domingo, 28 de março de 2010

FIDAE 2010: Tímida participação espacial

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Encerra-se hoje (28), a 15ª edição da Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), realizada desde 1980, a cada dois anos, em Santiago, Chile. É inegável que o terremoto que assolou o país sul-americano no final de fevereiro afetou consideravelmente a feira que, ao menos aparentemente, contou com um menor público profissional, além da falta de um grande tema ou foco. Não fosse a presença do caça norte-americano F-22 Raptor e o apoio da Força Aérea Brasileira,que enviou um considerável número de aeronaves para exposição ("FIDAE 2010: Apoio ao Chile"), e que reforçaram o lado de entretenimento da feira, o show definitivamente teria sido bem mais "fraco". Para o blog, o mais surpreendente, no entanto, foi a quase inexistência de qualquer temática ou exposição em matéria de tecnologia espacial.

A edição anterior da FIDAE, de 2008, contou com mais temática espacial do que a deste ano. Na época, encontrava-se em fase final a seleção, pelo governo chileno, de seu satélite de observação terrestre (SSOT), com várias empresas (israelenses e europeias) ainda participando da licitação. O satélite, aliás, que foi contratado junto a EADS Astrium em agosto de 2008, não foi tema de nenhum estande ou exibição, nem mesmo no da Agencia Chilena del Espacio.

Os expositores russos, liderados pela Roscosmos, a agência espacial do país tiveram presença basicamente institucional, exibindo maquetes de lançadores e satélites, aparentemente sem demonstrar uma grande ambição no mercado sul-americano. Na região, as oportunidades de cooperação espacial da Rússia estão bem concentradas no Brasil, onde participaram ou ainda participam de projetos de foguetes (revisão do VLS, propulsão líquida), buscam parcerias e negócios em sistema de geoposicionamento por satélite (Glonass), entre outros interesses em estágios mais preliminares. Preterida na Venezuela e Bolívia em favor dos chineses quanto a satélites de comunicações, a Rússia busca ainda fornecer o seu primeiro satélite para região, com a empresa ISS Reshetnev participando da concorrência colombiana Satcol.

Outros expositores com alguma atuação na área espacial, como a argentina INVAP e grandes grupos estrangeiros preferiram focar suas atenções em possibilidades consideradas mais promissoras na região, como sistemas de radares (caso da INVAP), comunicações terrestres, entre outros.
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