentina gasta quase dez vezes mais que nós. E nem precisamos fazer o mesmo que esses países já fazem. Podemos optar por algo mais simples, como satélites de órbita baixa, para comunicações, os sensores óticos.”

O comandante lamentou projetos descontinuados e lembrou o acidente ocorrido em 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, quando o acionamento premeditado do foguete Veículo Lançador de Satélites (VLS) custou a vida de 21 profissionais civis, afetando os projetos do programa espacial brasileiro.

Fonte: Agência Brasil, via NOTIMP.
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

INPE: Plano Diretor 2016-2019

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Publicado o Plano Diretor 2016-2019

Quinta-feira, 22 de Setembro de 2016

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) finalizou o seu novo Plano Diretor, para o período 2016-2019. Além das metas das áreas-fins da instituição, o documento contempla metas importantes na área de gestão, consideradas fundamentais para que os demais objetivos estratégicos para os próximos quatro anos sejam atingidos.

O Plano Diretor foi elaborado em sintonia com o Plano Plurianual (PPA) 2016-2019 do governo federal e contempla, basicamente, três camadas de atuação: o acesso ao espaço, o rastreio e controle de objetos em órbita e as aplicações.

O acesso ao espaço consiste em colocar sistemas espaciais em órbita – dados, informações e serviços sobre o planeta, para atender à sociedade. Essa parte envolve as áreas de Engenharia, de Integração e Testes de satélites e o Centro de Tecnologias Especiais do Instituto.

A segunda camada está ligada ao Centro de Rastreio e Controle dos objetos em órbita e a recepção, armazenagem e distribuição das informações geradas por esses sistemas. Ou seja, o que é preciso para ter os sistemas operacionais e como se viabiliza a chegada do serviço ao usuário final.

A terceira camada, de aplicações, divide-se em quatro áreas: Ciências Espaciais, Meteorologia, Observação da Terra e Ciência do Sistema Terrestre. Nessa camada, o Plano Diretor contempla desde a parte científica – aprimoramento do conhecimento na área de atuação –, passando pelos projetos de pesquisa aplicada e desenvolvimento, e chegando aos produtos e serviços.

Acesse aqui o Plano Diretor 2016-2019

Leia mais sobre o Plano Diretor no INPE Informa.

Fonte: INPE
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Ricardo Galvão é nomeado diretor do INPE

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Ricardo Galvão é nomeado diretor do INPE

Quinta-feira, 22 de Setembro de 2016

Nesta quinta-feira (22/9), foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a portaria que nomeia Ricardo Magnus Osório Galvão como novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ele substitui Leonel Perondi, à frente da instituição desde maio de 2012. Confira aqui a publicação no DOU.

Ricardo Galvão já foi diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), membro do Conselho da Sociedade Europeia de Física e presidente da Sociedade Brasileira de Física, entre outros cargos de gestão técnico-científica.

O novo diretor do INPE é graduado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em Física de Plasmas Aplicada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), com livre-docência em Física Experimental pela Universidade de São Paulo (USP). É membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Galvão foi indicado à Direção do INPE pelo ministro Gilberto Kassab, da pasta de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) após processo de seleção realizado por meio de comitê de especialistas. O sistema vem sendo praticado pelo MCTIC para os cargos de Direção de todas as suas Unidades de Pesquisa e resulta em lista tríplice que subsidia a escolha do ministro. A seleção é realizada por especialistas que buscam, nas comunidades científica, tecnológica e empresarial, nomes que se identifiquem com as diretrizes técnicas e político-administrativas estabelecidas para cada instituição.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PerúSAT-1 em órbita

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O PerúSAT-1, primeiro satélite de observação do Peru foi lançado com sucesso por um foguete Vega na noite do último dia 15. A missão marcou também a primeira vez desde a sua entrada em operação comercial que o Vega, desenvolvido na Itália, lançou num único voo duas cargas úteis de clientes fora do mercado europeu - além do satélite peruano, estavam a bordo quatro satélites de observação da Terra Bella, uma empresa pertencente ao Google.

