domingo, 22 de julho de 2012

ACS, IstoÉ Dinheiro e a "mina de ouro celeste"


A edição desta semana da revista IstoÉ Dinheiro conta com uma reportagem, intitulada "A Cyclone vai decolar?", sobre o momento da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O texto possui várias informações imprecisas e previsões irrealistas, creditadas à empresa, como, por exemplo, a previsão de que a binacional realize 16 lançamentos anuais (para efeitos comparativos, os dois principais lançadores no mercado comercial, o Ariane 5 e o Proton, realizam, num bom ano, de 7 a 8 lançamentos).

Em vários trechos, a reportagem tenta mostrar que o mercado de lançamentos espaciais possui um enorme potencial comercial, com expressões e frases como "mina de ouro celeste" e "um dos mercados mais promissores do mundo". É, assim, mais do mesmo, em linha com o discurso usado por seus apoiadores (liderados pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-diretor da ACS, Roberto Amaral) quando da criação da binacional, no início da década passada. Uma análise dos principais players no mercado, no entanto, mostra uma realidade bem diferente, em que as operações muitas vezes são realizadas com prejuízos, contando ainda com forte apoio governamental.

Até hoje, apesar das centenas de milhões investidos no projeto, a ACS não divulgou publicamente o seu plano de negócios, indicando a viabilidade comercial da iniciativa e, assim, justificando o investimento.
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