sábado, 2 de outubro de 2010

FogTrein II: mais um FTI lançado de Alcântara

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CLA lança mais um foguete de treinamento para corrigir os sistemas operacionais

O Estado do Maranhão
30-09-2010


Para avaliar as correções feitas no projeto original do Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), foi realizado, às 16h de ontem, o lançamento do protótipo no qual foram identificados novos procedimentos que necessitam de correção tanto no foguete quanto em sistemas operacionais. A operação ocorreu no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Esse foi o segundo lançamento do modelo desenvolvido pela empresa brasileira Avibras, cujo projeto está em fase de qualificação para que o mesmo seja produzido em série com fins comerciais. O lançamento integra a Operação FogTrein II, missão com fins de treinamento, avaliação dos sistemas operacionais do CLA, bem como desempenho do foguete.

Em agosto, foi realizado o primeiro lançamento do FTI. Na ocasião, o modelo apresentou falhas no motor que resultaram no mau desempenho e prejudicaram o apogeu do protótipo. Com base nessas falhas, foram realizadas algumas correções, mas, apesar das mudanças, o desempenho do motor também não atingiu ontem a expectativa esperada no lançamento. Para a atividade, existia a previsão de apogeu de 60 mil metros e o alcançado foi de apenas 38.725 m, em um tempo de vôo de 192 segundos, o equivalente a uma baixa de 36% em relação ao previsto.

“Quando realizamos o primeiro lançamento, percebemos falhas que prejudicaram o desempenho balístico do modelo. Fizemos algumas alterações e, mesmo assim, o foguete continuou apresentando resultado abaixo do esperado. Isso nos faz voltar a realizar estudos para entender o que estaria causando os problemas”, explicou o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, coronel Ricardo Rodrigues Rangel, que também é coordenador-geral da operação.

Além do sistema balístico do foguete, com a operação, também foi possível identificar uma falha no sistema de ignição. Uma das chaves de segurança, antecipou-se 13 segundos na cronologia do lançamento. Uma falha desse tipo poderia prejudicar os resultados em casos de lançamentos de grande porte. “Nós temos três chaves de segurança, mas uma não funcionou como deveria acontecer. Agora, vamos investigar os motivos que levaram essa antecipação no acionamento”, detalhou o coronel Rangel.

Apesar das falhas identificadas na operação, o coronel Rangel considerou a Operação FogTrein II como bastante positiva, pois com ela foi possível avaliar melhor o foguete e na qual se identificou outros problemas que devem ser corrigidos para operações maiores.

“O foguete teve um comportamento de rotação, estabilização e transmissão de dados considerados perfeitos. Depois dessa avaliação, nós estamos programando dois outros lançamentos para o próximo ano, um no CLA e outro no Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em Natal”, informou o diretor do CLA destacando a importância dos testes antes da produção em série do modelo FTI. “É fundamental que essas falhas sejam identificadas antes de realizar uma produção em série”, ressaltou.

Outras atividades – Ainda este ano, estão previstas duas operações de lançamento no CLA, integrados a Operação Maracati. Na campanha, que será iniciada no dia 16 de novembro e se estenderá até 15 de dezembro, será lançado um Foguete Improved Orion e um VSB-30.

No caso do VSB-30, modelo de médio porte que integra o Programa de Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), serão colocados em órbita cerca de 10 experimentos científicos para testes em microgravidade. “No caso deste lançamento, será necessário o resgate da carga útil, o que aumenta a complexidade da operação”, adiantou coronel Rangel.

Em relação aos testes da Torre Móvel de Integração (TMI), de onde serão realizadas atividades com foguetes de grande porte, incluindo o Veículo Lançador de Satélites (VLS), a programação foi alterada e as primeiras atividades, antes previstas para serem iniciadas neste mês, foram adiadas para fevereiro do próximo ano. “O atraso ocorreu por causa das obras, não teve nenhum problema operacional. Com a nova previsão, as simulações com o foguete foram adiadas”, informou.

Fonte: O Estado do Maranhão, 30/09/2010, via website da AEB.
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