Construído em tempo recorde - menos de 24 meses, o PerúSAT-1 ocupará uma órbita baixa, a uma altitude de 695 km, tendo capacidade de produzir imagens com até 70 cm de resolução, o que o tornará o mais capaz satélite da América Latina. Suas imagens serão utilizadas para agricultura, planejamento urbano, controle de fronteiras e combate ao narcotráfico, ações em desastres naturais, entre outras finalidades.

Formalizado em contrato anunciado em abril de 2014, o programa peruano inclui ainda a construção do Centro Nacional de Operaciones de Imágenes Satelitales del Perú (CNOIS), que abrigará o segmento terrestre de controle, recepção e processamento dos dados do satélite, um amplo pacote de absorção tecnológica por meio do treinamento de engenheiros e técnicos peruanos, além do fornecimento de imagens geradas por satélites óticos e radares da constelação própria da Airbus Defence and Space.
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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Resultados experimentais do demonstrador hipersônico 14-X

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Primeiros resultados do demonstrador de propulsão hipersônica

09/09/2016

Os primeiros resultados experimentais do demonstrador tecnológico de propulsão hipersônica aspirada 14-X com ocorrência de combustão supersônica foram apresentados pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAV) durante o IX Congresso Nacional de Engenharia Mecânica (CONEM), realizado em Fortaleza (CE).

Os dados são resultado de observação da combustão supersônica em um modelo de testes obtidos no Túnel de Vento Hipersônico Pulsado T3 do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica do IEAV e após múltiplas interações entre estudos teóricos e experimentais. Além disso, foram publicadas algumas das primeiras análises teóricas do 14-X com ênfase em parâmetros de desempenho, bem como diversos resultados experimentais voltados à investigação aerodinâmica do demonstrador e estudos para a seleção de materiais e configuração estrutural do veículo para ensaio em voo.

A observação experimental da combustão supersônica foi obtida como parte do trabalho de mestrado em andamento do aluno Ronaldo de Lima Cardoso, orientado pelo pesquisador doutor do IEAV, Paulo Gilberto de Paula Toro, chefe da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica.

“Estes resultados representam um marco na pesquisa em scramjet no Brasil, pois comprovam maturidade do desenvolvimento para avançar à próxima etapa, os ensaios em voo planejados para os próximos anos”, analisou o capitão-engenheiro Giannino Ponchio Camillo, da Subdivisão de Hipersônica Experimental da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica do IEAV.

O demonstrador tecnológico 14-X é produto do grupo de Pesquisa de Propulsão Hipersônica 14-X (PROPHIPER), um projeto estratégico do Comando da Aeronáutica (COMAER) conduzido no IEAV. De acordo com o oficial, a tecnologia de propulsão hipersônica aspirada, chamada de scramjet (Supersonic Combustion Ramjet), é tida como promissora para o desenvolvimento de sistemas eficientes e seguros de acesso ao espaço, no futuro.

“O diferencial é ser capaz de fornecer aceleração à carga útil em regimes de voo de elevadas velocidades, a partir de três vezes a velocidade do som, utilizando, para isso, ar da própria atmosfera, em oposição ao que fazem os motores-foguetes atuais, que precisam levar o oxidante a bordo”, disse.

Sobre o congresso

O Congresso Nacional de Engenharia Mecânica (CONEM) reuniu aproximadamente 1.200 participantes entre estudantes, professores e profissionais das áreas correlacionadas à engenharia mecânica. Realizado a cada dois anos, trata-se do maior evento científico nacional da área de engenharia mecânica, contando com 27 áreas temáticas, incluindo engenharia aeroespacial. Somente na edição de 2016, mais de 800 trabalhos foram publicados.

O IEAV participou do congresso com 15 integrantes do grupo de pesquisa PROPHIPER, entre eles 11 alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Foram aceitos e publicados 14 trabalhos referentes aos últimos estudos conduzidos neste Projeto, somando cerca de 30% dos trabalhos apresentados na área temática engenharia aeroespacial do evento.

“O contato de professores e profissionais de especialidades diversas com os resultados mais recentes deste projeto fornece à equipe de desenvolvimento uma visão neutra, imparcial e de grande qualidade técnica sobre as abordagens e metodologias adotadas, frequentemente originando novas discussões em benefício do avanço científico do projeto”, completou o capitão Giannino.

