terça-feira, 20 de novembro de 2012

O futuro do acesso europeu autônomo ao espaço


Está acontecendo esta semana em Nápoles, no sul da Itália, uma importante reunião com ministros dos vinte países membros da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) para discutir e definir o futuro do programa espacial europeu, em meio a uma severa crise financeira naquele continente.

"Este encontro é crucial para sustentar o acesso europeu autônomo ao Espaço...", disse o ministro da Pesquisa da França, Genevieve Fioraso, em seu discurso na abertura. Existe também muita expectativa quanto à definição do orçamento da ESA para os próximos três anos. Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da Agência, afirmou esperar um comprometimento dos membros com um orçamento de 12 bilhões de euros para o período, mas destacou que ficaria feliz com algo "em torno de 10 bilhões de euros".

Um dos principais tópicos na agenda da reunião é a decisão quanto a uma futura geração de lançador de grande porte para substituir o bem sucedido Ariane 5. Os defensores de uma nova geração sustentam que um novo foguete deve oferecer maior flexibilidade em opções de lançamento, em linha com as mudanças no mercado comercial.

França versus Alemanha

Não há até o momento um consenso na Europa sobre o futuro em termos de lançadores de grande porte. A França propõe o desenvolvimento de um novo lançador, chamado Ariane 6, de menor porte e cujo desenvolvimento exigiria investimentos de 4 bilhões de euros. O primeiro voo ocorreria em 2021. Grosso modo, o Ariane 6 seria similar em termos conceituais ao Ariane 4, com diferentes configurações dependendo da dimensão e massa das cargas úteis.

A Alemanha, por outro lado, propõe um projeto considerado menos ambicioso: o Ariane 5 ME (Midlife Evolution, ou em português, Evolução de Meia Vida), que custaria cerca de 2 bilhões de euros e envolveria a ampliação da capacidade do Ariane 5, com redução de seus custos operacionais.

O legado Ariane

Para os interessados em lançadores espaciais, em especial sobre a família Ariane, e para aqueles que desejam entender todo o racional por trás do interesse europeu em contar com acesso autônomo ao espaço, recomendamos a leitura do excelente artigo "A boost for Europe - The evolution of the European launcher sector", publicado num boletim da ESA em agosto deste ano. Para acessá-lo, clique aqui (a partir da página 30).
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