Fonte: FAB, via Tecnologia & Defesa,
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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

"Somos todos planetários, porém divididos", artigo de José Monserrat Filho

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Somos todos planetários, porém divididos

José Monserrat Filho *

“O despertar da humanidade será um processo coletivo ou não será nada. A mesma luz atravessa todas as gotas.” Pierre Lévy (1)

Nem sempre fomos tão planetários e tão divididos como hoje. Tempo houve, há milênios, quando não tínhamos a mais ínfima noção do planeta que habitávamos. Nascemos na África Oriental entre um milhão e 300 mil anos Antes de Cristo. Vivíamos em bandos, unidos e solidários, para sobreviver o mais possível. Caçávamos e coletávamos. Protegíamos nossa prole e disputávamos comida com outros bandos similares a nós, em meio a ataques de animais selvagens, intempéries inclementes e desastres naturais, contra os quais não tínhamos a menor defesa.

O mundo de então – a natureza pura – era, ao mesmo tempo, nossa vida e nossa morte, nossa casa e nosso forno, nossa comida e nossa fome, nosso prazer e nossa dor, nossa escola para o bem e para o mal, nosso atraso e nosso presente-futuro, nosso desaparecimento ou perpetuação.

Fomos do Homo erectus ao Homo sapiens e ao Homo sapiens sapiens – “o homem que sabe o que sabe”, já pensa e tem um cérebro bem mais desenvolvido que o de seus ancestrais.(2) Foi o que nos permitiu chegar às capacidades e aos talentos destrutivos capazes de fazer da Terra o que ela é hoje, a caminho de um colapso sem precedentes, ou mudá-la, salvando-a e criando uma situação mais humana, lúcida, benéfica e justa para toda sua crescente e diversificada população.

Hoje, a natureza, degradada e envenenada como nunca antes, continua sendo para nós o que sempre foi: a escolha entre rumos que se excluem. Ainda não percebemos bem que somos parte do todo e o todo é parte de nós. Estamos imersos no mundo como o mundo está imerso em nós. Nosso destino sempre foi sermos planetários. Temos conterrâneos por todo o globo, mesmo quando nós não os vemos, nem eles nos vêem. Essa percepção, porém, ainda não se completou. Sendo planetários, podemos ser universais, adentrando o espaço sideral, no rumo das estrelas.

“Somos regentes do planeta, administradores da vida e predadores do que administramos”, denuncia em seu livro A conexão planetária o pensador Pierre Lévy, nascido na Tunísia em 1956 e formado na França, onde é professor e pesquisador.(3) Mas, consola-nos ele, “a unidade da humanidade está se fazendo agora. Após tantos esforços, é enfim chegada a unificação da humanidade, sob uma forma que não esperávamos: não é um império, não é uma religião conquistadora, uma ideologia, uma raça pretensamente superior, uma ditadura qualquer; são imagens, canções, o comércio, o dinheiro, a ciência, a técnica, as viagens, as miscigenações, a Internet, um processo coletivo e multiforme que brota de todo lugar”. Lévy chama esse processo de “expansão da consciência”.(4) Mas consciência de que?

É claro que a ciência e a técnica – o conhecimento, a tomada de consciência, a descoberta, a invenção – precedem o comércio e o dinheiro, ainda que esses poderosos recursos tenham sido muito usados no passado e continuem cada vez mais usados, precisamente em favor do comércio e do dinheiro, no mundo atrabiliário de hoje. O fato, contudo, é que a curiosidade e a ânsia de saber dos seres humanos em geral surgiram milhões de anos antes do comerciante (mercador) e do banqueiro, apesar das não poucas alegações em contrário.

Ser planetário não é ser consumidor do mundo através das novas tecnologias e de seu endeusamento. É estar, sim, atualizado com as novas tecnologias sem escravizar-se a elas e iludir-se com a ideia de que somente elas podem salvar o planeta. É ter fome de conhecimento, sem a menor dúvida, e dar plena atenção à autonomia e à criatividade dos indivíduos, mas sem egoismo, sem egocentrismo. É imprescindível que eles estejam ligados à participação e às necessidades de milhões de pessoas e à consciência de pertencer à humanidade. A essência da globalização e da planetarização humana não está apenas no crescimento das redes de transportes e comunicação, na proximidade cada vez maior e mais fácil entre as pessoas, na eliminação das fronteiras e das barreiras que as separam e as tornam adversárias, algozes e inimigas.

É verdade: quanto mais você se conecta e busca novas conexões, mais vasto pode ser seu campo de interação, mais rico seu aprendizado e maior sua experiência. Resta saber o que você vai fazer com todo esse ganho diante do mundo e das outras pessoas. Hitler soube muito bem se conectar com o lumpen, o povo, as elites e a aristocracia militar alemã. Deu no que deu: a mais destuidora guerra de todos os tempos, com mais de 50 milhões de mortos

Conexões são formas, veículos, recipientes, envólucros, estruturas, vasos, Internet, nuvens, redes sociais, celulares, tablets, computadores. Em geral, cada novo sistema é mais rápido e moderno que o anterior. Obviamente, elas resultam de importantes avanços científicos e tecnológicos. Mas por si mesmas não resolvem nada. São produtos de um mecanismo chamado mercado, que simplesmente não pode passar sem vender e vender e vender – é a maquiavélica máquina do consumo, o moto perpétuo que dizem não existir... “A existência dessa tecnologia é condição necessária, mas não suficiente para a possível emergência de uma sociedade-mundo”, afirmam Edgar Morin, Emilio-Roger Ciurana e Raul Motta, em Educar na Era Planetária.(5)

Daí que as conexões são boas ou más, úteis ou inúteis, benéficas ou maléficas, construtivas ou destrutivas, dependendo do conteúdo que divulguem e dos interesses a que servem. Todos nós vivemos acorrentados ao mercado. E temos de suportá-lo cada vez mais impositivo e devorador. Mas ainda podemos nos livrar do puro e devastador consumismo, escolhendo e usando o celular ou o computador em função do que precisamos fazer com a ajuda deles e não do que eles pretendem fazer de nós – idiotas super conectados e perdidos no mundo, mais fáceis de lidar.

Há quem diga que este é um novo homem, aberto a mil possibilidades e oportunidades. Ocorre que ele pode ser aberto e ao mesmo tempo vazio, oco ou mero repetidor do que está em voga, um admirável papagaio. Mas basta ele se conectar com a seiva, o núcleo, o conteúdo, a trajetória histórica, o mérito e os valores de cada possibilidade e oportunidade, para, aí sim, ser um novo ser humano, com pensamentos, competências, ideias e convicções próprias, além de comprometido com a humanidade, que sempre garantiu e seguirá garantindo a vida de todos nós.

O Papa Francisco vai além ao afirmar: “A verdadeira sabedoria, fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas, não se adquire com mera acumulação de dados, que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir.”(6) Isso tende a substituir relações reais por relações virtuais, artificiais, sem laços efetivos. É a rota da indigência intelectual.

No entanto, não é bem isso o que mais divide os planetários. É a alarmante desigualdade econômica, social, política e cultural. Ela só faz crescer em todo o mundo, ampliando a já gigantesca distância entre ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, em escala global. Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia de 2001, fala do “grande abismo que separa os muito ricos – também conhecidos como 1% – dos demais”.

Ele conta que num “jantar oferecido por um brilhante e preocupado integrante do 1%”, o anfitrião, “consciente do grande abismo”, “reuniu os principais bilionários, acadêmicos e outras pessoas preocupadas com a desigualdade”. Stiglitz ouviu “um bilionário – que começou a vida herdando uma fortuna – conversando com outro sobre os americanos preguiçosos que procuravam viver às custas dos outros”. “Em seguida, sem sobressaltos, eles passaram a tratar das isenções fiscais, aparentemente sem se dar conta da ironia”, explícita naquela conversa. Não por acaso, durante o jantar, ante “o risco” de que “a desigualdade cresça demais”, “Maria Antonieta e a guilhotina foram citadas várias vezes”. O tom da festa, goza Stiglitz, foi “lembre-se da guilhotina”.

E o pior: “estamos entrando num mundo mais dividido, não só entre ricos e pobres, mas também entre países que nada fazem para combater a desigualdade e os que lutam contra ela”. Nas sociedades divididas, frisa o economista, “os ricos irão se isolar em comunidades fechadas, quase que totalmente separados dos pobres, cujas vidas serão quase incompreensíveis para eles – assim como a vida dos ricos será incompreensível para os pobres”.(7)

E isso em plena Era Planetária. Que planeta, afinal, estamos levando para o espaço?!

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica (IAA) e ex-Chefe da Assessoria Internacional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). E-mail: jose.monserrat.filho@gmail.com.

Referências

1) Ver https://vivenciaspedagogicas.wordpress.com/2011/11/23/o-que-e-ser-planetario/. Pierre Lévy é filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação e estuda o impacto da Internet na sociedade, as humanidades digitais e o virtual. Nasceu na Tunísia, em 1956, mas formou-se e vive em Paris e leciona no Departamento de Hipermídia da Universidade de Paris-VIII. Foi aluno de Michel Serres e Cornelius Castoriadis. Especializou-se em abordagens hipertextuais quando lecionou na Universidade de Otawa, no Canadá. Após sua graduação, preocupou-se em analisar e explicar as interações entre Internet e Sociedade. Desenvolveu um conceito de rede, junto com Michel Authier, conhecido como Arbres de connaissances (Árvores do Conhecimento). Lévy também pesquisa a inteligência coletiva focando em contexto antropológico, e hoje é um dos principais filósofos da mídia. Suas pesquisas se concentram principalmente na área da cibernética. Com isso, tornou-se um dos maiores estudiosos sobre a Internet.
2) Ver http://www.estudopratico.com.br/homo-sapiens-sapiens/.
3) Lévy, Pierre. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência, São Paulo: Editora 14, 2001, p. 12.
4) Ibidem, p. 18 e 19.
5) Morin, Edgar; Ciurana, Emiluo-Roger; e Motta, Raúl Domingo, Educar na era planetária – O pensamento complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana, São Paulo: Cortez Editora-UNESCO, 2003, p. 90.
6) Papa Francisco, Carta Encíclica LAUDATO SI' Sobre o Cuidado da Casa Comum, São Paulo, Editora Paulinas, 2015, p. 37.
7) Stiglitz, Joseph E., O grande abismo – Sociedades desiguais e o que podemos fazer sobre isso, Rio de Janeiro: Alta Books Editora, 2016, p. XI e p. 104.
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Acordo INPE e CNEN em Fusão Nuclear

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INPE e CNEN assinam acordo para instalação do Laboratório de Fusão Nuclear

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2016

Termo de cooperação firmado nesta segunda-feira (12/9) permitirá a instalação do Laboratório de Fusão Nuclear (LNF), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), nas dependências do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O documento, assinado por Leonel Perondi e Renato Cotta, respectivamente diretor do INPE e presidente da CNEN, estabelece ainda as condições para a cessão de uso e compartilhamento de infraestrutura, facilidades e recursos humanos para a realização de atividades e projetos comuns às duas instituições, relativos à pesquisa em fusão nuclear.

O Laboratório de Fusão Nuclear funcionará nas instalações do Experimento Tokamak Esférico, junto ao Laboratório Associado de Plasma do INPE, em São José dos Campos (SP).

Os recursos necessários às atividades do Laboratório de Fusão Nuclear continuarão alocados em ações orçamentárias da CNEN. As atividades em fusão nuclear, desenvolvidas no INPE desde a década de 1980, deverão ser transferidas à CNEN quando concluídas as instalações do novo LFN no município de Iperó (SP), junto ao empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).

Fonte: INPE

Comentário do blog: originariamente, o INPE não foi criado para desenvolver pesquisas nucleares. Seu envolvimento com fusão nuclear se deu na década de oitenta por ser o único órgão da esfera federal que tinha competência naquela época, com condições de fazer pesquisa em fusão nuclear, porque trabalhava com plasma, segundo relato de Edson Del Bosco, da Coordenação dos Laboratórios Associados (CTE/INPE).
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sábado, 10 de setembro de 2016

PerúSAT-1 pronto para o lançamento

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O PerúSAT-1, primeiro satélite de observação peruano, está pronto para o lançamento a partir de Kourou, na Guiana Francesa, informou na última sexta-feira (09) o seu fabricante, o grupo europeu Airbus Defence and Space. O voo, a bordo de um lançador italiano Vega, operado pela Arianespace, está programado para a noite do dia 16 de setembro.

Construído em tempo recorde - menos de 24 meses, o satélite ocupará uma órbita baixa, a uma altitude de 695 km, tendo capacidade de produzir imagens com até 70 cm de resolução, o que o tornará o mais capaz satélite da América Latina. Suas imagens serão utilizadas para agricultura, planejamento urbano, controle de fronteiras e combate ao narcotráfico, ações em desastres naturais, entre outras finalidades.

De acordo com informações divulgadas pelo fabricante, após a sua colocação em órbita, técnicos da Airbus Defence and Space verificarão a abertura dos painéis solares e posicionamento em relação ao Sul, além de conduzir uma série de testes e operações que incluem a transferência do artefato para a sua órbita operacional, aquisição das imagens imagens, dentre outros. Tais ações serão realizadas a partir do Centro Nacional de Operaciones de Imágenes Satelitales (CNOIS), construído em Pucusana, ao sul de Lima, como parte do contrato firmado com a Airbus. A expectativa é que, uma vez lançado, o satélite esteja plenamente operacional e sob o controle de técnicos peruanos até o final deste ano.
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cooperação Brasil - Portugal

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Brasil e Portugal discutem perspectivas de cooperação na área espacial

08/09/2016

A Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTIC) recebeu na manhã de segunda-feira (05.09) a visita do ministro da Ciência, Tecnologia e Educação Superior de Portugal, Manuel Heitor. No encontro com os diretores de Orçamento e Administração, Iram Mota, de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Petrônio de Souza, e o assessor internacional, André Rypl, o ministro apresentou as perspectivas de cooperação com o Brasil em ciência e tecnologia, na área espacial e sua interação com os oceanos.

O ministro levantou a possibilidade de cooperação com enfoque no Atlântico, utilizando os Açores como centro de coleta de dados. “A iniciativa reflete o esforço do país em melhor utilizar o posicionamento estratégico de Portugal e suas ilhas no oceano Atlântico”, afirmou Manuel Heitor, que ainda citou como exemplo, a possibilidade de cooperação em dados e observação da Terra por meio do uso de antena de comunicação satelital localizada nos Açores.

O desejo de estreitar os laços com o Brasil em nova agenda científica, a qual poderia ter no Atlântico um campo de ensaio e estudo. A idéia, segundo o ministro, é abrir novos horizontes na cooperação científica e tecnológica com ampliação da colaboração bilateral no espaço. Portugal já se aproximou de outros países no hemisfério sul, como Argentina, Colômbia e África do Sul.

Workshop – A realização de um workshop, no Brasil, no próximo mês de novembro a fim de estruturar iniciativas de cooperação na área espacial e de oceanos, também foi uma das propostas do ministro português. O encontro deverá possibilitar o fomento de diálogo entre governo, academia e empresa, e promover o intercâmbio de pessoas e empresas da área tecnológica do Brasil e Portugal. A AEB propôs que o workshop seja realizado em São José dos Campos (SP), pela proximidade do Parque Tecnológico, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de universidades e indústrias.

O objetivo da proposta portuguesa é desenvolver um conjunto de projetos na área de ciência e tecnologia espacial. Já o Brasil teria interesse em compor iniciativas com Portugal em aplicações espaciais, nanossatélites, coleta de dados, estudos de oceanos, clima e mudanças climáticas, clima espacial, comando e controle para missões espaciais, navegação, educação e formação de recursos humanos.

Na área de cooperação educacional, o Brasil identificou o programa Sistema Espacial para Realização de Pesquisas e Experimentos com Nanossatélites (Serpens) e o Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT), voltado para o conhecimento científico e tecnológico na área espacial, a ser inaugurado no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte.

O ministro Manuel Heitor mostrou o desejo de formular plano de longo prazo (10 a 15 anos) para organizar as atividades de cooperação, com foco na área espacial. Ele explicou que Portugal, não possui, ainda, agência espacial, embora o país participe há 15 anos da Agência Espacial Europeia (ESA). “Portugal tem apenas o chamado “Grupo do Espaço”, o que reforça a necessidade de criação de uma agência própria”, afirmou o ministro.

Manuel Heitor informou ainda que iria propor ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, a realização da Semana de Ciência e Tecnologia Brasil-Portugal, prevista para ser realizada em março ou abril de 2017, no Brasil. Ele propôs também o estabelecimento de um evento anual, com alternância de sede entre os dois países.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Seminário de Atividade de Inteligência e Defesa na Amazônia

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Censipam realiza I Seminário de Atividade de Inteligência e Defesa na Amazônia

05/09/2016

O Censipam/Centro Regional de Belém realizou em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e com o Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA) o I Seminário de Atividade de Inteligência e Defesa na Amazônia.

O evento aconteceu de 31/08 a 01/09 e teve como objetivo contribuir para a socialização de conhecimentos produzidos em Atividade de Inteligência e Gestão do Conhecimento, com finalidade a produção de novos conhecimentos e a construção de diálogo entre as instituições/agências promovendo a integração entre os atores responsáveis pelas diversas áreas de atuação, no que diz respeito ao tema Atividade de Inteligência, segurança pública, questões ambientais e inovações tecnológicas voltadas à defesa e segurança da sociedade na região amazônica.

O diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes, e o coordenador-geral de inteligência, Ricardo Silvério dos Santos, estiveram presentes nos dois dias do seminário que buscou a participação das instituições da área de inteligência que atuam na Região Amazônica. Os temas segurança pública, atividade financeira, meio ambiente e segurança corporativa foram discutidos e tiveram encaminhamentos para uma maior integração nas operações em conjunto.

Também estavam na  mesa diretora do evento o Superintendente da ABIN, José Carlos Arruda,  o Superintendente da Polícia Federal, Ualame Conte, o Secretário Adjunto da SEGUP/PA, Rogério Morais Luz, e o Diretor do NAEA/UFPA, Durbens Nascimento.

O evento contou com 149 participantes e 23 instituições parceiras: SIPAM, ABIN, ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra), Banco Central, Banco do Brasil, Casa Militar do Governo do Estado do Pará, Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil, Fundação Nacional do Índio, IBAMA, ICMBio, Ministério Público do Estado do Pará, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Secretaria de Estado da Fazenda do Pará, SEGUP-PA (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social), SEMAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade), TRT-Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região, Tribunal de Justiça do Estado, UFPA (Universidade Federal do Pará/ NAEA) e Observatório de Estudos de Defesa – OBED/NAEA/UFPA.

Fonte: CENSIPAM
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domingo, 4 de setembro de 2016

Semana difícil para a indústria de lançadores

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A última semana foi difícil para a indústria de lançadores, mais uma vez evidenciando os altos riscos associados à tecnologia espacial.

Em 1º de setembro, um lançador Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX, explodiu na plataforma de lançamento no centro espacial de Cabo Canaveral na Flórida, Estados Unidos, enquanto era abastecido com oxigênio líquido e querosene em fase preparatória para um teste estático de ignição. A explosão, que ganhou destaque na imprensa (clique aqui para vê-la), destruiu não apenas o foguete e a plataforma, mas também sua carga útil, o satélite de comunicações israelense Amos-6.

Obviamente, o acidente traz consequências, e não apenas para a empresa de Elon Musk. Já sob forte pressão de seus clientes, em sua grande maioria companhias de comunicações, que aguardam a colocação de seus satélites em órbita e o início da operação para geração de receitas, a SpaceX terá que atrasar todas as missões (nove ao todo) previstas para 2016 até que os motivos da explosão sejam identificados e corrigidos. Com o lançador russo Proton, operado pela International Launch Services (ILS) também groundeado devido a um mau-funcionamento em junho, o único lançador comercial plenamente operacional é o europeu Ariane 5, da Arianespace, completamente reservado até 2017 (incluindo o brasileiro SGDC, previsto para lançamento no início de 2017).

Em 24 de agosto, a israelense Spacecom, dona do satélite destruído, havia anunciado a sua venda para o grupo chinês Beijing Xinwei Technology Group, pendente da entrada em serviço do Amos-6 após o seu lançamento. Com sua destruição, a operação de venda da empresa pode vir a ser cancelada. Ainda, há também dúvidas sobre a cobertura da apólice de seguros contratada pela Spacecom, que valeria apenas a partir da ignição do foguete na data do lançamento, e não para testes pré-lançamento.

Em reportagem da Space News, o jornalista Jeff Foust fez um paralelo da falha do Falcon 9 na fase pré-lançamento com a tragédia do VLS-1 V03. Em 22 de agosto de 2003, alguns dias antes de seu lançamento, a ignição intempestiva de um dos propulsores sólidos do foguete brasileiro causou um incêndio na plataforma, vitimando 21 técnicos e engenheiros do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA).

Falha chinesa

Um dia após o problema com o Falcon 9, ocorreu uma aparente falha do lançador chinês Longa Marcha 4C, voando a partir do centro espacial de Taiyuan, no norte da China, levando a bordo um satélite de observação de alta resolução, o Gaofen-10. Segundo informações da Força Aérea dos Estados Unidos, que monitoram as inserções de artefatos no espaço, o Gaofen-10 não alcançou a órbita prevista, indicando a falha na missão.

Curiosamente, o ocorrido também leva a uma referência a evento que envolveu o Brasil. O último insucesso de um foguete chinês, no caso um Longa Marcha 4B, se deu em dezembro de 2013, levando a bordo o satélite CBERS 3, projeto conjunto entre a China e o Brasil.
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Cooperação Bolívia - Irã

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Os governos da Bolívia e Irã firmaram um memorando de entendimentos em matéria de cooperação espacial em 26 de agosto, por ocasião da visita à Bolívia de uma comitiva iraniana chefiada por Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores. O memorando foi assinado pelo diretor da Agência Boliviana Espacial (ABE), Iván Zambrana, e o embaixador do Irã em La Paz, Reza Tabatabaei.

De acordo com informações divulgadas na imprensa boliviana citando declarações dadas por Zambrana, o acordo permitirá o intercâmbio de conhecimentos, o desenvolvimento e aplicação da ciência e tecnologia espacial e, eventualmente, o desenvolvimento de projetos conjuntos. Os dois países buscarão promover a colaboração entre universidades e outras entidades de pesquisa relacionadas às atividades espaciais, além da cooperação "no desenho, fabricação e lançamento de satélites de pesquisa".

Desde 2013, a ABE opera o satélite de comunicações Tupac Katari, primeiro satélite do país andino, construído na China. A Agência também está envolvida no projeto que deverá levar à contratação em breve de um satélite de observação terrestre.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Nova edição do "INPE Informa"

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Dando sequência a uma série de entrevistas, a mais recente edição do "INPE Informa", newsletter institucional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), traz uma interessante entrevista com Edson Bel Bosco, responsável pela Coordenação dos Laboratórios Associados (CTE).

Formado por quatro laboratórios - sensores e materiais, plasma, combustão e propulsão, e computação e matemática aplicada, o CTE tem focado sua atuação no desenvolvimento de tecnologias críticas voltadas às atividades espaciais, conforme destacado por Del Bosco na extensa entrevista. Dentre os vários assuntos abordados, destaques para as pesquisas do CTE em fusão nuclear, o envolvimento na missão ASTER, a ser desenvolvida em parceria com a Rússia, e recursos e o apoio da FINEP e FAPESP. Para acessar a entrevista, clique aqui.

O informativo do INPE também apresenta um artigo sobre a atualização e modernização dos laboratórios de testes e qualificação de propulsores de satélites, localizados nas instalações do INPE em Cachoeira Paulista (SP), com informações sobre as principais capacidades e projetos desenvolvidos.

O terceiro e último artigo da edição aborda os programas científicos de mudanças climáticas tocados pelo Instituto, que têm ajudado a consolidar rede de pesquisas em ciência do sistema terrestre do INPE.
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